Origem e Desenvolvimento da Psicologia Social

Propaganda
PSICOLOGIA E GRUPOS
Aula 01
OS PRINCÍPIOS DO POSITIVISMO E A
TESE DA UNIDADE DA CIÊNCIA
Comte (1798-1857) – Curso de filosofia positiva;
Estágio teológico:
explicação da
realidade
recorrendo a
agentes
sobrenaturais
Estágio
metafísico: os
agentes
sobrenaturais são
substituídos por
forças abstratas
Estágio positivo:
se renuncia
procurar a causa
última dos
fenômenos e a
ciência parte da
experiência
observável, as
leis da natureza.
FRANÇA
Sociologia de Émile Durkheim;
Gabriel Tarde;
Gustave LeBon.
ÉMILE DURKHEIM
A divisão do trabalho (1983) – evolução da sociedade;
Evolução social é um processo que parte de uma homogeneidade
inicial para uma heterogeneidade e uma diferenciação crescentes;
Consciência coletiva;
Prioridade do social sobre o individual.
GABRIEL TARDE: ESTUDO DA IMITAÇÃO
Nega a existência de uma consciência coletiva;
Reações recíprocas entre as consciências - a realidade social era o
produto de estados psicológicos que se dão como resultado da
associação dos indivíduos.
Interpsicologia
• Imitação
• Invenção
GABRIEL TARDE
Lei do descender
• As tendências no comportamento são iniciadas pelas pessoas
de status superior e imitadas pelas de menor status
Lei da progressão geométrica
• A difusão de ideias de uma população costuma começar
lentamente para depois crescer com rapidez
Lei do próprio antes que o estranho
• A cultura própria é imitada antes que as estrangeiras
GUSTAVE LEBON – A PSICOLOGIA DAS
MASSAS
A massa é uma entidade psicológica independente daquela de seus
membros;
Surgem determinados processos psicológicos que não estão presentes
no indivíduo isolado – lei psicológica da unidade mental das massas.
Concepção negativa da massa – retorno às formas mais primitivas de
reação;
Processo unidirecional;
Sugestão e contágio.
ALEMANHA
Partiam do princípio de que todo indivíduo mantém uma simbiose com
a cultura à qual pertence, e que as formas e conteúdos de cada
cultura são historicamente determinados;.
Herder
(1744-1803):
a sociedade era um supra-organismo no qual o indivíduo e
os grupos desempenham funções parecidas com as células
e os órgãos.
Pertencer a uma comunidade cultural homogênea era uma
condição necessária para que a pessoa pudesse
desenvolver suas capacidades e atualizar todo seu
potencial
a diversidade cultural era concebida como uma
característica natural da existência social humana, como
também o era o fato de que cada cultura fosse mudando
ao longo da história.
HEGEL
A realidade é mutável, principalmente a realidade no nível histórico;
A razão é uma construção eminentemente social. O ser humano não
possui uma essência imutável e constante. A essência do ser humano é
um ser contínuo devir.
A VÖLKERPSYCHOLOGIE (WUNDT)
A Völkerpsychologie, ou Psicologia dos Povos, foi se desenvolvendo na
Alemanha como conseqüência da atitude defensiva que adotaram as
disciplinas humanísticas frente ao avanço das ciências naturais.
A contribuição mais importante de Herbart para o desenvolvimento
da Völkerpsychologia foi sua concepção da personalidade individual
como um produto cultural.
“o homem não é nada sem a sociedade. O único que
sabemos com certeza do indivíduo completamente isolado é
que não teria humanidade” (Herbart, 1825/1968, II; p. 3).
IDEIAS PSICOSSOCIOLOGICAS NO
PENSAMENTO DE KARL MARX
A atividade humana, do ser social, determina a consciência ;
A importância da linguagem como consciência prática;
“... a linguagem é um produto social, e só em virtude da condição de
membro da sociedade o indivíduo adquire as categorias linguísticas
que constituem os parâmetros de sua consciência”.
Estes aspectos de pensamento marxista serão chaves para o
desenvolvimento da psicologia social soviética;
O homem modela ativamente o mundo em que vive, ao mesmo tempo
em que o mundo lhe dá forma... Inclusive nossa percepção de mundo
está condicionada pela sociedade.
