Lógica formal e Dialética e a Organização dos Argumentos

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Ciências Humanas e suas
Tecnologias - Filosofia
Ensino Médio, 2º Ano
Lógica formal e Dialética e a
Organização dos Argumentos
FILOSOFIA - 2º Ano do Ensino Médio
Lógica Formal e Dialética e a Organização dos Argumentos
FILOSOFIA - 2º Ano do Ensino Médio
Lógica Formal e Dialética e a Organização dos Argumentos
O QUE É LÓGICA?
Lógica deriva da palavra grega logos (λόγος), que
significa “palavra”, “proposição”, “oração”, mas também
“pensamento“ ou “razão”. Mais precisamente, a lógica é
utilizada para o estudo de raciocínios válidos e para a
validação de argumentos.
Em outras palavras, a lógica é uma ferramenta
poderosa para a formular discursos e organizar os nossos
pensamentos.
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ONDE SURGIU A LÓGICA?
A Lógica, assim como a Filosofia, surgiu na Grécia por
volta do século IV a.C, e foi Aristóteles o primeiro a se
Imagem: LennieZ / GNU Free Documentation
License
interessar pelo seu estudo.
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Aristóteles escreveu uma série de
seis textos sobre esse assunto, que
ficou conhecido como “Organon”, que
significa instrumento. Era essa a
função da lógica em seu surgimento,
funcionava como um instrumento que
ajudava os filósofos a eliminar as
contradições que surgiam em seus
raciocínios.
Imagem: Jastrow / Public Domain
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E na prática, para que serve a Lógica?
Imagem: Emiichann / Public Domain
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Na prática, a lógica nos ajuda a organizar nosso
pensamento, nosso raciocínio.
Isso vai desde coisas óbvias, como a seguinte frase:
“Todos os homens são mortais, Sócrates é homem logo,
Sócrates é mortal.”
Imagem: Moartea lui Socrate, 1787 / Jacques-Louis David / Metropolitan Museum of Art / Public Domain
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Até raciocínios importantíssimos para a história da
humanidade, como a terceira lei de Newton:
“A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual
intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um
sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em
direções
opostas”.
Isaac
Newton
(1643-1727)
Imagem: Autor desconhecido / Public Domain
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Qual a diferença entre lógica formal e
lógica dialética?
A lógica formal (ou aristotélica), oferece procedimentos
que podem ser utilizados em qualquer tipo de raciocínio,
não apenas de forças contrárias. Para Aristóteles, a lógica
é um “instrumento para conhecer”. A lógica dialética, criada
por Platão, trabalha com forças contrárias, e depura essas
contradições até chegar a uma verdade comum. Para
Platão, a dialética é um “modo de conhecer”.
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Quais são as características da lógica
formal?
As características da lógica presentes no Organon, são:
-Instrumental: é um instrumento de pensamento e
linguagem, e serve para verificar se eles estão corretos.
-Formal: não se preocupa com o conteúdo do que foi
pensado, mas sim com a forma pura do pensamento,
expressa pela linguagem.
-Propedêutica: é o conhecimento prévio que devemos ter
antes de iniciar uma investigação filosófica ou científica.
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-Normativa:
ela
fornece
regras
e
normas
que
o
pensamento deve seguir para ser considerado verdadeiro.
-Doutrina da prova: Permite verificar se o raciocínio é
verdadeiro ou falso.
-Geral e atemporal: Os princípios lógicos não podem
depender do tempo, do lugar ou das pessoas, devem ser
necessários, universais e imutáveis.
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O QUE É PROPOSIÇÃO?
Proposição é o objeto da lógica, os juízos formulados
pelo pensamento. Para ser considerada uma proposição,
a frase proposta necessariamente deve ser declarativa.
Exemplo:
Sócrates é homem.
S P
Proposições são usualmente consideradas como o conteúdo de crenças e
outros pensamentos representativos. Elas também podem ser o objeto de
outras atitudes, como desejo, preferência, intenção, como em "Desejo um carro
novo" e "Espero que chova", por exemplo.
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O QUE SÃO OS TERMOS DA
PROPOSIÇÃO?
