Febre - Seja Bem Vindo ::: FARMÁCIA FTC

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Semiologia
da
Febre
Aspectos Históricos
• Febre ou Pirexia;
• Sintoma reconhecido há milênios;
• Conceito:
– Elevação da temperatura corporal acima do limiar hipotalâmico,
secundária a dissipação de calor insuficiente com ativação dos
mecanismos de ganho de calor;
– Exemplos: exercício intenso, drogas que inibem a transpiração,
pirógenos endógenos e exógenos;
• Temperatura retal > a 38ºC, pois a temperatura nesse local
apresenta a melhor correlação com a temperatura central
que fica em torno de 37ºC, com variações de 0,6 a 1,1ºC
durante o dia.
• No Brasil e em muitos outros países a temperatura é tomada na
axila e o conceito de febre é firmado para temperatura axilar > de
37,7ºC para uma variação ambiental entre 13ºC e 54ºC.
Aspectos Históricos
• Wunderlich: há mais de 120 anos, assinalou os valores normais da
temperatura corporal
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–
–
Axilar - 35,9 a 37,0ºC (03 a 05 minutos);
Oral - 36,5 a 37,5ºC (11 minutos);
Retal - 37,0 a 38,0ºC (02 minutos);
Timpânica: 36,8 a 37,8ºC (sem tempo estabelecido).
• Hipotermia ou Anapirexia
– É o estado fisiológico no qual a temperatura central do corpo
atinge valores abaixo de 36ºC;
– Exemplos: baixas temperaturas ambientes, reações adversas a
antitérmicos, choque hipovolêmico.
• Hipertermia
– É a incapacidade dos mecanismos termorreguladores em dissipar
o excesso de calor.
– Hipertemia: temperatura oral acima de 41,1ºC;
– Hipotermia: temperatura retal abaixo de 35ºC.
Mecanismo da Febre
• A elevação da temperatura corporal é mediada pela elevação do
limiar termoregulatório hipotalâmico, que tem ajuste específico em
condições normais:
– Núcleos pré-óptico e hipotalâmico anterior e posterior
• a) Recebem sinais dos nervos periféricos (sensibilidade
térmica);
• b) Recebem sinais do sangue peri-hipotalâmico.
– “Organum Vasculosum Laminae Terminalis”
• Neurônios (quase sem barreira hematoencefálica) que,
quando expostos a pirógenos, estimulam a liberação de PGE
iniciando a febre.
– A febre pode ser causada por reajuste deste termostato ou
por anormalidades do sistema de termorregulação.
• Termorregulação: capacidade de organismos endotérmicos
manterem sua temperatura central relativamente estável à variação
climática ambiental, possibilitando o funcionamento corporalmetabólico e propiciando condições para a vida nas mais diversas
condições ambientais.
Fisiopatologia
• Pirógenos exógenos: estimulam macrófagos, linfócitos,
cels endoteliais, hepatócitos, céls epiteliais e
fibroblastos a produzir IL 2, 4, 6, 10 TNF a, INF g,
TNF b (pirógenos endógenos) indutores de FEBRE.
• Com a elevação do limiar do hipotálamo:
– Nervos simpáticos  vasoconstricção;
– Córtex cerebral: altera postura e motiva o uso de
roupas e alimentação visando o aquecimento
corporal;
– OBS: Se o limiar hipotalâmico é regulado novamente
há dissipação de calor através da pele.
Etiologia da Febre
Defeito no termostato
• Doenças no SNC
• Hipertemia Maligna Hereditária
Produção excessiva de calor
• Exercício extenuante ou estresse
• Calafrios
• Tireotoxicose
Falência do termostato
hipotalâmico
Perda reduzida de calor
• Astenia anidrótica
• Agenesia congênita das glândulas sudoríparas
• Farmácos (penicilinas, cefalosporinas, metildopa)
Presença de pirógenos
Exógenos/ endógenos:
bactérias, vírus, cél. neoplásicas
Imunocomplexos, Ils, TNF, TGF,
drogas, medicamentos
Febre
Elevação do ajuste
hipotalâmico
Aspectos sobre a Febre
• Infecções
– Infecção viral: a febre termina em 2- 4 dias.