GRÃ-BRETANHA
O comportamento humano não podia ser produto de forças instintivas
inatas, mas sim do aprendizado.
Ideia adotada por Herbert Spencer e, posteriormente, foi introduzida
na psicologia social através de William McDougall (1908).
Darwin: Após um período de tempo suficiente, o meio podia exercer
uma pressão constante em favor da seleção dos indivíduos com
características favoráveis, podendo surgir assim uma nova espécie;
Darwin nega a existência de diferenças qualitativas entre a espécie
humana e as demais espécies;
Tanto a linguagem quanto a consciência, que para Darwin era o traço
mais diferenciador da mente humana, eram o resultado da evolução
da inteligência.
ESTADOS UNIDOS
A verdade de uma ideia vem de suas consequências práticas;
Deste ponto de vista, não se pode falar da verdade como uma
propriedade essencial das coisas, mas sim como uma possibilidade
que se faz efetiva dependendo de seus efeitos sobre a conduta;
A indagação se inicia com uma dúvida vital, que podia comparar-se
com uma irritação que só cessa quando se buscam respostas que
acabam convertendo-se em crenças.
As crenças nos proporcionam uma regra para a ação ou hábito que
nos serve para atuar sobre o mundo. Para os pragmatistas, todo
conhecimento tem, portanto, um fim prático.
William James afirmava que o conhecimento tem consequências
práticas para a ação, e que o significado de uma ideia se deriva de
seus efeitos na orientação da experiência;
John Dewey, o conhecimento é uma forma de ação frente a uma
situação que é percebida como problemática;
O pensamento surge quando a pessoa tenta resolver os problemas
que a cada dia deve enfrentar. A verdade das crenças dependerá
de sua utilidade para a solução dos problemas.
O BEHAVIORISMO
A aprendizagem social seria essencial na explicação dos fenômenos
sociais;
Tarde e Ross: processo de imitação;
A imitação seria uma tendência natural do ser humano e essencial
para entender a uniformidade na sociedades;
O behaviorismo nega a existência de tendências naturais do ser
humano, e propõe explicar o surgimento da imitação a partir dos
processos de aprendizagem baseados nos processos de
condicionamento.
A PERSPECTIVA GESTALTISTA
Considera que o primeiro passo para desenvolver uma psicologia
sistemática é observar os fenômenos psicológicos tal como eles
ocorrem na experiência direta, pois a experiência de um evento
particular seria determinada pela organização do conjunto do qual
faz parte esse evento;
Fritz Heider: analisa a natureza especial da percepção social, pondo
em evidência o fato do sujeito e sua atividade fazem parte de uma
mesma unidade perceptiva;
Teoria da Atribuição: todas as pessoas possuem um conjunto de
teorias ingênuas sobre a vida social que serviriam de base para
interpretação dos eventos sociais e agir sobre eles.
A psicologia ingênua considera que o resultado de uma ação
depende da combinação de fatores pessoais e de forças ambientais
efetivas.
Outra influência da Gestalt: a forma como avaliamos as pessoas e
como formamos nossas impressões sobre elas (avaliações afetivas,
morais e instrumentais).
Solomon Asch: formar impressões significa organizar a informação
disponível acerca de uma pessoa de modo a poder integrá-la em
uma categoria significativa.
As primeiras informações a respeito de uma pessoa influenciam a
impressão final bem mais do que as informações subsequentes;
A PSICANÁLISE
Freud: a diferença entre a psicologia individual e a psicologia social
ou coletiva perde grande parte de sua nitidez quando examinada
mais de perto, pois o outro sempre está implicado na vida mental do
indivíduo como modelo ou como objeto de afeto e de relações de
competição e cooperação;
A psicologia individual não é uma psicologia fundamentalmente social
enquanto a psicologia social teria como fundamento a psicologia
individual.
Em todas as massas, artificiais ou organizadas, existiria uma relação
vertical constituída pela relação libidinal de todos os membros do
grupo com o líder e uma relação horizontal constituída pelas relações
libidinosas de cada membro do grupo com os outros.
É a identificação que leva à empatia, a empatia leva ao contágio e o
contágio à igualdade comportamental.
