TEMAS A SEREM ABORDADOS 1) Política de Substituição à Importação 8) Bresser, Maílson e Verão 2) O Plano de Metas 9) O Plano Collor 3) O Período Pré-Militarismo 10) O Real Pré-FHC 4) O PAEG 11) O Real no Governo FHC 5) O Milagre Econômico 12) O Primeiro Governo Lula 6) O II PND 7) A Crise dos Anos 80 8) O Plano Cruzado 1) Política de Substituição à Importação Período – 1950 a 1956 Governo Dutra 2) O Plano de Metas Período – 1956 a 1961 Governo JK 3) O Período Pré-Militarismo Período – 1961 a 1964 Governo Jânio 4) O PAEG Período – 1964 a 1967 Governo Castelo Branco 5) O Milagre Econômico Período – 1967 a 1973 Governo Costa e Silva/Médice 6) O II PND Período – 1974 a 1979 Governo Geisel 7) A Crise dos Anos 80 Período – 1980 a 1984 Governo Figueiredo 8) O Plano Cruzado e a Nova República Período – 1985 a 1990 Governo Sarney 9) Bresser, Maílson e Verão Período – 1985 a 1990 Governo Sarney 10) O Plano Collor Período – 1990 a 1992 Governo Collor 11) O Plano Real Pré-FHC Período – 1993 a 1994 Governo Itamar 12) O Plano Real no Governo FHC Período – 1994 a 1998 Governo FHC 13) O Segundo Governo FHC Período – 1998 a 2002 Governo FHC 13) O Primeiro Governo Lula Período –2003 a 2006 Governo Lula 14) O Segundo Governo Lula Período –2007 Governo Lula PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES • Este processo baseia-se na idéia de alcançar o desenvolvimento,superar as restrições externas e ampliar o leque de exportação de produtos primários. • Com a diversificação da produção industrial diminuem as importações para atendimento ao mercado doméstico. 17 Mecanismos de proteção utilizados no PSI • 1) desvalorização cambial. • 2) controle de câmbio • 3) taxas múltiplas de câmbio. • 4) elevação de tarifas aduaneiras 18 PSI Industrialização através do chamado Processo de Substituição de Importações. • Características: • Estrangulamento externo: Queda do valor das exportações com manutenção da demanda interna, – a demanda por importações gera escassez de divisas. • Desvaloriza-se a taxa de cambio, – aumentando a competitividade e rentabilidade da produção doméstica, dado o encarecimento dos produtos importados. 19 PSI (cont.) • Gera-se uma onda de investimentos nos setores de substituição de importação, – produzindo-se internamente parte do que antes era importado, aumentando a renda e consequentemente a demanda; • Observa-se novo estrangulamento externo, dado que parte dos investimentos e do aumento de renda se traduziram em importações, retomando-se o processo. 20 PSI ( cont.) • Motor dinâmico do PSI era o estrangulamento externo; – Este funcionava como estímulo e limite ao investimento industrial: • quando o investimento e a produção avançava em um determinado setor, geravam-se pontos de estrangulamento em outros. A demanda pelos bens desses outros setores era atendida através de importações. Com o tempo, estes bens são passavam a ser objeto de novas ondas de investimento. 21 PSI • A pauta de importação ditava a seqüência dos setores objeto de investimento industriais que, a grosso modo, foi a seguinte: • Bens de consumo (leves): um alimento, par de sapatos; • Bens de consumo duráveis:prestam serviços durante um tempo relativamente longo; • Bens intermediários: Bens manufaturados ou matérias primas processadas que são empregados para a produção de outros bens ou produtos finais; • Bens de capital: Bens que servem para a produção de outros bens, especialmente os bens de consumo. 22 PSI • Principais dificuldades na implementação PSI foram: A) desequilíbrio externo : crescimento viável , principalmente através do capital externo. • Valorização cambial para os importadores de bens essências na categoria geral estimulando o investimento industrial • - uso do confisco cambial- desestimulando as exportações de produtos agrícolas; • Elevada demanda por importações devido a este investimento industrial e ao aumento de renda. • Indústria sem competitividade, devido ao protecionismo, visava atender ao mercado interno; 23 PSI- • B) aumento da participação do Estado, aumentando a tendência ao déficit publico: • -A adequação do arcabouço institucional à industria : legislação trabalhista; • - a geração de infra- estrutura básica: energia (Furnas e Três Marias) e transporte; • - o fornecimento dos insumos básicos: • -O Estado deveria atuar em caráter complementar ao setor privado- CSN,CVRD,CNA, a Petrobrás, inúmeras hidrelétricas etc. 24 PSI • C) escassez de fontes de financiamento • - a) quase inexistência de um sistema financeiro – -lei da usura que desestimulava a poupança • - b) ausência de uma reforma tributária ampla – -pois a arrecadação continuava centrada no Comércio Exterior e era difícil ampliar a base tributária. 25 PSI – A agricultura não poderia ser mais penalizada, – A indústria deveria ser estimulada – Os trabalhadores, além de sua baixa remuneração, eram parte da base de apoio dos governos no período. • Não restava alternativa de financiamento ao Estado que teve de se valer: – das poupanças compulsórias, – dos recursos provenientes da recém criada da Previdência Social, – ganhos no mercado de cambio:(taxas cambio múltiplas), – financiamento inflacionário, – endividamento externo. 26 PSI • D) – aumento da concentração de renda – Êxodo rural; – Caráter intensivo do investimento industrial; Estes dois pontos geraram um excedente de mão-deobra e , consequentemente baixos salários. * Vasconcellos M.A, Gremaud, A. e Toneto, R –Economia Brasileira Contemporânea- SP, Editora Atlas,5ª edição,2005 27 A Primeira Guerra Mundial • 1- Seu efeito não expandiu ou mudou a capacidade produtiva do pais, apenas aumentou a utilização da capacidade de produção de artigos têxteis e alimentícios originada antes da guerra. • -O crescimento da produção industrial foi de 3% no período de 20-29 comparado com 4,6% no período de 1911-1920. 28 Cont. • 2-Nos anos 20: O dinamismo da economia brasileira baseava-se em um setor cafeeiro em grande expansão - representando, em 1924: 75% de nossas exportações 12% do PNB. 29 A Grande Depressão:( 1929- 1933) • Foi o período histórico de maior redução do nível de atividade em quase todos os países do mundo, exceto URSS; – Desemprego/ Total da força de trabalho: • 22% na Inglaterra e Bélgica • 24% na Suécia • 27% nos USA • 44% na Alemanha 30 A Grande Depressão: 3- A Grande Depressão: teve um impacto negativo na economia brasileira – 3.1-as exportações caíram de US$ 445,9 milhões (29) para US$ 180,6 milhões (32). – 3.2-O preço do café atingiu a 1/3 do preço médio de (2529) e as relações de troca haviam caído em 50% – 3.3-A entrada do capital financeiro cessou e, em parte, a dívida externa deixou de ser paga. (1 bilhão e trezentos milhões de dólares). 31 Medidas adotadas 3.4.1-Controle cambial 3.4.2-Desvalorização da moeda; 3.4.3-Transferência do programa de apoio ao café dos Estados para a União. 3.4.3.1-porque o café representava, em torno de, 73% do total das exportações e 12% do PNB e havia uma grande produção deste produto. 32 Medidas adotadas: (cont.) 3.4.3.2. Conselho Nacional do Café (1931) - Comprou todo o café produzido, destruindo grandes quantidades que não podiam ser vendidas ou armazenadas, - os endividados produtores rurais tiveram os pagamentos dos empréstimos postergados -com o“reajustamento econômico” houve a redução de 50% das dívidas dos fazendeiros. 3.5. Crescimento da produção do algodão. -outro fator que agiu como amortecedor parcial dos choques da Depressão. 33 Depressão (cont.) • A severidade do impacto da depressão sobre a economia mundial resultou em importante diminuição dos fluxos comerciais e financeiros para o Brasil; – -que se recuperou rapidamente dos efeitos da grande depressão sobre a atividade econômica 34 Depressão( cont.) – “Voltando-se para dentro” com o deslocamento da demanda associada à brusca mudança de preços relativos encarecendo importações. • Nos últimos 70 anos, mesmo no auge em que o crescimento da economia dependia preponderantemente de fatores internos, as restrições externas são as principais determinantes das linhas principais da política econômica. 35 Grande Depressão: Vargas-(1930-45) • Destruição do liberalismo econômico por meioséculo. • Aplicação de políticas econômicas intervencionistas de inspiração keynesiana. • Busca da construção do Estado de Bem-Estar social nos países desenvolvidos No Brasil, na Revolução de 30 começou a perda da hegemonia pela burguesia cafeeira em favor da classe industrial. 36 Depressão( conclusão) • A ênfase dada a endogeneização das fontes de dinamismo do crescimento econômico levou a muitos economistas a esquecer dos fatores externos. • *Impossibilidade de se estudar a economia brasileira no período sem referência à inserção do Brasil na economia mundial • ( Marcelo de Paiva Abreu) 37 A Grande Depressão: 1929-1933 - • Na Grande Depressão percebe-se uma reorientação da política econômica para a industrialização aproveitando-se da diminuição da capacidade de importar. • Modelo de industrialização - substituição de importações- PSI, – Atendendo inicialmente o mercado externo; – Industrialização restringida: as bases técnicas e financeiras são insuficientes para que se implante setores de bens da capital e bens intermediários, até JK- “J M Cardoso de Mello 38 A Segunda Guerra Mundial • Representou um período de aumento de produção mas de pouca expansão da capacidade produtiva. - Exceto quanto ás industrias siderúrgica e de cimento • Permitiu que o Brasil acumulasse saldos comerciais pela exportação de produtos agropecuários (Ing.) e têxteis(América do Sul). A conta investimento voltou a subir em 1945 – Graças aos bens da capital que o país pode importar durante a guerra para construir sua primeira usina siderúrgica de Volta Redonda 39 Antecedentes • Período de lenta transição da economia mundial na direção dos princípios liberais acertados em Bretton Woods . Conferência da ONU com a participação de 44 paises(1944). – dólar como moeda internacional de reserva. – estabilização da economia mundial e das moedas nacionais – Criação do FMI e BIRD – Criação do Gatt-Acordo Geral de Tarifas e Comércio • Início da Guerra Fria e do período internacional conhecido como de escassez de dólares 40 Final do período Vargas I • Com a aproximação do final da guerra(43) verificou-se uma reorientação dos USA relativa ao apoio a governos latino-americanos que não haviam sido eleitos pelo voto popular. • Os governo americano passa a apoiar uma solução liberal no Brasil que removesse as contradições entre o regime político autoritário e a política externa pró-aliada. • O ostensivo apoio norte-americano foi importante na desastibilização da ditadura Vargas que culminaria na sua deposição logo após a vitória do Pacífico. 41 Vargas e as Bases do Desenvolvimento 42 PARTE I : Contexto político: 1945/1951 – Pres. Eurico Gaspar Dutra 1951/1956 – Pres. Getúlio Dornelles Vargas (1954 – Suicídio) . 1954-55 – Pres.João Café Filho 1951/1954: Guerra da Coréia 1956/1961 – Pres. Juscelino Kubistchek de Oliveira 1961 – Pres. Jânio da Silva Quadros 1961/1964 – Pres. João Belchior Marques Goulart 43 DE DUTRA A JANGO 15 ANOS DE POLÍTICA ECONÔMICA Dutra(45-51) -Ilusão de divisas - Dutra acreditava ser credor político dos USA em função da contribuição do Brasil na Guerra1947/1948: desaquecimento do processo inflacionário e gasto das divisas obtidos na II Guerra - a volta dos controles cambiais- sistema de licenciamento das importações 1949: início de novas altas de preços e recuperação de preços do café. MYKIAT-EBC1 45 Dutra( Final de governo) • Setor interno: – Retomada de crescimento – Volta do processo inflacionário – Desequilíbrio financeiro do setor público • Setor externo: • Expectativas favoráveis pelo crescimento dos preços do café • Mudança de atitude do governo americano em relação aos programas de desenvolvimento do país » Relatório da Comissão técnica mista Brasil – USA- 48 » Instalação da Comissão Mista –Brasil USA-dez 50 MYKIAT-EBC1 46 Dutra (cont.) • Em 49 houve um inflexão da política econômica contracionista; • proximidade das eleições presidenciais; • Cambio sobrevalorizado com controle das importações, resultava em investimentos em industria de bens de consumo duráveis; • Política de crédito do Banco do Brasil; MYKIAT-EBC1 47 Dutra: síntese • II Guerra: acúmulo de reservas cambiais, aumento da inflação, demanda reprimida por importações. • Fim da II Guerra: Euforia Cambial (1945/1947). • 1947: situação de grandes déficits na conta de transações correntes => restrições às importações(contingenciamento) e ao mercado livre de cambio.* Concessão de licenças de importação: baseada na essencialidade dos produtos. • 1948 (até 1953): Fixação da taxa de câmbio nominal, paridade com dólar – regras do FMI. MYKIAT-EBC1 48 Linhas Gerais do período • Anos 30: Indústrias bens de consumo não duráveis se desenvolvendo para atendimento ao mercado interno. • Final dos anos 30/ meados anos 40: industrialização continua não coordenada, fruto de estímulos não intencionais decorrentes das políticas cambiais do período. • Anos 50: nova orientação, meta social consciente e norteadora da política econômica: desenvolvimentismo / industrialização. MYKIAT-EBC1 49 Conseqüências gerais do período • Industrialização extensiva e pouco integrada. Substituição do menos essencial. • Estado sem recursos e aparelhamento básico para suprir necessidades de industrialização integrada. • Desequilíbrio estrutural em energia e transportes. MYKIAT-EBC1 50 Segundo Governo Vargas Início dos anos 50: Gestão Vargas, mudança no comando político visando modificar da estrutura econômica nacional. Políticas de cunho nacionalista. * Siderúrgica de Volta Redonda, CSN ( início das operações em 1946). MYKIAT-EBC1 51 Novo Governo Vargas: contexto geral Fatores que orientaram a política econômica para o desenvolvimento industrial: Tarefas de complementação industrial, pontos de estrangulamento (energia e transportes ). Necessidade de diversificação industrial para diminuir vulnerabilidade externa. Não havia resistências sociais. MYKIAT-EBC1 52 Medidas de Política Econômica • 1951/1954: investimentos públicos no sistema de transporte e energia. • 1952: criação do BNDE ( com recursos do IR). Objetivos: apoiar a diversificação industrial. • 1953: importante reforma cambial (SUMOC 70 ) => taxas múltiplas de câmbio: • Aumento competitividade dos produtos nacionais. • Ampliação das receitas do governo. MYKIAT-EBC1 53 Conseqüências da política cambial Consolidação da reserva de mercado para as produções substitutivas de importações. Concessão de subsídios para a internalização de bens de capital e insumos necessários para o desenvolvimento industrial. Possibilidade de que o Estado voltasse a ter renda pelo intercâmbio internacional. MYKIAT-EBC1 54 Miscelânea. 1954: criação da Petrobrás. Inflação: voltou a ser problema. - Com o suicídio de Vargas e o temor da reativação inflacionária entre 1954/1955, a política econômica teve cunho ortodoxo (redução da liquidez da economia), porém não contou com a simpatia do setor industrial. Café: queda de preços no mercado internacional depois de 1953. Período de instabilidade: cenários político e econômico negativos (1954/1956) MYKIAT-EBC1 55 Dados Macroeconômicos: 1946-50 Crescimento do PIB (% ą.ą.) Inflação IGP dezdez (% ą.ą.) 8,1 6,7 11,3 16,6 13,4 Tx. cresc. exp.bens 15,6 Tx. de crescimento 23,9 14,9 1,0 3.2 FBCF 1951-55 imp. de bens Balança comercial (US$milhões) 249 121 Saldo em c/c. (US$milhões) - 34 - 300 Dívida externa /exp. n.d bens 0,4 MYKIAT-EBC1 56 PSI • Motor dinâmico do PSI era o estrangulamento externo; – Este funcionava como estímulo e limite ao investimento industrial: – -quando o investimento e a produção avançava em um determinado setor, geravam-se pontos de estrangulamento em outros. A demanda pelos bens desses outros setores era atendida através de importações. Com o tempo, estes bens são passam a ser objeto de novas ondas de investimento. MYKIAT-EBC1 57 PSI • Dentro dessa lógica, a pauta de importação ditaria a seqüência dos setores objeto de investimento dos setores industriais que, a grosso modo, foi a seguinte: • Bens de consumo (leves): um alimento, par de sapatos • Bens de consumo duráveis:prestam serviços durante um tempo relativamente longo • Bens intermediários: Bens manufaturados ou matérias primas processadas que são empregados para a produção de outros bens ou produtos finais e • Bens de capital: Bens que servem para a produção de outros bens, especialmente os bens de consumo MYKIAT-EBC1 58 Juscelino Kubistchek de Oliveira. (1956/1961) 59 Biografia • - Nasceu em 12 de setembro de 1902. • - Na cidade histórica de Diamantina em Minas Gerais. • - Filho de caixeiro viajante e professora primária. • - Primeiro emprego: telegrafista. Inicia seus estudos na Faculdade de Medicina em Minas Gerais. - 1931: ingressa na Polícia Militar de MG alcançando o posto de coronel-médico. Casou-se no mesmo ano. 60 • Em 1933 inicia-se sua carreira política, na Chefia do Gabinete do Governador Benedito Valadares em MG. • Eleito deputado federal em 1934, exerce o mandato até o fechamento do Congresso pelo golpe de 1937. • - É nomeado prefeito de Belo Horizonte em 1940 e realiza obras urbanísticas na cidade planejadas por Oscar Niemeyer. • - Elege-se deputado constituinte em 1946. • - Elege-se governador de Minas Gerais em 1950. - Assume a Presidência em 31 de janeiro de 1956 e cumpre o mandato até o fim. 61 • - Político habilidoso e dinâmico, consegue governar amainando os movimentos de oposição e deflagra um processo de crescimento e modernização da economia brasileira. • - Seus direitos políticos são cassados pelo golpe militar de 1964. • - Em 1967, junto com Carlos Lacerda, seu exinimigo político, e João Goulart tenta articular um movimento de oposição, a Frente Ampla. • - Morre em acidente automobilístico na via Dutra, no município de Resende, no dia 22 de agosto de 1976. 