– Infecção bacteriana: tratada com antibiótico a febre termina
aproximadamente em 24 - 48 horas.
• A temperatura central (37ºC, aproximadamente) é conseqüência da
temperatura periférica, ou seja, a capacidade de perda de calor e
isolamento térmico da pele e do metabolismo orgânico (por
exemplo, evaporação de água no trato respiratório);
• Medidas de temperatura tomadas em outros locais, como boca,
axila, tímpano ou pele, têm maiores variações em relação à
temperatura central e são menos confiáveis.
• A temperatura central decresce com a idade, como conseqüência
da diminuição do metabolismo e da perda do estrato córneo
(stratum corneum) da pele;
Fatos sobre a Febre
• Considerações Especiais
– Os lactentes e as crianças pequenas têm febre
mais prolongada e altas, de elevação mais rápida e
variações mais acentuadas que os adultos e as
crianças maiores;
– Os idosos são mais predispostos à insolação e
podem apresentar distúrbios nos mecanismos de
termorregulação, tornando a temperatura um
indicador pouco confiável de doença;
• Termômetros Disponíveis
–
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Pontos Químicos
Infravermelho
Mercúrio
Digital/ Digital Eletrônico
Implicações Metabólicas
da Febre
• A resposta febril está associada a aspectos
positivos:
– Aumento da migração de neutrófilos;
– Produção de citocinas: IFN g e outras ILs para a
eliminação de vírus e bactérias;
– Em animais de experimentação, a supressão da
febre está associada a maior letalidade nas
infecções bacterianas;
– Nos humanos a redução da temperatura, com o
uso de antitérmicos, pode ocasionar excreção
mais
prolongada
de
vírus
respiratórios
(pneumococos);
Implicações Metabólicas
da Febre
• Ajuda na recuperação de certas infecções;
• Facilita a ação antiviral: in vivo e in vitro;
• Leva a problemas enzimáticos:
– As enzimas apresentam estreita “faixa de
temperatura”
• Aumenta:
– Catabolismo (visa formar clones de células imunes);
– Trabalho cardíaco: maior demanda de oxigênio;
• A cada grau aumenta em 13% o consumo de O2.
Alterações Metabólicas
Normais da temperatura
• Ovulação: aumento da temperatura basal da
mulher, que fica elevada até o final da menstruação.
• Variação sazonal: durante o calor, temos a
temperatura mais elevada que no frio.
• Pós prandial: após a alimentação, a temperatura
fica mais elevada.
• Gestação: fica com a temperatura mais elevada.
• Alterações endócrinas: tireotoxicose aumenta a
temperatura;
• Ritmo circadiano.
Tipos de Febre
• Classificação da Febre
• Surgimento
– Agudo/ Súbito: elevação brusca ou gradual da
temperatura;
• Com freqüência acompanha-se de sinais e sintomas
da síndrome febril.
• Checar: variações ao longo do dia (curva térmica);
– Calafrios: infecções bacterianas ou processos
inflamatórios acometendo pulmões, rins, intestinos
ou vesícula biliar;
– Sintomas associados são de grande valor!:
– Crônica: classificada de acordo com o modo de evolução
da febre.
Tipos de Febre
• Duração
– Curta: menos de 03 dias;
– Prolongada:
• É prolongada quando superior a 10 dias,
– Exemplo: tuberculose, septcemia, endocardite, linfomas
entre outras.
• Intensidade
– Febre leve ou febrícula: até 37,5 graus
– Febre moderada: de 37,5 até 38,5 graus
– Febre alta ou elevada: acima de 38,5 graus
• Depende da capacidade de reação do organismo;
• Pacientes extremamente debilitados e idosos podem
não responder diante de um processo infeccioso.
Modo de Evolução da Febre
• Análise diária da temperatura (gráficos):
– Febre contínua: febre que permanece acima do normal, com
pouca osliação da temperatura; exemplo freqüente é a febre
da pneumonia;
– Febre remitente: flutuações diárias da temperatura acima da
variação normal, sendo as variações acima de 1 grau, são
exemplos a febre dos abcesso, septicemias;
– Febre
intermitente/
héctica/
séptica:
hipertermia
interrompida por períodos de temperatura normal, com
variações acentuada no mesmo dia acompanhado de
sudorese e calafrios, é característica da malária;
– Febre recorrente ou ondulante: caracteriza-se por aumento
gradativo da temperatura que dura dias, e depois diminui
gradativamente, são encontradas por exemplo nos
portadores de neoplasias malignas;
– Término: em algumas crises a febre desaparece
subitamente, com freqüência acompanhado de sudorese
profusa e prostação.