GRUPOS SOCIAIS
Disciplina: Dinâmica de
Grupo
GRUPOS
Primeiros estudos: visão negativa (séc. XIX):
Le Bon – Psicologia das Massas;
McDougall – instintos sociais inatos e múltiplos.
Freud – impulsos libidinais e o chefe;
Estudo do grupo: Kurt Lewin – término da II Guerra Mundial;
Influência:
definição de grupo (totalidade diferente da soma),
a maneira como descrevia as relações do indivíduo com o grupo (não
é a semelhança),
e forma de inserir os grupos no sistema social;
Interdependência – categorias sociais ou pequenos grupos formais.
TEORIA DE CAMPO DE KURT LEWIN
Campo dinâmico “é o espaço de vida que contém a pessoa e o seu
ambiente psicológico.”
Explica que o comportamento é função ou resultado da interação da
pessoa e do meio-ambiente, propondo a seguinte equaçao:
 C = f (P,M), onde P é pessoa e M é meio-ambiente.
TEORIA DE CAMPO DE KURT LEWIN
AMBIENTE PERCEBIDO
E INTERPRETADO E
RELACIONADO COM AS
NECESSIDADES DA PESSOA
AMBIENTE
PSICOLÓGICO
OU
COMPORTAMENTAL
TEORIA DE CAMPO DE KURT LEWIN
TODA NECESSIDADE
CRIA UMA
TENSÃO
SEM DIREÇÃO
AMBIENTE E INTERPRETADO
OBJETO, PESSOA
OU SITUAÇÃO PODE
VALÊNCIA
SATISFAZER
POSITIVA
NECESSIDADE
VALÊNCIA
NEGATIVA
ATRAEM,
APROXIMA
OBJETO, PESSOA
OU SITUAÇÃO TRAZER
PREJUÍZO
REPELEM,
AFUGENTA,
AFASTA
TEORIA DE CAMPO DE KURT LEWIN
TODA
NECESSIDADE
CRIA UMA
TENSÃO
SEM DIREÇÃO
VALÊNCIA
POSITIVA
AMBIENTE E INTERPRETADO
OBJETO, PESSOA
OU SITUAÇÃO PODE
BAR
SATISFAZER
REI
NECESSIDADE
RA
ATRAEM,
APROXIMA
Se a tensão/necessidade é grande (muita fome) e surge uma barreira
pessoa, ela pode tumultuar o comportamento e se for intransponível
cria uma frustração. E gera mais tensão.
TEORIA DE CAMPO DE KURT LEWIN
O PROCESSO GRUPAL
Os processos grupais são experiências fundamentais para as nossas
formações, estruturações de convicções e para o desenvolvimento de
nossas capacidades.
Com toda a carga das experiências anteriormente vividas que nos
jogamos em novas experiências de relacionamentos grupais;
A nossa inserção grupal pode ser realizada de uma forma consciente
ou não.
Temos consciência de que participamos de alguns grupos comumente
aqueles que aderimos por uma opção pessoal;
A participação nos demais é feita, geralmente, de maneira rotineira e
sem nos darmos conta;
E muitas vezes somos carregados pelo grupo.
O PROCESSO GRUPAL
Todos os grupos podem estar a serviço da transformação social
quanto da sua manutenção;
Estamos, portanto, rodeados de grupos e participando ou negando
participar deles em todos os momentos de nossas vidas.
A PREOCUPAÇÃO COM O GRUPO
Na área de pesquisa cria a Sociometria para o estudo de relações
de aproximação e afastamento entre as redes de preferência e
rejeição, tanto nos grupos quanto na comunidade como um todo;
Lewin cria o termo "dinâmica de grupo", que foi utilizado pela
primeira vez em 1944;
Não podemos esquecer que a preocupação com grupos, de Moreno e
de Lewin aparecem em seguida às inovações tayloristas e fordistas
que levam à elevação dos lucros mas também à deterioração das
relações tanto dos operários entre si quanto em relação a chefias e
patrões.
A PREOCUPAÇÃO COM O GRUPO
Há uma tradição no estudo e na intervenção com pequenos grupos
que privilegia o treinamento em busca da produtividade;
Os especialistas em grupos se atêm a aplicação de técnicas grupais
que desenvolvem a cooperação entre os participantes e não levam o
grupo a se autocriticar e buscar o seu caminho para o funcionamento,
pois uma das possibilidades é não mais se constituir enquanto grupo;
Neste caso, a constituição do grupo está a serviço da instituição, como
instrumento de controle sobre os indivíduos.