62 • Na época, a população do Brasil era 60 milhões de habitantes • Plano de Metas - 1956 e 1961, a produção do setor industrial cresceu 80% • destacando-se as indústrias de aço, mecânicas, elétricas, de comunicações e de equipamentos de transportes. • 1957 e 1961, a taxa de crescimento real foi de 7% ao ano. 63 Governo JK Em 31/01/56 tomou posse o Presidente Juscelino Kubitschek com J. Goulart como vice-presidente; Sua eleição e posse foram garantidas pela aliança PSD e PTB e pelo apoio recebido das forças armadas: PSD: desenvolvimento econômico a qualquer custo; PTB: desenvolvimento das potencialidades naturais do país; Forças armadas: indicação de militares para cargos de direção. MYKIAT-EBC1 64 • Forte oposição da UDN que tomou uma série de medidas para impedir a posse do candidato vitorioso nas urnas, • Alegações: • Continuísmo do getulismo. (Jango Goulart) • Eleito com pouco mais de 1/3 dos votos válidos. • Posteriormente,surgiram levantes militares: Jacareacanga e Aragarças. MYKIAT-EBC1 65 Discurso menos nacionalista e mais desenvolvimentista, com um ambicioso projeto de, com auxílio do capital estrangeiro, transformar o Brasil numa nação industrializada no mais rápido espaço de tempo possível justificando assim, a sua promessa de campanha de fazer “50 anos em 5”. 66 O Plano de Metas previa investimentos em: energia, transporte, alimentação, indústria de base e educação. Interiorização do desenvolvimento. Empréstimos e investimentos estrangeiros. “ Política econômica modernizadora e desnacionalizadora, criticavam os oposicionistas”; Carlos Lacerda. 67 JK- Plano de metas (1956/1961): governo Juscelino Kubitschek de Oliveira. - A mais sólida e bem sucedida decisão em prol da industrialização. . - Continuação do Processo de Substituição de Importações -PSI .O governo formula audaciosos conjuntos de objetivos setoriais. - construção dos estágios superiores da pirâmide industrial verticalmente integrada e do apoio via infra-estrutura. 68 Plano de Metas: Apoio de ampla camada da população urbana e do setor industrial (os principais beneficiários). Apesar do quadro de desequilíbrios (problema no balanço de pagamentos, inflação, preço do café ), escolhe-se a política de desenvolvimento ao invés de política de estabilidade. 69 Planejamento Estatal Setorial. • Grupos de trabalho formados por grupos executivos ligados ao recém-criado Conselho de Desenvolvimento e voltados para: • a aprovação de projetos de leis e decretos; • projetos empresariais(como órgãos mistos), formados por técnicos do Estado e empresas privadas • Investimentos segundo os estudos e projetos formulados pelos representantes da Comissão Econômica para América Latina (CEPAL) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE). 70 Plano de Metas • Plano dividido em três pontos: • * investimentos estatais em infra-estrutura; • * estímulo ao aumento da produção de bens intermediários; • * incentivos à introdução dos setores de bens de consumo duráveis e de capital. • O plano foi implementado por meio da criação de várias comissões setoriais. • O cumprimento das metas estabelecidas foi muito satisfatório. • Mudança no direcionamento da produção industrial. 71 P. Metas Governo: investimento direto do governo no setor de energia e transporte (pontos de estrangulamentos da economia). Incentivos e apoio (via subsídios, câmbio, etc.) ao setor privado para industrialização vertical. Atração de capital externo (principalmente europeu). 72 Brasília • Em setembro de 1956, foi aprovada a lei 2.874, que criou a Cia. Urbanizadora da Nova Capital; • - Nove meses depois, cerca de 12 mil pessoas viviam e trabalhavam nessa Nova Capital. • - Transferência da capital do país para o Planalto Central. • - No dia 21 de abril de 1960 foi inaugurada a nova capital: Brasília. • # início da construção da Belém-Brasília 73 74 Crise-57- (Mudanças de controles cambiais) • Redução de 5 categorias para 2(duas): – Categoria geral: tarifas ad-valorem baixas para trigo, petróleo, papel de impressão, bens de capital e........ – Categoria específica: outros que poderiam chegar a 150% • Criação do CPA- Conselho de Política Aduaneira e a lei do similar nacional. 75 Crise • Plano de estabilização antiinflacionário foi formulado pelo ministro da Fazenda, Lucas Lopes, que substitui J. M. Alkimin. • Empréstimo de 300 milhões de dólares do FMI era condicionado a aceitação da opção B. • O governo tinha duas opções: • A) levar adiante o Plano de Metas, • ou • B) conter a economia interna, satisfazendo os credores externos e os defensores brasileiros do programa de estabilização. 76 Opção escolhida Em junho de 1959, o presidente Kubitschek rompeu as negociações com o FMI. 77 JK-pensamentos. Questão do nacionalismo e do desenvolvimento industrial. Complementaridade as indústrias existentes, redução dos custos industriais. Crescimento da atividade econômica (mais empregos, mais lucros). Estrutura da economia brasileira permitia a adoção do plano de metas Financiamento expansionista (via aumento da emissão de moeda) socializa custos do programa, estimula investimentos (tx. Real de juros negativa, aumenta lucratividade). 78 JK(repetindo) Governo: investimento direto do governo no setor de energia e transporte (pontos de estrangulamentos da economia). Incentivos e apoio (via subsídios, câmbio, etc.) ao setor privado para industrialização vertical. Atração de capital externo (principalmente europeu) 79 Conseqüências: Aumento e diversificação o parque industrial. Aumento dos desequilíbrios: Inflação; Endividamento externo e mudança do perfil da dívida; Desequilíbrio regional; Aumento o déficit público. 80 INVESTIMENTOS (US$ 4,83 bi) SETOR ENERGIA TRANSPORTE ALIMENTAÇÃO INDÚSTRIA DE BASE EDUCAÇÃO PARTICIPAÇÃO % 43,4 29,6 3,2 20,4 3,4 81 PLANO DE METAS: PREVISÃO E RESULTADOS 1957 – 1961 PREVISÃO Energia elétrica REALIZADO % 1.000 Kw 2.000 1.650 82 1.000 ton. 1.000 230 23 Petróleo - produção 1.000 barris/d 96 75 76 Petróleo – refino 1.000 barris/d 200 52 26 Ferrovias 1.000 Km 3 1 32 Rodovias – construção 1.000 Km 13 17 138 Rodovias – pavimentação 1.000 Km 5 - - Aço 1.000 ton. 1.100 650 60 Cimento 1.000 ton. 1.400 870 62 1.000 uni 170 133 78 Nacionalização carros % 90% 75% - Nacionalização caminhões % 95% 74% - Carvão Carros e caminhões 82 Contradições • favorecimento à concentração de capital • a entrada de empresas multinacionais no país deixou poucas oportunidades para o pequeno capital; • importações aprofundaram a dependência externa da economia brasileira, elevando o desequilíbrio financeiro e o déficit da balança de pagamentos; • retorno do processo inflacionário. 83 Resumo • O Governo de JK caracterizou-se pelo integral comprometimento do setor público com uma explícita política de desenvolvimento. • Os diagnósticos e projeções da economia brasileira empreendidos de forma sistemática desde o final da 2º Guerra, desembocaram na formulação do Plano de Metas 84 • O Plano de Metas constituiu o mais completo e coerente conjunto de investimentos até então planejados na economia brasileira. • Por isso mesmo, o Plano foi implementado com sucesso alcançando-se a maioria das metas estabelecidas tanto para o setor público como para o setor privado. 85 • • • • • A economia: cresceu taxas aceleradas, com razoáveis estabilidades de preços um ambiente político aberto e democrático. Foi o último período em que essas três características estiveram presentes na economia brasileira. 86 Taxas de variação em relação ao ano anterior ANO PIB P. IND P.AG 1956 2,9 5,5 -2,4 SERV B.COM. INFL. US$1 IPC-Rio 0,0 437,0 21,0 1957 7,7 5,4 9,3 10,5 107,0 16,1 1958 10,8 16,8 2,0 10,6 65,0 14,8 1959 9,8 12,9 5,3 10,7 72,0 39,2 1960 9,4 10,6 4,9 9,1 -23,0 29,5 87 Rumo à ruptura democrática A crise da primeira metade da década de 1960: 1961-1964 88 Objetivos : • Reconhecer os diferentes diagnósticos da crise do início dos anos 60; • Estabelecer um panorama geral da década de 1960, identificando seus principais fatos políticos, econômicos e sociais 89 CONTEXTO GERAL Período de imensa conturbação política. Quadro de fragmentação do poder decisório. Algumas datas: 31/01/1961: Jânio Quadros Setembro/1961: renúncia de Quadros; posse de João Goulart. Set/61 – Jan/63: regime parlamentarista. Sucedem-se três gabinetes. Jan/63 – Mar/64: regime presidencialista; João Goulart. 31/03/64: golpe militar; início da ditadura. 90 Brasil: indicadores selecionados 1961 1962 1963 1964 PIB % 8,6 6,6 0,6 3,4 Bal. Pagtos (milhões US$) 115 -346 -244 4,0 Div. Externa (milhões US$) 102 92 82 77 Crescimento Industrial (%) 11,1 8,1 -0,2 5,0 Inflação 33,2 49,4 72,8 91,8 0,3 0,4 0,4 0,6 Div. Interna (% PIB) Fonte: Abreu 1990 91 A crise dos anos 60 • Pode ser explicada de acordo com a ênfase dada a fatores: • Políticos; • Econômicos e Conjunturais; • Estruturais. 92 A Crise dos anos 60 Primeiro Grupo: Fatores Políticos. Crise de instabilidade política com ênfase ao principal fator explicativo da crise Por exemplo, o fato do vice de Jânio ser da coligação rival e as dificuldades daí decorrentes quando Jânio renuncia. As sucessivas ascensões e quedas de presidentes e ministérios 93 A Crise dos anos 60 Crise do populismo. Crise é agravada pela incapacidade dos governantes em atrair o apoio das massas urbanas – crise do populismo – que imprime às explicações da crise uma vertente mais condicionada por aspectos da estrutura política do Brasil. 94 A Crise dos anos 60 B)Segundo grupo : a) Conjunturais: Crise resultante da adoção de políticas recessivas de estabilização monetária Os efeitos do Plano de Metas incluíam a aceleração inflacionária, obrigando os governos posteriores a ajustes via : -controles dos gastos públicos, -restrições à política de crédito -combate aos excessos da política monetária. 95 A Crise dos anos 60 Ênfase na análise de fatores estruturais. 1. Estagnacionismo – ou crise do PSI 2. Crise cíclica endógena, agora de uma economia com bases industriais 96 A abordagem estagnacionista 1a-Esgotamento do dinamismo do PSI resulta em queda nas taxas de crescimento porque com redução do coeficiente de M: -diminuem as possibilidades dos efeitos do PSI -Aumenta a rigidez da pauta de M implicando em maior necessidade de recursos $ e tecnologia, com retornos menores. 97 A abordagem estagnacionista; (cont.) Novos setores gerados dependem da demanda derivada, porque elevados ganhos de escala exigem demanda cada vez maiores a medida que são implantados * demanda derivada: a demanda dos setores de bens de capital e de bens intermediários depende da demanda de produtos finais da economia. Porém, como PSI é concentrador, é difícil que o mercado cresça a taxas elevadas que atendam às necessidades da demanda, não viabilizando novos investimentos. (faltaria uma segunda onda!) 98 2a- A abordagem de uma crise cíclica • Crise típica de economia capitalista, haja vista Brasil ter superado a fase de industrialização restringida (anos 1930-40) E diante do fato de ter ingressado em uma fase que a dinâmica da economia dever-se-ia a fatores endógenos. 99 ABORDAGEM DE UMA CRISE CÍCLICA • Plano de Metas representara um bloco de Investimentos que gera um excesso de capacidade produtiva, diminuindo a necessidade de novas inversões. • e uma desaceleração dos Investimentos em Bens de Capital 100 3 grupo- A abordagem com ênfase nas reformas institucionais. Crise pela ausência de aparato institucional que desse conta das novas necessidades do mercado, sobretudo mecanismos de financiamento tanto para setor público quanto para setor privado para dar conta: • dos altos volumes de recursos requeridos; • da inflação; • a necessidade de ampliar o mercado consumidor. 101 Inflação, Estagnação e Ruptura: 1961-1964 Taxas de Crescim ento do PIB Real - 1961-1964 (% ao ano) 10.00 8.00 6.00 4.00 2.00 0.00 1961 1962 1963 1964 Taxa de Inflação (IGP-DI) - 1961 a 1964 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 1961 1962IATMYK 1963 1964 102 Inflação, Estagnação e Ruptura: 1961-1964. Apenas para os 4ºs semestres. • Jânio Quadros assume a Presidência da República em 31 de janeiro de 1961. • Dificuldades econômicas herdadas de Kubitschek e denunciadas por Jânio: • aceleração inflacionária, • indisciplina fiscal, • deterioração do balanço de pagamentos. 103 Inflação, Estagnação e Ruptura: 1961-1964 • Reforma cambial: desvalorização da taxa de câmbio e unificação do mercado cambial. • Renúncia de Jânio em agosto de 1961: colapso do seu programa de estabilização 104 Inflação, Estagnação e Ruptura: 1961-1964 • Setembro de 61 a Janeiro de 63: Sistema parlamentarista de governo -presidente João Goulart ; período de forte instabilidade política com conseqüências paralisantes do ponto de vista da tomada de decisão no terreno econômico. . 105 • Parlamento: Tancredo Neves (Set/61 – Maio/62) • Programa econômico muito genérico, não teve resultados práticos. • Aumento do déficit público e da inflação (via expansão monetária). • Parlamento: Brochado Rocha (Maio/62 – Ago/62) • Pretendia reduzir inflação. • Propostas vagas e irrealistas. • Parlamento provisório: Hermes Lima (Ago/62 – Nov/62) • Plano de controle da inflação que foi comprometido, entre outras coisas, pela concessão de 13º salário aos trabalhadores urbanos 106 Inflação, Estagnação e Ruptura: 1961-1964 • Com a volta do presidencialismo: • Final de 62:o Plano Trienal (coordenado por Celso Furtado) • Caracterizava-se por um diagnóstico bastante ortodoxo da aceleração inflacionária, enfatizando o excesso de demanda, via gasto público, como sua causa mais importante. 107 • • • • Medidas: Correção de preços defasados, redução do déficit público, controle da expansão do crédito ao setor privado. • Conseqüências: forte recessão a partir de 1963 108 Inflação, Estagnação e Ruptura: 1961-1964 • Instabilidade Política: • deterioração das relações com os EUA, • crítica do empresariado e, por outro lado, de setores da esquerda. • polarização da disputa pelo poder entre as massas urbanas mobilizadas pelo populismo e as antigas estruturas de poder. 109 Inflação, Estagnação e Ruptura: 1961-1964 • 1963: descontrole das contas públicas, deterioração do balanço de pagamentos e expansão da oferta monetária (após curto período de estabilização); • 1964: rebelião militar - fim da Terceira República 110 • Em apenas 3 anos o país presenciou: • A renúncia e o fracasso de um governo com menos de 7 meses de duração; • Transição do sistema parlamentarista para presidencialista; • Desastres de planos econômicos; • Grande fragmentação do poder decisório no país. 111 Estabilização e reforma: 1964-1967 Taxas de Crescim ento do PIB Real - 1961-1964 (% ao ano) 8.00 7.00 6.00 5.00 4.00 3.00 2.00 1.00 0.00 1964 1965 1966 1967 Taxa de Inflação (IGP-DI) - 1964 a 1967 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1964 1965 1966 1967 112 OS PRIMEIROS MOMENTOS DA DITADURA 1963-1964 113 Objetivos: • Avaliar o contexto político, econômico e social do golpe militar. • Avaliar o contexto político, econômico e social na implantação do PAEG 114 Contexto político econômico • Marcado pelo(a): • instabilidade política, • instabilidade econômica, • acirramento do conflito leste-oeste, após revolução cubana – Início do bloqueio a Cuba em 22/10/62. 115 Antecedentes políticos do golpe... • De janeiro a junho de 1963 o conflito político tendeu à polarização. • A nomeação de Carvalho Pinto como ministro da Fazenda e fim do Ministério do Planejamento não apenas marcam fim do Plano Trienal, mas a guinada para o conservadorismo monetário e político 116 Crises políticas: De setembro a outubro de 1963 • 12 de setembro: fuzileiros, sargentos e soldados da Aeronáutica e da Marinha se revoltaram em Brasília, tentando assumir o controle do governo. • Não aceitando a decisão do STF de anular as eleições do Clube dos Sargentos no ano anterior. • Em outubro, Jango pede “estado de sítio”, com receio de golpe, retirando-o em seguida. • Tentativa de prisão de Lacerda 117 A organização dos militares • No segundo semestre de 1963, começa a se organizar uma conspiração que se auto denominava defensiva: • Eram militares defensores da Constituição e contrários ao fechamento do Congresso (Castelo Branco) 118 A organização dos militares • Estes moderados se aproximam dos golpistas a partir de outubro; • - a maioria moderada começa a acreditar que Jango se aproximara da esquerda radical e que levaria o Brasil para uma convulsão social 119 Rumo ao golpe • Crise financeira sem qualquer política coerente; • Carvalho Pinto não encontrara meios não inflacionários para cobrir os aumentos salariais e os déficits federais • Fracasso na negociação da dívida externa 120 • Em janeiro de 64, Goulart a regulamenta a lei sobre capitais estrangeiros; A lei limitava a remessa a 10% dos capitais registrados e impedia a remessa de lucros associados a re-investimento. 121 O 13 de março - os decretos • Um decreto que nacionalizava refinarias particulares (de K privado nacional), • Outro, que declarava sujeitas a desapropriação todas as propriedades que ultrapassassem 100 (cem) hectares localizadas numa faixa de 10 Km à margem de ferrovias e de rodovias federais, • As terras de mais de 30 ha situadas em zonas de bacias de irrigação dos açudes públicos federais. 122 O 13 de março – o Comício • No comício, quando foram anunciados os decretos, foi entendido como um claro sinal de que João Goulart voltara-se para a esquerda radical, - ao atacar o princípio da propriedade privada tanto no setor industrial quanto na zona rural. 123 19 de março – a classe média se manifesta • A “Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade” – 500 mil em São Paulo. • Frente Patriótica Civil e Militar (1962 – Lacerda e Gal. Odílio Denis, Almirante Sílvio Heck e Júlio de Mesquita Filho) 124 Articulação contra o Presidente. • O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) articulam empresários, intelectuais e jornalistas, produzindo análises, artigos e recolhendo fundos para ações contra a esquerda (Cel. Golbery do Couto e Silva) 125 20 de março: • A conspiração militar toma vulto: • Mensagem do Chefe do Estado Maior do Exército (Castelo Branco): • “O povo brasileiro está pedindo ditadura militar ou civil e Constituinte? Parece que ainda não?” • 26 de março, Revolta dos Marinheiros a favor do Cabo Anselmo – anistia aos marinheiros • Revolta do Clube Militar por Goulart ter participado de uma reunião com os mesmos marinheiros. 