MEMÓRIA Processos Cognitivos I MEMÓRIA na Análise do Comportamento Comportamento de lembrar e esquecer. Dessa maneira, age-se como analistas do comportamento diante de sua unidade básica de análise, a contingência, entendendo a memória como algo dinâmico e diretamente ligado as experiências vividas pela pessoa em seu passado e presente (Catania,8 4 ; Wixted, 1998). MEMÓRIA “No seu uso comum, a palavra memória se refere a um conjunto de representações mentais de experiências passadas. O estudo da memória, desta forma, é investigar estruturas e processos que estão envolvidos no armazenamento e manipulação destas representações. A noção analítico-comportamental de memória, pelo contrário, não se refere a entidades mentais estáticas, mas ao potencial para manifestar no comportamento os efeitos de experiências passadas. Estudar memória sob este ponto de vista é estudar o comportamento que reflete a apresentação prévia de um estímulo (lembrar) ou a perda de um tipo de controle de estímulos (esquecer) (p. 263).” MODELOS EXPLICATIVOS DE MEMÓRIA Função. “equivale a um sistema para a manutenção temporária e a manipulação de informações necessárias ao desempenho de uma serie de funções cognitivas” (Magila, Xavier, 2000, p. 145). E aquela memoria que usamos quando estamos realizando alguma tarefa e que nos possibilita acessar dados, conhecimentos e habilidades já aprendidos. MEMÓRIA DE TRABALHO MODELOS EXPLICATIVOS DE MEMÓRIA Duração. Memoria de longa duração são as informações ou habilidades que levam um longo tempo para serem consolidadas, e que permanecerão por mais tempo no repertorio do organismo. MEMÓRIAS DE CURTO E DE LONGO PRAZOS E MEMÓRIAS REMOTAS MODELOS EXPLICATIVOS DE MEMÓRIA Duração. A memoria de curta duração e aquela que dura poucos segundos, o tempo necessário para que as memorias de longa duração se consolidem. MEMÓRIAS DE CURTO E DE LONGO PRAZOS E MEMÓRIAS REMOTAS MODELOS EXPLICATIVOS DE MEMÓRIA Duração. As memorias remotas são aquelas armazenadas por muito tempo na vida MEMÓRIAS DE CURTO E DE LONGO PRAZOS E MEMÓRIAS REMOTAS MODELOS EXPLICATIVOS DE MEMÓRIA Conteúdo. Declarativa (saber falar o que fez) e Processual (saber falar sobre/descrever). Em um tipo de tarefa os indivíduos recebem uma relação de palavras para ler, como camisa, botão, carro e barco. Outro grupo de indivíduos lê uma lista com as palavras caneta, maçã, uva e papel. Então, pede-se a todos os indivíduos que definam uma serie de palavras, uma das quais e manga. “(...) As pessoas que leram a lista de palavras contendo as partes do vestuário provavelmente darão o significado [de manga] de ‘parte do vestuário’, enquanto aqueles que leram a segunda lista darão [para manga] o significado de ‘fruta ” (Kolb, Wishaw, 2002, p. 495). MEMORIAS IMPLÍCITA E EXPLÍCITA TEORIAS SOBRE O ESQUECIMENTO Existem algumas vantagens no esquecimento, por exemplo, uma vantagem adaptativa, relacionada com a economia cognitiva, ocasionando retenção apenas das informações mais pertinentes para adaptação ao meio (Izquierdo, 2006). Acurva do esquecimento de Ebbinghaus TEORIAS DO ESQUECIMENTO Teoria de Deterioração Teorias de Interferência A interferência pode ser basicamente de dois tipos: proativa ou retroativa. Na interferência proativa, a aprendizagem inicial pode interferir na memoria de alguma outra coisa aprendida posteriormente. Na interferência retroativa, a aprendizagem posterior pode interferir em algo aprendido antes. Esquecimentos causados por ambos os tipos de interferência estão descritos em experimentos sobre condicionamento clássico (Bouton, 1994). TEORIAS DO ESQUECIMENTO Falha na Recuperação Teoria dos Esquemas A utilidade desse constructo teórico para a memoria e que a codificação de uma dada situação somente seria possível com o uso de esquemas preexistentes nos quais as informações perceptuais deveriam ser encaixadas e, para haver esse encaixe, essas informações são ate mesmo distorcidas ou selecionadas, em um processo ativo no quais informações podem ser completamente apagadas. TEORIAS DO ESQUECIMENTO Teorias Neurológicas Muitos desses estudos analisam a memoria como processo neuronal e fisiológico (Chapouthier, 2005), e também as relações diretas com as contingencias que produzem padrões comportamentais conhecidos como fobias (Ohman, 2005) e medos (Cammarota, Bevilaqua, Izquierdo, 2005). VARIAVEIS