Efeitos adversos

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Fármacos
Anti-hipertensivos
DISCENTE:
RUBENS EDUARDO CARVALHO.
O que é Hipertensão?
 De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS)

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
os valores admtidos são:
120x80mmHg, considerada ótima, sendo 130x85mmHg,
considerada limítrofe.
Pressão com valores forem superiores a 140x90mmHg,
são consideradas Hipertensão, em estágios:
1 (leve - 140x90mmHg e 159x99mmHg)
2 (moderada - 160x100mmHg e 179x109mmHg)
3 (grave - acima de 180x110mmHg).
Sintomatologia
 Considerada uma doença silenciosa, pois na maioria
dos casos não são observados quaisquer sintomas no
paciente.
 A hipertensão arterial é uma doença de origem
multifatorial. Contudo, sabe-se que a herança
genética e fatores ambientais como obesidade,
sedentarismo e estresse, são componentes
fundamentais no desenvolvimento da doença
hipertensiva.
Acredita-se que a patogenia da hipertensão
essencial resida em:
 a) no rim e no seu papel de regular o volume vascular
através da eliminação de sal e água;
 b) no sistema renina-angiotensina-aldosterona
através dos seus efeitos sobre o tono vascular
sanguíneo, regulação do fluxo sanguíneo renal e
metabolismo de sais;
 c) no sistema nervoso simpático, que regula o tono
dos vasos de resistência.
Complicações da Hipertensão Arterial
 A Hipertensão Arterial é um fator de risco para
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Aterosclerose.
Como qualquer artéria do corpo pode ser obstruída
pela aterosclerose, virtualmente todos os orgão
podem sofrer alterações decorrentes da hipertensão,
sendo freqüentes:
no coração - o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), a
miocardiopatia e a insuficiência cardíaca.
no cérebro - o Acidente vascular cerebral (AVC).
nos rins - insuficiência renal.
nos olhos - diminuição da visão e problemas na
retina.
Tratamento
 Não medicamentoso: Embora não exista cura, é
possível um controle eficaz, baseado quer na
reformulação de hábitos de vida, permitindo ao
paciente uma melhor qualidade de vida.
 Medicamentoso: O tratamento anti-hipertensivo pode
ser realizado em monoterapia, através da utilização de
um único fármaco anti-hipertensivo, ou em terapia
combinada, isto é, através da associação de dois ou
mais fármacos anti-hipertensivos de classes distintas.
Objetivos dos anti-hipertensivos
 O objetivo primordial do tratamento da hipertensão
arterial é a redução da morbidade e da mortalidade
cardiovasculare do paciente hipertenso, aumentadas
em decorrência dos altos níveis tensionais, sendo
utilizadas tanto medidas não-medicamentosas
isoladas como associadas a medicamentos antihipertensivos.
Classes dos anti-hipertensivos
 Diuréticos.
 Inibidores adrenérgicos.
 Vasodilatadores diretos.
 Bloqueadores dos canais de cálcio.
 Inibidores da enzima conversora da angiotensina. IECA.
 Antagonistas dos receptores de angiotensina II. ARA.
Diuréticos
 São muito utilizados devido à sua eficácia, baixo custo
e poucos efeitos colaterais.
 Apresentam efeito sinérgico quando associados a
outros agentes anti-hipertensivos.
 Uma característica comum a todos os diuréticos é a
ação natriurética, que leva à diminuição do Na+
corporal total.
Diuréticos utilizados no tratamento de
hipertensão arterial
 Podem ser divididos de acordo com o local do néfron
em que eles atuam:
 Diuréticos que agem na Alça de Henle.
 Diuréticos que agem no túbulo distal – Tiazídicos.
 Diuréticos que agem no ducto coletor - Poupadores de
potássio.
 Diuréticos osmóticos.
DIURÉTICOS DE ALÇA – Diuréticos
espoliadores de potássio
 Os diuréticos de alça são os mais potentes de todos os
diuréticos.
 A eficácia anti-hipertensiva dos diuréticos de alça é
atribuída ao aumento da excreção de sódio e redução
do volume plasmático.
 O efeito diurético ocorre dentro de 15 minutos após a
administração de dose intravenosa e dentro de 1 hora
após a administração de dose oral.
Os diuréticos de alça são indicados para
os casos de:
 Hipertensão arterial leve a moderada.
 Edema devido a distúrbios cardíacos (ICC),
hepáticos e renais.
 Edema pulmonar agudo.
 Insuficiência renal (com muita cautela!!!)
Principais fármacos:
 Furosemida.
 Bumetanida.
 Ácido etacrínico.
 Torasemida.
 Piretanida.
Diuréticos que agem no túbulo distal Tiazídicos
 Inibem a reabsorção de sódio na porção inicial do
túbulo contornado distal, através da inibição do
transportador Na+/K+.