126 31/03/1964: GOLPE MILITAR Paschoal Ranieri Mazilli(02/4/64-15/04/64) Humberto A.Castelo Branco(15/04/6415/03/67) Ministério da Fazenda: Otávio de Gouveia Bulhões Ministério do Planejamento: Roberto Campos. 127 AI - 1 • Ato Institucional nº 1 – 9 de abril de 1964. • Confere novos poderes ao executivo, embora afirmasse a validade da Constituição de 1946 128 AI - 1 • Poderes: • submeter emendas constitucionais ao Congresso; • decretar estado de sítio e prorrogá-lo até 30 dias sem aprovação do Congresso; • suprimir direitos políticos até por 10 anos; • enviar projetos cujos gastos não podiam ser cortados pelo Congresso. 129 O autoritarismo crescente..... • Três fatores contribuíram: • Militares que participaram da queda de Goulart se transformam em censores ativos da vida política, convictos em evitar a linha populista; • A desorganização e o oportunismo da elite política; • A relativa apatia da sociedade civil. 130 Alguns dados.... • Em 1967, investimento manufatureiro era 11% menor que em 1962. • Construção civil declina 3% a.a em média entre 1962 e 1967. • Investimento público não cai tanto 131 Crescimento do produto Variações em relação ao ano anterior 20 15 10 5 0 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 -5 -10 -15 PIB Ind (a) PIB (a) Salário Mínimo (a) -20 Fonte: Abreu, 1990, Anexo estatístico 132 PROGRAMA DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO PAEG e A inflação corretiva 11/1964 OBJETIVOS DA AULA • Identificar o diagnóstico: - a análise do contexto (feita pelos gestores da PE) e os objetivos do Plano. 134 Contexto político vigente no período Repressão e perda de liberdade política crescentes do AI – 1 (que instituiu a ditadura) ao AI – 5 (que restringe e caça os direitos políticos), 1964 e 1968* respectivamente. *(Costa e Silva) 135 CONTEXTO ECONÔMICO Valores médios anuais Evolução dos Preços durante Paeg 120 100 80 60 40 20 0 -20 -40 91,8 72,8 65,7 49,4 41,3 30,4 33,2 7,2 7 7,6 2,3 7,5 22 4,3 0,9 -14,7 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 Salário Mínimo (a) Fonte: Abreu, 1990, Anexo estatístico IGP DI 136 CONTEXTO ECONÔMICO Balanço de Pagamentos Brasil 1961-1969 valores em US$ bilhões 1000 800 600 400 200 0 -200 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 -400 -600 balança comercial conta capital Fonte: Abreu, 1990, Anexo estatístico conta corrente superávit ou déficit 137 Objetivo Geral do Plano Correção do quadro de desequilíbrios que prevalecia na economia para restabelecer o crescimento. 138 Quais desequilíbrios? • • • • Do elevado déficit público, Do balanço de pagamentos, Da inflação, Da necessidade de ampliar o mercado consumidor, • Da produção industrial, • Da distribuição regional e setorial da renda. 139 Voltando ao PAEG • Segundo Rezende, • O Programa propunha a recuperação das taxas de crescimento: • com políticas de incentivo á exportação, • opção pela internacionalização da economia, • integração e alinhamento com o centro financeiro norte- americano. 140 No diagnóstico de Campos e Bulhões • “as três causas tradicionais da inflação brasileira: • os déficits públicos, • a expansão do crédito às empresas, • as majorações institucionais de salários (área pública) em proporção superior à do aumento de produtividade”. (MPCE, 1964, apud RESENDE, 1990, P. 15) 141 No diagnóstico de Campos e Bulhões • Estas causas conduzem inevitavelmente à expansão dos meios de pagamento, gerando o mecanismo monetário de propagação da inflação” • MPCE, 1964, apud RESENDE, 1990, P. 15) 142 Normas básicas do programa • Política monetária e creditícia restritiva, com aumento na taxa de juros reais, promovendo falências e insolvências que proporcionam capacidade ociosa para período seguinte. • Política salarial, baseada em uma análise do mercado de trabalho operando com a redução de salários reais. 143 Objetivos Específicos do PAEG 1. Acelerar ritmo do desenvolvimento econômico; 2. Conter o processo inflacionário: 1. Atenuar desníveis econômicos, 2. Através de política de investimentos para melhorar o mercado de trabalho, 3. Corrigir tendências aos déficits do balanço de pagamentos. 144 As medidas de combate à inflação (1) • Redução do déficit público: reduzindo gastos e aumentando receitas com auxílio de um(a): • reforma tributária, • aumento das tarifas públicas. 145 As medidas de combate à inflação (2) • Ao buscar o controle da inflação aumentando tarifas, o instrumento passou a ser denominado “inflação corretiva” (GREMAUD, 2002, p. 390) 146 Combate a inflação e Política salarial(3) • Pontos básicos da política salarial: (fórmula). • (i) manter a participação dos assalariados no produto nacional; • (ii) impedir que reajustamentos salariais desordenados realimentem o processo inflacionário; • (iii) corrigir as distorções salariais, particularmente no Serviço Público Federal, nas Autarquias e nas Sociedades de Economia Mista. 147 As medidas de combate à inflação (4) • Segundo Gremaud, assim como em Resende, o programa parece ter encarado a inflação como um mal inevitável quando da aceleração do crescimento, permitindo compreender a “aceitação” de mecanismos de CORREÇÃO MONETÁRIA 148 As medidas de combate à inflação (4) Também evidencia uma atitude GRADUALISTA frente à aceleração inflacionária, abandonando a idéia de tratamento de choque para a inflação. 149 De acordo com o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), do primeiro governo militar: • o combate à inflação deveria seguir uma estratégia gradualista: • - de forma a não comprometer a meta prioritária do governo de aceleração do crescimento econômico; • as tarifas e os preços públicos deveriam ser fixados, visando a obtenção de resultados mais rápidos no combate à inflação; 150 CONCEITOS: Inflação • Aumento persistente dos preços em geral, de que resulta uma contínua perda do poder aquisitivo da moeda. 151 Inflação de demanda • Também chamada de inflação dos compradores, é o processo inflacionário gerado pela expansão dos rendimentos. • Os meios de pagamento crescem além da capacidade de expansão da economia, ou antes que a produção esteja em plena capacidade, o que impede que a maior demanda dos rendimentos seja atendida. 152 Inflação de demanda Ocorreria devido a um excesso de demanda agregada em relação à oferta disponível. Poderia ter sido causada por: Aumento da renda disponível; Expansão dos gastos públicos; Expansão do crédito e redução das taxas de juros. 153 O diagnóstico ortodoxo de uma inflação de demanda • No diagnóstico ortodoxo, a causalidade é mais direta: • Inflação é a conseqüência da excessiva expansão monetária e da expansão do crédito. • Já a expansão monetária excessiva é causada pelo déficit orçamentário 154 O prognóstico para a Inflação de demanda PORTANTO, a correção envolveria restrição à circulação monetária e ao crédito (política monetária e creditícia restritiva) a expansão monetária é causada pelo Tesouro, - é necessário também política fiscal restritiva. 155 INFLAÇÃO DE CUSTOS • Processo inflacionário gerado pela elevação dos custos de produção, especialmente: • dos salários, • dos preços das importações. 156 Inflação de custos Ocorreria devido à pressões de custos e conseqüente repasse para os preços. Poderia ser causada por: Aumento da taxa de juros, Desvalorização cambial; -Acréscimo dos preços de produtos importados. Elevação do custo da mão-de-obra, Aumento de impostos. 157 O prognóstico ortodoxo para a inflação de custos • “Políticas de demanda, promovendo recessão e desemprego”. • Restrições voluntárias da determinação de preços, como base de acordos para estabilidade de preços com crescimento e emprego • Controle direto estatal, com tabelamento de w e p, racionamento e distribuição sob intervenção” 158 A hipótese inercial O comportamento defensivo dos agentes diante de um ambiente cronicamente inflacionário é tentar recompor o pico anterior de renda real. “Quando todos adotam esta estratégia de recomposição periódica dos picos, a taxa de inflação tende a se perpetuar” 159 A hipótese inercial A tendência inflacionária mantém a inflação passada; O mecanismo seria uma reação dos capitalistas diante da perda do poder aquisitivo real, ou seja, uma reação a um conflito distributivo. 160 Inflação inercial A Taxa de inflação reflete: os picos de renda real desejados, a periodicidade de reajuste da renda real e a estrutura de preços relativos médios da economia. “a inércia inflacionária surge, portanto, independentemente da existência ou não de mecanismos formais de indexação” 161 Para compreender melhor o diagnóstico sobre inflação... • Teorias sobre a inflação, aplicadas à realidade da economia brasileira, evidenciam alguns debates, quase controvérsias. • Anos 50 e 60 debate entre estruturalismo e monetarismo • Anos 70 e 80 debate sobre mecanismos de propagação inflacionária – inercialismo • Anos 80 (2ª metade) o expectacionismo. • #vide tipos de inflação: nos últimos slides desta apresentação.(slide 19 em diante). 162 PAEG As reformas institucionais. Instrumentos de Política Econômica. Alcance da Intervenção. 163 Objetivos: • Identificar os instrumentos utilizados no plano. • Avaliar as condições de implementação e as conseqüências da intervenção. 164 INSTRUMENTOS Política econômica ortodoxa: - Diminuição da inflação,via redução: - do déficit público. - da oferta monetária, - Elevação da taxa de juros. - Desvalorização cambial - Nova política salarial. Reformas institucionais. 165 As medidas estabilizadoras • Redução do déficit público, através da(o): • diminuição dos gastos ; • ampliação das receitas (reforma tributária); • aumento de tarifas públicas (chamada de “inflação corretiva”). - 166 As medidas estabilizadoras • Aperto monetário e restrição ao crédito: – -elevação da taxa de juros reais; – - o que significou algumas falências e outras reestruturações na propriedade do capital: no setor de vestuário, alimentos e construção civil, • * importante para a geração de capacidade ociosa e crescimento posterior. –”destruição criativa”. 167 As medidas estabilizadoras – cont. • Política salarial – no fundo uma política de contenção da demanda, -formula matemática com o uso de inflação prevista e produtividade -inflação prevista menor do que a real. • a concepção do programa levaria à redução do salário. • Importância da correção monetária. 168 Alguns problemas associados à inflação • que levaram à crença na eficiência da correção monetária: - Inflação mais Lei de Usura (limite à taxa de juros) desestimulava a poupança (no sistema financeiro) - A lei do inquilinato, inflexível, desestimulava a aquisição de imóveis e, portanto, a construção - “Desordem tributária” – tributação de lucros corroídos pela inflação ou estímulo ao atraso nos pagamentos 169 Reforma tributária • Correção monetária no sistema tributário: • Impostos que incidiam sobre produto a cada transação (imposto em cascata) passam a ser baseados no valor adicionado, – acreditando estar assim usando o imposto como uma forma de incentivo ao desenvolvimento, desincentivando a integração vertical 170 Reforma tributária/2 • Mudança no espaço tributário (responsabilidades na arrecadação) • criação dos Fundos de Participação dos Estados e Municípios – para a redistribuição regional da renda. 171 Do ponto de vista fiscal.... • Fontes de Financiamento do setor público ICM IPI ISS União:IR,IPI,ITR,etc. Estados:ICM, Municípios: ISS,IPTU. Fundo de Participação dos Estados e Municípios Centralização fiscal. 172 Resultado da reforma tributária • Aumento da arrecadação – pela base e não pela alíquota, • Centralização da arrecadação e das decisões gerais de política tributária, – Subordinam-se Estados e Municípios às decisões federais em termos políticos, embora o gasto fosse descentralizado . 173 Fundos Parafiscais – outra fonte de arrecadação. • FGTS – substitui a estabilidade do emprego e serve de “lastro” para políticas de habitação. • PIS – poupança compulsória que, em tese, implicaria em “participação” dos trabalhadores nos resultados 174 Reformas “sociais”. • Reforma agrária: lei do estatuto da terra. • Reforma dos contratos de trabalho. 175 Reforma do sistema financeiro • OBJETIVO: permitir condições para condução independente da política monetária. • Reforma em quatro grandes frentes: • 1) introduzir a correção monetária; • 2) a criação de um órgão de regulação da política monetária (Conselho Monetário Nacional e Banco Central) ; 176 Reforma do sistema financeiro(2) • 3) a criação de um sistema de financiamento de longo prazo (BNH e SFH); • 4) a reforma do mercado de capitais. 177 1º) A correção monetária • Buscava estimular a poupança; • Permitiria a taxa de juros reais positiva; • A ORTN permitia estabelecer credibilidade e tornava viável um mercado mais ativo de títulos públicos, assim como operações de mercado aberto. 178 2º) CMN • A CMN substitui a SUMOC e passa a ser o órgão normativo da política monetária, definindo regras e metas para sistema 179 BACEN • BACEN assume antiga carteira de câmbio e redesconto do Banco do Brasil e torna-se agente executor da política monetária, controlando e fiscalizando o sistema. • Banco do Brasil faz compensações, depositário das reservas voluntárias e caixa do BACEN e do Tesouro Nacional – agente bancário do governo. 180 3º) SFH e BNH Lei nº 4320 • BNH – regulamentaria e fiscalizaria os agentes do sistema: • Caixas Econômicas, Sociedades de Crédito Imobiliário, Associações de Poupança e Empréstimo; • Suas fontes de recurso eram as cadernetas de poupança, as letras imobiliárias e principalmente o FGTS. 181 4º Reforma do mercado de capitais • Lei 4728. • Reforma marcada pela especialização e segmentação do mercado (como nos EUA), com funções específicas para agentes baseadas em instrumentos específicos de captação. 182 Reforma do mercado de capitais –(cont.) • BANCOS =>comerciais =>investimentos =>múltiplos =>desenvolvimento • Financeiras • Bolsa de Valores e CVM • SNCR –Sistema Nacional de Crédito Rural 183 Reformas da Política Econômica • Incentivos fiscais – permitidos pela reforma tributária; Comércio exterior: • Buscar eliminar controles quantitativos no comércio internacional; • Simplificação do sistema cambial; • – permite política posterior de minidesvalorizações. 184 Reformas da Política Econômica/2 • Para atrair K estrangeiro: • lei 4131 – empresas com acesso ao sistema financeiro internacional; – GRANDES EMPRESAS . • Resolução 63 – que permitia a captação de recursos externos pelos bancos comerciais e de investimento 185 Resultados: Recuperação da capacidade de arrecadação do Estado, permitindo redução do déficit público; Redução da taxa de inflação; Crescimento modesto do PIB; Arrocho salarial implicando em piora da distribuição de renda; Modernização institucional. 186 Enfim..... PAEG (Programa de Ação Estratégica do Governo) foi pré condição, do ponto de vista da política econômica, do período posterior: “O milagre econômico” que se dará de 1968 a 1973, com Delfim Netto no comando do Ministério da Fazenda. 187 Referências bibliográficas • ABREU, M (org) “Anexo” A ordem do Progresso. Rio de Janeiro: Campus, 1990. – RESENDE, A. L. “Estabilização e Reforma: 1964-1967” in ABREU (org) A ordem do Progresso. Rio de Janeiro: Campus, 1990, pp. 213-231 • GREMAUD, A. & VASCONCELLOS, M. A. S & TONETO, R. - Economia Brasileira Contemporânea- 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002. 188 POLÍTICA ECONÔMICA DO MILAGRE Costa e Silva (67-69) e E.G. Médici(69-73) O PED- Plano Estratégico de Desenvolvimento. Política Monetária e Creditícia. Política Fiscal. Política Salarial. 189 Contexto internacional (1) Taxa média de crescimento do PIB real 12 10 8 6 4 2 61-69 70-79 Nova Zelândia Austrália Canadá Suécia Países Baixos Itália Reino Unido França Alemanha Japão EUA 0 80-89 190 Contexto internacional (2) • rápida expansão do mercado de eurodólar; • elevada liquidez em dólar; • crescente facilidade de obtenção de empréstimos e financiamentos nos centros financeiros internacionais; 191 Contexto internacional (3) • o rápido crescimento do(a): • comércio internacional • economia mundial . 192 OBJETIVOS DA POLÍTICA • PED – Plano Estratégico de Desenvolvimento – julho de 1967. O desenvolvimento econômico, que condicionará toda a política nacional, no campo interno como nas relações com o exterior, a serviço do progresso social. 193 PED • Objetivos declarados: • i) a aceleração do desenvolvimento. • ii) a contenção da inflação” 194 ANO % PIB 1968 9,8 % Inflação 24,8 % PIB Invest/o 18,7 Dívida ext. líquida (US$ bi) 3,5 1969 9,5 18,7 19,1 3,4 1970 10,4 18,5 18,8 4,1 1971 11,3 21,4 19,6 4,8 1972 11,9 15,9 20,2 5,3 1973 14,0 15,5 21,4 6,1 1974* 8,2 34,5 22,8 11,9 195 Plano Estratégico de Desenvolvimento-PED • Delfim Netto , em linhas gerais, manteve a política de controle gradual da inflação: • passando a enfatizar o componente de custos; • o combate à inflação deveria ser conciliado com políticas de incentivo à retomada do crescimento econômico. 196 Instrumentos: política creditícia e fiscal • • • • Expansão do crédito ao consumidor; Expansão do crédito para agricultura; Isenções fiscais; Recursos para a construção de residências (SFH); 197 Primeiros resultados - 1968 • • • • • 68-73- Taxas médias de crescimento: PIB REAL- 11,2% INDÚSTRIA de transformação -13,3% INDÚSTRIA de construção -15% SERVIÇOS de utilidade pública (energia) 12,1% 198 Política monetária e cambial • Reajustes de preços de acordo com variações nos custos (de acordo com novo diagnóstico), • 1968 – política de mini desvalorizações cambiais + afrouxamento da política salarial = controle compulsório de preços 199 Política monetária e cambial (2) • “os controles de preços foram acionados não mais com o objetivo de compatibilizar uma política de liquidez folgada com a estabilidade da taxa da inflação, mas sim (...) para compatibilizar a liquidez folgada com o declínio da inflação”. 200 Política monetária e cambial (3) • Na ausência de capacidade ociosa, a partir de 1971/1972, houve impacto sobre a rentabilidade de setores específicos.” 