CAPITULO 4- INIBIDORES DE CORROSÃO 4.1- Introdução É uma substância ou mistura de substâncias que, quando presente em concentrações adequadas, no meio corrosivo, reduz ou elimina a corrosão. Esquema: Preventivos Curativos Esquema preventivo É aquele que protege contra a corrosão antes do início desta. Esquema curativo É aquele que se aplica após se verificar danos devido a corrosão. Proteção contra a corrosão: Proteção anódica Proteção catódica Proteção por meio de inibidores Proteção por recobrimentos superfíciais Exemplos da utilização de inibidores Soluções aquosas. Águas para fins de abastecimento, de refrigeração, águas naturais, águas de processo e de caldeiraria. Soluções ácidas Usadas para decapagem de metais, processos e etc. Soluções contendo óleo Usadas para proteção durante a fabricação, estocagem, transporte e etc. Para que a utilização dos inibidores seja satisfatória: 1- Corresponde às causas da corrosão no sistema (a fim de identificar os problemas que podem ser solucionados com o emprego de inibidores). 2- Vem o custo da sua utilização, para verificar se excede ou não o das perdas originadas pelo processo corrosivo. OBS: Nessa avaliação deve-se levar em conta fatores como: * Aumento da vida útil do equipamento; · * Eliminação de paradas não programadas; * Prevenção de acidentes resultantes de fraturas por corrosão; *Aspecto decorativo de superfícies metálicas; *Ausência de contaminação de produtos, etc. 3- As propriedades e os mecanismos de ação dos inibidores a serem usados, a fim de verificar sua compatibilidade com o processo em operação e com os materiais metálicos usados. Tal compatibilidade tem por objetivo evitar efeitos secundários prejudiciais, como por exemplo: Redução de ação de catalisadores devido à possibilidade de os inibidores ficarem adsorvidos nesses catalisadores; Queda de eficiência térmica; Possibilidade de um inibidor proteger um material metálico e ser corrosivo para determinado metal, como ocorre com as aminas, que protegem aço, mas atacam cobre e suas ligas. 4- Vêm as condições adequadas de adição e controle, para evitar possíveis inconvenientes, como: a- Formação de espuma em função de agitação do meio; b- Formação de grande espessura de depósitos de fosfatos, silicatos ou carbonatos de cálcio pode dificultar as trocas térmicas, em caldeiras, por exemplo; c- Efeitos tóxicos, principalmente em equipamentos de processamento de alimentos e em abastecimento de água potável, como os provocados pelo nitrito de sódio, que é um bom inibidor para ferro e aço, mas não pode ser usado em água potável; d- Ação poluente se não for feito prévio tratamento desses despejos, como acontece quando se usa cromato como inibidor de corrosão; e- Perda de inibidores devido à deficiente solubilidade no meio corrosivo; f- Reações entre os inibidores e possíveis contaminantes do meio corrosivo, com a formação de produtos insolúveis ou a redução de inibidores oxidantes, como por exemplo, a de cromatos por gás sulfídrico ou sulfetos, anulando a ação deste inibidor, pois pode ocorrer a reação: 2CrO42- + 16H+ + 3S2- 2Cr3+ + 3S + 8H2O 4.2- Mecanismo geral 1- O inibidor adsorve sobre a superficie metálica por adsorção química. 2- O inibidor provoca a formação de uma película de óxido protetor do metal base. 3-O inibidor reage com um componente potencialmente corrosivo presente no meio aquoso. 4.3- Classificação dos inibidores Existem diferentes classificações para os inibidores, entre as quais aquelas baseadas na composição e no comportamento. Têm-se, então: - Quanto à inorgânicos; composição, inibidores orgânicos e - Quanto ao comportamento, inibidores oxidantes, nãooxidantes, anódicos, catódicos e de adsorção. Inibidores Anódicos Os inibidores anódicos atuam reprimindo reações anódicas, ou seja, retardam ou impedem a reação do anodo. Funcionam, geralmente, reagindo com o produto de corrosão inicialmente formado, ocasionando um filme aderente e extremamente insolúvel, na superfície do metal, ocorrendo a polarização anódica. Exemplificando Substâncias como hidróxidos, carbonatos, silicatos, boratos e fosfatos terciários de metais alcalinos são inibidores anódicos, porque reagem com os íons metálicos Mn+ produzidos no anodo, formando produtos insolúveis que têm ação protetora. Esses produtos são quase sempre de hidróxidos, resultando o íon OH- da hidrólise dos inibidores citados. Exemplificando-se com os carbonatos, tem-se a sua hidrólise com formação de íon hidroxila, de acordo com a reação, CO32- + 2H2O 2OH- + H2CO3 Mn+ + nOH- M(OH)n Cuidados: _Quantidade adequada para a proteção, pois para cada inibidor há uma concentração crítica na solução acima da qual há inibição, mas se a concentração do inibidor apresentar valor mais baixo do que a concentração crítica, o produto insolúvel e protetor não se forma em toda a extensão da superfície a proteger, tendo-se então corrosão localizada nas áreas não protegidas. _Manter a concentração do inibidor acima do valor crítico, _Em todas as partes do sistema, agitando, _Velocidade adequada de escoamento, evitando-se frestas e filmes de óleo ou graxa nas superfícies. Exemplos de inibidores anódicos _os cromatos, devido à eficiente proteção aliada de aplicabilidade para diferentes metais (ferro, aço, zinco, alumínio, cobre, latão, chumbo e diversas ligas) _um inibidor anódico muito usado é o nitrito de sódio, que, como oxidante, oxida o ferro a uma película de Fe2O3, aderente e protetora: 2Fe + NaNO2 + 2H2O Fe2O3 + NaOH + NH3 OBS nitritos sofrem decomposição, em meio ácido, eles devem ser usados como inibidores somente em meio neutro ou alcalino, isto é, pH 7, a fim de evitar reação de decomposição. Inibidores Catódicos Atuam reprimindo reações catódicas. São substâncias que fornecem íons metálicos capazes de reagir com a alcalinidade catódica, produzindo compostos insolúveis. Esses compostos insolúveis envolvem a área catódica, impedindo a difusão do oxigênio e a condução de elétrons, inibindo assim o processo catódico. Essa inibição provoca acentuada polarização catódica. Exemplificando Sulfatos de zinco, de magnésio e de níquel são usados como inibidores catódicos, pois os íons Zn2+, Mg2+, e Ni2+ formam com as hidroxilas, OH-, na área catódica, os respectivos hidróxidos insolúveis (Zn(OH)2, Mg(OH)2 e Ni(OH)2), cessando o processo corrosivo. Os sais de zinco são os mais usuais, principalmente em tratamento de água de sistema de refrigeração. Inibidores de Adsorção Funcionam como películas protetoras, algumas substâncias tem a capacidade de formar películas sobre as áreas anódicas e catódicas interferindo com a reação eletroquímica. Exemplificando **colóides, sabões de metais pesados, substâncias orgânicas com átomos (O, S, N), podendo-se citar os aldeídos, aminas, compostos heterocíclicos nitrogenados e uréia. Cuidados: _ Velocidade do fluido; _Volume e concentração do inibidor usado para tratamento; _Temperatura do sistema; _Tempo de contato entre o inibidor e a superfície metálica e _ Composição do fluido do sistema. Fatores que influenciam a escolha de inibidores: Metal; Meio (composição, pH, impurezas, temperatura, agitação, microorganismos e etc. ) Custo