Prof. Vitor Colli Livro Base: Princípios de Economia, Carlos Roberto Martins PASSOS e Otto NOGAMI FATOR GERADOR DE ESCASSEZ As necessidades humanas são ilimitadas A quantidade de recursos são finitos DESAFIO: Como corresponder a demanda oriunda do problema de escassez? DEFINIÇÃO DE ECONOMIA do grego oikos (casa) e nomos (norma, lei) = oikonomia administração de uma unidade habitacional (casa)”, podendo também ser entendida como “administração da coisa pública” ou de um Estado. (PASSOS, NOGAMI 2005) “a Ciência Social que estuda como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilização alternativa, na produção de bens e serviços de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas”. A ECONOMIA É UMA CIÊNCIA SOCIAL As ciências sociais estudam a organização e o funcionamento da sociedade A Economia se ocupa do comportamento humano Pessoas e Organizações na Sociedade: Produção Troca e consumo de bens e serviços SISTEMA ECONÔMICO A forma na qual a sociedade esta organizada em termos políticos, econômicos e sociais para desenvolver as atividades econômicas de produção, troca e consumo de bens e serviços Firmas: licença para produzir bens e serviços, funcionários registrados e etc; Economistas: formação, filiação ao Conselho Regional de Economia – CORECON e etc. BENS E SERVIÇOS Bem: é tudo aquilo que permite satisfazer uma ou várias necessidades humanas. Bens Livres: quantidade ilimitada (preço = 0) Obtidos com pouco ou nenhum esforço humano Luz solar, o ar, o mar etc., Bens Econômicos: São escassos e se obtém com esforços humanos (preço > 0) Classifica-se como bens materiais e imateriais Bens Econômicos Materiais: natureza material, tangível (peso, altura etc) Alimentos, roupas, livros etc Imateriais/serviços: intangíveis Acaba no momento da produção Não pode ser estocado Bens Materiais Bens de Consumo: satisfaz as necessidades humanas Não-duravel: alimentos, cigarros, gasolina etc Durável: móveis, eletrodomésticos etc Bem Capital: permitem produzir outros bens. Máquinas Bens Finais: acabados (consumo / capital) Bens Intermediários: devem ser transformados Aço, vidro, cobre, borracha etc BENS PRIVADOS E PÚBLICOS Privados: automóveis, televisores etc Públicos: fornecidos pelo setor público Saúde, educação, segurança, justiça, transportes etc RECURSOS PRODUTIVOS Também denominados fatores de produção Elementos utilizados no processo de fabricação dos mais variados tipos de mercadorias a fim de satisfazer as necessidades. Trabalho, terra, matérias-primas, combustíveis, energia e equipamentos. CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS PRODUTIVOS São classificados em 4 grandes grupos: Terra, Trabalho; Capital; Capacidade Empresarial TERRA Recursos naturais e/ou dádivas da natureza, tais como: Florestas; Recursos Naturais; Recursos Hídricos; Etc... Toda a natureza é produtora de bens econômicos Utilidade: dependem de fatores como facilidade de extração, refino e transportes Quantidade de recursos naturais limitada mesmo para as nações consideradas ricas. TRABALHO Esforço humano, físico ou mental, despendido na produção de bens e serviços, tais como: Serviços médico; Trabalho de um operário; Supervisão de um gerente de banco; Etc... População: fator que limita a capacidade de produção Trabalho: limitado conforme as condições de produção CAPITAL ( OU BENS DE CAPITAL) Bens fabricados pelo homem que derivam de outros bens. É parcial ou totalmente acabados podendo ser utilizados na produção de outros bens. Ferro; Instalações fabris; Equipamentos utilizados na fabricação de outros bens Capital Financeiro: dinheiro, ações, certificados e etc. Não constitui riqueza, apenas direitos Não haverá aumento de riquezas na sociedade se esses direitos de papel aumentarem sem que ocorra aumento correspondente de edifícios, equipamentos, estoques etc. CAPACIDADE EMPRESARIAL O empresário exerce funções fundamentais para o processo produtivo. Organiza a produção; Reúne e combina os demais recursos produtivos; Assume todos os riscos inerentes a elaboração de bens e serviços. OS RECURSOS PRODUTIVOS SÃO LIMITADOS Em geral, os recursos produtivos têm como característica básica o fato de serem limitados ou escassos, ou seja, são insuficientes para atender todos os anseios da sociedade. REMUNERAÇÃO DOS PROPRIETÁRIOS DOS RECURSOS PRODUTIVOS Terra Aluguel Trabalho Salário Capital Juros Capacidade Empresarial Lucro AGENTES ECONÔMICOS As Famílias (ou unidades familiares); As Firmas (ou unidades produtivas); O Governo. FAMÍLIAS Todos os indivíduos e unidades familiares da economia e que no papel de consumidores, adquirem os mais diversos tipos de bens e serviços. Como proprietários dos recursos, fornecem fatores de produção ( Trabalho, terra, capital, capacidade empresarial) em troca de (salários, alugueis, juros e lucros) FIRMAS Responsáveis pela produção e comercialização de bens e serviços por meio da combinação dos fatores produtivos adquiridos juntos as famílias, tendo como principal objetivo a maximização dos