GRUPO OU PROCESSO GRUPAL
Em geral, os(as) autores(as), ao se referirem ao conceito de grupo,
partem da descrição do mesmo fenômeno social: a reunião de duas
ou mais pessoas com um objetivo comum de ação;
O que difere é a leitura que os mesmos fazem do processo de
constituição do grupo e do entendimento da finalidade do mesmo;
Lewin centra a sua definição de grupo, na interdependência dos
membros do grupo, onde qualquer alteração individidual afeta o
coletivo.
GRUPO OU PROCESSO GRUPAL...
Lewin demonstra uma preocupação em buscar o "grupo como um ser"
que transcende as pessoas que o compõem;
Há uma visão de um grupo "ideal", aquele marcado por uma grande
coesão.
GRUPO OU PROCESSO GRUPAL
Pontos importantes para o estudo de pequenos grupos sociais:
 o contato entre as pessoas e a busca de um objetivo comum;
 a interdependência entre seus membros;
 a coesão ou espírito de grupo que varia em um contínuo que vai da
dispersão até unidade.
GRUPO OU PROCESSO GRUPAL
Podemos dizer, que de acordo com o referencial de homem e de
mundo que os cientistas sociais assumem, vai variar o entendimento, o
sentido e a explicação que os mesmos vão dar em relação ao grupo
e aos processos grupais;
Lane (1986) enfatiza que a função do grupo é definir papéis, o que
leva a definição da identidade social dos indivíduos e a garantir a
sua reprodutividade social.
GRUPO IDEAL?
Existe um modelo ideal de grupo?
Na tradição lewiniana temos um ideal de grupo coeso, estruturado,
acabado;
Passa a idéia de um processo linear;
Neste modelo não há lugar para o conflito;
Estes conflitos são vistos como algo ameaçador;
O grupo é como um modelo de relações horizontais, equilibradas,
eqüitativas, onde as pessoas se amem e se respeitem;
Um modelo ideal de funcionamento social.
GRUPO OU PROCESSO GRUPAL...
O grupo também pode ser visto como um lugar onde as pessoas
mostram suas diferenças;
Onde as relações de poder estão presentes e perpassam as decisões
cotidianas, onde o conflito é inerente ao processo de relações que se
estabelece;
Onde há uma convivência do diferente, do plural;
Num confronto de ideias, buscando conciliar apenas o conciliável,
deixando claro as individualidades, o diferente;
A importância de afirmar que as pessoas são diferentes, possuem e
pensam valores diferentes.
Determinações de classe social, de gênero, de raça e de
nacionalidade;
Relações que se embaterão tanto na busca consciente de uma
determinação quanto de defesas inconscientes utilizadas para lutar
e/ou fugir das ameaças que as novas situações desconhecidas nos
colocam;
Conflitos que podem gerar conforme Bion (1975), situações de
funcionamento na base de ataque ao desconhecido ou da espera de
um messias que venha trazer a salvação ao grupo.
O grupo precisa ser visto como um campo onde os trabalhadores
sociais que se aventuram devem ter claro que o homem sempre é um
homem alienado e o grupo é uma possibilidade de libertação (Lane,
1986), possibilidade de ser sujeito;
Mas também pode ser uma maneira de fixá-lo na sua posição de
alienado;
As relações que se estabelecem podem ser meramente de
reprodução das relações de dominação e de alienação.
Enrique Pichon-Rivière (1907 – 1977), foi um psiquiatra e psicanalista
argentino de origem suíça, que contribuiu muito com o questionamento
que levantou sobre a psiquiatria e a questão dos grupos em hospitais
psiquiátricos, cria a técnica dos grupos operativos;
Um dos conceitos fundamentais é o de ECRO – Esquema Conceitual
Referencial e Operativo;
Pichon afirma que cada um de nós possui um ECRO individual;
Ele é constituído pelos nossos valores, crenças, medos e fantasias.
