traumatismos renais - Urocentro São Francisco

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TRAUMATISMO RENAL
CAUSAS / DIAGNÓSTICO / TRATAMENTO
MÓDULO I
Prof. Gilvan Neiva Fonseca
Chefe do Serviço de Urologia
HC / FM / UFG
TRAUMATISMOS UROLÓGICOS
Traumatismo renal
• Desenvolvimento urbano, tecnológico e industrial
• Causas: acidentes de trânsito / guerras / agressões
• Incidência
4,9 / 100 mil habitantes
• EUA
• Mundial
14 mil / ano
245 mil / ano
CONSIDERAR
• Efeitos biomecânicos / balísticos / desacelerações
Genitourinary injury, mechanisms and management. Hunter Wessells et al; AUA, Update course, 2007
TRAUMATISMOS RENAIS
Secundários a acidentes de trânsito
Local
• Europa
• Canadá
• EUA
• África do Sul
%
97
53
82 – 95
25 – 94
WESSELIS H, SUH D, PORTER JR et al. Renal injury and operative management in the United States: results of a population-based study. J Trauma 2003; 54: 423-30.
KRIEGER JN, ALGOOD CB, MASON JT et al. Urological trauma in the Pacific Northwest: etiology, distribution, management and outcome. J Urol 1984; 132: 70-3.
TRAUMATISMO RENAL
Comprometimento renal
Traumas de guerras
%
• Guerra do Vietnã
• Guerra do Golfo
• Guerra do Kuwait
37
17
33
SALVATIERRA O JR, RIGDON WO, NORRIS DM et al. Vietnam experience with 252 urological war injuries. J Urol 1969; 101: 615-20.
THOMPSON IM, FLAHERTY SF, MOREY AF. Battlefield urologic injuries: the Gulf War experience. J Am Coil Surg 1998; 187: 139-41.
KUVEZDIC H, TUCAK A, GRAHOVAC B. War injuries of the kidney. Injury 1996; 27: 557-9.
TRAUMAS GENITOURINÁRIOS
Rim 67%
Ureter 1%
Bexiga 22%
Uretra 3%
Genitais 7%
Genitourinary injury, mechanisms and management. Hunter Wessells et al; AUA, Update course, 2007
CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS
TRAUMA RENAL
VASCULARIZAÇÃO RENAL
Retroperitônio
TRAUMATISMO RENAL
Detalhes da anatomia vascular
Figura 1A - Vista de um molde do sistema arterial e venoso renal evidenciando a complexidade do sistema vascular e a sua intima relação
com os cálices, infundíbulos e junção ureteropielica. A = Artéria renal, V = Veia renal e U = Ureter
SAMPAIO JB FRANCISCO, e col. Anatomia Renal para Urologia – Gráfica e Editora Prensa, Rio de Janeiro 2007; 68-105
TRAUMATISMO RENAL
Variações da anatomia microvascular
Figura 1 B - Vista posterior de dois moldes renais estudados com diferentes cores de resinas, evidenciando as grandes variações da micro
circulação da anatomia vascular renal. A = Anterior,S = Superior, P = Posterior e I = Inferior
SAMPAIO JB FRANCISCO, e col. Anatomia Renal para Urologia – Gráfica e Editora Prensa, Rio de Janeiro 2007; 68-105
MECANISMOS DE LESÕES RENAIS
MVC: Missile Velociy Contusion
INCIDÊNCIA DE LESÕES
trauma contuso
Órgãos associados
Baço
Rim
Intestino delgado
Fígado
Parede abdominal
Diafragma
Mesentério
Pâncreas
%
26%
24%
16%
15%
1-3%
1-3%
1-3%
1-3%
TRAUMATISMO RENAL
trauma contuso
Sinais e Sintomas
•
•
•
•
Equimose em região lombar
Massa palpável em flanco
Fratura dos últimos arcos costais
Lesão penetrante em flanco, hipocôndrios
e região lombar
• Hematúria
• Instabilidade hemodinâmica
• Choque hipovolêmico
INCIDÊNCIA DE LESÕES
trauma penetrante
Órgãos associados
Fígado
Intestino delgado
Estomago
Colon
Omento
Baço
Rim
Pâncreas
Duodeno
Diafragma
%
37
26
19
14
10
7
3-5
3
3
2
TRAUMATISMO RENAL
trauma penetrante
TRAUMATISMO RENAL
trauma penetrante
TRAUMATISMO ABDOMINAL
trauma penetrante
TRAUMA RENAL / HEMATÚRIA
•
•
•
•
95% dos pacientes
