Sistema auditivo periférico orelha externa – média – interna (cóclea/ orgão de Corti) – n. vestibulo-coclear sensorial neural Sistema auditivo central tronco encefálico leminisco (nucleos cocleares – complexo olivar superior – via ascendente lateral neural córtex lobo temporal (direito/esquerdo) neural colículo inferior Sis Córtex sistema nervoso Mesencéfalo Tronco encefálico central Percepção de fala Dois conceitos importantes....... sensitividade auditiva e percepção auditiva Aspectos quantitativos da audição ....SAP Percepção de fala Dois conceitos importantes....... sensitividade auditiva e percepção auditiva A percepção auditiva envolve a recepção e a interpretação dos estímulos sonoros através do sentido da audição Iêda Russo e Mara Behlau - 1993 Para Boothroyd – 1986 é possível identificar alguns componentes da percepção auditiva: detecção sensação discriminação localização sonora reconhecimento compreensão atenção memória 1 – Detecção auditiva Requisitos...... O som deve possuir uma freqüência entre 20 a 20.000 Hz O som deve possuir uma amplitude suficiente para provocar a sensação auditiva Existiu o som ? Ou você escutou algo? 2. Sensação auditiva É a impressão subjetiva deixada pelo estímulo sonoro, por meio das suas principais dimensões.......... PITCH – LOUDNESS – TIMBRE Como era o som???? 3. Discriminação auditiva É o processo de diferenciação de sons acusticamente similares, mas com freqüência, duração e intensidade diferentes. Em que esse som é diferente do outro?????? 4. Localização sonora Estabelecer a origem da fonte sonora a partir das diferenças interaurais de tempo – fase – intensidade De onde vem este som???? 5. Reconhecimento auditivo É a identificação correta dos padrões sonoros considerando o conhecimento previamente adquirido, principalmente por associação O que causou esse som???? 6. Compreensão auditiva Quando interpretamos uma nova combinação de modelos sonoros reconhecidos. O reconhecimento resulta da seleção de uma das possíveis representações internas, a compreensão possibilita ir além dos limites da experiência prévia e nos possibilita a interpretação desse código sonoro Por que razão esse som ocorreu? 7. Atenção auditiva É um processo O denominado comportamento de atenção envolve a monitorização do sinal acústico e sua prioridade sobre os demais sinais competitivos. Qual o estímulo sonoro que mais me interessa? 8. Memória auditiva É um processo. É a capacidade de reter, armazenar e evocar informações sonoras recebidas. O que ficou retido e pode ser evocado daquele som? PERCEPÇÃO AUDITIVA Envolve a recepção e a interpretação dos estímulos sonoros através do sentido da audição PERCEPÇÃO DE FALA Envolve um sistema de interação complexa que ultrapassa a realidade da simples detecção dos sinais acústicos O estímulo de fala precisa ser identificado, categorizado e reconhecido em sua forma, sendo assim, possui uma estreita relação com a atividade motora cognitiva envolvida em sua produção. Considerações sobre percepção de fala “A percepção de fala envolve um sistema de interação complexa que ultrapassa realidade da detecção dos sinais acústicos.” Por que??????? “Por que a característica acústicas da fala são consideravelmente mais complexas que os sons utilizados na avaliação audiológica.” O processo de percepção de fala possui uma estreita relação com a atividade motora cognitiva envolvida na sua produção Behlau, M & Russo, IP. Análise acústica do português brasileiro Fonte: http://www.thomazaquino.med.br/leitura_do.php?id=40 A PERCEPÇÃO DE FALA se constitui em um processo cognitivo-linguístico que depende de 3 habilidades, que são: ANÁLISE-SÍNTESE SEQUENCIAÇÃO FECHAMENTO AUDITIVO Análise-síntese Análise Da partes para o “todo” De elementos menores busca-se encaixá-los em um contexto maior, o objetivo é a compreensão/ contextualização. No processo de percepção da fala podemos ter como exemplo algumas palavras, que fornecem um sentido maior do que elas sozinhas podem representar. Análise-síntese Síntese De um todo para as “partes” menores, mas que detenham o sentido. De um livro (muitas páginas) obtém-se uma síntese, que possua os principais elementos, aqueles que caracterizam o livro. No processo de percepção da fala podemos ter como exemplo uma frase, embora seja composta de inúmeros elementos o sentido pode ser alcançado por meio de alguns elementos chaves. Sequenciação ...Estamos chegando ao final do ano... Estrutura macro 1a. 2a. 3a. 4a. 5a. 6a. ...Estamos chegando ao final do ano... E não...... .... Final chegando ao ano estamos....... Estrutura micro