lucros. GOVERNO São todas as organizações diretas ou indiretamente controladas pelo Estado, nas esferas federais, estaduais e municipais. Age da seguinte forma: Empresário: produzindo bens e serviços através das estatais Comprador: Contrata serviços, adquire materiais, equipamentos e etc. Disciplina a conduta dos demais agentes econômicos. CONCEITO DE MERCADO Entende-se por mercado um local ou um contexto em que compradores (que compõem o lado da procura) e vendedores (que compõem o lado da oferta) de bens, serviços ou recursos estabelecem contatos e realizam transações. COMPRADORES É constituído tanto de consumidores, que são compradores de bens e serviços, quanto de firmas, que são compradores de recursos (trabalho, terra, capital e capacidade empresarial) VENDEDORES É composto pelas firmas, que vendem bens e serviços aos consumidores, e pelos proprietários de recursos (trabalho, terra, capital e capacidade empresarial), que os vendem (ou arrendam) para as firmas em troca de remuneração (salários, aluguéis etc.). DESTACA-SE Os mercados estão no centro da atividade econômica Muitos temas importantes em economia estão relacionados com a maneira de funcionar desses mercados ESTRUTURA DE MERCADO DE BENS FINAIS E SERVIÇOS Os mercados estão estruturados de maneira diferenciada em função de dois fatores principais: número de firmas produtoras atuando no mercado a igualdade ou diferenciação dos produtos de cada firma. Por tanto, podemos classificar as estruturas de mercado da seguinte forma: CONCORRÊNCIA PERFEITA É um tipo de mercado em que há um grande número de compradores e vendedores (firmas) e cada um tão pequeno que nenhum deles, agindo individualmente, consegue afetar o preço da mercadoria. Além disso, os produtos de todas as firmas que compõem o mercado devem ser homogêneos. Vários mercados de produtos agrícolas chegam perto de ser integralmente competitivo. MONOPÓLIO É uma situação de mercado em que uma única firma vende um produto que não tenha substitutos próximos, diferente da concorrência perfeita, pois do lado da oferta não há concorrência e nem produto concorrente. Assim, ou os consumidores aceitam as condições estipuladas pelo monopolista, ou abandona o mercado, deixando de consumir o produto. Ex.: Indústrias nas quais o único produtor tenha patente ou controle sobre uma fonte de recursos essencial para a elaboração do produto. CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA É uma situação de mercado na qual existem muitas firmas vendendo produtos diferenciados, mas que são substitutos próximos entre si. É uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio. A diferenciação pode ser a qualidade, forma, desenho, apresentação, embalagem etc. Isso faz com que os produtores sejam praticamente os únicos a produzirem tal bem, o que lhes confere, ainda que temporariamente, um certo poder monopolístico. Ex.: Creme dental, detergente etc. OLIGOPÓLIO É uma situação de mercado em que um pequeno número de firmas domina o mercado, controlando a oferta de um produto. Esse produto pode ser homogêneo ou diferenciado. Um exemplo de oligopólio diferenciado é a indústria automobilística. ESTRUTURAS DE MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO Os indivíduos constituem-se nos vendedores e/ou prestadores de serviços dos recursos produtivos, ao passo que as firmas são os compradores dos mesmos. Esses fatores de produção terão um preço determinado pelos mercados (salário, aluguel, juros, conforme o caso), havendo então um pagamento por parte das firmas aos indivíduos quando das aquisições e/ou contratações desses recursos. Os fatores de produção, serão então, objeto de transações em estruturas mercadológicas que se diferenciam segundo a quantidade de agentes vendedores e compradores, e de acordo com a homogeneidade ou do fator de produção. Temos, então, as seguintes estruturas mercadológicas: CONCORRÊNCIA PERFEITA Existência de um grande número de compradores e vendedores do fator de produção; Os fatores de produção são homogêneos (idênticos) tanto do ponto de vista dos vendedores quanto dos compradores; Existe total transparência de mercado. MONOPSÔNIO É o regime ou estrutura de mercado em que um único comprador concentra em suas mãos a totalidade de compra dos fatores de produção, não obstante ele se defronta com grande número de vendedores ou ofertantes de tais fatores. Neste caso, os preços não são determinados pelos vendedores, mas pelo único vendedor. É comum dizer-se que os monopsônio freqüentemente deriva de um monopólio instalado. De fato, um monopólio na venda de um produto pode determinar monopsônio na compra dos fatores de produção do referido produto. Uma situação típica de monopsonista é a de um produtor de automóveis que dependem de um determinado número de fornecedores de algumas peças que não são utilizadas por outro fabricante. Por essa razão, os pequenos fabricantes produzem peças apenas para essa marca de automóveis. O produtor de automóveis é, então, um monopolista. MONOPÓLIO