Sinal + comum
Grau não se correlaciona com a gravidade
Hematúria macroscópica:
- 1/3 das lesões vasculares
- 24% dos pacientes com oclusão da artéria Renal
- 63% trauma grau IV
• Primeira urina / primeira porção pós-sondagem
ESTUDOS DE IMAGENS
Indicações
• Ferimento penetrante de flanco ou dorso
• Hematúria macroscópica
• Hematúria microscópica e choque
• Trauma por desaceleração
• Crianças com hematúria – todos os graus
INVESTIGAÇÃO DE IMAGENS
•
•
•
•
•
Urografia excretora
Tomografia computadorizada
Angiografia seletivas
Pielografia retrógrada
Ressonância nuclear magnética
UROGRAFIA INTRA-OPERATÓRIA
Estudo Radiológico
• Urografia excretora:
-
Pacientes que serão submetidos a cirurgia
2 ml/kg de contraste + Rx com 10 min
Altamente específica para extravasamento
Confirma a presença do rim contralateral
Evita exploração cirúrgica em 32% dos casos
Morey et al, 1999
TRAUMATISMOS RENAIS
ESTADIAMENTO
Grau I
Grau IV
Grau II
Grau III
Grau V
Genitourinary injury, mechanisms and management. Hunter Wessells et al; AUA, Update course, 2007
Algoritmo para o estadiamento / trauma contuso
Paciente estável
Paciente instável
UGE com nefrotomia
UGE por infusão*
Normal
Grande Lesão
Indeterminado
Observação
Normal
Exploração renal
TC
Lesões minimas
Indeterminado
Grande lesão
Limitada, estável
instável
Instávelreparar o rim
Observação
*UGE por infusão: 2ml de material de contraste por quilo de peso corporal
Algoritmo para o estadiamento do traumatismo renal contuso
(Carrol PR, McAnich JW. Staging of renal trauma. Urol Clin North Am 1989; 16(2):200.)
Algoritmo para o estadiamento / trauma penetrante
Hematúria
macro e micro
Paciente
Instável
Paciente
estável
Laparotomia exploradora
e UGE de chapa única
TC abdominal
(UGE opcional)
UGE
normal
Hematoma RP
estável
Hematoma RP
Pulsátil ou expandido
Observar
Exploração
renal
UGE anormal ou
inconclusiva
Traumatismo renal
Grau I-II
Exploração
renal
Observar
Traumatismo renal
Grau III
Laparotomia se outras
lesões associadas
Não há lesões
associadas
Exploração
renal seletiva
Observar
Traumatismo renal
grau IV ou V
Exploração
renal seletiva
Hematoma RP = hematoma retroperitoneal
(McAninch JW e col. J Trauma, 1993; 35:279-284.)
TRAUMATISMOS RENAIS
Estudos de imagens / urografia excretora
TRAUMATISMO RENAL
Estudos de imagens / ultrassom
TRAUMATISMO RENAL
Estudos de imagens
Tomografia computadorizada
ESTADIAMENTO DAS LESÕES
Grau I
Grau II
Grau III
Grau IV
Grau IV
Grau V
TRAUMATISMO RENAL
Estudos de imagens / arteriografias seletivas
INDICAÇÕES PARA CIRURGIA
INDICAÇÕES ABSOLUTAS
•
•
•
•
Traumas penetrantes
Hematoma retroperitoneal em expansão
Instabilidade hemodinâmica
Trauma renal contuso associado a lesões
de outras vísceras
Genitourinary injury, mechanisms and management. Hunter Wessells et al; AUA, Update course, 2007
INDICAÇÕES P/ EXPLORAÇÃO
CIRÚRGICA
INDICAÇÕES RELATIVAS
•
•
•
•
Extravasamento urinário importante
Tecido não-viável
Estadiamento incompleto
Trombose arterial
Genitourinary injury, mechanisms and management. Hunter Wessells et al; AUA, Update course, 2007
TRAUMATISMOS RENAIS
CONDUTAS
•
•
•
•
Grau I
Grau II
Grau III
Grau IV
observação
observação
observação
- Hemodinamicamente estável observação
- Hemodinamicamente instável cirurgia
- Lesão vascular
cirurgia /
procedimentos endovasculares
• Grau V
cirurgia
Genitourinary injury, mechanisms and management. Hunter Wessells et al; AUA, Update course, 2007
TRATAMENTO ENDOVASCULAR