Aristóteles* definiu 10 termos para definir a proposição:
1 Substância, p. ex.: homem ou cavalo;
2 Quantidade, p. ex.: dois cadernos;
3 Qualidade, p. ex.: branco;
4 Relação, p. ex.: maior;
5 Lugar, p. ex.: no liceu;
6 Tempo, p. ex.: ontem;
7 Posição, p. ex.: está sentado;
8 Ter, p.ex.: usa sapatos;
9 Agir, p. ex.: cortar;
10 Sofrer, p. ex.: ser cortado
(* Top., I, 9, 103 b 20 ss.; Cat., 1 b 25 ss.)
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O QUE É SILOGISMO?
O silogismo é um termo filosófico com o qual Aristóteles
designou a argumentação lógica perfeita e que mais tarde veio
a ser chamada de silogismo. Identificamos um silogismo como
um conjunto de proposições encadeadas, com objetivo de
inferir algo, ou seja, concluir alguma coisa de outras
proposições.
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Quais são as principais características
do silogismo?
1. É mediato: ele exige que o pensamento siga um percurso
de linguagem para chegar a uma conclusão.
2. É demonstrativo: ele parte de algumas afirmações
verdadeiras para chegar a conclusões também verdadeiras.
3. É necessário: Para se chegar a uma conclusão, deve-se
necessariamente partir de uma ou mais premissas.
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Como é o silogismo?
Um silogismo é composto de três proposições. A
primeira é a premissa maior, a segunda, a premissa menor
e a terceira, a conclusão.
Exemplo:
Todos os homens são mortais. (premissa maior)
Sócrates é homem. (premissa menor)
Logo, Sócrates é mortal. (conclusão)
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Atividade I
1- O que é lógica?
2- Onde surgiu e quem é o criador da lógica?
3- Para que serve a lógica?
4- Qual é a diferença entre lógica formal e lógica dialética?
5- O que é um silogismo?
6- Dê um exemplo de silogismo.
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ELEMENTOS DA LÓGICA
Agora, conheceremos outros elementos que compõem
o estudo da lógica, assim como a organização dos
argumentos lógicos. São eles:
- Analogia
- Dedução
- Indução
- Falácias
- Conectivos lógicos
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ANALOGIA
Analogia é um tipo de raciocínio que procede a partir
de semelhanças entre casos particulares sem, no entanto,
chegar necessariamente a uma conclusão universal, mas
tão somente a uma conclusão particular. Exemplo:
Minha mãe estava com dor de cabeça, tomou “Cabeçol” e
ficou curada. Logo, quando eu estiver com dor de cabeça,
também tomarei “Cabeçol” e ficarei curado.
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DEDUÇÃO
A dedução é um tipo de raciocínio que parte
necessariamente de uma proposição universal para
concluir uma premissa particular. Esta premissa se
apresenta como necessária, ou seja, deriva logicamente
das premissas anteriores. Exemplo:
Todo homem é mortal. (Premissa Universal)
Sócrates é homem. (Premissa Particular)
Logo, Sócrates é mortal. (Conclusão)
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INDUÇÃO
A indução é o raciocínio que, após considerar um
número suficiente de casos particulares, conclui uma
verdade universal. A indução, ao contrário da dedução,
parte da experiência para chegar à conclusão. Exemplo:
“Eu não sei falar francês, nem meu vizinho da frente, nem
minha vizinha do lado, nem o nosso zelador: Logo,
ninguém do meu prédio sabe falar francês!”
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FALÁCIAS
Existem também os raciocínios ou argumentos que são
chamados de falácias, que são incorretos e podem levar
as pessoas ao erro. Em geral, estes argumentos possuem
falhas na forma ou no conteúdo. Quando feito de modo
intensional, é chamado de sofisma. Exemplo:
Deus é um ser onipotente, sendo assim tudo pode fazer.
Sabendo disso, seria possível a Deus, fazer uma pedra
que nem mesmo ele seria capaz de levantar.
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CONECTIVOS LÓGICOS
Conectivos
comprovar
Lógicos,
veracidade
são
das
símbolos
utilizados
premissas
e
unir
para
as
proposições simples e as transformar em proposições
compostas. São eles:
•
•
•
•
•
(~ ou ⌐) “não”: negação.