Padrões de Febre
• Correlação Clínica
– Nem sempre se correlaciona o grau de febre com a gravidade
clínica;
– Sinais e Sintomas da febre:
• Astenia, perda ponderal confusão mental e hipotensão aumento
de PA;
• Sudorese, calafrios, fraqueza, alterações neurológicas e
psíquicas, desidratação;
• Perda de Zn, Fe;
– Pacientes com resposta diferenciada à febre:
•
•
•
•
RN, prematuros, idosos;
Urêmicos, diabéticos;
Mal nutrido, aidéticos;
Em uso de AINH (paracetamol e dipirona) e corticóide.
– Lembre-se: Febre acima de 41,1ºC oral deve verificar sinais
vitais e o nível de consciência, administrar antipirético e iniciar
resfriamento com compressas de gelo nas axilas e virilhas e
banho com água tépida (mantas de hipotermia).
Febres Benignas
Síndrome Febril
• Dor lombar, mialgias, artralgias, anorexia e
sonolência;
– Mediados por citocinas;
• Convulsões e delírios: crianças, idosos ou
pacientes com problemas metabólicos;
• Calafrios: traduzem, na ausência de frio, que o
limiar termorregulador foi alterado sem a devida
correspondência da temperatura corporal;
• Suores: assinalam a perda calórica.
Febre de Origem Obscura
• Febre maior que 38,3 graus por mais de três semanas e que
permanece sem diagnóstico após uma semana de investigação
(Petersdorf e Beeson, 1961);
– Constitui importante problema clínico já que a maioria de
suas causa pode ser tratada.
• Nova classificação : Durack & Street (1991)
– Clássica: infecções, neoplasias e inflamações;
– Nosocomial:
flebites
sépticas,
sinusite,
colite
pseudomembranosa, colecistite acalculosa e drogas;
– Neutropênica: <500 neutrófilos/ mm3, como flebites, infecção
perianal, candidíase, aspergilose, virus;
– Associada ao HIV: >4 semamans, infecção por BK, micoses,
linfomas não Hodgkin ou febre por drogas;
– Associada a sepse hospitalar (pseudomonas, acinetobacter,
estafilococos aureus, enterococos ).
Anamese e Exame Físico na
Febre
• Rotina de investigação:
– História clínica: meticulosa
• Exame físico (diário): pródromos, sintomas associados
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–
HPP: história cirúrgica e sexual;
Uso de medicamentos, alergias, etc;
Alcoolismo ou uso de drogas endovenosas;
Contato com animais.
• Exame físico: diário
– Pele e membranas mucosas;
– Fundo de olho, seios paranasais e tórax;
– Exame cardiovascular: sopros (endocardite);
– Linfonodos, vértebras e abdome;
– Toque retal e exame urogenital.
• Porque NÃO TRATAR a Febre?
• A febre diminui o crescimento de determinados
microorganismos;
• Mecanismos imunológicos aumentam em temp elevada;
• O tratamento pode causar uma falsa impressão de cura;
• Os antitérmicos podem ter efeitos colaterais:
– Aspirina: úlcera, gastrite, sangramento gastrintestinal;
– Dipirona: alergias, aplasia medular;
– Paracetamol: hepatite.
• Porque TRATAR a Febre?
• A febre aumenta o metabolismo e esse aumento em um
cardiopata e pneumopata pode agravar, precisará de mais O2
(infartar);
• Crianças com temperatua muito altas: convulsões;
• Desnutridos: a febre consome proteínas;
• Gestantes (teratogênico) e pessoas com história de crise
convulsiva.
Exames Laboratoriais
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Hemograma;
Urianálise: pacientes renais e diabéticos;
Exame de fezes: sangue oculto nas fezes;
Provas de função renal e/ou hepática;
Raio-X de tórax: tuberculose;
Hemocultura: sepse.
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