e+s+t+a+m+o+s c+h+e+g+a+n+d+o Fechamento auditivo É a reconstrução da mensagem quando parte desta foi omitida quando o ouvinte realiza suplência mental (mesmo antes do término da fala) Retomando a aula do dia 19/09 Percepção auditiva Percepção de fala Etapas Etapas 1.Detecção 2.Sensação 3.Localização 4.Discriminação 5.Reconhecimento 6.Atenção auditiva 7.Memória auditiva As etapas de percepção auditiva Não são suficientes para a decodificação dos sons verbais. A detecção embora involuntária apenas tomamos consciência da existência de um som no SNAC Além dessas necessário a: 7 etapas 8. Sequencialização 9. Análise-síntese 10. Fechamento auditivo é Essas etapas ocorrem em função da Redundância intríseca Como o sinal de fala é transformado pelo sistema auditivo que decodifica informações acústicas sobre frequência, intensidade, duração? Como a palavra falada é reconhecida, como os aspectos fonéticos e fonológicos se estruturam na mente, o que interfere e colabora para este reconhecimento são preocupações deste campo Pressupostos como invariância, constância e unidades perceptuais dos sinais de fala Redundância intríseca Mecanismos biológicos (inatos e adquiridos) que possuimos para executar a decodificação da palavra falada. Diz respeito as estruturas neurais e sua conexões, envolvendo as vias auditivas centrais e demais áreas corticais. A Fala pode ser considerada como um sistema dinâmico pelos modelos auditivos e pelos modelos motores, que evidenciam a relação entre produção e percepção de fala, destacando o aspecto gradiente da fala. Quando alterada, é possível perceber situações em que a percepção afeta a produção do falante e vive-versa. A Fonética e a Fonologia têm sido consideradas como disciplinas distintas, estando a primeira volta- da à exploração das propriedades físicas dos sons da fala e a segunda, ao conjunto de representações dos sons distintivos na língua no sistema cognitivo, o que, remeteria, num primeiro momento, apenas esta última à Lingüística. A Fonética volta para a exploração das propriedades físicas dos sons da fala A Fonologia volta para o conjunto de representações dos sons distintivos na língua, no sistema cognitivo. Os modelos atuais de reconhecimento de fala 1. Cohort 2. Trace 3. Shortlist Os modelos atuais de reconhecimento de fala 1. Cohort A idéia central da Cohort theory é que uma palavra falada ativa um grupo de itens similares na memória. O grupo de palavras faladas conhecidas pelo ouvinte que que são evocadas começam com o segmento ou segmentos iniciais da palavra de entrada. O processo de seleção para a palavra de entrada se dá pelos processos bottom-up (fonéticos-acústicos) e top-down (sintáticos e semânticos), simultaneamente, até restar apena uma palavra falada. Os modelos atuais de reconhecimento de fala 1. Cohort top-down (sintáticos e semânticos) bottom-up (fonéticos-acústicos) Famosos Fato Fama Fada Fátima Televisão ? A informação fonético-acústica é totalmente responsável por estabelecer o agrupamento. Há um sistema de reconhecimento no input (entrada) que opera com cuidado suficiente para descartar candidatos com traços minimamente discrepantes. (Jusczyk e Luce, 2002; Gaskell & Marslen-Wilson, 1997, 1999). Os modelos atuais de reconhecimento de fala 2. Trace Modelo conexionista. As unidades de processamento que são os traços, fonemas e palavras. Entre esses níveis há conexões excitatórias e conexões inibitórias. Estas conexões servem para aumentar e diminuir níveis de ativação dos nós dependentes do estímulo de entrada e atividade de todo o sistema. Pela passagem de ativação entre níveis, o modelo serve para confirmar e acentuar a evidência do input (entrada) que corresponde a um dado traço, fonema ou palavra. dente /d/, /t/, /g/ - ok conexões excitatórias /ch/, /m/ - x conexões inibitórias quente, pente ok conexões excitatórias escova, dia - x conexões inibitórias Os modelos atuais de reconhecimento de fala 3. Shortlist Modelo conexionista. Inicialmente é criada uma “curta lista” de palavras candidatas que consiste de itens lexicais que encontra o input de fala botton-up. No segundo estágio do processamento, esta pequena lista de itens lexicais entra em uma rede de unidades de palavras. As unidades lexicais deste segundo nível de processamento competem entre si para reconhecimento, através das relações de inibição lateral (Norris, 1994; Jusczyk e Luce, 2002). bola bo, go, do (1º estágio) bota, bolo etc.. (2º estágio) Os modelos atuais de reconhecimento de fala 4. Neighborhood Activation Model (NAM). Modelo conexionista. Inicialmente é