QUE CONTROLAM OS COMPORTAMENTOS DE “LEMBRAR” E “ESQUECER”: CONTROLE DE ESTIMULOS • Probabilidade X acessibilidade • História de controle de estímulos. De maneira especifica, o estudo do “(...) controle de estímulos configurou-se como uma área de pesquisa de extrema relevância cientifica e social, por suas implicações na compreensão crescente de processos comportamentais complexos, tais como o aprendizado da linguagem, da noção de significado e dos comportamentos simbólicos em geral” (Hubner, 2006, p. 96). Controle de Estímulos Tipo S e Tipo R “Em geral, os organismos emitem respostas seletivamente, de acordo com o estado de seus ambientes presentes ou passados. Uma criança aprende chorar somente quando um dos pais esta em casa para reforçar o choro. Um cachorro não pedirá alimento na ausência de um ser humano. Dificilmente pediremos agua quando ninguém estiver na sala para ouvir (e então nos reforçar)” (Millensoe 1975/1967, p. 185). MEMÓRIA E APRENDIZAGEM Considera-se que os campos da aprendizagem e do que pode ser chamado tradicionalmente de memoria estão Intensamente inter-relacionados, de acordo com a perspectiva da Análise do Comportamento. Cabe destacar que nem sempre aprendizagens entre estímulos e respostas são desejadas ou socialmente aceitas. São exemplos as fobias, TOC, ansiedade generalizada. É importante destacar que os eventos antecedentes têm propriedades diversas e não há garantias de que o organismo responda sob o controle de uma propriedade especifica ou de outra (Catania, 1984). A depender da historia de reforçamento diferente em cada relação organismo-ambiente, o controle que um determinado estimulo exerce sobre um organismo pode variar (consequentemente variando a memória sobre determinados eventos). EX: medo de palhaço. Algumas questões... “E aquilo que penso e ninguém sabe? E minhas memorias da infância e demais situações, nomes, que lembro e não conto para ninguém, que me acompanham diariamente?”. Eventos Privados Como definidos por Skinner, comportamentos privados (ou encobertos) são aqueles que “estão sob controle de estímulos aos quais apenas a pessoa que se comporta tem acesso” (Skinner, 1957/1992, p. 130). O que acontece “dentro” do organismo no intervalo de tempo que se dá entre a aprendizagem de uma resposta e a retomada desse comportamento pode estar sob controle de eventos não observados publicamente. Para a AC as experiências não são armazenadas: elas mudam o modo de perceber, executar comportamentos, pensar e planejar. MEMÓRIA E APRENDIZAGEM APRENDER A LEMBRAR EMPARELHAMENTO - MTS APRENDIZAGEM EXTINÇÃO Por isso, pode-se explicar por que É muito mais fácil se lembrar da resposta a uma pergunta de múltipla escolha do que a uma pergunta dissertativa: na primeira situação, a deixa de recuperação está contida nas alternativas, o que não acontece na segunda. MEMÓRIA E APRENDIZAGEM O episódio de lembrar é composto por três diferentes momentos: a aprendizagem inicial (durante a qual ocorreria o armazenamento de informações, segundo a perspectiva cognitivista); a passagem do tempo; e, por fim, a oportunidade para recordar (recuperação do material armazenado). LEMBRAR “O computador recebe informações por meio do teclado ou do modem, processa-a em software, armazena-a no disco rígido e depois recupera a informação quando requisitado pelo usuário ou por outro programa” (Gazzaniga, Heatherton, 2005, p. 217). LEMBRAR MNEMÔNICA e REPETIÇÃO LEMBRAR pode ser aprendido TÉCNICAS De acordo com Catania (1984), o que é lembrado não é propriamente o estímulo, mas recordamos do controle que determinado estimulo exerceu sobre uma resposta particular. Dito de outro modo, quanto mais nos lembrarmos da nossa resposta ao estimulo, maiores e mais chances teremos de nos lembrar daqueles estímulos que controlaram respostas de modo diferenciado. Nesse sentido, não existe nenhuma probabilidade de lembrar-se de um evento ou objeto na ausência total de estímulos correlacionados com algumas propriedades do estimulo ou evento a ser lembrado; alguma estimulação ambiental precisa estar disponível e acessível para que as lembranças surjam, mesmo que não tenhamos consciência da presença desses estímulos (Catania, 1984). É interessante destacar que diversos teóricos, tanto da área cognitivista, das neurociências e também da Análise do Comportamento, concordam que o conteúdo