201 A Etapa de Recuperação (67-70). • Fatores de recuperação (Serra, 1982, p. 127). • Reforma fiscal e financeira de 66 que melhora as condições de financiamento do gasto público corrente e de investimentos. • A verdade tarifária e a negociação externa, melhorando condições de oferta do setor de material elétrico, grandes construtores e setor de engenharia 202 A Etapa de Recuperação (67-70)/2 • O sistema operacional de crédito ao consumidor, acompanhado de correção monetária , permite o desconto de títulos, – - reanimando a indústria de bens de consumo duráveis, especialmente automóveis 203 A Etapa de Recuperação (67-70) (3) • Sistema Financeiro de Habitação, reanimando construção civil; • Política de salários e política de financiamento, concentrando a renda pessoal. 204 O auge do ciclo (1970-73) • Forte elevação da taxa de acumulação de capital na industria de transformação; • Esgota-se, a partir de 1971/72 , a capacidade ociosa da indústria 205 O auge do ciclo (1970-73) • Em 71-73, setor de BK atingem taxa média de crescimento de 39%a.a., mostrando que a demanda por M=(importação) é complementar à oferta interna 206 I PND-1972-74 • Ampla formulação do modelo brasileiro de organizar o Estado e moldar as instituições para transformar o Brasil em uma sociedade capitalista desenvolvida. • Aumento da renda per capita • Taxa de 3,25% de expansão do emprego, • Taxa de investimento bruto de 17%(70) para 19%(74) • PIN- construção e colonização da Transamazônica, ampliação em 70% a área de irrigação e dar 70.000 títulos de terra aos posseiros e agricultores sem terra. 207 Voltando ao Milagre. Participação do setor público • O Estado controlava os principais preços da economia: câmbio, salário, juros e tarifas. • Apesar da apoio a empresa privada, o Estado respondia pela maior parte das decisões de investimento. 208 Participação do setor público(2) • quer através dos investimentos da administração pública e das empresas estatais (quase 50% da FBC); • quer através da captação de recursos financeiros; • fundos de poupança compulsória, títulos públicos, cadernetas de poupança, agências financeiras estatais,dos incentivos fiscais e dos subsídios. 209 Crítica ao milagre:concentração de renda • Teoria do Bolo: • A concentração como estratégia necessária para aumentar a capacidade de poupança da economia, financiar os investimentos e com isso o crescimento econômico, para que depois todos pudessem usufruir. 210 Crítica ao milagre:concentração de renda/2 • Outros analistas: • a concentração de renda era a tendência natural de um país que se desenvolvia e que demandava crescentemente mão-de-obra qualificada. 211 Concentração de renda/3 • Dada a escassez desta mão-de-obra, houve aumento maior da renda dos profissionais mais qualificados em relação aos menos especializados,cuja oferta era abundante. • Defendiam ainda que, apesar da concentração de renda ter aumentado, a renda per capita de toda a população cresceu, • O que significa que todos devem ter melhorado em termos de condição de vida, uns mais outros menos. 212 Entrevista de Delfim Netto no Valor Econômico,em 2003 • “Nunca falei ou escrevi sobre a teoria do Bolo”. • Em sete anos crescemos mais de 10% ao ano o que deu 93,5% no acumulado. • Houve um crescimento da massa salarial de mais de 3¨%. • Isto é o que vale. 213 Referências • ABREU,MARCELO de PAIVA (0rg.). “A Ordem do Progresso”,Rio,Editora Campus- Elsevier,2002, • 18 ed. • LAGO, L.A.C. “A retomada do crescimento e as distorções do “milagre” in ABREU (1990) A ordem do progresso Rio de Janeiro: Campus, 1990p.233-294. • VASCONCELLOS,M A.S.,Gremaud A.e Toneto Jr, Rudinei. “ Economia Brasileira Contemporânea”, S.Paulo, Editora Atlas, 2002, pp192-2000 • TAVARES, M.C. & BELUZZO, L.G. “Notas sobre o processo de industrialização recente no Brasil” in BELLUZZO, LG.& COUTINHO, R. Desenvolvimento Capitalista no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1982, pp 122-140. • Gaspari, Elio- A Ditadura Envergonhada e a Ditadura EscancaradaSão Paulo,Cia das Letras,2002 e 2003,respectivamente . 214 Referências complementares. • SERRA, J. “Ciclos e Mudanças estruturais na Economia Brasileira do Pós-Guerra” in. BELLUZZO, L.G.& COUTINHO, R. Desenvolvimento Capitalista no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1982, pp. 56-121. • SINGER, P. A crise do Milagre. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977 215 Cenário Político: Governo de Ernesto Geisel (15/03/1974-15/03/79) • Geisel rumo à abertura: • Volta dos “castelistas” ao governo. – Com Golbery do Couto e Silva, chefe do gabinete civil. – Chefia do SNI- João Batista de Oliveira Figueiredo 216 Cenário Político • Objetivos: • 1) manter apoio majoritário dos militares reduzindo ao mesmo tempo: • - o poder da linha dura; • - restabelecendo o caráter mais puramente profissional dos membros das forças armadas; • 2) controlar os subversivos 217 Cenário Político • 3) retorno à democracia, embora de uma variedade indefinida; – Articulação entre os adversários do governo: Igreja, MDB, Ordem dos Advogados e Imprensa. • 4) manter as altas taxas de crescimento,com melhor distribuição da renda. 218 Cenário Político -depois da primeira crise do petróleo(73). • Nov. de 74- uma vitória do MDB – Vitória do MDB no Congresso e perda na eleição indireta para governadores • Morte de Herzog (75) • Em 77 –emenda constitucional através do AI-5- (pacote de abril) para tornar a Arena imbatível nas eleições: – Numero de deputados federais fixados à base da população(55,no máximo por Estado) e não de eleitores, – a lei Falcão 219 Cenário Político • Geisel conseguiu subjugar a linha dura com a demissão de Sylvio Frota, ministro do Exercito (1977), abrindo caminho para a eleição de Figueiredo, considerado castelista. • No final de 1978 , Geisel cumpriu a promessa de desativar os elementos básicos da estrutura autoritária. 220 Cenário Político • Em outubro de 78, o Congresso aprovou um conjunto de reformas: - Emenda Constitucional n 11. • Abolição do AI-5 e ‘ hábeas corpus’ para as pessoas detidas por motivos políticos • A censura prévia suspensa para o rádio e a TV. • Independência do Judiciário. • Anistia, exceto para 8 políticos banidos Prestes e Brizola. 221 Cenário Político • Ao mesmo tempo, nos artigos 155-58 da emenda, novos poderes foram dados ao Estado para decretar Medidas de Emergência e Estado de Sítio, sem aprovação legislativa por 120 dias. – Aprovado sem o apoio do MDB e da Ordem dos Advogados. • Novo sindicalismo em ação 222 223 224 225 II PND 1974 – 1980 226 Objetivos • Identificar o contexto herdado do período anterior (do milagre). • Identificar condicionantes Internos e Externos da Política Econômica. 227 A inflação no Brasil (70-74) • Um dos principais objetivos do regime que se instalou em 1964 foi a redução da inflação e das distorções por ela provocadas • Até 1973, vários governos militares foram relativamente bem-sucedidos; a inflação foi reduzida de 92% em 1964 para 15,6% em 1973. 228 Inflação no Brasil 70-74/2 A queda da inflação foi acompanhada por um rápido espetacular crescimento resultantes de uma combinação: 1 - de medidas padrão de estabilização fiscal e monetária; 2 - de uma política salarial restritiva; 229 Inflação no Brasil 70-74/3 3- de um realinhamento de preços controlados; 4- da adoção de um sistema cambial ajustado muito lentamente; 5- introdução de um sistema de indexação de instrumentos financeiros com objetivo de permitir ao governo obter recursos de maneira não-inflacionários e estimular a poupança. 230 Contexto pré II PND • Crescimento da economia mundial de 7% em 1973 • Demanda Mundial aquecida pelos gastos com Guerra do Vietnã (1964-1975) e efeitos retardados da queda do dólar de 1971. • Expansão do crédito internacional, • Inovações financeiras, • (Para Carneiro, crescimento resulta da inflação, dos fluxos comerciais e da desvalorização do dólar). 231 Crise do petróleo de 73 e Financiamento • Condição básica seria a disponibilidade de recursos no mercado internacional, • Se adotada esta opção, significa que implicitamente,acreditava-se que a crise seria passageira, não exigindo realocação dos recursos no interior da economia. 232 Financiamento/2 • Significaria que a brecha (hiato) entre oferta e demanda de divisas era considerada uma situação “temporal e não repetitiva”, não sendo necessário enfrentar os custos de “ajustes”: 233 Caso contrário:Ajustes – Implicariam na utilização da política fiscal e monetária para mudar a composição do gasto e reajustar a economia – Promover-se-iam efeitos recessivos. • #Em 1974 e 1975 EUA, Holanda, Alemanha e em menor grau, México realizaram políticas de desaquecimento, acompanhadas de elevação gradual dos preços dos derivados de petróleo. 234 E o Brasil? • “A partir de fins dos anos 60’s se inicia um ciclo de endividamento externo brasileiro junto ao sistema bancário então em pleno processo de internacionalização” (Gonçalves, 1998, p. 260) • Dívida externa bruta: • 1968 -de 11,3% do PIB, • 1981 -para 24,5% do PIB 235 Explicação do endividamento (1) • Investimentos, públicos e privados, encontraram disponibilidade de crédito bancário externo, a baixo custo, posto que as taxas de juros (1973-1975) não se mostravam explosivas. • Assim, puderam evitar as restrições fiscais e financeiras domésticas. • (GONÇALVES, 1998, p. 261) 236 Como entender a escolha do Brasil? • “O fato de que o governo brasileiro negou-se a frear o crescimento da economia é indubitável”. Também é verdade que para cobrir a diferença entre dispêndio interno e a produção nacional, na conjuntura pos-choque, o país foi levado a tomar vultosos emprestimos` 237 Como entender a escolha do Brasil?/2 • Confirma-se a tendência de sustentar o crescimento acelerado com política de captação de poupanca externa. 238 O governo Geisel-II PND- 1975-79 • Assumiu em março de 74 com a promessa de uma abertura política” lenta,gradual e segura” ´..... • O II PND tinha o objetivo de: • fazer face a crise conjuntural da economia brasileira; • Superar o subdesenvolvimento eliminando os pontos de estrangulamento estruturais de nossa economia. 239 O governo Geisel- 0 II PND- 1975-79/2 – O déficit era coberto com o aumento do endividamento, – -avaliação que as turbulências da economia mundial seriam passageiras. – O financiamento do II PND feito em boa parte com financiamento externo fundamental para o fechamento do balanço de pagamentos 240 O governo Geisel- 0 II PND- 1975-79/3 – A amplitude da crise mundial e suas repercussões internas provocaram a desaceleração do plano e seus resultados concretos só vieram se fazer sentir em 1983 e 1984. 241 1974 – II PND- (75-79) • Objetivo geral – • “o Brasil se empenhará... em cobrir a área de fronteira entre o subdesenvolvimento e o desenvolvimento” • O que implica em dizer: • Brasil tido como país em processo de desenvolvimento. • Objetivo último: a construção de uma moderna economia industrial. 242 1974 – II PND – Obj. Específicos • Consolidar uma economia moderna, com implantação de novos setores, a criação e adaptação de tecnologias; • Ajustamento às novas realidades da economia mundial; • Nova etapa no esforço de integração nacional; • Estratégia de desenvolvimento social no sentido de garantir aumentos de renda real e eliminar focos de pobreza absoluta.(PROJETO do II PND) 243 Justificando o Programa • Na crise, quem mais se arriscaria a perder seriam os países subdesenvolvidos importadores de petróleo. • Há que se combater a vulnerabilidade mediante ações “que se estendem da busca do autoabastecimento, ao desenvolvimento de novas vantagens comparativas” (PROJETO do II PND, p. 28) • “a crise do petróleo apenas tornou o programa de 1974 imperioso e inadiável” 244 “Justificando” • A deterioração dos termos de intercâmbio em 1974 deixava a economia em situação crítica; As necessidades de X ampliavam-se porque as necessidades de M aumentaram em patamares mais elevados pondo em xeque a estrutura produtiva. • Diante do desaquecimento da economia mundial , a economia brasileira não reagiria com avanços na produção 245 Ainda “justificando o papel do Estado” • Velloso “se você quiser atuar interinamente através do sistema de mercado, nas condições atuais da economia brasileira (...) não vai ter o setor privado atuando em siderurgia, em fertilizantes, em petroquímica etc.” 246 Ainda “justificando”/2 • A maneira de fazer com que o setor privado opere nestes setores é através do governo. • É tendo incentivo fiscal ou financeiro, ou os dois, • “Para fazer funcionar setores pesados de rentabilidade direta baixa e de prazo de maturação longo, você precisa de incentivos governamentais.” 247 Assim sendo.... • Se o crescimento da economia, desde os anos 50 fora liderado pelo setor de bens de consumo, mesmo que duráveis. • Chegava a hora de REORIENTAR O PROCESSO DE CRESCIMENTO, o que exigiria um grande esforço de investimento, em um mundo em recessão e com a economia interna tendendo à reversão cíclica. 248 Principais setores alvos Insumos básicos: metais não ferrosos, minérios, petroquímica, fertilizantes e defensivos agrícolas. Petróleo, Pro- álcool, Energia Nuclear e Hidrelétrica. 249 ANOS % PIB % Inflação % PIB Investi/o Dívida ext. líquida (US$) 1975 5,2 29,4 24,4 17,1 1976 10,3 46,3 25,5 19,4 1977 4,9 38,6 21,4 24,4 1978 5,0 40,5 22,2 31,6 1979 6,0 77,2 23,0 40,2 1980 9,2 110,2 23,6 43,6 1981 -4,3 95,2 21,6 1982 0,8 99,7 20,0 1983 -2,9 211,0 17,2 250 As críticas ao II PND A racionalidade presente As políticas de curto prazo e de longo prazo Os resultados. A condução da política de curto prazo e o stop and go • Quatro mudanças logo no início do governo Geisel: • Desrepressão(liberação) dos preços; • Oficializar regras para correção monetária; • Intervenção no sistema bancário (Halles); • Revisão da lei salarial. 252 Política monetária. • Política ativa deveria controlar o crédito, • Sem evidências de controle da liquidez por aumento da taxa real de juros, • Governo Geisel: expansionista (mesmo tendo que vencer os excessos do período anterior) 253 A racionalidade (ou a justificativa) • Se se deixasse que a “safra do milagre” perdesse poder de influenciar a economia, haveria uma reversão conjuntural (recessão) que afetaria expectativas e ficaria mais difícil alcançar o compromisso dos capitais privados para novas ondas de investimento. 254 A idéia, portanto • A de que um novo bloco de investimentos – a “safra de 74” – permitisse evitar o “desencadeamento de um processo cumulativo de retração” (...) preservando o ritmo de expansão da renda permitia-se que a ampliação da capacidade produtiva do milagre pudesse ser assimilada. 255 As críticas quanto à concepção (1) • 1-Plano acusado de evitar o ajustamento; – – Delfim, por exemplo “Mas em 74 alguém imaginava o que iria acontecer em 79? • 2-Castro “a política de 74 não consistia em postergar problemas: as soluções é que ficavam adiadas, dado o prazo tecnicamente requerido pela maturação dos grandes investimentos” (1985, pag. 41) 256 As críticas quanto à concepção (2) • 3-Plano acusado de promover uma excessiva “estatização” da economia, notadamente nos setores de: fertilizantes, exploração mineral, polpa de celulose, petroquímica, indústria de base, a comercialização de certos produtos agrícolas, a área creditícia e financeira. 257 As críticas quanto à concepção (3) • 4-Para Lessa o II PND faz da crise do petróleo a justificativa para a proclamação serena e não traumática do projeto de potência, nascida no interior do aparelho do Estado. 258 5-E para Castro? • Ajuste com impactos complexos. • Países desenvolvidos pagaram a conta do petróleo com expansão de vendas de máquinas, equipamentos e armas para os países da OPEP (caso onde é necessário algum grau de desenvolvimento prévio destas indústrias) • “Não creio que existisse solução capaz de evitar o endividamento externo e o redirecionamento FORÇADO dos investimentos” (Castro,1985, pag. 43) 259 6)E para Carneiro? • OS ERROS DE DIAGNÓSTICO bem como A TIMIDEZ que caracterizou o uso de instrumentos de política econômica após o primeiro choque” (Carneiro, 1990, p. 300) são os responsáveis pelo: 260 • “O quadro de desequilíbrio macroeconômico com que a economia brasileira defrontou-se na década de 80, caracterizado por: • - elevado endividamento externo; • - desestruturação do setor público; • - inflação explosiva; • - perda de dinamismo, 261 PIB-Taxas de Crescimento IBGE Ano PIB Indústria Agricultura Serviços 1973 14,0 16,6 0,0 13,4 1974 9,0 7,8 1,0 9,7 1975 5,2 3,8 7,2 2,9 1976 9,8 12,1 2,4 8,9 1977 4,6 2,3 12,1 2,6 1978 4,8 6,1 -3,0 4,3 1979 7,2 6,9 4,9 6,7 262 FBKF e Taxa de Inflação-% Ano FBCF/PIB IGP-DI 1973 21,4 15,5 1974 22,8 34,5 1975 24,4 29,4 1976 22,5 46,3 1977 21,4 38,6 1978 22,2 40,5 1979 23,0 77,2 263 Ganhos de divisas derivados dos programas setoriais(US$ milhões) Ano Petróleo Metais NFerrosos Papel e Celulose Prod Sider. Fertiliza nte Prod. Químicos Total 1981 1052 22 90 149 354 1029 2.696 1982 1903 139 170 79 218 1210 3.719 1983 2351 366 188 363 308 1308 4.884 1984 4404 353 378 636 325 1307 7.403 264 João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979-1985) 265 Política- Figueiredo • 1979-Lei da anistia aprovada pelo Congresso em agosto; • Foram beneficiados todos os presos ou exilados por crimes políticos desde setembro de 1961; • Excluídos os culpados por terrorismo, de resistência armada ao governo e restabelecidos os direitos políticos 266 Política- Figueiredo(2) • Foi incluída na lei de anistia um definição que incluía tanto os praticantes de crimes políticos quanto de crimes conexos –dando cobertura aos torturadores 267 Política- Figueiredo(3) • Reformulando os partidos • A ARENA sofria: • as conseqüências das políticas repressivas pós-1964; • com o fraco atrativo eleitoral da UDN, sua verdadeira precursora. 268 • • • • Política- Figueiredo(4) Os estrategistas políticos, chefiados por Golbery imaginaram: Dissolver o sistema bipartidário Promover a criação de múltiplos partidos -para romper a unidade oposicionista PDS, PMDB, PTB, PDT,PT e o PP 269 Política- Figueiredo(5) • Explosões à direita – Cartas- bomba enviadas para a Ordem dos Advogados, – Banca de jornais, -Rio-Centro. Apuração dos fatos: - demissão de Golbery e volta de João Leitão de Abreu.(Casa Civil). 270 Política- Figueiredo(6) • Com o resultado das eleições de 82, os partidos da oposição conseguiram maioria na Câmara e venceram eleições para o governo de Estados importantes- S.P., Rio, Minas e RGS. • * a recessão de 81-83 fora a pior do Brasil desde a Grande Depressão. 