Dialogamos com os outros, ou melhor, com os ECROs dos outros, e
levamos também nosso ECRO;
Como nem sempre explicitamos os nossos ECROs o nosso diálogo
pode ser dificultado;
Quando se está trabalhando em grupos, a realização da tarefa
estabelecida pode ser dificuldade pelas diferenças de ECROs que
estão em jogo;
O autor fala na construção de um ECRO grupal;
Este ECRO seria um esquema comum para as pessoas que participam
de um determinado grupo – sabendo o que pensam em conjunto –
poderem partir para agir coletivamente com o aclaramento das
posições individuais e da construção coletiva que favorece a tarefa
grupal.
COMO "FUNCIONA" O
PROCESSO GRUPAL?
Pensar o grupo como um projeto, como um eterno vir-a-ser;
Pensando como Sartre e Lapassade (1982):
 Este processo é dialético;
 Constituído pela eterna tensão entre a serialidade e a totalidade;
 Há uma ameaça constante da dissolução do grupo e a volta à serialidade, onde
cada integrante assume e afirma a sua individualidade sendo mais um na presença
dos demais;
 Ao mesmo tempo há uma busca constante pela totalidade, dando sentido a relação
estabelecida.
COMO "FUNCIONA" O PROCESSO
GRUPAL?
Partindo da idéia de processo e da construção coletiva do projeto,
não podemos pensar em um "treinamento" de grupo, no sentido de
aplicação de uma série de exercícios que possam ajudar as pessoas
a atingir um "ideal de grupo" pertencente ou criado pelo "profissional
treinador";
As chamadas "dinâmicas de grupo" nada mais são do que técnicas
de submissão do grupo ao profissional e à instituição/organização.
COMO "FUNCIONA" O PROCESSO
GRUPAL?
A constituição do grupo em processo pode requerer a presença de
um profissional – técnico em processo grupal;
O trabalho do mesmo será auxiliar a que as pessoas envolvidas na
experiência pensem o processo que estão vivenciando;
O se pensar não cada um individualmente, mas cada um participando
de um mesmo barco que busca estabelecer uma rota.
Talvez o porto não seja seguro, porque não existe um destino final, e
quando isso acontece o grupo se dissolve e o processo acaba.
Enquanto o grupo persiste é um constante navegar;
Um constante questionar a rota;
Um aprender a conviver com a insegurança e com a incerteza;
Talvez uma mudança de rota devido a avaliação do trajeto já percorrido
e do que falta;
Enfim, há uma preocupação em centrar na tarefa e tornar explicítas as
questões implícitas que estão dificultando a realização da tarefa
pretendida, ou que a estão facilitando.
Esta é uma maneira de o grupo se tornar sujeito do seu próprio processo;
Os integrantes da experiência terão condições de tomar decisões de
forma mais lúcida.
NATUREZA E CLASSES DE GRUPOS
Categorias sociais: Conjuntos ou categorias de pessoas constituídas
por critérios menos arbitrários ou mais primários, como raça, gênero,
nacionalidades etc.
Para qualificar de um grupo um conjunto de pessoas, a primeira
condição é que elas mantenham uma relação específica entre elas.
DIFERENCIAÇÃO GRUPAL
Diferenciação Grupal: processo psicológico de avaliação de grupos –
Relações Intergrupais;
Identidade Social: consciência do indivíduo possui de pertencer a um
determinado grupo social, com à carga afetiva e emocional que esta
pertença traz para o sujeito.
Processo social intrapsíquico, interindividual e intergrupal.
IDENTIDADE SOCIAL
Pressupostos básicos da Identidade Social: os sujeitos procuram
manter identidades sociais positivas e a categorização social divide o
mundo social em duas categorias: o seu grupo e o grupo dos outros.
Continuum comportamento interpessoal – intergrupal;
Os processos psicológicos que acontecem com e no indivíduo depende
desse jogo de relações de poder.
IDENTIDADE PESSOAL OU SOCIAL?
a identidade social é "o conhecimento do indivíduo de que ele [ou
ela] pertence a determinados grupos sociais, juntamente com algum
significado emocional e de valor para ele [ou ela] desta associação
de grupo”.
QUEM SOU EU?
E quem são os outros?