(Λ) “e”: conjunção.
(V) “ou”: disjunção.
(→) “se...então” condicional.
(↔) “se e somente se”: bicondicional.
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NEGAÇÃO
Quando usamos a negação (~) invertemos o valor da proposição
dada.
Exemplo:
P: A vaca é quadrúpede.
~P: A vaca não é quadrúpede.
Tabela de negação
P
~P
V
F
F
V
FONTE: Desenvolvida pelo autor
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CONJUNÇÃO
Na conjunção, o argumento será válido apenas quando
todas as premissas forem verdadeiras. O símbolo da
conjunção pode ser (E) ou (˄).
Exemplo: P= A vaca tem chifres. Q= A vaca é mamífero.
(P ˄ Q): A vaca tem chifres e é mamífero.(válido)
(~P ˄ Q): A vaca não tem chifres e é mamífero.(inválido)
Tabela de verdade da conjunção:
FONTE: Desenvolvida pelo autor
A
B
A^B
V
V
F
F
V
F
V
F
V
F
F
F
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DISJUNÇÃO
Na disjunção, o argumento será válido quando ao menos uma
das premissas forem verdadeiras. Será inválido apenas se as duas
premissas forem falsas. Os símbolos da disjunção são: (OU) ou ( v)
Exemplo: P= A vaca muge. Q= A vaca é mamífero.
(P ˅ Q): A vaca muge ou é mamífero.(válido)
(~P ˅ ~Q): A vaca não muge e não é mamífero.(inválido)
Tabela de verdade da disjunção:
FONTE: Desenvolvida pelo autor
A
V
V
F
F
B
V
F
V
F
AvB
V
V
V
F
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CONDICIONAL
Este conectivo representa a ideia de condição, ou seja,
para que uma proposição exista outra proposição também
deve existir. O símbolo da condicional é(→)
Exemplo: P= A vaca muge. Q= A vaca é mamífero.
(P → Q): Se a vaca muge, então a vaca é mamífero.
Tabela de verdade da condicional:
FONTE: Desenvolvida pelo autor
P
Q
P→Q
V
V
V
V
F
F
F
V
V
F
F
V
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BICONDICIONAL
Na bicondicional, o resultado das proposições será
verdadeiro se e somente se as duas premissas forem iguais (as
duas verdadeiras ou as duas falsas). O símbolo da
bicondicional é (↔)
Exemplo: P= A vaca muge. Q= A vaca é mamífero.
(P ↔ Q): A vaca muge se e somente se a vaca for
mamífero.
P
Q
P↔Q
Tabela de verdade da disjunção:
FONTE: Desenvolvida pelo autor
V
V
V
V
F
F
F
V
F
F
F
V
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ATIVIDADE II
1- Quais são as características de uma conjunção?
2- Uma disjunção pode ser classificada de que modo?
3- O que caracteriza uma Condicional?
4- Como pode ser aplicado um conectivo Bicondicional?
5- Dê um exemplo para cada conectivo lógico apresentado.
6- Exemplifique raciocínios de:
a) Indução b) Dedução c) Analogia d) Falácias
7- Pesquise em revistas, jornais e internet sobre a aplicação
prática dos elementos da lógica.
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FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
LIVROS:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; Martins, Maria Helena Pires. Filosofando:
Introdução à Filosofia. SP: Ed. Moderna. 1994
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. SP: Ed. Saraiva. 1996.
RAMALHO. NICOLAU E TOLEDO. Fundamentos da Física. Vol. 01. SP. Ed.
Moderna.2010
SITE:
http://www.pucsp.br/~logica/. Data de acesso 20/08/2012
http://pt.wikipedia.org/wiki/Proposi%C3%A7%C3%A3o. Data de acesso
20/08/2012
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Emiichann / Public Domain
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_The_Death_of_Socrates.jpg
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Autor desconhecido / Public Domain
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owing_newtons_third_law.png
Data do
Acesso
13/08/2012
13/08/2012
13/08/2012
13/08/2012
13/08/2012
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