271 Política- Figueiredo(7) • Campanha das diretas(84) para as eleições de 85. • Aproveitando as manifestações populares, autorizadas desde o final do Governo Geisel, e com o apoio da imprensa- Jornais, Revistas, Rádio e TV. • 25/04 – a votação terminou sem que a emenda conseguisse, para ser aprovada, a maioria de 2/3- ( 22votos faltantes). 272 Figueiredo político -Fim • No ano seguinte, em eleições indiretas: • Tancredo Neves foi eleito(por 480 votos contra 180),em 15/01/85, o primeiro presidente civil após 21 anos de ditadura. 273 Política Econômica CRISE E ESPERANÇA: 1974-1980 • A absorção de capital estrangeiro contribuiu de maneira importante para as contínuas taxas de crescimento relativamente elevadas da economia. •Enquanto no período 70-73 a absorção de recursos externos reais chegou a 1,4% do PIB, Este índice subiu para 2,4% durante o período 74-78. 275 CRISE E ESPERANÇA: 1974-1980 • e a parcela da formação de capital bruto, financiada por recursos externos, aumentou • de 5,3% no período 70-73 • de 7,9% no período 74-78. • Muitos dos empréstimos estrangeiros eram realizados pelo setor público. 276 CRISE E ESPERANÇA: 1974-1985 1 4000 1 00000 1 2000 D ív id a B r u t a 1 20000 1 0000 80000 8 000 60000 6 000 40000 4 000 20000 D ív id a B r u ta 1985 1984 1983 1982 1981 1980 1979 1978 1977 1976 1975 1974 1973 1972 1971 1970 196 9 2 000 1968 0 J u r o L íq u id o A D ív id a E x t e r n a B r a s ile ir a ( M ilh õ e s d e d ó la r e s ) 0 J u r o s L íq u id o A Taxa de Juros Reais Média da Dívida Externa Brasileira (em %) 16 14 12 10 8 6 4 2 19 68 19 69 19 70 19 71 19 72 19 73 19 74 19 75 19 76 19 77 19 78 19 79 19 80 19 81 19 82 19 83 19 84 19 85 0 277 Crise da dívida • Março de 1979: general Figueiredo assume a presidência da República. •Seu programa político consistia em devolver o Brasil a um regime totalmente democrático e entregar o governo a um civil. • 1979: segundo choque do petróleo. 278 Período de 1979 – 1981 Segunda crise do petróleo-79 e ... 279 CRISE E ESPERANÇA • A)Violento declínio das relações de troca entre produtos exportados e importados pelo Brasil(II crise do petróleo). • B)Aumento nas taxas de juros mundiais em reação às rígidas políticas monetárias internas dos EUA. • C)Frustração da safra agrícola (78/79) devidos às condições climáticas pressionando preços e obrigando o país a importar produtos como feijão e arroz. 280 CRISE E ESPERANÇA: 1974-1980 • Medidas tomadas no final de 79: 1) Maxidesvalorização do cruzeiro; 2) Eliminação dos subsídios à exportação; 3) Eliminação de muitos incentivos fiscais; 4) Aumentos significativos nos preços dos serviços públicos, 281 CRISE E ESPERANÇA: 1974-1980 5) Tributação temporária sobre lucros inesperados nas exportações agrícolas; 6) Extinção da Lei dos Similares, que oferecia ampla proteção às importações, porém com exceções especiais; 7) Extinção das exigências de depósito sobre aportes de capital e redução da alíquota de IR devido sobre a remessa de juro, de 12,5% para 1,5%, a fim de estimular empréstimos externos ao Brasil. 282 CRISE Em 1980 a taxa de crescimento da economia brasileira foi surpreendentemente alta: • • O PIB cresceu 9,2%. •A inflação, entretanto, atingiu a taxa anual de 110%. 283 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 Taxa de Crescimento do PIB Real: 1980-1984 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 -2,00 1980 1981 1982 1983 1984 -4,00 -6,00 Taxa de Inflação (IGP-DI) - 1980:1984 250 200 150 100 50 0 1980 1981 1982 1983 1984 284 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 • Em meados de 1980 foram sentidos os primeiros sinais de escassez de financiamento externo. • As linhas da política macroeconômica passaram a ser ditadas pela disponibilidade de financiamento externo. •Aumenta a dificuldade para financiar déficit no balanço de pagamentos e as reservas cambiais brasileiras caem. • Ortodoxia na política monetária: com restrição do crédito e preocupação contínua com a base monetária. 285 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 1981: Recessão sem Fundo • A política macroeconômica que prevaleceu em 81 e 82 foi basicamente direcionada para a redução das necessidades de divisas estrangeiras através do controle da absorção interna. • Mudança na política salarial: - queda acentuada do salário real principalmente para faixas de renda mais alta. 286 Política Salarial • Formulas de indexação dos salários por faixas: • o efeito real dessas formulas foi alterar significativamente a distribuição da renda salarial em benefício dos 2/3 dos trabalhadores de renda mais baixa em detrimento de 1,6 % situado nos diversos níveis 287 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 • Controle das despesas públicas: • (i) limitação do crescimento nominal dos investimentos das empresas estatais em 66% para uma inflação maior; • (ii) centralização pelo Tesouro das administração dos recursos orçamentários dos órgãos da administração direta; 288 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 (2) • (iii) controle semanal do saldo das contas dos diferentes órgãos governamentais pela Comissão de Programação Financeira do Ministério da Fazenda. 289 25,0 20,0 15,0 US$ bi 10,0 5,0 0,0 -5,0 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 -10,0 -15,0 -20,0 Reservas BP Transações Correntes B. Cml B. Capitais Fonte: Banco Central e Conjuntura Econômica 290 15 10 taxas de variação 5 0 -5 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 -10 -15 -20 PIB PIB IND PIB AGR fbkf -25 Fonte: Abreu, 1990 291 Período de 1982 – 1983 Acordo com FMI 292 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 • Derrota do Partido do governo nas eleições gerais de novembro, motivada por: (i) frustração pelo ajustamento externo; • (ii) falta de progresso nas condições internas; • (iii) incertezas quanto às perspectivas futuras da economia. 293 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 1982: Da Recessão ao Fundo. • Conversações com o FMI, mas o Governo opta por evitar a ida ao FMI para não a tornar um item na campanha eleitoral. • Agosto de 1982: moratória Mexicana. 294 1982: Da Recessão ao Fundo. • Após a eleição é feito um acordo com o FMI: • (i) os bancos credores fariam novos financiamentos aos tomadores de empréstimos especificados pelo BACEN; • (ii) as amortizações referentes a 1983 seriam refinanciadas por 8 anos; 295 1982: Da Recessão ao Fundo.(2) • iii) renovação das linhas de crédito interbancário relacionadas ao crédito comercial; • (iv) as linhas de crédito interbancário para bancos brasileiros operando no exterior seriam restabelecidas aos níveis de junho de 82. 296 1982: Da Recessão ao Fundo.(3) •O anúncio formal de um programa com o FMI definiu um novo modelo para negociações da dívida externa brasileira. Quando cessou o fluxo de empréstimos voluntários, o principal desafio dos negociadores : -deixou de ser apresentar perspectivas favoráveis para o futuro da economia ; 297 FMI(3) • e sim: • -emitir sinais de austeridade para os credores privados. • -passar para uma submissão das políticas macroeconômica e comercial ao crivo do FMI. 298 1982: Da Recessão ao Fundo.(4) • As negociações passaram a ser realizadas com a equipe do Fundo, com entendimento de que os bancos endossariam os resultados. • A economia brasileira ficou praticamente estagnada em 82. 299 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 1983: O Fundo da Recessão • Novos critérios de desempenho para a economia brasileira acordados com o FMI: • (i) Teto para o déficit em conta corrente do Balanço de Pagamentos, o que requereria um superávit comercial; 300 1983: O Fundo da Recessão • (ii) Taxa anual de inflação de 78%, que seria alcançada via cortes na despesa interna provocados pela contração dos gastos do governo; (iii) Desvalorizações do cruzeiro superiores à taxa mensal de inflação em 1 ponto percentual. (iv) Reduções drásticas nos gastos das empresas estatais, 301 1983: O Fundo da Recessão/2 • 21 de fevereiro de 1983: maxidesvalorização do cruzeiro (30%) • o governo promoveu uma desindexação parcial dos salários,visando impedir que a maxidesvalorização cambial fosse integralmente neutralizada, com repasse generalizado aos preços e salários, por uma aceleração compensatória da inflação 302 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 83 • A desindexação salarial e a aceleração inflacionária resultaram numa queda de cerca de 15% no poder de compra dos salários ao longo do ano de 83. • Uma combinação de fatores, permitiu o cumprimento de praticamente todas as metas relacionadas com as contas externas em 1983, tais como: • a recessão interna, 303 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 (2) • a queda do salário real, • a desvalorização cambial, • as quedas do preço internacional do petróleo, • a recuperação da economia norte- americana. 304 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 • Dificuldade de cumprir as metas internas, sobretudo a inflação. • Dois choques conspiraram contra a fé monetarista no poder dos cortes no orçamento e das políticas monetárias contracionistas em reduzir a inflação em 83: 305 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 • (i) a maxidesvalorização do cruzeiro ; • (ii) a elevação dos preços agrícolas (explicado em parte pela política de exportação de produtos agrícolas adotada pelo governo no primeiro semestre do ano). 306 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 • A aceleração progressiva da inflação desde o início do ano foi suficiente para desacreditar a taxa anual projetada, na qual se baseavam os valores nominais das metas fiscais e monetárias. • O emprego na indústria foi reduzido em 7,5% • A recessão industrial, liderada pela retração do setor de bens de capital (-19%). 307 Período de 1984 – 1985 Houve um superávit comercial e as reservas de ouro foram . A Retomada do Crescimento recompostas. 308 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 1984: Com o Fundo sem Recessão • Em 1984 a restrição externa da economia brasileira mostrou sinais de relaxamento: • Recuperação dos salários reais. 309 • Recuperação do consumo estimulado pela exacerbação das expectativas inflacionárias em função: • da própria demanda de recomposição das perdas salariais, • do boom nos mercados financeiros, • da política monetária frouxa, • do aumento da freqüência dos reajustes das tarifas públicas. 310 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 • Recuperação do produto da agricultura. • A estabilidade das taxas mensais de inflação até agosto de 84, em torno de 10% ao mês, reforçava o caráter inercial do processo inflacionário brasileiro e sua relativa invariância ao nível de atividade. 311 Considerações sobre o diagnóstico • A existência de desequilíbrio externo não significa necessariamente que um país esta vivendo acima de seus limites (excesso de demanda), mas pode ser decorrência de um(a): • Processo de endividamento que começa a ser cobrado, • Brusca elevação da taxa de juros, • Deterioração dos termos de troca. 312 • Brasil endividou-se com base em um sistema de taxas de juros flutuantes • II crise do petróleo ( barril passou de 15 para 35 dólares) • # supply side economics-Reagan • #Setembro negro(1982) • insolvência argentina, mexicana, e polonesa, com o rompimento do fluxo de recursos voluntários aos países em desenvolvimento. 313 Gráfico 5 - Crescimento do PIB 1964-2006 (em %) 15 12,5 10 7,5 5 2,5 0 -2,5 -5 -7,5 2006 2004 2002 2000 PIB per capita 1998 1996 1994 1992 1990 1988 Mundo 1986 1984 1982 1980 1978 1976 1974 1972 1970 1968 1966 1964 Brasil O FRACASSO DO GRADUALISMO: Março de 1985-Fevereiro de 1986. • Março de 1985: •Instala-se a Nova República, após 21 anos de regime militar. 318 Tancredo Neves 319 • Tancredo Neves foi eleito Presidente por eleição indireta, e sua vitória foi recebida com muito entusiasmo e esperança pela maioria dos brasileiros. • Ele era um político moderado, porem um adversário declarado do regime autoritário. 320 • Após um período negro e violento na História do Brasil, foi eleito o primeiro presidente civil em mais de 20 anos. • A ansiedade de todo o país pela sua posse e por uma reorganização da sociedade, ainda amedrontada pelo regime militar, era nítida. 321 • Em 14 de março de 1985, véspera da posse, Tancredo Neves, alegava fortes dores abdominais. • Diagnosticado de apendicite, Tancredo foi operado no Hospital de Base de Brasília no dia 15, dia em deveriam ocorrer a posse e transmissão do cargo. 322 • Segundo informações transmitidas após a cirurgia, Tancredo padecia de diverticulite; – doença que gera um quadro agudo, provocando dores semelhantes às crises de apendicite. 323 • Enquanto o paciente era mantido isolado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Base, o meio político se mobilizava para tentar solucionar o impasse surgido a respeito de quem assumiria a presidência em exercício: • o vice-presidente José Sarney ; • o presidente da Câmara, Ulisses Guimarães. 324 • Um segundo passo das negociações foi convencer o presidente Figueiredo a passar a presidência a Sarney, com quem estava rompido. • Para tanto, Ulisses Guimarães se teria comprometido com o ministro-chefe do Gabinete Civil de Figueiredo, Leitão de Abreu, partidário até então da posse do presidente da Câmara, – de que não haveria solenidade de transmissão do cargo, contornando-se assim o impasse. 325 • A morte de Tancredo ocorreu 38 dias após sua internação no Hospital de Base de Brasília, na véspera da posse. • Nesse período, Tancredo foi submetido a sete intervenções cirúrgicas, as cinco últimas em São Paulo, para onde havia sido transferido no dia 26 de março. • Tancredo Neves tinha 75 anos. 326 • Tancredo morreu em 21 de abril. • No dia seguinte, Sarney assumiu efetivamente a presidência, anunciando que seu governo seria "o governo de Tancredo". 327 • Em seu primeiro discurso na nova condição, tratou da duas maiores prioridades nacionais: • - a redemocratização • a crise econômica herdada do último governo militar -, • Prometeu que convocaria a Assembléia Constituinte "o mais cedo possível" • e que o país cumpriria seus compromissos com os credores internacionais, mas não ao preço do sacrifício do povo 328 José Sarney tomou posse como presidente da República perante o Congresso; • Pronunciando o discurso elaborado pela assessoria de Tancredo e por ele aprovado, cuja essência fixava-se na determinação das prioridades dos gastos públicos. • O ministério escolhido por Tancredo três dias antes foi mantido. 329 José Sarney Costa 330 • José Ribamar Ferreira de Araújo Costa nasceu em Pinheiro (MA) em 24 de abril de 1930, filho de Sarney de Araújo Costa e de Kiola Ferreira de Araújo Costa. • Em 1965 adotou legalmente o nome de José Sarney Costa, do qual já se utilizava para fins eleitorais desde 1958, por ser conhecido como "Zé do Sarney", isto é, José, filho de Sarney. 331 AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 Taxa de Crescimento do PIB Real: 1980-1984 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 -2,00 1980 1981 1982 1983 1984 -4,00 -6,00 Taxa de Inflação (IGP-DI) - 1980:1984 250 200 150 100 50 0 1980 1981 1982 332 1983 1984 A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989 Taxa de Crescimento do PIB Real: 1985-1989. 9.00 8.00 7.00 6.00 5.00 4.00 3.00 2.00 1.00 0.00 -1.00 1985 1986 1987 1988 1989 Taxa de Inflação (IGP-DI): 1985-1989 2500 2000 1500 1000 500 0 1985 1986 1987 333 1988 1989 Francisco Dornelles-(15/03/85-29/09/85) • O FRACASSO DO GRADUALISMO: Março de 1985-Fevereiro de 1986. • Medidas de austeridade fiscal e monetária não levaram a redução da inflação 334 A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989 • Durante todo ano de 1985, o governo da Nova República manteve afastadas do país as missões do FMI. •Isso deu maior liberdade para fazer uma política fiscal e monetária que privilegiavam o crescimento econômico. • Essa atitude foi possível por: •(i) superávits mensais da balança comercial que permitiam ao país não depender de novos recursos externos; 335 A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989 • A inflação brasileira parecia ter propriedades específicas e uma dinâmica própria, resistindo às pressões deflacionárias da recessão e do desemprego. 336 Inercialistas • Comportamento inercial • A partir de um determinado momento, a inflação adquire certa autonomia em que a inflação do período passado determina a inflação atual que determinará a inflação futura 337 Inercialistas Esta inércia resulta dos mecanismos de indexação que tendem a propagar a inflação passada para o futuro. Correção monetária de preços; Salários; Câmbio; Ativos financeiros. 338 A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989 • Ganham força as teses da inércia inflacionária sobre as condições de demanda e oferta agregadas. • Estes autores defendiam a desindexação da economia no combate à inflação. 339 A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989 • A ruptura dos mecanismos de indexação produziria uma queda da inflação mais rápida do que a contração da demanda agregada, com custos menores em termos de recessão e desemprego. 340 A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989 Das teses inercialistas surgem propostas de soluções heterodoxas: •Proposta da moeda indexada de Arida e Resende: •visava alcançar a desindexação da economia através da introdução de uma nova moeda indexada, que circularia paralelamente com o cruzeiro. 341 A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989 • Proposta do choque heterodoxo de Lopes: • propunha um congelamento de preços e salários e cambio em níveis consistentes com o status quo da distribuição de renda; • a desindexação generalizada da economia. • # abandonando a tese gradualista: via Pactos Sociais,com tabelamento dos preços e das rendas 342 • Francisco Dornelles-15/03/85-29/09/85 • Dilson Funaro-30/09/1985-03/06/1987. • Luiz Carlos Bresser Pereira • Mailson da Nóbrega. 