GRUPOS SOCIAIS
Disciplina: Dinâmica de
Grupo
favoritismo endogrupal:
os indivíduos se identificam com um grupo interno e interiorizam que
os membros do grupo impactam seu autoconceito,
o contexto vigente fornece bases para comparação entre os grupos, e
relevância percebida da comparação, que em si vai ser moldada
pela situação relativa e absoluta dos ingroup.
A AUTOCATEGORIZAÇÃO
A autocategorização social serve para regular a atividade cognitiva
do indivíduo também fornecendo uma base para a influência social
mútua.
Os membros do grupo também exercem influência um sobre o outro,
sugerindo formas adequadas de comportamento e, se necessário, agir
para impor normas grupais.
No entanto, isso vale a depender do grau em que as pessoas:
gostam e confiam uns nos outros,
comunicam-se de forma eficaz,
são capazes de persuadir e influenciar-se mutuamente,
buscam a cooperação, e
são capazes de agir coletivamente.
E se os membros de qualquer grupo percebem que haja barreiras
reais e injustas para com o seu progresso no trabalho, podem:
Confrontam os outros grupos.
Conflito social e hostilidade aberta.
realizar mudanças nas crenças sociais, através de questionamentos
sobre
um sistema objetivamente rígido de estratificação social;
o desejo de criar ou intensificar o impacto de membros do grupo,
a motivação para esclarecer limites de grupo vagos ou inexistentes,
ou
a divisão ou conflito entre dois grupos.
As mesmas pessoas podem se definir como participante de um grupo
interno ou um grupo externo em diferentes contextos.
Quando uma pessoa se identifica fortemente com uma determinada
organização, ele ou ela pode mais facilmente interpretar o mundo, e
seu próprio lugar dentro dele, de uma maneira consistente com os
valores daquela organização, ideologia e cultura.
AS RELAÇÕES ENTRE O INDIVÍDUO E O
GRUPO
Facilitação social;
Vadiagem social;
Desindividuação.
FACILITAÇÃO SOCIAL
As respostas dominantes, ou seja, aquelas respostas bem aprendidas,
são facilitadas quando a pessoa se encontra em estado de excitação;
Já as respostas não dominantes são prejudicadas por esse mesmo
estado;
A presença de outras pessoas gera excitação emocional e,
consequentemente, deve prejudicar o desempenho de
comportamentos não dominantes e facilitar o desempenho dos
comportamentos dominantes.
Presença de outras pessoas favorece o desempenho quando a pessoa
domina bem a resposta a ser emitida;
Caso contrário, a presença de outros inibe o desempenho;
O trabalho em grupo, portanto deve ser incentivado quando as
pessoas estão bem treinadas na tarefa a ser desempenhada;
Facilitação social: refere-se ao fortalecimento de reações dominantes
em decorrência da presença de outros.
VADIAGEM SOCIAL
Tendência de membros de um grupo a despender menos esforços
quando trabalham em grupo do que quando trabalham sozinhos;
Os membros de uma equipe podem se sentir menos motivados
quando desempenham tarefas aditivas, isto é, aquelas tarefas em
que a realização do grupo depende da soma dos esforços
individuais;
Por problemas de coordenação, as pessoas puxariam a corda em
direções ou momentos diferentes.
Quando a pessoa cujo desempenho estamos avaliando é o único alvo
das forças sociais tem lugar o fenômeno de facilitação social;
Quando, todavia, a pessoa é apenas um de muitos alvos dessas
forças tem lugar o fenômeno de vadiagem social;
Vadiagem social pode ser reduzido ou evitado de vários formas:
aumentar a identificação e a facilidade de avaliação das
contribuições individuais; aumentar o envolvimento e a
responsabilidade dos membros; aumentar a atratividade das tarefas.
DESINDIVIDUAÇÃO
Três variáveis são importantes para introduzir mudanças psicológicas
capazes de produzir comportamentos dessa natureza: o anonimato, a
difusão da responsabilidade e a presença ou tamanho do grupo;
Conduz a perda da identidade e uma redução na preocupação
quanto à avaliação social, o que resulta em atos impulsivos,
irracionais e regredidos porque eles não estão sob os padrões usuais
de controle pessoal e social.