EMBOLIZAÇÕES
Trauma grau IV - tratamento conservador
TRATAMENTO CONSERVADOR
• Repouso no leito até resolução da
hematúria macroscópica
• Antibioticoterapia se houver hematoma
extenso ou extravasamento de urina
• Colocação de DJ
• Ht / Hb seriados
• Tomografias seriadas / comparações
• Controle hemodinâmico: choque e
hipertensão
• Hemorragia tardia: angiografia seletiva
ABORDAGEM CIRÚRGICA DO RIM
TRAUMATISMOS RENAIS
Técnicas de reconstruções
TRAUMATISMOS RENAIS
Técnicas de reconstruções
TRAUMATISMOS RENAIS
Técnicas de reconstruções
TRAUMATISMOS RENAIS
Técnicas de reconstruções
PRINCÍPIOS DE REPAROS
• Desbridamento de tecidos desvitalizados
• Identificação de todas as estruturas
• Abordagem segura e reparo do pedículo vascular
• Anastomoses sem tensões
• Sutura com fios absorvíveis
• Stent / DJ (se necessário)
• Colocação de drenos
• Monitorização do paciente
TRAUMATISMOS RENAIS
Genitourinary injury, mechanisms and management. Hunter Wessells et al; AUA, Update course, 2007
TRAUMATISMOS RENAIS
COMPLICAÇÕES
•
•
•
•
•
•
•
•
Urinomas / Fístulas urinárias
Abscessos perinefréticos
Fístulas artério-venosas
Pseudo aneurismas
Hemorragias tardias
Hipertensão arterial
Nefrectomias
Insuficiência renal crônica
%
13 – 25
0,9 – 3
27
0 – 10
Genitourinary injury, mechanisms and management. Hunter Wessells et al; AUA, Update course, 2007
TRAUMA RENAL - COMPLICAÇÕES
• Sangramento tardio (2ª ou 3ª semana)
• Hipertensão:
- lesão vascular
estenose
- compressão pelo hematoma
- fístula A-V
• Fístula A-V traumática
Genitourinary injury, mechanisms and management. Hunter Wessells et al; AUA, Update cousrse, 2006
MENSAGENS
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Estudar o paciente em sua integridade
Pensar em todas as possibilidades de lesões
Controle clínico / hemodinâmico rigoroso
Investigação completa com imagens
Abordagem cirúrgica precisa / necessária
Utilização de técnicas específicas
Pensar em salvar as estruturas e órgãos
Drenagem / controles / seguimento
Tratar as complicações possíveis
TRAUMATISMO DE VIAS URINÁRIAS
GENITAIS
CAUSAS / DIAGNÓSTICO / TRATAMENTO
MÓDULO II
TRAUMATISMO URETERAL
• Ureter / bem protegido / retroperitôneo
• < 1% dos traumas urológicos
• Múltiplas lesões associadas
• Detecção: ALTO GRAU DE SUSPEIÇÃO
URETER / TRAUMAS EXTERNOS
URETER / LOCAL DOS TRAUMAS
URETER / TRAUMAS IATROGÊNICOS
CIRURGIAS GINECOLÓGICAS
TRAUMAS PENETRANTES
DIAGNÓSTICO
• Precoce
- Ausência de sinais específicos
• Tardio
-
Íleo prolongado
Perda urinária
Obstrução urinária
Anúria
Sepsis
choque
Genitourinary injury, mechanisms and management. Hunter Wessells et al; AUA, Update cousrse, 2006
MECANISMO DA LESÃO
• Trauma penetrante + comum (PAF)
• 2 a 3% PAFs abdominais
• Lesão tardia (cavitação)
• Pelve e ureter superior (+ comum)
• Trauma contuso em crianças (desaceleração)
AVALIAÇÃO
• Exame físico: inespecífico
• Suspeição:
- ferida penetrante no abdome ou flanco
- lesões por desaceleração
• Hematúria não é um bom indicador
• Urografia excretora / chapa única
• Diagnóstico intra-operatório
AVALIAÇÃO POR IMAGENS
UROGRAFIA EXCRETORA
TOMOGRAFIA
PRINCÍPIOS DE REPAROS
• Desbridamento de tecidos desvitalizados
• Espatulação dos cotos
• Anastomose sem tensão
• Sutura com fios absorvíveis
• Stent / DJ
• Colocação de drenos
TÉCNICAS DE REPAROS
Reimplante ureteral
Anastomose término - terminal
TÉCNICAS DE REPAROS
Bexiga psóica
Técnica de Boari
TÉCNICAS DE REPAROS
Transureteroureterostomia