343 Antecedentes do Plano Cruzado • Em 1984 o Brasil vivia o sonho de que a democracia resolveria todos os problemas do Brasil. • Acreditava-se com a campanha das diretas e a eleição de Tancredo o país : – reencontraria os caminhos; – promoveria o fim da inflação; – faria a redistribuição de renda. 344 Antecedentes do Plano Cruzado • O Brasil dispunha algumas vantagens em relação a situação vivida entre 1981-83: • Contas externas apresentavam significativo superávit comercial; • Situação de liquidez internacional havia melhorado em relação à crise da dívida e a moratória do México, em 1982; • As contas fiscais estavam mais ajustadas e maturação dos investimentos realizados no II PND dava ao país grande potencial para crescer. 345 Antecedentes do Plano Cruzado • Dado o insucesso do combate à inflação nos anos anteriores desenvolveram-se, no início de 80, teorias alternativas de estabilização. • A teoria que mais teve ênfase sobre causas da inflação brasileira foi a inercialista que afirmava que a inflação decorria de práticas contratuais que repunham a inflação passada, a cada data base. • “A inflação vivida pelo país naquele período não devia ser atribuída a um superaquecimento da demanda em relação a oferta, sendo o déficit público pouco relevante” 346 A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989 • O fracasso do gradualismo em produzir sequer a estabilidade das taxas mensais de inflação encerra a segunda fase da política econômica da Nova República. • A coalizão política que sustentava o governo ficou ameaçada. • Em 28 de fevereiro de 1986, o presidente José Sarney decretou um novo programa de estabilização: • o Plano Cruzado. 347 Planos de estabilização macroeconômicos: 1985-1989 O PLANO CRUZADO As precondições da economia pareciam apropriadas: 1. O produto industrial, impulsionado pelos bens de consumo durável, crescera 9,2% durante os 12 meses anteriores a fevereiro; 2. A balança comercial acumulara um superávit de US$ 12,8 bilhões nos últimos 12 meses; 3. As reservas internacionais em bom volume; 348 O PLANO CRUZADO • • • O déficit público em 1986 estaria praticamente eliminado, como resultado do “pacote fiscal” anunciado em dezembro de 1985; O preço do petróleo, que respondia por 45% das importações brasileiras, caía no mercado internacional; O dólar norte-americano, ao qual estava atrelado o cruzeiro, desvalorizava-se em relação às moedas européias e ao iene. 349 A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989 Plano Cruzado: Principais Ingredientes: • Reforma monetária: estabelece o cruzado (Cz$); • A taxa de conversão foi fixada em mil cruzeiros por cruzado; 350 O PLANO CRUZADO • Os salários foram convertidos em cruzados, tomando como base o poder de compra médio dos últimos seis meses. • Abono de 8% foi concedido para todos os assalariados 351 O PLANO CRUZADO • Salário mínimo foi fixado em Cz$ 804,00 (abono de 16%). • Os salários não foram congelados: • - haveria dissídios coletivos anuais e correção automática de acordo com uma escala móvel, sempre que a taxa de inflação acumulasse o gatilho de 20%. 352 O PLANO CRUZADO • Os preços foram congelados por tempo indeterminado nos níveis ao consumidor prevalecentes em 27 de fevereiro de 1986. • Não houve qualquer compensação pela inflação passada, nem tampouco pela perda futura. 353 •O PLANO CRUZADO • O Plano Cruzado deslocou a base do índice de preços ao consumidor (IPCA) para 28/02/86. •O novo índice (IPC) visava evitar que a inflação passada fosse captada no mês de março (primeiro mês de vigência do plano). 354 O PLANO CRUZADO • A taxa de câmbio foi fixada no nível vigente em 27 de fevereiro de 1986. Regras para a correção dos aluguéis • Indexação em prazos inferiores a 1 ano foi proibida. 355 • A ORTN (Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional), que era corrigida mensalmente com base no índice oficial de inflação, e que com a aceleração inflacionária se tornara a “moeda” nacional alternativa,foi substituída: • -pela OTN (Obrigação do Tesouro Nacional), cujo valor nominal ficaria congelado por 12 meses. • Não se estabeleceram metas ou regras para as políticas monetária e fiscal, para complementar o programa de estabilização. 356 PLANO CRUZADO: PRINCIPAIS RESULTADOS Período 1 – Cruzado: Março de 1986 – Junho de1986 Característica: queda substancial da inflação e indícios da existência de excesso de demanda na economia. • Apoio popular (fiscalização do congelamento). • As taxas de inflação, medidas pelo IPC, caíram abruptamente Março Abril Maio Junho 357 0.1 0.8 1.4 1.3 O PLANO CRUZADO • A decomposição das taxas mensais de inflação revelavam os primeiros sintomas de excesso de demanda. • Distorção de preços relativos entre os preços congelados e aqueles de difícil controle. 358 A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989 • Explosão de consumo motivada por: •(i) aumento do poder de compra dos salários; • (ii) a despoupança voluntária causada pela ilusão monetária; •(iii) o declínio no recolhimento do imposto de renda da pessoa física; 359 O PLANO CRUZADO • (iv) redução das taxas de juros nominais; • (v) consumo reprimido durante os anos de recessão; • (vi) congelamento de alguns preços em níveis defasados em relação a seus custos. 360 O PLANO CRUZADO • Escassez de produtos (ex: leite, carne e automóveis). • A generalização do excesso de demanda na economia era reforçada por uma expansão exagerada da oferta de moeda, que transcendia o incremento natural de demanda de moeda provocado pela desinflação abrupta. 361 O PLANO CRUZADO • A folga de liquidez refletiu-se em taxas de juros reais negativas. • Conseqüências: • valorização das bolsas, • aumento do ágio no mercado paralelo de dólar; • alta vertiginosa dos preços dos ativos reais. 362 O PLANO CRUZADO • Desequilíbrio fiscal devido: • (i) aumento das despesas com folha de salários do setor público; • (ii) os subsídios diretos e indiretos (ex: leite); • (iii) isenções tarifárias; • (iv) transferências às empresas estatais, Estados e Municípios. 363 O PLANO CRUZADO • O esperado crescimento na receita do governo não se materializava na devida proporção e no devido tempo. •devido a eliminação da erosão inflacionária que agia sobre a arrecadação de impostos. 364 Plano Cruzado • Quando as receitas aumentaram, refletindo a aceleração da atividade econômica, • os gastos aumentaram fruto da necessidade de se sustentar o congelamento de preços, -- contribuição para a vitória do PMDB nas eleições de novembro para os Governos Estaduais e Assembléia Constituinte. 365 O PLANO CRUZADO • Dimensão do superaquecimento da economia; • (i) as vendas cresceram 22,8% nos primeiros seis meses de 86 em relação ao mesmo período do ano anterior; • (ii) aumento de 33% na produção de bens duráveis; • (iii) a taxa de desemprego aberto caiu de 4,4% em março para 3,8%; • (iv) os salários reais tiveram um ganho de 12% desde o final de fevereiro. 366 O PLANO CRUZADO • O governo tinha duas opções: • (i) decretar o fim do congelamento de preços, ou • (ii) desacelerar o crescimento do produto através de um rápido e severo corte na demanda agregada. • Como tanto a inflação quanto a recessão tinham custos políticos, que o governo julgava insuportáveis, optou-se por um modesto ajuste fiscal. 367 Período 2 – Cruzadinho: Julho de 1986 – Outubro de1986 24 de julho: novo pacote de ajuste fiscal – • O Cruzadinho • Objetivo: desaquecer o consumo • Criação de empréstimos compulsórios: • novos impostos indiretos na aquisição de gasolina e automóveis que seriam restituídos após 3 anos. 368 Cruzadinho • Impostos não-restituíveis sobre a compra de moeda estrangeira para viagem e passagens aéreas internacionais. • Esta receita adicional do governo seria usada para um novo plano de metas que visava atingir um crescimento do PIB de 7% ao ano. 369 Cruzadinho • O Cruzadinho teve pouco eficácia na contenção do consumo. • Ao contrário, a expectativa do descongelamento deu novo impulso no consumo. • A empresas estavam operando próximas da capacidade plena. 370 Cruzadinho Até agosto, os elevados superávits da balança comercial não refletiam o excesso de demanda do mercado interno. • Esta situação muda em setembro e, mais drasticamente, em outubro, com queda nas receitas de exportação. 371 Cruzadinho •A especulação em torno de uma maxidesvalorização elevou o ágio do mercado paralelo de dólar para a casa de 90% •Em outubro o governo descongelou a taxa de câmbio e promoveu uma modesta desvalorização do cruzado de 1,8%, anunciando uma política de minidesvalorizações eventuais. •A expectativa de uma nova e maior desvalorização estimulou ainda mais o adiamento das exportações e a antecipação das importações levando a uma maior deterioração das contas externas. 372 Período 3 –: Cruzado II –(Novembro de 1986 – Junho de 1987). • Uma semana após a maciça vitória do partido do governo (PMDB) nas eleições, o Cruzado II foi anunciado. •Tratava-se de um “pacote fiscal” que objetivava aumentar a arrecadação: • através do reajuste de alguns preços públicos (gasolina, energia elétrica, telefone e tarifas postais); •do aumento de impostos indiretos (automóveis, cigarros e bebidas); 373 Cruzado II • Esses aumentos sobre os preços de bens públicos e administrados forneceram uma válvula de escape para toda a inflação reprimida durante o congelamento. • Dada a magnitude do choque inflacionário do Cruzado II, a indexação voltaria a plena carga. 374 Cruzado II • O governo: • reinstituiu as minidesvalorizações cambiais diárias do Cruzado; • atrelou os contratos financeiros aos rendimentos das recém-criadas Letras do Banco Central (LBCs); • permitiu que os bancos voltassem a emitir Certificados de Depósitos Interbancários (CDBs) pós-fixados. 375 Gatilho • A taxa de inflação atingiu 16,8% em janeiro, • o que significava que o primeiro reajuste salarial de 20%, detonado pela inflação acumulada entre março e dezembro de 1986 e pago no final de janeiro, – reporia pouco mais que a perda de poder de compra ocorrida durante o próprio mês. 376 Cruzado II • Contando com a retração da demanda para amortecer a aceleração inflacionária, •o governo cedeu às pressões pela liberalização dos preços, suspendendo abruptamente quase todos os controles de preços em fevereiro de 87. 377 Cruzado II • Em 27 de fevereiro de 1987, quando o Plano Cruzado completava 1 ano, a reindexação da economia, iniciada em novembro de 86, foi concluída com: • o reajustamento do valor nominal da OTN e • a reintrodução da correção monetária em bases mensais. • A escala móvel salarial, a economia estava mais indexada do que antes do Plano Cruzado. 378 • Duas de suas teses demonstraram-se equivocadas: • O final da “bolha inflacionária”, o que significava que a inflação iria perder o fôlego uma vez que o processo de realinhamento dos preços estivesse completado, não se materializara; • e a renegociação da dívida externa, que reaglutinaria as forças da sociedade brasileira, voltara ao estado de impasse. • Os saldos da balança comercial tornaram-se negativos entre outubro de 86 e janeiro de 87. 379 • No final de fevereiro de 87 o governo decidiu suspender por tempo indeterminado os pagamentos de juros da dívida externa aos bancos privados. Em abril de 87, o ministro Dílson Funaro deixou o cargo. – com a taxa de inflação ultrapassando o patamar de 20% ao mês. 380 • Os objetivos oficiais da moratória eram: • estancar a perda de reservas internacionais; • iniciar uma nova fase de renegociações da dívida externa. • O objetivo extra-oficial seria a reconquista do apoio popular, prejudicado pelo fracasso do Plano Cruzado, para uma nova tentativa de estabilização. 381 Luis Carlos Bresser Pereira 382 Plano Bresser (03/05/87-18/12/87) • Luis Carlos Bresser Pereira assume a Fazenda. • Metas: • taxa de crescimento do PIB em 87 de 3,5% (contrario as aspirações anteriores de 7%), • disposição de voltar a dialogar com o FMI. • Anunciou e promoveu uma minidesvalorização do Cruzado de 7,5% em 10 de maio. – (O que foi percebido como um passo rumo a ortodoxia, repelida pelo PMDB). 383 O PLANO BRESSER PRINCIPAIS INGREDIENTES Apresentado em 12 de junho de 1987 Programa de estabilização híbrido, que incluía elementos ortodoxos e heterodoxos para o combate da inflação. Não tinha como meta a inflação zero nem a desindexação da economia 384 O PLANO BRESSER • Pretendia promover um choque deflacionário com : • sustentação de taxas de inflação mais baixas, com a redução do déficit público. • a supressão da escala móvel salarial; • Os salários foram congelados por um 385 Instituiu uma nova base de indexação salarial para vigorar após o congelamento: a Unidade de Referência de Preços (URP). A cada 3 meses seriam pré-fixados os percentuais de reajustes (URP) para os três meses subseqüentes, com base na taxa de inflação média dos 3 meses precedentes. 386 O PLANO BRESSER PRINCIPAIS INGREDIENTES Os preços também foram congelados pelo prazo máximo de 3 meses. Porém antes do congelamento foram anunciados diversos aumentos para os preços públicos e administrados. A falta de realinhamento de preços públicos e administrados na véspera do congelamento fora apontada como uma das falhas do Plano Cruzado. 387 O PLANO BRESSER • A base do IPC foi deslocada para o inicio do congelamento • O Cruzado foi desvalorizado em cerca de 9,5%. • O programa visava reduzir o déficit público em 1987 dos 6,7% do PIB projetados para cerca de 3,5% do PIB. 388 O PLANO BRESSER • PRINCIPAIS RESULTADOS: • fase 1 (Congelamento e flexibilização) – Julho de 87 a Dezembro de 87. • A perda de poder de compra dos salários e a prática de taxas de juros reais positivas durante a fase de congelamento tiveram : • reflexos negativos nas vendas do comércio varejista • no ritmo da produção industrial, • assim a inflação do congelamento não podia ser atribuída a pressões de demanda. 389 O PLANO BRESSER A recuperação da poupança nacional não adviria mais da poupança externa “forçada” (fruto da moratória dos juros da dívida) e sim da poupança do governo que seria viabilizada com a: - contenção dos gastos, - elevação das tarifas públicas, - redução dos subsídios; E uma reforma tributária. 390 O PLANO BRESSER • A oposição política a um ajuste dessa magnitude foi grande; • As pressões inflacionárias não cederam obrigando o governo a flexibilizar o congelamento já em agosto. 391 Principais resultados- Plano Bresser fase 1 (Congelamento e flexibilização) – Julho de 87 a Dezembro de 87. A partir dos dissídios de setembro os trabalhadores iniciaram uma ofensiva para incorporar a inflação de junho de 87 aos salários. Em dezembro de 87 a inflação voltou ao patamar de 14% com uma nova onda de rumores de um novo congelamento e desgastado pelas resistências a uma proposta de reforma tributária, o ministro Bresser Pereira pediu demissão. 392 Maílson da Nóbrega 393 Feijão com Arroz PRINCIPAIS RESULTADOS: fase 2 (Feijão com Arroz) – Jan. 88 a Dez. 88.Maílson da Nóbrega assumiu em 18/12/87. Assume rejeitando a alternativa de um choque heterodoxo e com metas mais modestas; estabilização da inflação em 15% ao mês e redução gradual do déficit público O anúncio reiterado de que o governo não adotaria um novo congelamento de preços contribuiu para a contenção das taxas de inflação ao longo de todo o primeiro semestre do ano abaixo de 20%. 394 • Em 4 de novembro de 1988, foi assinado um pacto social entre governo, empresários e trabalhadores estabelecendo uma espécie de redutor, através da pré-fixação dos reajustes de preços nos 2 últimos meses do ano. • O principal mérito do pacto social foi conter temporariamente a ameaça de hiperinflação. • Ao longo do mês de novembro este pacto perdeu força. • *Pacto de Moncloa-10/1977. 395 PLANO VERÃO PRINCIPAIS INGREDIENTES: Lançado em 14 de janeiro de 1989. Promoveu uma nova reforma monetária, instituindo o cruzado novo (NCz$), correspondendo a mil cruzados. 396 Programa de estabilização híbrido:PLANO VERÃO • • • • Elementos ortodoxos: o plano pretendia promover uma contração da demanda agregada a curto prazo: -pela prática de taxas de juros reais elevados para inibir a especulação com estoques e moeda estrangeira; -por cortes nas despesas públicas para sustentar a queda da inflação no médio prazo; 397 Plano Verão • Elementos heterodoxos: • suspendeu ou extinguiu todos os mecanismos de realimentação da inflação, • - promovendo inclusive o fim da URP salarial, uma poderosa fonte de inércia inflacionária. 398 Plano Verão • PRINCIPAIS INGREDIENTES: • Novo congelamento de preços por tempo indeterminado: – Pela terceira vez o governo recorreu à um novo vetor de preços para servir de base para a apuração da inflação; – a base do IPC foi deslocada para 15 de janeiro. 399 PLANO VERÃO A cotação do dólar foi fixada em NCz$ 1,00, o que refletia uma desvalorização do cruzado da ordem de 18%. Em contraste com o plano Bresser, as minidesvalorizações diárias da moeda foram suspensas: a taxa de câmbio permaneceria fixa por tempo indeterminado. A OTN que servia de indexador para os contratos pós-fixados e que, com a aceleração da inflação estava se tornando gradualmente uma moeda escritural paralela ao cruzado foi extinta. 400 PLANO VERÃO PRINCIPAIS INGREDIENTES: Ajuste Fiscal: (a) redução das despesas de custeio com uma ampla reforma administrativa; (b) redução das despesas com pessoal através da demissão de funcionários públicos; (c) redução do setor produtivo estatal com um programa de privatizações; (d) rigidez na programação e execução financeira do Tesouro. 401 PLANO VERÃO • Política monetária: • (a) aumento da taxa de juros real de curto prazo inibindo movimentos especulativos; • (b) controle do crédito ao setor privado; • (c)redução da pressões das operações com moeda estrangeira. 