lembrado não é uma reprodução, mas sim uma reconstrução do conteúdo armazenado. LEMBRAR As falhas do tipo “esquecimento” podem incluir: transitoriedade (esquecimento pela passagem do tempo), desatenção (a informação talvez não tenha sido codificada, não permitindo o seu armazenamento) e bloqueio (impossibilidade temporária de lembrar-se de algo já conhecido). Na categoria de “distorções”, são incluídas: má distribuição (atribuição de informações às fontes erradas), sugestionabilidade (alteração de memórias devido a obtenção de dados enganosos sobre determinados acontecimentos) e viés (influência de acontecimentos ocorridos no momento presente sobre a memória de eventos ocorridos no passado). DISTORÇÕES DA MEMÓRIA: OUTRAS VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM OS COMPORTAMENTOS DE “LEMBRAR” E “ESQUECER” Os estudos de Loftus et al. tem implicações bastante importantes para a compreensão do funcionamento da memória e ajudaram a atestar o conhecimento, que atualmente é consensual, de que memória não é simplesmente um registro permanente e imutável de eventos, a ser recuperado intacto quando necessário, como um arquivo em um computador, mas um registro maleável das experiências de alguém, sujeito a alterações de acordo com diferentes ocorrências, como a simples passagem do tempo (Morgan, Riccio, 1998). FUNCIONAMENTO DA MEMÓRIA Na terapia, o profissional possivelmente tentará extinguir o condicionamento em vigor por meio de tarefas dadas ao cliente, para que ele aprenda outros tipos de condicionamento. Ele possivelmente não punirá seu cliente e muito provavelmente conversará com ele sobre situações sociais reforçadoras, buscando encorajá-lo a manter a intimidade com pessoas próximas (Morgan, Riccio, 1998). COMO MELHORAR A MEMÓRIA: APLICAÇÕES DAS DESCOBERTAS SOBRE “LEMBRAR” E “ESQUECER” Além da idade, sabe-se que algumas demências senis ocasionam perdas de memória. Skinner e Vaughan (1983/1985) afirmaram que: “É melhor considerar a memória simplesmente como o processo de criar, da melhor forma possível, uma situação em que possamos nos lembrar com mais facilidade” (p. 46). COMO MELHORAR A MEMÓRIA: APLICAÇÕES DAS DESCOBERTAS SOBRE “LEMBRAR” E “ESQUECER” COMO MELHORAR A MEMÓRIA: APLICAÇÕES DAS DESCOBERTAS SOBRE “LEMBRAR” E “ESQUECER” Experimento 1: jovens e idosos são expostos a estímulos visuais e testados posteriormente sobre as figuras que viram e lembram. Experimento 2: Teste em pessoas com demência com arranjo contingencial. Experimento 3: Fidedignidade do relato de testemunhas na justiça. MEMÓRIA NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO: DE VOLTA ÀS IDEIAS DE SKINNER “memorizar simplesmente significa fazer o que devemos fazer para assegurar que possamos nos comportar novamente como estamos nos comportando agora” (Skinner, 1989/1991, p. 30). Nesse sentido, dizer que algo foi memorizado significa dizer que o comportamento foi colocado sob controle de determinados estímulos que, com alguma probabilidade, irão controlar as respostas da mesma classe em situações futuras. MEMÓRIA NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO: DE VOLTA ÀS IDEIAS DE SKINNER Se as contingências de reforçamento modificam nossa maneira de responder aos estímulos presentes no ambiente, também serão responsáveis pelas mudanças que ocorrerão no futuro, quando retomarmos o comportamento — o que seria descrito como lembrar. Para isso, usam-se várias estratégias de controle de estímulos, como, por exemplo, colocar a resposta em questão sob controle de vários estímulos do ambiente, tornando a recuperação mais provável no futuro (Skinner, 1953/2003). “Procurar alguma coisa é comportar-se de maneiras que foram reforçadas quando se achou alguma coisa. (...) O que faz uma pessoa para achar um item em uma caixa de objetos (...) ou nas prateleiras de um armazém? Como se faz para achar uma palavra em uma página (...)? O investigador experimentado move-se de um lado para outro, separa as coisas e movimenta os olhos de forma a aumentar as probabilidades de vir a encontrar o que procura e diminuir as de não a encontrar, e age assim por causa das contingências passadas” (Skinner, 1953/2003, p. 143). CONSIDERAÇÕES FINAIS Análise do Comportamento, Fisiologia e a Neurociência são complementares para um estudo completo da Memória, bem como, dos demais processos cognitivos.