A FILOSOFIA DA GRÉCIA CLÁSSICA AO HELENISMO. SOFISTAS OS MESTRES DA ARGUMENTAÇÃO Os sofistas eram professores viajantes, que por determinado preço vendiam ensinamentos práticos de filosofia. Davam aulas basicamente de eloqüência e de sagacidade mental. Conhecimentos úteis para sucesso nos negócios públicos e privados. Desenvolviam a argumentação e a retórica. Eles transmitiam todo um jogo de palavras que seriam usadas para convencer as pessoas e driblar as teses dos adversários Essas características dos ensinamentos dos sofistas favoreceram o surgimento de concepções filosóficas relativistas sobre as coisas. No relativismo não existe uma verdade única. Tudo seria relativo ao indivíduo, ao momento histórico, a um conjunto de fatores e circunstâncias de uma sociedade. Etimologicamente, o termo sofista significa sábio. Entretanto com o passar dos anos ganhou o sentido de impostor. Os sofistas apenas manipulavam as opiniões sem se preocupar com a verdade (aletheia). Criavam pseudos que significa o falso, aquilo que ilude. Entretanto atualmente procura-se mostrar que os sofistas defendiam as diversas opiniões humanas, que não podem ser reduzidas a uma única verdade absoluta. Protágoras de Abdera: o homem como medida. “O homem é a medida de todas as coisas; daquelas que são, enquanto são; e daquelas que não são, enquanto não são”. Conforme sua concepção, todas as coisas são relativas às disposições do homem, isto é, o mundo é o que o homem constrói e destrói. Protágoras sofreu várias criticas por dar margem a um grande subjetivismo: tal coisa é verdadeira se para mim parece verdadeira. Assim, qualquer tese poderia ser encarada como falsa ou verdadeira, dependendo da ótica de cada um. Sócrates de Atenas o poder das perguntas decisivas. O que é a essência do homem? Ele respondia que o homem é a sua alma, entendendo-se alma como a sede da razão, o nosso eu consciente. “ Conhece-te a ti mesmo” Sua filosofia era desenvolvida mediante diálogos críticos. São divididos em dois momentos básicos: a ironia e a maiêutica. A ironia de Sócrates estava baseada na interrogação aos interlocutores sobre aquilo que eles pensavam saber. “Sei que nada sei”, dizia Socrátes. Maiêutica Libertos do orgulho e da pretensão de que tudo sabiam os discípulos podiam então iniciar o caminho de reconstrução de suas próprias ideias. Essa fase do diálogo socrático, destinada a concepção de ideias, era chamada de maiêutica, termo grego que significa a “arte de trazer à luz”. ( MÃE DE SOCRÁTES) Platão de Atenas (427-347 a.C.) Das aparências ao mundo das idéias. “Os males não cessarão para os homens antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder”. PLATÃO Platão foi discípulo de Sócrates, a quem considerava “o mais sábio e o mais justo dos homens”. Por volta de 387 a.C. fundou sua própria escola filosófica, a Academia, nos jardins construídos por seu amigo Academus. “Toda a filosofia ocidental são notas de rodapé a Platão” TEORIAS DAS IDEIAS. Teoria das idéias, procura explicar como se desenvolve o conhecimento humano. Esse processo de conhecimento se desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para o mundo das idéias e essências. Vejamos: A primeira etapa desse processo é dominada pelas impressões ou sensações advindas dos sentidos. Essas impressões sensíveis são responsáveis pela opinião que temos da realidade. A opinião representa o saber que se adquire sem uma busca metódica. ( Mundo das sombras ) O conhecimento, entretanto, para ser autêntico, deve ultrapassar a esfera das impressões sensoriais, o plano da opinião, e penetrar na esfera racional da sabedoria, mundo das idéias. Para atingir esse mundo o homem não pode ter apenas “amor ás opiniões” (filodoxia); precisa possuir um “amor ao saber” (filosofia). A opinião nasce, portanto, da percepção da aparência e da diversidade das coisas. O conhecimento, por sua vez, é elaborado quando se alcança a idéia, que rompe com as aparências e a diversidade ilusória. Platão propõe a DIALÉTICA, para se conseguir chegar ao conhecimento autêntico. É a contraposição de uma opinião com a critica que dela podemos fazer, ou seja, na afirmação de uma tese qualquer seguida de uma discussão e negação desta tese, com o objetivo de purificá-la dos erros e equívocos. Somente quando saímos do mundo sensível e atingimos o mundo racional das idéias é que alcançamos também o domínio do ser absoluto eterno e imutável. Nesse mundo das idéias só podemos entrar, segundo Platão, através do conhecimento racional, científico ou filosófico.