BILATERAL É possível a existência de uma situação de mercado em que exista um único comprador de um determinado fator de produção, e que este se defronte com um único vendedor desse recurso produtivo. Esse caso denomina-se monopólio bilateral, quando então teríamos um monopolista diante de um monopsonista. OLIGOPSÔNIO Ocorre o oligopsônio quando três ou mais compradores concentram em suas mãos a compra de fatores de produção. Nesse caso, eles têm condições de influenciar preços dos recursos produtivos. Tais recursos poderão ser homogêneos ou diferenciados, conforme apresentem ou não substitutos perfeitos No caso de existirem apenas dois compradores para um fator de produção teremos uma situação de mercado denominada dupsônio. Podemos ainda dizer que a estrutura oligopsonista esta para o mercado de fatores de produção assim como o oligopólio está para o mercado de bens e serviços. CONCORRÊNCIA MONOPSONÍSTICA Trata-se de uma estrutura mercadológica caracterizada pela existência de grande número de compradores. Nelas os fatores de produção são diferenciados, isto é, possuem substitutos próximos, mas não perfeitos. Em virtude da diferenciação dos fatores de produção, habitualmente encontra-se a preferência do comprador direcionada para a oferta de determinado vendedor de um recurso produtivo, em detrimento de outros vendedores. Entretanto, os compradores não possuem poder algum sobre os preços dos recursos produtivos. Podemos dizer, por tanto, que a estrutura da concorrência monopsonística está para o mercado de fatores de produção assim como a concorrência monopolista está para o mercado de bens e serviços. PREÇOS ABSOLUTOS (MONETÁRIOS) Entende-se por preço absoluto os preços relacionados a alguma unidade monetária; são preços tomados isoladamente, sem comparações com outros. Os preços absolutos são totalmente irrelevantes para a tomada de decisão até que, inconscientemente, nós o convertemos em preços relativos. PREÇOS RELATIVOS Entende-se por preço relativo o preço de um bem em relação aos preços dos outros bens. Esse é o preço relevante em economia. Para entender o significado do preço relativo, tomamos como exemplo dois bens, o bem A e o bem B. O preço relativo do bem A nos diz de quantas unidades do bem B devemos desistir para obter mais uma unidade do bem A. Para obtermos o preço de A em relação ao preço de B, dividimos o preço de A pelo preço de B que é o bem de que se desiste: PRA = Onde: PRA = Preço relativo do bem A; PA = Preço do bem A; e PB = Preço do bem B; PA PB EXEMPLO: Para exemplificar ainda mais, suponhamos que o preço de um microcomputador seja de R$ 3.000,00, e que o preço de um equipamento de som seja R$ 1.000,00. Pergunta-se: a) qual é o preço relativo do microcomputador em relação ao do aparelho de som? b) qual é o preço relativo do aparelho de som em termos de microcomputador? a) Preço relativo do microcomputador: PRM = PM PAS PRM = 3000 1000 =3 Onde: PRM = Preço relativo do microcomputador; PM = Preço do microcomputador; e PAS = Preço do aparelho de som; b) Preço relativo do aparelho de som: PRS = PAS PM PRS = 1000 3000 Onde: PRS = Preço relativo do aparelho de som; PAS = Preço do aparelho de som; e PM = Preço do microcomputador; = 1/3 PORTANTO: Se o preço da Coca-Cola aumentar em 20%, e o preço da Pepsi-Cola também aumentar em 20%, não deverá acontecer nada com a demanda (procura) desses dois bens. Entretanto, se o preço da Pepsi-Cola aumentar em 20%, e o preço da Coca-Cola permanecer o mesmo, devemos esperar queda na procura por PepsiCola e aumento na procura por Coca-Cola. Apesar de a Coca-Cola não ter apresentado nenhuma mudança em seu preço absoluto, seu preço relativo diminuiu, quando comparado com o preço da Pepsi-Cola. PREÇO DE MERCADO Se o mercado for competitivo, possivelmente um único preço irá prevalecer nesse mercado, e será chamado de preço de mercado. Se os mercados não forem competitivos, poderá ocorrer de encontrarmos preços diferentes para o mesmo produto. Nesses casos, o preço de mercado será dado pela média de preço entre os produtos. O preço de mercado da maioria das mercadorias poderá sofre alterações ao longo do tempo. Tais alterações, entretanto, poderão ser rápidas, particularmente quando se trata de mercadorias vendidas em mercados competitivos. Ex.: o café, o açúcar, a soja, o trigo, cujos preços podem variar (subir ou descer) de maneira significativa ao longo de um dia, de um dia para o outro ou de uma semana para a outra. RENDA E RIQUEZA É importante, agora, que façamos a distinção entre renda e riqueza. Renda é aquilo que você ganha em um determinado período do tempo – R$ 2.000,00 por mês ou R$ 24.000,00 por ano. A riqueza, por sua vez, é constituída pelo valor total das coisas que você possui (dinheiro em mãos, dinheiro em contas bancárias, ações, conjunto de bens constituem seu patrimônio – propriedades, obras de arte etc.) menos tudo o que você deve (hipotecas de residências, débitos em cartões de crédito, empréstimos pessoais e assim por diante).