402 PLANO VERÃO Principais riscos: Falta de credibilidade do governo após os fracassos dos planos Cruzado e Bresser; Especulação em torno do fôlego das contas públicas para a consecução de uma política de juros reais elevados; 403 PLANO VERÃO • sobre as dificuldades políticas de um ajuste fiscal anunciado em ano eleitoral e sobre a duração e escopo do congelamento de preços. • A economia marcharia mais rapidamente para a hiperinflação no caso de fracasso do plano, na medida em que eram eliminadas as âncoras inflacionárias da OTN e URP. 404 PLANO VERÃO: Principais Resultados: A variação oficial do IPC em fevereiro ficou em 3,6% e em março já atingia 6,1%. O ajuste da política fiscal não se materializou. O governo se viu obrigado a manter as taxas de juros reais elevados por um período de tempo maior que o previsto agravando o desequilíbrio fiscal 405 PLANO VERÃO • A recessão que consolidaria a estabilização não se materializou, pois: • a) aumento da renda disponível devido aos ganhos proporcionados pelas altas taxa de juros e da redução do IR; • b) a falta de credibilidade no congelamento que impulsionou a antecipação do consumo. • Aceleração da inflação -fim 406 A ESTAGFLAÇÃO BRASILEIRA, 1987-1993: uma interpretação Conflito distributivo: luta entre os agentes econômicos (empresas e assalariados) para ajustar seus próprios preços tão rapidamente quanto possível. Com o fracasso dos sucessivos planos heterodoxos, essa competição era intensificada à medida que os reajustes de preços eram casa vez mais influenciados pelas expectativas de futuros congelamentos de preços Dívida déficit 407 Dívida A ESTAGFLAÇÃO BRASILEIRA, 1987-1993: uma interpretação Ao ser incapaz de manter um equilíbrio orçamentário e, conseqüentemente, a estabilidade dos meios de pagamento, o governo abalou a credibilidade na moeda do país preparando, desse modo, o terreno para que as pressões distributivas se manifestassem através de aumentos de preços. 408 A ESTAGFLAÇÃO BRASILEIRA, 1987-1993: uma interpretação A perda de credibilidade do governo exigiu a redução dos prazos de financiamento, atingindo um ponto em que grande parte da dívida estava sendo financiada pelo overnight com taxas de juros reais cada vez mais altas. Isso criou um círculo vicioso: 409 A ESTAGFLAÇÃO BRASILEIRA, 1987-1993: uma interpretação Os sucessivos choques e congelamentos de preços e salários não foram acompanhados pelo ajuste fiscal estrutural necessário perdendo, assim, progressivamente sua credibilidade e fazendo com que cada novo choque exercesse um impacto menor sobre a inflação. Sem um ajuste fiscal, a armadilha das taxas de juros elevadas alimentava simultaneamente a recessão e a inflação. 410 Bibliografia • Gremaud, Amaury Patrick, Vasconcellos M. A. S. e Toneto R.- Economia Brasileira Contemporânea -5 ed. S.Paulo, Atlas, 2004 • Cap. XVII-A saga dos Planos Heterodoxos: • A Economia Brasileira de 1985 a 1994 • Cap. XVIII- Economia Brasileira PosEstabilização: Plano Real. 411 O PERÍODO COLLOR Taxa de Crescimento do PIB Real: 1989-1993 6.00 4.00 2.00 0.00 -2.00 -4.00 -6.00 1989 1990 1991 1992 1993 Taxa de Inflação (IGP-DI) - 1989:1993 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 1989 1990 1991 1992 1993 412 Primeira metade dos anos 90 Posse do primeiro presidente eleito pelo voto direto, depois de 30 anos.- 03/90 – vencendo políticos tradicionais, Leonel Brizola e Luiz Inácio Lula da Silva. 413 –As reformas propostas por Collor introduziram uma ruptura com o modelo de crescimento de elevada participação do Estado e proteção tarifária, –através: • a1) de uma abertura comercial e financeira, • b1) do início do processo de privatização. 414 PSI=MSI • 1950-1980- O Brasil cresceu a uma taxa média de 7,4% ao ano, – exceto em quatro ocasiões cresceu abaixo de 4% • Este crescimento esteve associado a uma política: • da substituição de importações, • de promoção das exportações- “milagre”. 415 PSI=MSI • Principais características: • a) participação direta do Estado no suprimento da infra-estrutura e de setores prioritários; • b) elevada proteção à indústria nacional (também com barreiras não tarifárias); • c) fornecimento de crédito favorecidos para a implantação de novos projetos. 416 O PERÍODO COLLOR Collor assume a presidência em março de 1990. A inflação havia atingido uma taxa mensal de 81%. Medidas do Programa Anti-inflacionário adotado por Collor: (reformas: monetária, administrativa e fiscal) 1) reintrodução do cruzeiro como padrão monetário, 417 Confisco da liquidez • 1- 80% de todos os depósitos do overnight, contas correntes ou de poupança que excedessem a NCz$ 50 mil (equivalentes a US$ 1.300 pelo câmbio da época) foram congelados por 18 meses, • -recebendo durante esse período um retorno equivalente à taxa corrente de inflação mais 6% ao ano. 418 • 2-Introduzida uma nova moeda, o Cruzeiro substituiu o cruzado novo (CR$ 1,00 = NCz$ 1,00) • 3- Foi cobrado um imposto extraordinário e único sobre operações financeiras (IOF), sobre o estoque de ativos financeiros, transações com ouro e ações, e sobre as retiradas de contas de poupança. • 4- Congelamento inicial de preços e salários. 419 5) Eliminação de vários tipos de incentivos fiscais – para importação e exportação, agricultura, regiões Norte e Nordeste e a indústria de computadores; 6) Indexação imediata dos impostos (obrigando seu reajuste para a inflação no dia posterior à realização da transação); 7) Implementação de medidas disciplinares e novas leis reguladoras sobre operações financeiras, buscando reduzir a sonegação fiscal; 420 • 8) Aumento do preço dos serviços públicos; • 9) Liberação do câmbio e adoção de várias medidas para promover uma gradual abertura da economia brasileira em relação à concorrência externa. – Redução quantitativa de nossas tarifas de importação de uma média de 40% para menos de 20%. • 10) Promoveu ainda a redução do nº de ministérios -de 23 para 12. 421 • 11) A extinção de vários Institutos governamentais. • 12) O anúncio da intenção do governo de demitir cerca de 360 mil funcionários públicos. • 13) Medidas preliminares para instituir um processo de privatização. 422 O IMPACTO DO PLANO COLLOR I Redução extraordinária da liquidez do país. Dentro de um mês a taxa de inflação mensal baixou para 1 dígito. Queda na atividade econômica 423 • Redução do déficit primário de 8% do PIB para um superávit de 1,2%. (Resultado obtido, em sua maioria, a medidas artificiais ou temporárias) • Redução da dívida como parte do PIB. • As tentativas do governo em demitir funcionários foram reprimidas pela Constituição. (Collor não tinha a maioria de 2/3 do Congresso para alterar a Constituição). • #Controle do estoque e não do fluxo. 424 Plano COLLOR II Fevereiro de 1991: Desta vez, a estratégia concentrava-se numa reforma financeira limitada, que consistia: na eliminação do overnight; em ataque à inflação inercial, através de um congelamento de salários e preços e na extinção de várias formas de indexação. 425 Plano COLLOR II O overnight foi substituído pelo Fundo de Aplicações Financeiras,(FAF) cuja composição era regulada pelo governo: obrigava um investimento mínimo em papéis do governo. Remuneração desses fundos seria pela Taxa Referencial (TR), com correção que embutia expectativas de inflação futura; -tentativa de eliminar a memória inflacionário 426 Collor II • Modo de controlar a inflação no P.Collor II era através: • da racionalização dos gastos da administração pública; • do corte das despesas ; • da aceleração do processo de modernização do parque industrial. 427 • Bloqueio de verbas de vários ministérios com necessidade de aprovação de despesas pelo Ministério da Fazenda. • O governo reduziu a transferência de fundos aos Estados e Municípios sem deixar de cumprir o nível mínimo imposto pela Constituição. 428 • Maio de 1991: troca da equipe econômica: sai a Zélia Cardoso de Mello e entra Marcílio Marques Moreira. • Volta à ortodoxia e uma tentativa de combate gradualista à inflação • *( Plano Nada) 429 Observações • Plano de privatização: • O Plano Nacional de Desestatização é regulamentado em 16/09/1990. • A primeira estatal privatizada foi a USIMINAS. • O processo começa pelos setores siderúrgico e petroquímico. • Até o final de 93(gov. Itamar) 25 estatais foram privatizadas. 430 Reestruturação da indústria • A abertura de mercado foi um choque na indústria nacional levando a uma crescente automação do setor industrial e bancário, – liberação da mão-de-obra ; – desemprego tecnológico. 431 Processo de impeachment • Proposta pelos presidentes Associação Brasileira de Imprensa e da Ordem dos Advogados e aprovada pela Câmara dos Deputados em 29/09/92. • Afastado do cargo, Collor foi substituído por Itamar Franco. • Renunciou em 29/12 antes de ser condenado pelo Senado por crime de responsabilidade,perdendo seus direitos políticos por oito anos 432 • Apesar da situação política, – as altas taxas de juros; – uma política cambial definida de manutenção da taxa de câmbio real; • Combinadas: – com a abertura financeira; – excesso de liquidez internacional, • promovem uma grande entrada de capital externo no país e aumento das reservas. 433 • Lembranças do Governo Collor: além do confisco: • Privatização; • Abertura comercial; • Volta do fluxo de recursos externos ao país. 434 O PERÍODO ITAMAR FRANCO: uma transição Uma série de escândalos políticos culminaram com o processo de impeachment de Collor. Outubro de 1992: Itamar Franco assumiu como presidente interino. 435 Falta de liderança política marca os primeiros meses desse governo de transição. • Instabilidade na equipe econômica: 3 ministros da Fazenda em 6 meses (Gustavo Krauser, P.Haddad e Eliseu Rezende) • Maio de 1993: Itamar Franco indicou o seu quarto ministro da Fazenda – Fernando Henrique Cardoso. 436 O PERÍODO ITAMAR FRANCO: uma transição • FHC apresentou um plano de austeridade chamado de “Plano de Ação Imediata”, cujo ponto básico era um corte de US$ 6 bilhões nos gastos do governo. • Foram tomadas medidas para reduzir a prática dos Estados de tomar empréstimos de seus bancos. • A inflação, no entanto, continuava imbatível. 437 Uma Revisão Estatística dos anos 1989-1993 Esse período caracterizou-se pela estagnação. Em 1992, o PIB per capita real era 8% mais baixo que em 1980. O pior desempenho foi do setor manufatureiro (taxa de crescimento média anual de – 2,5%. A utilização da capacidade industrial caiu notavelmente após 1989. A Utilização da Capacidade Industral em São Paulo 85 80 75 70 65 abr/93 jan/93 out/92 jul/92 abr/92 jan/92 out/91 jul/91 abr/91 jan/91 out/90 jul/90 abr/90 jan/90 out/89 jul/89 abr/89 jan/89 60 438 Uma Revisão Estatística dos anos 1989-1993 Os investimentos fixos brutos como parte do PIB caíram sensivelmente quando em comparação aos valores do final da década de 70 e começo da década de 80. Formação Bruta de Capital Fixo- Real (como % do PIB) 24 22 20 18 16 14 12 10 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 439 Uma Revisão Estatística dos anos 1989-1993 Salvo breves patamares mensais de um digito durante os vários choques heterodoxos, as taxas mensais de inflação nos primeiros anos da década de 90 mantiveram-se em patamares elevados (normalmente entre 20% e 30%) Taxas Mensais de Inflação 35 30 Collor II 25 20 Collor I 15 10 5 ju l/9 0 ou t/9 0 ja n/ 91 ab r/9 1 ju l/9 1 ou t/9 1 ja n/ 92 ab r/9 2 ju l/9 2 ou t/9 2 ja n/ 93 ab r/9 3 ju l/9 3 ab r/9 0 0 440 Bibliografia complementar • Cardoso,F.H.- A Arte da Política: a história que vivi. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 3ª Ed. 2006. pgs. 601-612 441 Uma Revisão Estatística dos anos 1989-1993 Salvo breves patamares mensais de um digito durante os vários choques heterodoxos, as taxas mensais de inflação nos primeiros anos da década de 90 mantiveram-se em patamares elevados (normalmente entre 20% e 30%) Taxas Mensais de Inflação 35 30 Collor II 25 20 Collor I 15 10 5 ju l/9 0 ou t/9 0 ja n/ 91 ab r/9 1 ju l/9 1 ou t/9 1 ja n/ 92 ab r/9 2 ju l/9 2 ou t/9 2 ja n/ 93 ab r/9 3 ju l/9 3 ab r/9 0 0 443 444 445 O PERÍODO ITAMAR FRANCO: uma transição Uma série de escândalos políticos culminam com o processo de impeachment de Collor Outubro de 1992: Itamar Franco assume como presidente interino.Falta de liderança política marca os primeiros meses desse governo de transição. Instabilidade na equipe econômica: 3 ministros da Fazenda em 6 meses-G. Krause, P. Hadad e E.Martins. Maio de 1993: Itamar Franco indicou o seu 446 O PLANO REAL Dezembro de 1993, FHC propôs um novo programa de estabilização que deveria evitar algumas imperfeições dos planos anteriores. Críticas aos programas anteriores: Principal falha apontada: - terem posto fim à inflação repentinamente por meio de congelamento de preços, cujos efeitos eram apenas transitórios. 447 O PLANO REAL • Este novo programa foi apresentado como uma “proposta” a ser discutida pelo Congresso e implementado gradualmente. • O programa apresentava três pontos importantes: • a) um ajuste fiscal; • b) um novo sistema de indexação que levaria progressivamente a uma nova moeda. • 3) estabelecer regras de emissão e lastreamento do Real de forma a garantir sua 448 Principais medidas para o ajuste fiscal: 1) Promover um ajuste fiscal para equilibrar as contas do governo- principal causa da inflação brasileira PAI-(FHC), a criação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF) -um aumento coletivo de impostos de 5%. (2)- criação de um Fundo Social de Emergência que recebeu 15% de toda a receita fiscal e deveria ajudar a realizar um ajuste fiscal temporário; (3)- cortes nos gastos com investimentos públicos, pessoal e empresas estatais de cerca de US$ 7 bilhões. 449 7 de dezembro de 1993 é divulgado o programa de estabilização contendo a concepção da URV, que passaria a vigorar a partir de fevereiro de 1994; A desindexação realizada com a troca de moeda para o real, realizada em julho de 1994, constituiu o mais bem idealizado e implementado programa de estabilização, o que tem garantindo seu sucesso até o presente. 450 Novo sistema de indexação março de 1994: Consistia em um indexador denominado URV (Unidade Real de Valor), que foi atrelado ao dólar americano numa base de um para um. A cotação da URV em Cruzeiros Reais aumentava todos os dias, acompanhando a taxa de câmbio. Gradativamente, um crescente número de preços foi sendo fixado em URVs (com estimulo do governo). 451 3) Estabelecer regras de emissão e lastreamento do Real de forma a garantir sua estabilidade.(medida provisória n 542). - quando praticamente todos os preços estavam expressos em URV, o governo introduziu nova moeda, o Real, em 1 de julho,cujo valor era igual a 1 dólar = CR$ 2.750,00 Mudança do nome URV para Real, - estava completado o processo de desindexação *Desindexação é a eliminação dos contratos em que os preços, salários, aluguéis, câmbio são reajustados automaticamente por indicadores da taxa passada da inflação. 452 Nova Moeda • o governo então adotou uma política monetária restritiva: • aumento do depósito compulsório, • limite para a expansão da base monetária. 453 Plano Real • As autoridades monetárias mantiveram as taxas de juros elevadas visando: • - controlar um aumento excessivo no consumo; • - desestimular a formação de estoques especulativos. • Outubro- FHC é eleito 454 Fernando Henrique Cardoso. 1º de janeiro de 1995 até 31 de dezembro de 1998. 1º de janeiro de 1999 até 31 de dezembro de 2002. 455 O IMPACTO INICIAL DO REAL: Redução das taxas mensais de inflação: Taxas mensais de inflação 50.00% 45.00% 40.00% 35.00% 30.00% 25.00% 20.00% 15.00% 10.00% 5.00% 0.00% 1994 1994 1994 1994 1994 1994 1994 1994 1994 1994 1994 1994 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 456 O IMPACTO INICIAL DO REAL: Aceleração da economia: O índice de crescimento da economia, que nos dois trimestres anteriores ao Plano Real havia atingido a média de 4,3% ao ano, chegou a uma média anual de: 5,1% na segunda metade de 94; 7,3% em março de 95; 7,8% em junho ; 6,5% em setembro. 457 • A utilização da capacidade industrial que foi de: • 80% em julho de 94, • 83% em outubro • 86% em abril de 95. • A taxa de investimento recuperou-se, chegando a 16,3% do PIB durante o ano de 94. 458 O PLANO REAL- 1º) âncora cambial A taxa de câmbio torna-se o principal instrumento da política econômica. Com o término do ajuste fiscal inicial muito limitado, e a desindexação da economia em seu estágio final, Os formuladores de política econômica passaram a contar com o uso de taxas de câmbio (real valorizado) para manter a estabilidade de preços). 459 • O real valorizado, valendo até o máximo de 1 dólar, tinha por objetivo usar a taxa de câmbio como meio de controlar a inflação, • -que dependia explicitamente de uma abertura cada vez maior da economia brasileira. 460 • Apreciação (valorização) cambial: • Bens transacionáveis (“tradeables”)- são transacionados no mercado internacional (exportáveis e importáveis)- principalmente produtos industriais. • Bens não transacionáveis (“non-tradeables)setor de serviços que não sofrem concorrência internacional: médicos, aluguel, mensalidades escolares, alimentação fora de casa, etc. 461 • • • • • 2º ) Âncora monetária: Aumento do depósito compulsório Limite de expansão de base monetária, Juros elevados : - a fim de atrair capital externo para sustentar a estabilidade da moeda ; • reduzir o grande déficit do setor público. • Deterioração da balança comercial. • A crise do México de 94 e 95 ameaçou prejudicar o Plano Real: • -o governo desvalorizou o Real; • - aumentou a taxa de juros. 462 O dilema fiscal não resolvido. Fatores que contribuíram para o enfraquecimento do superávit (saldo) primário: A não implementação da Reforma da Previdência com a devida agilidade fez os custos com aposentadorias aumentar rapidamente em proporção aos custos totais do funcionalismo público. contínuo déficit da Previdência Social (que aumentou de 4,9% do PIB em 1994 para 6% 463 • a necessidade do governo continuamente transferir recursos significativos para os Estados. • O Congresso mostrou-se bastante relutante em concordar com uma Reforma Fiscal radical, principalmente,: • - na restrição da autonomia fiscal dos Estados e Municípios • - em condições desfavoráveis ao emprego no setor público. 464 O dilema fiscal não resolvido O crescente déficit operacional resultante de atrasos no programa de reforma fiscal não foi financiado de uma maneira inflacionária por meio de empréstimos no Banco Central, mas, dada a credibilidade adquirida pelo sucesso inicial do Plano Real, foi possível ao governo financiá-lo com empréstimos nos mercados doméstico e internacional. Cresce a dívida pública: Dívida Líquida do Setor Público Total (% do PIB) 19 94 19 01 94 19 05 94 19 09 95 19 01 95 19 05 95 19 09 96 19 01 96 19 05 96 19 09 97 19 01 97 19 05 97 19 09 98 19 01 98 19 05 98 09 43 41 39 37 35 33 31 29 27 25 465 O dilema não resolvido Círculo vicioso: para manter a taxa de câmbio e financiar seu déficit o governo teria de realizar empréstimos a taxas de juros crescentes, o que: -agravava a situação fiscal; -minava ainda mais a confiança dos investidores. 