 Aumentam a perda de K+ e reduzem a perda de Ca+.
 São as drogas mais utilizadas e de primeira escolha no
controle de pressão arterial.
Indapamina
 Seu efeito anti-hipertensivo deve-se, basicamente, a
uma ação vascular direta:
 Inibição da hiper-reatividade às aminas vasopressoras.
 Aumento da síntese das prostaglandinas
vasodilatadoras.
 Inibição da síntese de tromboxano A.
 Inibição do fluxo de íons cálcio nas fibras musculares
lisas.
Aspectos farmacocinéticos
 São bem absorvidos por via oral e estão disponíveis
apenas em apresentações orais.
 A eliminação é principalmente renal.
 O tempo de meia-vida é de aproximadamente 4 a 6
horas.
Efeitos adversos
 Hipopotassemia (que pode induzir arritmias



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
ventriculares)
Disfunção sexual
Cãimbras (depleção de K+)
Alcalose metabólica.
Aumento do ácido Úrico plasmático (devido a redução
da volemia)
Intolerância à glicose
Diuréticos poupadores de potássio
 São classicamente agentes anti-hipertensivos fracos.
 Pertencem a esta classe:
 A espironolactona.
 A amilorida.
 O triantereno.
Mecanismo de ação
 Amilorida e o Triantereno:
 Atuam ao bloquear os canais de Na+ controlado pelo
mediador proteico da aldosterona.
 Não interferem com a ligação da aldosterona.
 O mecanismo de ação dessas drogas envolve o
bloqueio dos canais de sódio localizados no túbulo
distal e ducto coletor.
Mecanismo de ação
 Espirolactona:
 Deve-se a inibição competitiva da aldosterona no final
do túbulo distal e no duto coletor.
 É um antagonista do receptor de aldosterona.
 A função principal da aldosterona é a manutenção do
volume de fluido extracelular.
Regulação da Pressão Arterial: Sistema
Renina-Angiotensina- Aldosterona
Efeitos adversos
 Hiperpotassemia (hipercalemia), que pode induzir
arritmias.
 Ginecomastia.
 Irregularidades menstruais.
 Hirsutismo.
 Gastrites.
Diuréticos Osmóticos
 Local de atuação:
 Túbulo proximal.
 Alça ascendente de Henle.
 Túbulo coletor.
 O manitol é um diurético osmótico.
Manitol
 Formam um complexo com a água e impedem sua
reabsorção no interior do túbulo.
 Não se mostram úteis no tratamento de condições
associadas à retenção de sódio.
 São usados em elevação aguda da pressão
intracraniana ou intraocular e prevenção da
insuficiência renal aguda.
Inibidores adrenérgicos
 Agonistas dos receptores alfa-2-adrenérgicos.
 Antagonistas dos receptores alfa-1-adrenérgicos.
 Antagonistas dos receptores beta-1-adrenérgicos –
Beta-bloqueadores.
Agonistas dos receptores alfa-2-adrenérgicos
 São fármacos que atuam no sistema nervoso central,
conhecidos como anti-hipertensivos de ação central.
 Seus principais representantes são:
 Clonidina.
 Metildopa.
Clonidina
 O efeito anti-hipertensivo central da clonidina é
classicamente atribuído à ativação dos receptores alfa2- adrenérgicos centrais.
 É utilizada no controle da hipertensão arterial
essencial leve ou moderada.
Metildopa
 A metildopa é um pró-fármaco.
 Reduz a atividade do sistema nervoso simpático
central por meio da ativação de receptores alfa-2adrenérgicos.
 Atualmente a principal indicação da metildopa é o
tratamento da hipertensão em mulheres grávidas.
Antagonistas dos receptores alfa-1-adrenérgicos
 Bloqueiam os receptores alfa-1 adrenérgicos pós-
sinápticos, reduzindo a resistência vascular periférica.
 Apresentam baixa eficácia como monoterapia.
 Podem induzir o aparecimento de tolerância
farmacológica, que obriga o uso de doses crescentes.
Beta-bloqueadores
 Bloqueiam competitivamente os receptores beta
adrenérgicos.
 O que reduz a frequência cardíaca e a força de
contração (cronotropismo e inotropismo negativo).
 Suspensão brusca desses bloqueadores pode provocar
hiper-atividade simpática, com hipertensão rebote e
taquicardia.
 Os betabloqueadores são formalmente contra
indicados em pacientes com:
 Asma.
 Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
 Eles podem provocar:
 Disfunção sexual .
 Hiperglicemia, devido à inibição da glicogenólise.