Quanto maior o grupo e quanto maior o anonimato físico, maior a
desindividuação e mais intensos seus efeitos negativos sobre o
comportamento das pessoas;
As pessoas desindividualizadas ficam mais propensas a reagir às
demandas do ambiente, sem pensar em seus próprios valores e
atitudes;
Autoconsciência.
ESTRUTURAS DOS GRUPOS
SOCIAIS
FORMAÇÃO DE NORMAS
Todo grupo social possui normas sem as quais não seria possível sua
sobrevivência;
Normas sociais são padrões ou expectativas de comportamentos
partilhados pelos membros de um grupo;
Normas se aplicam a grupos de qualquer tamanho;
FORMAÇÃO DE NORMAS
O estabelecimento de normas grupais constitui um excelente substituto
para o uso do poder que, muitas vezes, provoca tensão e ônus aos
membros do grupo.
Em grupos muito amplos:
Especificação das atitudes ou comportamentos desejados;
Fiscalização pelo grupo da obediência às especificações;
Aplicação de sanções aos não-conformistas.
LIDERANÇA
Há uma tendência geral no sentido de rejeitar as teorias baseadas
em traços de liderança e aceitar a posição segundo a qual a
liderança é um fenômeno emergente, fruto da interação entre os
membros do grupo e dependente da atmosfera e das finalidades do
grupo;
Lewin: 3 atmosferas grupais – autocrática, democrática e laissezfaire.
LIDERANÇA
Autocrático: o líder utiliza-se de poder coercitivo e decide o que o
grupo deve fazer e como fazer;
Democrático: as decisões são tomadas por consenso da maioria,
cabendo ao líder apenas a tarefa de orientar a atividade de forma
democrática;
Laissez-faire: não dispões de líder, sendo permitido a todos fazerem
o que quiserem.
LIDERANÇA
A liderança democrática torna os liderados menos dependentes do
líder;
A atmosfera autocrática produz resultados melhores que as demais
em termos de eficiência do trabalho, porém os liderados ficam
perdidos sem o líder;
O líder democrático tem mais influência que o autocrático.
LIDERANÇA
Líderes pouco aceitos pelo grupo são mais eficazes em situações em
que as tarefas a serem realizadas pelo grupo são muito favoráveis
ou muito desfavoráveis (liderança orientada para a tarefa);
Se as tarefas são em nível intermediário de dificuldade, a liderança
mais eficaz será exercida por líderes bem aceitos pelo grupo que
lideram (liderança orientada para as relações);
STATUS E PAPEL
Sociologicamente, status refere-se à posição de uma pessoa no
sistema social;
No caso dos grupos, status é o prestígio desfrutado por um membro
do grupo;
Pode ser tal como o indivíduo o percebe (status subjetivo) e pode ser
resultado do consenso do grupo acerca deste indivíduo (status social);
Obviamente, o status subjetivo pode ou não corresponder ao status
social.
STATUS E PAPEL
Dependendo da natureza do grupo, determinados atributos serão
significantes para a conferição de status.
Justiça distributiva: refere-se à relação entre o que uma pessoa
obtém em termos de recompensa e o que ela incorre em termos de
custos, aqui e agora;
STATUS E PAPEL
Congruência de status: refere-se à impressão que ela causa em
outras, aos estímulos que ela apresenta a outras, o que poderá afetar
o seu comportamento posterior em relação a estas outras pessoas e,
consequentemente, às recompensas futuras que ela auferirá por parte
destas.
STATUS E PAPEL
Pode ocorrer desastrosas consequências para o funcionamento de um
grupo sempre que se verifique uma não correspondência entre status
subjetivo e resultados obtidos em termos de recompensas e custos,
e sempre que ocorra uma perturbação na congruência do status
causada pelo fato de membros de um grupo não proporcionarem
resultados correspondentes à posição de um indivíduo no grupo.
STATUS E PAPEL
Normas sociais e também status subjetivo e social influem no papel a
ser desempenhado pelos membros de um grupo;
Os papéis facilitam a interação social;
As normas sociais prescrevem papéis de uma forma muito mais
determinada e específica que o status dos membros de um grupo;
A noção de congruência de status implica o reconhecimento de papéis
diversos a serem desempenhados pelos membros que diferem entre si.