criada uma “curta lista” de palavras candidatas que consiste de itens lexicais que encontra o input de fala botton-up. No segundo estágio do processamento, esta pequena lista de itens lexicais entra em uma rede de unidades de palavras. As unidades lexicais deste segundo nível de processamento competem entre si para reconhecimento, através das relações de inibição lateral (Norris, 1994; Jusczyk e Luce, 2002). bola bo, go, do (1º estágio) bota, bolo etc.. (2º estágio) Os modelos atuais de reconhecimento de fala Os modelos Trace e Shortlist diferem da teoria Cohort em relação aos níveis de representação e em relação ao processo de competição. Os dois primeiros modelos propõem que unidades de palavras são conectadas via relações de inibição lateral, capacitando uma unidade a suprimir ou inibir a ativação de seus competidores. A condição para que uma unidade iniba seus competidores é proporcional ao nível de ativação da unidade em si, que é determinada em larga escala pelos seus similares no input. O nível sublexical que está ausente na Cohort é um pressuposto importante nas teorias Trace, Shortlist Sheila Lúcia de Oliveira Bezerra, 2010 PERCEPÇÃO DE FALA ...as etapas as 3 habilidades (análise-síntese/ sequenciação/fechamento auditivo) ENTRETANTO... A efetividade da percepção depende AINDA das pistas acústicas, que são denominadas de ... REDUNDÂNCIAS EXTRÍNSECAS Para que ocorra a percepção de fala há ainda outro aspecto, que deve ajudar mas que também pode prejudicar MUITO a transmissão da mensagem – REDUNDÂNCIA EXTRÍNSECA DE PISTA ACÚSTICA ? REDUNDÂNCIAS EXTRÍNSECAS INTELIGIBILDADE DE FALA Características da mensagem conhecimento do idioma conhecimento do tema gesticulação e apoio visual intensidade da mensagem coarticulação e fatores suprasegmentais fatores temporais, ritmo e velocidade articulação e pronúncia do falante INTELIGIBILDADE DE FALA Características da mensagem gesticulação e apoio visual conhecimento do idioma conhecimento do tema intensidade da mensagem coarticulação e fatores suprasegmentais fatores temporais, ritmo e velocidade articulação e pronúncia do falante Intensidade da mensagem “relação fala com ruído F/R” considerações sobre o ruído – intensidade do ruído ambiental X relação F/R a relação que favorece a mensagem sonora é de 30dBNPS INTELIGIBILDADE DE FALA Características da mensagem gesticulação e apoio visual conhecimento do idioma conhecimento do tema intensidade da mensagem coarticulação e fatores suprasegmentais fatores temporais, ritmo e velocidade articulação e pronúncia do falante Coarticulação e fatores supra-segmentais Os sons de fala encadeada não são representados separadamente através do modelos de movimentos independentes dos articuladores, ao contrário, os movimentos e padrões sonoros de sons adjacentes Se sobrepõem, resultando em uma combinação de efeitos. A fala não é um encadeamento sucessivo de sons isolados, configuração para a produção de um som não se realiza completamente. Na mudança dos articuladores, há uma sobreposição de gestos motores que provoca desvios e antecipações de movimentos por parte da musculatura envolvida. COARTICULAÇÃO A importância da co-articulação Em trabalho mais recente, Ohala & Ohala (1998) também observaram o efeito da co- articulação em um experimento utilizando lista de palavras monossilábicas com consoantes de diferentes pontos de articulação e a relação destas consoantes com as vogais /a/, /i/ e /u/. Eles observaram que a consoante /p/ tendeu a ser confundida com /ta/ quando antecedida pela vogal /i/, o que não ocorreu quando esta mesma consoante foi antecedida pelas vogais /a/ e /u/. Este achado demonstra a influência que um segmento exerce sobre o outro no ambiente da sílaba. REDUNDÂNCIAS EXTRÍNSECAS INTELIGIBILDADE DE FALA Coarticulação e fatores supra-segmentais – durante a fala ocorre uma sobreposição de gestos motores que provoca desvios e antecipações de movimentos por parte da musculatura e de acordo com o contexto fonético. INTELIGIBILDADE DE FALA Características da mensagem gesticulação e apoio visual conhecimento do idioma conhecimento do tema intensidade da mensagem coarticulação e fatores suprasegmentais fatores temporais, ritmo e velocidade articulação e pronúncia do falante fatores temporais, ritmo e velocidade Fatores temporais duração específica de cada elemento da fala duração no encadeamento É dependente do comando neurológico; características anátomofisiológicas dos articuladores e código lingüístico O ritmo e velocidade da fala diz respeito a agilidade de encadear os ajustes motores adequados.