A INCLUSÃO ESCOLAR: UM DESAFIO PARA O MUNDO CONTEMPORÂNEO Falar em inclusão implica que haja exclusão São quatro os tipos de exclusão: • A exclusão das crianças ditas desiguais • A exclusão das crianças ditas diferentes • A exclusão do sujeito • A exclusão do professor A exclusão dos desiguais • Há choques culturais na relação escolar cotidiana. • Esses choques interferem nos resultados de aprendizagem. • Conseqüências para as crianças das classes desfavorecidas: apatia, agressividade, indisciplina. • Patto, M.H. (1990) A produção do fracasso escolar. Histórias de submissão e rebeldia. São Paulo, T.A. Queiroz, 385 p. A exclusão dos diferentes Quem são as crianças diferentes • Crianças com transtornos invasivos do desenvolvimento (TID) ou do espectro autista formam uma categoria à parte entre as deficiências. • Muitas são inteligentes e não têm nenhum problema físico. • Muitas são capazes de fazer cálculos matemáticos surpreendentes. Outras, embora imaturas, são capazes de entender o que se passa à sua volta. • Os problemas das crianças com TID não vêm nem de uma debilidade intelectual nem de uma debilidade física. • Seus problemas vêm de uma falha precoce no estabelecimento da relação com os outros. • A construção das relações,nas crianças com TID, pode não ter ocorrido por muitos motivos: orgânicos, genéticos ou de outra natureza. • O importante é que, se lhes faltou essa construção, quaisquer que sejam os motivos, a escola poderá ajudá-los numa nova tentativa de “aprender” essas relações. A importância da escola para as crianças com TID • • • • Uma criança com TID deve estar na escola: 1. por razões históricas 2. por razões psicológicas 3. por razões pedagógicas Razões históricas • 1. A criança moderna é uma criança escolar. • 2. O lugar de uma criança não é o hospital, mas a escola. • 3. A criança com TID precisa ser incluída no movimento contemporâneo da inclusão social. Razões psicológicas • A escola pode ser uma ferramenta terapêutica auxiliar no tratamento das crianças com TID, porque: • Na infância, os distúrbios ainda não estão cristalizados. • Na escola, a criança pode ter uma nova chance de refazer seus laços com os outros. Razões psicológicas • O convívio com crianças que não sofrem de TID ajuda na produção de identificações. • A organização social escolar ajuda a criança com TID a situar seu lugar no mundo. Razões pedagógicas • A aprendizagem da leitura e da escrita ajuda na produção da subjetividade. • A aprendizagem de “ conteúdos ideativos” (informações, idéias, imagens) dá às crianças com TID algumas formas para seus pensamentos mais desordenados. • As crianças com TID são crianças inteligentes. • Este panorama está mudando: • 51,4% das crianças com deficiência mental no Brasil estão na escola. Oliveira, F.M.G.S.(2009) A educação inclusiva – diferentes olhares. Disponível em http://www.mj.gov.br/conade/arquivos/pps/palestras_EducacaoInclusiva. ppt A exclusão do professor • Antecedentes • A família moderna foi acusada de ser responsável pela escandalosa mortalidade infantil que assolava o País no século XIX • Pais e mães foram considerados incapazes de cuidar de seus filhos • Fazia-se necessário então que os pais se colocassem nas mãos daqueles que conheciam suficientemente bem os princípios de higiene, de assepsia, de prevenção de doenças, se quisessem manter vivos seus filhos. • Era preciso introduzir em suas vidas a figura do médico. • O médico higienista fazia mais do que prescrever condutas higiênicas. Ele era também um educador. • Ele afirmava: a família é “nefasta”. • É preciso educar o educador. • Freire Costa, Jurandir (1979) Ordem médica e norma familiar. R.J., Graal. • Os professores são os herdeiros dos pais, já dizia Freud, em “Sobre a psicologia do colegial”, de 1914. • Hoje, porém, herdam também a sua desqualificação. • Se são incapazes, é “natural” então que precisem ser capacitados. • As capacitações são herdeiras do movimento da pedagogia higienista. • Pais nefastos, professores incapazes. A exclusão do sujeito Na Medicina • A Ciência Moderna inicia-se com o estudo da Anatomia. • A Medicina não inclui o sujeito falante. Na escola • A homogeneidade se coloca no lugar da igualdade. • Um exemplo de reinclusão do sujeito.