Teoria Teoria da Bala Mágica/ Teoria da Agulha Hipodérmica/ Escola de Chicago Teoria Funcionalista / Teoria da Cultura de Massa / Escola de Chicago TEORIAS DA COMUNICAÇÃO – QUADRO COMPARATIVO - PROF. FABIANO ORMANEZE Principais Autores Contexto de Surgimento Síntese das Ideias Principais Harold Lasswell (1902-1978), Década de 20, pós 1ª guerra A mensagem, pela mídia, chega com seu livro “Propaganda no Mundial, influenciado pelo a todos da mesma forma e mundo da guerra”, de 1927. poder da propaganda de produz os mesmos efeitos. Leva Guerra (Tio Sam no célebre em consideração a importância cartaz de convocação dos dos aspectos emocionais no jovens). Parte da sociologia convencimento e influência dos funcionalista, que tenta explicar receptores. Funções da as relações sociais como corpo propaganda para Lasswell: 1) biológico, submetido a uma mobilizar o ódio contra o relação de causa e inimigo; 2) manter a amizade consequência. É também dos aliados; 3) preservar a fortemente influenciada pela amizade e procurar a Teoria Behavorista, da cooperação dos que se mantêm Psicologia. Encontrará força na neutros; 4) desmoralizar o “Guerra dos Mundos”, de inimigo. Orson Wells, em 1938. Paul Lazarsfeld (1901-1976) e Década de 40, após a expansão A influência dos meios de Robert Merton (1910-2003). Os dos meios de comunicação de comunicação é relativa. 1) dois publicaram o ensaio massa. Desenvolvida nos Mensagem será rejeitada “Comunicação de massa, gosto Estados Unidos, ainda de base quando conflita com as normas popular e a organização da ação funcionalista, contradiz do grupo; 2) O consumo das social”, em 1948. Lasswell. mensagens é seletivo; 3) Os líderes têm importância na influência; 5) A mídia pode criar um “efeito narcotizante”. Visualizam os meios de comunicação como positivos, pois levam informação a quem estaria alheio ao conhecimento, além de considerá-la importante para a democracia. Aplicação/ críticas Tem apenas valor histórico, mas não analítico, no sentido de que essa teoria foi facilmente contestada nos anos seguintes por teóricos da própria escola funcionalista. Sua importância, no entanto, está no fato de ter iniciado a discussão sobre a influência dos meios de comunicação. Os aspectos relativos à emoção serão depois mais bem explicitados por outros teóricos. Importante teoria, principalmente, por iniciar a concepção de cultura de massa. Tem valor analítico, principalmente pelos aspectos que apresenta como decisivos na recepção e absorção da mensagem. Será, depois, criticada pelos frankfurtianos. Theodor Adorno (193-1969 ) e Max Horkheimer (1895-1976), autores do ensaio “A Indústria Cultural”, de 1947 (“Dialética do Esclarecimento”). Desenvolvida na Alemanha, pós Segunda Guerra. Após a Segunda Guerra Mundial, tentam compreender porque um país tão desenvolvido economicamente produziu tantas mortes e permitiu a emergência do nazismo. Para isso, recuperam a obra de Karl Marx (1818-1883), para tentar aplicar seus conceitos à situação alemã de então. Tem uma concepção negativa dos meios de comunicação de massa, pois percebem sua estrita relação com as forças econômicas. Tudo que é veiculado se torna produto (Indústria Cultural). Não provocam reflexão, apresentando tudo por um viés superficial e para o consumo imediato, inclusive provocando emoções. Os produtos da indústria cultural são colocados tão próximos quanto possíveis. Meios de comunicação são vistos como forma de manter o esquema capitalista. Umberto Eco (1932- ) e Edgar Morin (1921- ) Década de 60, quando os produtos da Cultura de Massa começam a ganhar espaço cada vez maior nas discussões acadêmicas e nas artes (PopArt, de Wandy Wharhol). Compreende que os meios de comunicação estão integrados na sociedade e que precisam ser avaliados a partir dessa premissa. Crítica às anteriores. Eco, em “Apocalípticos e Integrados” (1965), diz que a questão a que se propuseram funcionalistas e frankfurtianos é mal formulada. O erro dos apologistas é afirmar que a mídia seja boa, sem submeter-se à crítica. O erro dos apocalípticos é pensar que é ruim, sem considerar que a indústria cultural é reflexo da sociedade industrial. A questão deve ser: qual a ação cultural que permite que a mídia possa veicular valores culturais? Teoria Crítica / Escola de Frankfurt Escola Sociológica Europeia O conceito de indústria cultural é central nas discussões sobre mídia e sociedade. Influencia trabalhos como “A sociedade do espetáculo” (1967), de Guy Débord (1931-1994), e várias análises da manipulação e construção de sentidos na mídia. Origina o movimento dos neofrankfurtianos, que apresenta certo relativismo em relação à concepção negativista dos meios de comunicação, mas critica o fato de tudo estar a serviço do capital. A culpa não é da mídia em si, mas das relações econômicas que a precedem. Eco e Morin são hoje dois dos maiores teóricos vivos do Ocidente. A influência vai de áreas como a Teoria da Comunicação à Sociologia, Filosofia, Estética, Linguística e Semiótica. A Escola Sociológica Europeia tem sua importância ao deslocar o foco da mídia para a sociedade, inserindo discussões como a formação crítica para o consumo dos produtos midiáticos (educação) Marshall McLuhan (1913-1980), autor de três livros essenciais: “A Galáxia de Gutenberg” (1962), “O Meio é a Mensagem” (1967) e “Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem” (1969). Teoria da Aldeia Global Década de 60, após o crescimento do poder da TV e de sua penetração na sociedade. Crescimento e evolução da tecnologia. Está inserido no contexto de valorização tecnológica requerido pelos EUA. Desloca o foco do “meio” para a “mensagem”. O homem está numa fase de retribalização, constituindo uma aldeia global, possibilitada pelos meios de comunicação eletrônicos, como a TV, que aproxima todas as pessoas numa mesma realidade. Cada meio de comunicação cria uma realidade nova (o meio é a mensagem); Os meios de comunicação são extensões dos sentidos humanos e, assim, seu poder será maior quanto mais sentidos conseguirem acessar. Meios quentes são aqueles que atuam em apenas um sentido e exige maior imaginação. Meios frios acessam vários sentidos ao mesmo tempo. A teoria tem ampla aceitação na década de 60, principalmente, por ser condizente à ideologia estadunidense. Valorizada pelos publicitários do período e importante para diferenciar as características da linguagem de cada meio, vai receber várias críticas, inclusive de Umberto Eco, para quem a visão de McLuhan é reducionista ao não considerar a capacidade do receptor em interpretar a mensagem de diferentes modos. Crítica se estende também ao fato de que desconsidera a concepção de “massa” e de que ainda há grupos em estágios “tribais” e que, portanto, o conceito de “aldeia global” não é assertivo. McLuhan está sendo “redescoberto” para discutir a comunicação digital.