STATUS E PAPEL
Nenhum grupo humano pode funcionar adequadamente sem o
estabelecimento de papéis para seus membros;
A ambiguidade de papéis a serem desempenhados pelos membros
de um grupo é causa frequente de tensão e conflitos entre seus
membros – abandono ou expulsão do membro do grupo.
STATUS E PAPEL
Para funcionamento harmonioso do grupo faz-se necessário que o
papel atribuído a si pelo próprio indivíduo seja coerente com o que
dele esperam os demais membros;
A noção de papel não implica um conceito estático, imutável e
perene;
Os papéis são desempenhados pelos membros de acordo com as
características sistêmicas do grupo a que pertencem.
TEORIA DO IMPACTO SOCIAL
O impacto social de outras pessoas sobre o indivíduo depende de:
Número de observadores do comportamento;
Magnitude das forças sociais (status, idade, nível de conhecimento);
Proximidade física da audiência.
Quando a pessoa cujo desempenho estamos avaliando é o único alvo
das forças sociais, o fenômeno de facilitação social ocorre de acordo
com o que vimos acima; se, todavia, a pessoa é apenas um de muitos
alvos desta forças, então ocorre o fenômeno de “preguiça social”.
TOMADA DE DECISÃO
Decisões tomadas em grupo tendem a ser mais arriscadas, mais
audaciosas e menos conservadoras que as decisões individuais.
Isso se deve principalmente ao fato de nas decisões tomadas em
grupo verificar-se uma difusão de responsabilidade.
Nas discussões grupais, os membros do grupo comparam suas
posições com as dos outros membros. Ao verem que certos membros
tomam posições mais arriscadas, os mais conservadores passam a ser
mais parecidos com aqueles.
TOMADA DE DECISÃO
Groupthink (pensamento grupal): tendência de os membros de grupos
coesos se deixarem levar pelo entusiasmo do grupo e passarem a
agir mais emocional do que racionalmente;
O objetivo principal passa a ser a coesão do grupo em torno de
certas ideias, e não análise racional das mesmas;
Esta atração por manter a coesão grupal ofusca o raciocínio crítico
dos membros do grupo e pode levar seus membros a decisões
desastrosas.
TOMADA DE DECISÃO
Grau de risco envolvido na tomada de uma decisão: a tendência de
um grupo vir a tomar decisões mais arriscadas do que aquelas
defendidas inicialmente por seus membros;
Isto de daria pelo somatório de opiniões sobre um dado assunto, na
mesma direção, que não teriam sido levadas em consideração por
seus membros, isoladamente;
Porém, quando um grupo se encontra dividido quase que igualmente
em torno de alguma posição, o efeito polarização tende a não se
manifestar.
IDENTIFICAÇÃO GRUPAL
Membros de um grupo psicológico muitas vezes se identificam com os
objetivos e os ideais do grupo;
Influência das minorias (Moscovici): através de um procedimento
baseado na consistência, membros minoritários de um grupo podem
exercer uma influência significativa dentro dele, lançando mão do
poder das informações.
OBEDIÊNCIA
OBEDIÊNCIA E PREOCUPAÇÃO COM O
AUTORITARISMO
Comunicador: inteligente e crível;
Mensagem: afirmativa;
Audiência: neuroses e grau de autoestima, ao contrário da
inteligência.
Teoria da influência pessoal.
Moscovici sustenta que o poder e a influência são processos
alternativos e que as pessoas só se submetem ao poder da influência
quando não conseguem influenciar;
Turner: a certeza individual não é associal;
Deutsch e Gerard: influência normativa e informativa.
MINORIAS ATIVAS
MINORIAS ATIVAS
Moscovici: a dependência de informações dos outros é um sintoma e
não uma causa de dependência;
Inovação;
Principal hipótese: para convencer o grupo e mudar suas normas, a
minoria deve expressar opiniões consistentes e coerente com suas
atitudes.
A INFLUÊNCIA SOCIAL
INCONSISTENTE PROVOCANDO
QUESTIONAMENTOS
A INFLUÊNCIA SOCIAL INCONSISTENTE
PROVOCANDO QUESTIONAMENTOS
Mugny e o processo de inovação, envolve:
Poder majoritário;
População;
As minorias.
Fonte majoritária: conformismo superficial, influência direta;
Fonte minoritária: mudança profunda.
Psicologização.
Download