Vasodilatadores
 Os fármacos vasodilatadores diretos são utilizados
para o tratamento da angina, pois melhoram a
performance cardíaca pela diminuição do consumo de
oxigênio (O2) durante o trabalho cardíaco.
 Isto se dá devido à capacidade que os vasodilatadores
diretos têm de relaxar o músculo liso vascular,
especialmente a dilatação dos grandes vasos.
Mecanismo de ação
 Quando atingem os vasos sanguíneos, os nitratos
orgânicos são metabolizados e liberam óxido nítrico
(NO), possivelmente por reações com grupos
sulfidrilas teciduais.
 O NO ativa a enzima guanilato ciclase, que produz
GMPc, um segundo mensageiro, resultando no
relaxamento da musculatura lisa do vaso sanguíneo.
Efeitos adversos
 Cefaleia severa.
 Hipotensão postural.
 Metahemoglobinemia.
Bloqueadores dos canais de cálcio
 A ação anti-hipertensiva dos bloqueadores dos canais
de cálcio decorre da redução da resistência vascular
periférica por diminuição da concentração de cálcio
nas células musculares lisas vasculares.
 Eles são divididos em 3 grupos:
 Fenilalquilaminas.
 Diidropiridinas.
 Benzotiazepinas:
 Fenilalquilaminas: têm ações predominantemente
sobre o coração. Ex.verapamil
 Diidropiridinas: apresentam ações
predominantemente arteriolares vasodilatadoras e
pouca ou nenhuma ação cardíaca. Ex. nifedipina e
anlodipina.
 Benzotiazepinas: têm ações predominantemente
sobre o coração. Ex. diltiazem
Mecanismo de ação
 São substâncias antagonista dos canais de cálcio e,
portanto, possuem a capacidade de inibir a entrada
de íons cálcio (Ca+) durante a despolarização da
membrana do músculo liso e do músculo cardíaco,
promovendo a vasodilatação.
Indicações e Efeitos adversos
 Indicações:
 São indicados para os casos de angina pectoris estável,
arritmias cardíacas e hipertensão leve e moderada.
 Efeitos adversos:
 Os mais comuns são vermelhidão, cefaleia, hipotensão,
edema periférico e constipação intestinal.
IECA
 O primeiro inibidor da ECA, isolado de uma fração
peptídica do veneno da Botrophs jararaca.
 Descritos como um “fator potencializador da
bradicinina”.
 São representantes desta classe:
 Captopril.
 Enalapril.
 Lisinopril.
 Perindopril.
Mecanismo de ação
 A enzima conversora de angiotensina (ECA) é uma
metalo-protease capaz de produzir e clivar inúmeros
substratos.
 Ao inibir a ECA, os inibidores da enzima conversora de
angiotensina (IECA) impedem a formação da
angiotensina II, que tem potente ação vasoconstritora,
além de impedir a degradação de bradicinina, um
potente vasodilatador.
Indicações e Efeitos adversos
 Indicações:
 Os IECA são indicados para o tratamento da HAS e
insuficiência cardíaca.
 Efeitos adversos:
 Entre os efeitos indesejáveis, destacam-se tosse seca
(principalmente pelo captopril), alteração do paladar e
reações de hipersensibilidade, hipotensão e
hipercalemia.
ARA
 Estes fármacos antagonizam a ação da angiotensina II
por meio do bloqueio específico de seus receptores AT1
presentes nos vasos sanguíneos, reduzindo a
resistência periférica.
 Apresentam bom perfil de tolerabilidade e os efeitos
colaterais relatados são tontura e, raramente, “reação
de hipersensibilidade cutânea” (rash).
Mecanismo de ação
 Bloqueio dos receptores AT1 da angiotensina II,
inibindo a ação do eixo da renina.
 Portanto os efeitos são similares aos inibidores da
enzima conversora, com as vantagens de não atuar
sobre a bradicinina e de atuar sobre o ponto final do
eixo renina angiotensina, e portanto, sobre a
angiotensina II resultante das vias não dependentes da
enzima conversora.
Uso Clínico
 Eficaz como monoterapia para a HAS, no entanto não
são tão eficazes na redução da PA quanto os IECA.
 São úteis também no tratamento da insuficiência
cardíaca, mas atualmente também tem a mesma
indicação de uso como substitutos do IECA, como na
hipertensão arterial.
Efeitos adversos
 Efeitos colaterais são raros e com taxas semelhantes ao
placebo nos estudos realizados.
 Tosse seca ocorre em menos de 1% enquanto com o
IECA chega a 5.5%.
 Efeitos adversos raros atribuídos ao uso dos
bloqueadores AT1 incluem:
 Hepatotoxicidade
 Edema angioneurótico
 Sintomas neuropsiquiátricos.
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Farmacologia Clínica. 3 edição. Rio de Janeiro: Guanabara
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