Substituição / segmento ileal
COMPLICAÇÕES
•
•
•
•
•
Extravasamento urinário
Abscesso perinefrético
Fístulas urinárias
Estreitamentos
Nefrectomia
TRAUMATISMO VESICAL
•
•
•
•
Trauma no baixo abdome
Fratura pélvica (85%) e proximal de fêmur (9%)
Lesões penetrantes no abdome
Tríade clássica:
- dor suprapúbica ou perineal
- dificuldade p/ urinar
- hematúria
CLASSIFICAÇÃO
• Contusão vesical: diagnóstico de exclusão
• Lesão intraperitoneal
• Lesão extra-peritoneal
CLASSIFICAÇÃO / MECANISMO /
TRAUMA VESICAL
Análise de 511 pacientes
Cass, JUrol 1988
INVESTIGAÇÃO RADIOLÓGICA
• 1º passo: DESCARTAR LESÃO URETRAL
• Cistografia:
-
por gravidade
75 cm acima da pelve
+/- 400 mL de contraste
Filmes
• CT
INVESTIGAÇÃO / IMAGENS
ROTURA VESICAL
Extraperitoneal
Intraperitoneal
INVESTIGAÇÃO / IMAGENS
ROTURA VESICAL
Extraperitoneal
Intraperitoneal
LESÃO VESICAL EXTRAPERITONEAL
• Associada a fratura pélvica
• Tratamento conservador:
- sondagem por 10 dias
- cistografia de controle
- cicatrizam até 3 semanas
• Tratamento cirúrgico:
-
cirurgia de lesões associadas
incisão mediana
evitar hematoma pélvico
abertura na cúpula
Drenagem segura
Genitourinary injury, mechanisms and management. Hunter Wessells et al; AUA, Update cousrse, 2006
LESÃO VESICAL INTRAPERITONEAL
• Mais comum em crianças
• Lesão horizontal na cúpula
•  pressão na bexiga cheia
• Pacientes alcoolizados
• Cinto / trauma contra o volante
QUADRO CLÍNICO
• Incapacidade de urinar
• Reconhecimento tardio:
- anormalidades hidroeletrolíticas
- Ascite urinosa
• TRATAMENTO: exploração cirúrgica
REPARO CIRÚRGICO
Dois planos / peritonizar
COMPLICAÇÕES
• Precoces
-
Hematúria persistente
Ascite urinosa
Infecção
Sepsis
Óbito
• Tardias
-
Instabilidade vesical
Incontinência urinária
Fistula
Pseudodiverticulo
COMPLICAÇÕES
• Extravasamento urinário
• Deiscência de parede
• Hemorragia (violação do hematoma pélvico)
• Infecções
TRAUMATISMO DE URETRA
CAUSAS / TRAUMA DE URETRA
ALTO GRAU DE SUSPEIÇÃO:
•
•
•
•
Presença de fratura de bacia
Cateterização traumática
Queda à cavaleiro
Trauma penetrante próximo à uretra
EXAME FÍSICO
•
•
•
•
Incapacidade de urinar / hematúria
Sangue no meato
NÃO
Hematoma perineal
SONDAR
Próstata alta (TR)
• Exame radiológico: UCGR: - lesão parcial
- lesão completa
TRATAMENTO CIRÚRGICO
• Lesões penetrantes: exploração cirúrgica
• Lesões da uretra posterior:
- cistostomia suprapúbica
• Lesões na uretra anterior:
- sondagem
- realinhamento primário
- cistostomia
COMPLICAÇÕES
Estenoses
Incontinência
Infecções
TRAUMATISMO PENIANO
• Fratura de pênis
• Amputação
• Lesões penetrantes
• Lesões de partes moles
FRATURA DE PÊNIS
• Pênis em ereção
• Ato sexual
• Ruptura da albugínea
• Extravasamento sanguíneo
AMPUTAÇÃO DO PÊNIS
• Total ou parcial
• Acidental
• Auto-mutilação
LESÕES PENETRANTES
• PAF
• Conflitos bélicos
• Envolver um ou ambos os corpos cavernosos
LESÕES DE TECIDOS MOLES
• Infecções
• Queimaduras
• Mordidas
• Lesões por desenluvamento
• Não envolvem os corpos cavernosos
MENSAGENS
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Estudar o paciente em sua integridade
Pensar em todas as possibilidades de lesões
Controle clínico / hemodinâmico rigoroso
Investigação completa com imagens
Abordagem cirúrgica precisa / necessária
Utilização de técnicas específicas
Pensar em salvar as estruturas e órgãos
Drenagem / controles / seguimento
Tratar as complicações possíveis
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