466 FLUXOS DE CAPITAL O déficit em conta corrente, que se avolumava, foi financiado por uma entrada significativa de capital externo. O investimento estrangeiro direto passou a ter contribuição significativa no financiamento do déficit em conta corrente. Crises da Ásia em 97/Rússia em 1998: os investidores internacionais sacam dos fundos um grande volume imaginando que a taxa cambial não poderia continuar supervalorizada por muito tempo. 467 A Crise Bancária: O aumento da taxa de juros aumentou a inadimplência dos empréstimos, que passou de 7% do total de empréstimos ao setor privado em dezembro de 1993 para quase 21% em dezembro de 1995. O sistema bancário foi afetado por um descompasso entre: - os custos dos passivos dos bancos (normalmente captações de curtíssimo prazo) - as receitas auferidas de seus ativos (muitas 468 O BACEN liquidou, interveio, ou colocou em um Sistema de Regime Administrativo Especial Temporário (RAET) -43 (quarenta e três) instituições financeiras, entre a introdução do Plano Real e o final de 97, O governo abriu o sistema bancário para a participação estrangeira direta a fim de fortalecê-lo por meio de um injeção de capital novo. 469 • A crise bancária: • PROER:programa de Estimulo à Reestruturação e Fortalecimento do S.F.N. • (criado em 1995): • sistema de incentivos fiscais e facilidades de crédito para estimular a rápida consolidação do setor bancário. 470 • PROES: visava reduzir o papel do setor público estadual no sistema financeiro, • Conseqüências: • a) redução do número de bancos privados de capital nacional; b) redução do número de bancos públicos; c) aumento da eficiência do sistema bancário. 471 Privatização Venda das empresas prestadoras de serviços públicos. Objetivos: a) Reordenar posição estratégica; b) Transferência de atividades do setor público para o privado; c) Retomada de investimentos; d) Fortalecimento do mercado de capitais 472 A Crise de 1998-99. Crise da Ásia em 97 e da Rússia (agosto de 98), Conseqüências: a) O fluxo de investimentos estrangeiros líquidos em carteiras apresentaram resultado negativo, b) Os investidores sabiam que o Brasil não poderia resistir a crise internacional e teria que desvalorizar a moeda, c) Negociações com o FMI. 473 • • • Em outubro de 1998 , FHC é reeleito 1)Aumento das taxas de juros; - O governo tentou impedir o fluxo de saída de capitais • 2)Acordo com FMI- nov. 1998 (US$ 41,5 bilhões para sustentar o Real); Queda das reservas brasileiras de: US$ 75 bilhões em agosto de 98, US$ 35 bilhões em janeiro de 99. • • • 474 • Rejeição pelo Congresso da Reforma Previdenciária • – credibilidade do governo brasileiro com o ajuste fiscal fica seriamente abalada.(2º sem 98-1º mandato) • Moratória dos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro;-01/99 • Janeiro de 1999, desvalorização do Real –com a introdução cambio flutuante. • Francisco Lopes substitui Gustavo Franco no BC. • Em março, Armínio Fraga assume a Presidência do Banco Central. 475 FHC II • • • • • • • Primeiras medidas: Elevação das taxas de juros básica; Mudança de orientação: Abandono do sistema de bandas. Início de estudos para implementação do Regime de Metas de Inflação; -passagem do balizamento das decisões de política monetária do Banco Central para o Comitê de Política Monetária 476 Junho 99- começa o Sistema de Metas de Inflação. Criação do Comitê de Política Monetária • Países que adotam o Sistema de Metas de Inflação. • • • • • • • Inglaterra Canadá Nova Zelândia, Austrália Brasil México Chile Etc. 477 Sistema de Metas de Inflação • O CMN toma decisões acerca da SELIC com base em um modelo no qual a hipótese adotada quanto à taxa de juros gera um certo resultado de inflação, nos termos desse modelo. • Assim, teoricamente, se a variação dos preços resultante de incorporar às equações uma hipótese corresponde à taxa de juros SELIC vigente na época: • Se a inflação se mostrasse inferior a meta; • -o BC estaria em condições de reduzir os juros. • Se a inflação estimada fosse superior à meta, • - o BC deveria subir os juros 478 SELIC • Sistema Especial de Liquidação e Custódia é uma taxa criada com o objetivo de tornar transparente e segura a negociação de títulos públicos. • Esta taxa e divulgada pelo COPOM e tem vital importância pois baliza as taxas de juros cobradas pelo mercado. 479 Política monetária passa a ser a taxa de juros • A Política Monetária passou a ser a taxa de juros cujo controle é menos incerto do que o da base,dos meios de pagamento e de outros agregados monetários. • A grande vantagem do regime de metas de inflação é não depender da existência de uma relação estável entre dinheiro e inflação. 480 Relembrando :Abandono do conceito de moedas no combate à inflação. • Sabe-se que não existe um relação estável entre expansão monetária e inflação no curto prazo. • No longo prazo pode-se perceber que a inflação é um fenômeno monetário: muito dinheiro correndo atrás de poucos bens(Milton Friedman). • O problema é que a relação a longo prazo entre moeda e inflação não revela qual variável determina a outra 481 Importante:Mudanças na política macroeconômica. P.Monetária: o regime de metas de inflação substituiu a subordinação da política monetária à defesa do regime cambial. P.Cambial: A mudança do regime cambial ocorreu nos primeiros dias do segundo mandato. Câmbio flutuante; O sistema de bandas deu lugar a um regime de flutuação suja.(sistema de bandas levou ao elevado déficit em conta corrente do primeiro mandato). P.Fiscal: passou-se a gerar superávit primário e avançou-se nos esforços de reforma estrutural . * Tripé da política econômica: sistema de metas de inflação, superávit primário e câmbio flutuante. • 2000: maio - aprovada a Lei de Responsabilidade Fiscal com imposição de limites para gasto com o pessoal. • A LRF que se caracterizava pelo rigor exigido na execução do orçamento público, que limitava o endividamento dos Estados e Municípios e os gastos com o funcionalismo público 483 Destaques:implantação do gasoduto Brasil-Bolívia • Plano diretor da Reforma do Estado, • aprovação de emendas que facilitaram a entrada de empresas estrangeiras, • A flexibilização do monopólio de várias empresas como a Petrobras, Telebrás. • Plano Plurianual (PPA- Avança Brasil) que prevê investimentos de 1.1 trilhões de reais. • Criação do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental(FUNDEF), que garante mais recursos para o ensino fundamental e alguns programas sociais: Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e o Vale Gás 484 Advocacia Geral da União Criação de agências reguladoras. 2001: • -quando o país dá sinais de recuperação temos a Crise de Energia • agosto- novo acordo com o FMI, na esteira da crise Argentina • A ataque terrorista de 11/09 nos USA 485 • A inflação se manteve dentro do previsto do intervalo em 1999 e 2000, mas se situou muito acima do teto em 2001, particularmente, em 2002. • Ao mesmo tempo, o governo conseguiu apoio político para aprovar as medidas de ajuste com as quais poderia renegociar o acordo com o FMI, já em um novo cenário. 486 FHC II • Com a dívida pública maior, foi necessário ampliar a meta de superávit primário, implicando em um forte aperto fiscal na contas do governo central. • Juros altos facilitam também a entrada de capitais especulativos valorizando o real. 487 FHC II • 2002 • Setembro - Novo acordo com o FMI, risco Brasil bate recorde a 2443. • Outubro/02 – Dólar bate recorde de R $ 3,99 • Novembro- Lula é eleito 488 Reformas Privatização Fim dos monopólios estatais Mudança no tratamento do capital estrangeiro Saneamento do Sistema Financeiro Reforma(parcial) da Previdência Renegociação das dívidas estaduais Aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal( LRF). Ajuste Fiscal. Criação de agências reguladoras. Estabelecimentos do sistema de metas de inflação. *Giambiagi, Fábio e outros-EBC Vide- Gremaud. A.........EBC- pg 493. 489 Reformas Sociais Salário mínimo a idosos e deficientes. Bolsa- Escola Bolsa- Renda Bolsa- Alimentação Auxílio Gás Programa de erradicação do trabalho infantil - ( PETI) 490 SELIC -2 • Juros no Brasil:de acordo com o FMI: • A) 40% das taxas de juros no Brasil podem ser explicadas pelas altas margens praticadas pelos bancos; • B) cerca de 29% pelo nível dos compulsórios; • C) 17% pelo alto nível de inadimplência. – -importância dos bancos fazer uma análise de crédito mais detalhada, que permita diferenciar o bom do mau pagador. 491 Conclusão • O regime de metas para a inflação foi a melhor opção para evitar o recrudescimento inflacionário . • Todavia, o regime de metas de inflação pode ser aprimorado de forma a melhor contribuir para a retomada do crescimento sustentado: • A principal tarefa é reforçar a credibilidade da política monetária, de forma a dar mais estabilidade às expectativas inflacionárias, assim contribuindo positivamente para o investimento produtivo e para o desenvolvimento. 492 Pensamentos:Controle da Inflação no período • O Governo conseguiu apoio político para aprovar as medidas de ajuste com as quais poderia renegociar o acordo com o FMI, já em um novo cenário. • Com a dívida pública maior, foi necessário ampliar a meta de superávit primário, implicando em um forte aperto fiscal na contas do governo central. 493 Miscelânea. • A baixa inflação na época é explicada: • 1) A desvalorização ocorreu em um momento de “vale” da produção industrial, gerando uma concentração da demanda que diminuiu a chance de repasse do câmbio aos preços. • 2) Mudança da mentalidade indexatória dos agentes econômicos. • 3) A baixa inflação inicial que diminui muito o temor de uma grande propagação dos aumentos de preços. 494 Controle da Inflação no período • 4) Política monetária rígida, • 5)O cumprimento sucessivo das metas fiscais acertadas com o FMI criou uma confiança crescente na de que a economia seria mantida sobre controle, • 6) O aumento do salário mínimo em maio de 1999, 495 • 7) A definição, em junho, de uma meta de inflação de 8% para ao ano completou o ciclo inferior a dois dígitos. • A partir de 1999, o país retomou o crescimento e em termos de inflação, os resultados do IPCA foram excelentes, pois a alta de preços foi de 9% em 1999, • em 2000, foi de 6%, nesse último caso atingindo estritamente a meta de inflação. 496 Acordo com o FMI Obstáculos: o ceticismo do mercado rejeição no Congresso da medida de cobrança de contribuição previdenciária dos servidores inativos. 1. 2. 497 Novo acordo com o FMI Novo cenário brasileiro: Baixa Inflação Retomada do Crescimento (1999) Crise da Energética Mercados Mundiais - 2001 498 O PLANO REAL Alguns números: Taxa de Inflação (IGP-DI): 1995-2002 30 25 20 15 10 5 0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 499 O PLANO REAL Alguns números: Taxa de Inflação (IGP-DI): 1989-2002 3000 2500 2000 1500 1000 500 19 89 19 90 19 91 19 92 19 93 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 0 500 Alguns números: Taxa de Inflação Mensal no Brasil: 1998 e 1999 5.00% 4.00% 3.00% Efeito da desvalorização do câmbio 2.00% 1.00% 0.00% 19 98 01 19 98 0 19 3 98 05 19 98 07 19 98 0 19 9 98 1 19 1 99 01 19 99 0 19 3 99 05 19 99 07 19 99 0 19 9 99 11 -1.00% 501 Alguns números: Taxa de Crescimento do PIB Real: 1989-2002 8.00 6.00 4.00 2.00 0.00 -2.00 -4.00 19 89 19 90 19 91 19 92 19 93 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 -6.00 502 97 19 01 97 19 05 97 19 09 98 19 01 98 19 05 98 19 09 99 19 01 99 19 05 99 20 09 00 20 01 00 20 05 00 20 09 01 20 01 01 20 05 01 09 19 Alguns números: Taxa de Juros Reais no Brasil 25 20 15 10 5 0 503 Inflação média nos governos FHC 25,0 22,4 20,0 15,0 12,5 Média do Governo FHC: 9,1 10,0 9,6 9,3 8,9 7,7 7,6 Média do Governo Lula: 6,9 6,0 5,2 5,0 4,0 1,7 0,0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Jan-Set 2005 504 505 506 507 Taxas de juros e do câmbio. 508 O PLANO REAL Alguns números: Produtividade da mão-de-obra no setor da indústria de transformação (% por ano) 1971/73 5,6 1974/80 1,0 1981/85 0,3 1986/89 0,2 1991/97 8,7 1996/98 3,3 Fonte: Bonelli (1998) 509 Governo LULA • Comprometia a honrar os compromissos com os credores internacionais. • Fez aliança com partidos de centro-direita. • Política econômica do II governo FHC. • Continuou com as reformas neoliberais: – Reforma da previdência(servidores) e aprovação da lei de falências. Carta ao Povo Brasileiro • Estratégia semelhante aos governos liberais de 1990 • -abertura comercial e financeira, • Na privatização das empresas estatais, • Aumento das taxas de juro 25,5 e 26,5% em jan e fev. • Propoz ao FMI o aumento do superavit primário de 3,75 para 4,255% do PIB. Lula I. • Com o aumento dos preços das “commodities” no mercado internacional, a balança comercial reverteu seus déficits. – Os saldos positivos da balança comercial afetaram positivamente o saldo da B. de Pagamentos. – No final do primeiro mandato, permanecia uma situação de extrema fragilidade fiscal do Estado, • Agravada com a substituição da dívida externa pela interna. Balança comercial • Toda gestão econômica do governo foi dirigida para a estabilidade monetária. • Acusações ; CPIs dos Correios e do Mensalão. Governo Lula II • Até agosto de 2007,Lula colheu: • Os ventos favoráveis da economia internacional e continuou se beneficiando do ciclo de altas das commodities • Descoberta de jazidas de petróleo da camadapré-sal • Crise dos títulos imobiliários- USA e se disseminou por toda o Mundo. – Redução de saldos da BC e crescimento dos débitos em conta-corrente(BP). PAC • Lançado em janeiro de 2007, • Investimento –projeções iniciais de investimento da ordem de 503,9 bilhões para um período de 4 anos, de forma de sustentar uma taxa de crescimento de 5% ao ano. • PAC- pode ser considerado como um instrumento de centralização e de coordenação de recursos que já estavam ; • A)alocados nos orçamentos das estatais e previstos do orçamento da União • B)Ampliação de cotas da meta de superávit primário destinado ao Projeto Piloto de Investimentos- PPI-, (11 bilhões em 07). • C)Apostas que o setor privado invista 200 bilhões de reais. • Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP2008) • 1- aumento da taxa de investimento de 17% para 21% do PIB em 2010, • 2-aumento dos gastos de pesquisa e inovação de 0,51%(06) para 0.65% do PIB(10). • 3)-aumento de 1,18%(07) para1.25% da participação das exportações brasileiras no mercado internacional. • 4)aumento de 10% do numero de micro e pequenas empresas exportadoras. PAC da Indústria (2008) • Setores estratégicos: saúde,energia,tecnologias de informação e comunicação,defesa,nanotecnologia, e biotecnologia, • Desoneração,empréstimos pelo BNDS. (TJLP),compras governamentais. • Em 2008, o Brasil recebeu o selo de grau de investimento da Standard & Poor`s e • da agência Fitsh. • • Possibilidade para receber maiores investimentos. – Valorização do real e desequilíbrio de contas externas. Fundo Soberano do Brasil= 0.5% do PIB na época.Investment grade R$14,2 bilhões. • Fome Zero-----Bolsa Família • Grande parte do apoio popular em função do Bolsa Família : relação entre o voto em LULA e o peso do Bolsa Família em relação a população total do município. • “quanto maior a faixa de cobertura, em relação à população total,maior foi a proporção de votos válidos recebidos por Lula( Marques ,2007) Políticas Sociais Índice de Aprovação-Lula I Inflação 14% 12% 12,53% 10% 9,30% 8% 7,60% 6% 4,46% 4% 5,91% 4,31% 3,14% 2% 0% 5,90% 5,69% 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Inflação 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% Inflação Inflação TAXA DE DESEMPREGO 14 12 12,3 11,4 10 9,8 9,9 9,3 8 7,8 6 4 2 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 taxa de desemprego Taxa de desemprego. Dívida Externa Fome Zero- Plataforma Eleitoral Aspectos Econômicos • Bibliografia: • Marques,Rosa Maria e Ferreira, Mariana, R, Jansen,(org.)- O Brasil sob nova ordem-São Paulo,Saraiva,2010. • Semelhante a política econômica do II governo FHC,ou seja,Sistema de metas de Inflação. • Continuou com as reformas neoliberais: – Reforma da previdência (servidores) e aprovação da lei de falências. - • Estratégia semelhante aos governos liberais de 1990 • -abertura comercial e financeira, • No final do primeiro mandato, permanecia uma situação de extrema fragilidade fiscal do Estado, • -agravada com a substituição da dívida externa pela interna. • Toda gestão econômica do governo foi dirigida para a estabilidade monetária. • Um ponto que deve ser ressaltado é o aumento da criação de empregos. O número de trabalhadores sem carteira assinada diminuiu significativamente em seu governo. • O PIB durante Governo Lula apresentou expansão média de 4% ao ano, entre 2003 e 2010. O desempenho superou o do governo anterior, Fernando Henrique Cardoso, que mostrou expansão média do PIB de 2,3% ao ano. • Criação de empregos • Na privatização das empresas estatais, • No início do governo: • Aumento das taxas de juro 25,5 e 26,5% em jan e fev. • Propôs ao FMI o aumento do superávit primário de 3,75 para 4,255% do PIB. • Com o aumento dos preços das “commodities” no mercado internacional, a balança comercial reverteu seus déficits. – Os saldos positivos da balança comercial afetaram positivamente o saldo da B. de Pagamentos. • • Durante o governo de FHC, a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, indicador que mostra a capacidade do país em manter o controle sobre a dívida pública aumentou dos 30% para valores próximos de 50% com picos de até 56% em 2002. Após o início do governo Lula, essa relação foi atingindo números cada vez menores, o que é um resultado positivo para a economia do país, reduzindo de 50% para 44,78%. • Bolsa Família-Unificação dos programas já existentes no Governo FHC: Auxílio Gás; Bolsa-Alimentação; Bolsa-Escola e BolsaRenda.