Nutrientes Para o Metabolismo Prof. Ms. Allan Cristian Gonçalves Metabolismo Milhares de reações químicas acontecem coletivamente em todo organismo a todo instante para atender as demandas impostas pelo mesmo em termos de fornecimento de energia. Dois tipos de reações caracterizam esses processos. A primeira categoria caracteriza-se pela síntese de moléculas, denominadas anabolismo, já a segunda, se caracteriza pela degradação ou quebra de moléculas – catabolismo. O somatório das reações anabólicas e catabólicas que ocorrem no organismo é chamado de metabolismo. Bioenergética Para prover a energia necessária para a manutenção de suas funções, as células possuem vias metabólicas capazes de extrair e converter os nutrientes advindos dos alimentos consumidos na dieta, numa forma de energia biologicamente utilizável, processo denominado bioenergética. Carboidratos Como o nome sugere, carboidratos são constituídos por carbono e água que, combinados, formam uma molécula de açúcar que possui fórmula geral (CH2O)n, onde n varia de 3 a 7 átomos de carbono. Os carboidratos com 5 e 6 átomos de carbono são os que mais interessam aos nutricionistas. Carboidratos Existem 4 categorias de carboidratos: Monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. O número de açucares simples unidos dentro da molécula caracteriza o tipo de carboidrato. Carboidratos Monossacarídios: Representam a unidade básica dos carboidratos. Os monossacarídios mais importantes para a nutrição humana são: • Glicose; • Frutose; • Galactose. Carboidratos A combinação de duas moléculas de monossacarídeos forma um dissacarídeo. Os mono e dissacarídeos são chamados de açucares simples. Cada um dos dissacarídeos contém glicose como unidade principal. Carboidratos Como o nome sugere, carboidratos são constituídos por carbono e água que, combinados, formam uma molécula de açúcar que possui fórmula geral (CH2O)n, onde n varia de 3 a 7 átomos de carbono. Os carboidratos com 5 e 6 átomos de carbono são os que mais interessam aos nutricionistas. Tipos de carboidratos: Glicose Glicose Glicose Glicose D I S Glicose MaltoseGalactose Frutose S A C Monossacarídeos A Frutose Sacarose R Í D E Lactose Galactose O S Carboidratos Polissacarídeos: Refere-se à associação de dez a milhares de resíduos de monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas. São classificados nas categorias: vegetais e animais. Carboidratos Polissacarídeos vegetais: O amido e as fibras representam as duas formas comuns de polissacarídeos vegetais. Amido: Aparece como grânulos de citoplasma das células vegetais, abundante em sementes, milho e nos vários grãos que compõem o pão, os cereais, massas e, existem também em grandes quantidades nas ervilhas, feijões, legumes e raízes. Comumente, o termo carboidratos complexos refere-se ao amido dietético. Bioenergética Glicose Glicose Glicose Glicose Amido (Vegetal) Glicose Glicose Glicose Glicose Glicose Glicogênio (Animal) Glicose Glicose Polissacarídeos Carboidratos O amido existe em duas formas: Amilose – uma longa cadeia de unidades de glicose dispostas em hélice e; Amilopectina – compostas pelas mesmas subunidades, no entanto, com arranjo extremamente ramificado. Os amidos que possuem uma quantidade relativamente grande de amilopectina são digeridos e absorvidos rapidamente, enquanto aqueles com alto conteúdo de amilose exibem um ritmo de hidrólise mais lento. Carboidratos As fibras dietéticas: É classificada como um polissacarídeo estrutural sem amido e inclui a celulose – a molécula orgânica mais abundante na Terra. Ocorrem na estrutura de folhas, troncos, raízes, sementes e casca de frutas. O corpo humano não é capaz de digerir as fibras, no entanto, sua presença na dieta é fundamental para regular as funções digestivas, acelerar o trânsito dos alimentos pelo tubo digestivo, auxiliando no controle do peso e na saúde. Carboidratos Polissacarídeos animais – Glicogênio: Polissacarídeo de armazenamento encontrado no músculo e no fígado dos mamíferos, consiste em um grande polímero com formato irregular e ramificado (semelhante à amilopectina no amido vegetal). Esta macromolécula, sintetizada a partir da glicose durante a glicogênese. Carboidratos Um indivíduo de 80 kg e eunutrido aproximadamente 500g de glicogênio, aproximadamente, desta forma: armazena divididos, • glicogênio – 400g; • 90 a 110g – como glicogênio hepático (cerca de 3 a 7% do peso do fígado) e; • cerca de 2 a 3g compõem a glicose do sangue (glicemia). • Os carboidratos perfazem de 40 a 50% das calorias totais da dieta. Carboidratos O índice glicêmico (IG) é um método, proposto pelo Dr. David Jenkins, pesquisador da Universidade de Toronto – Canadá, em 1981. Ele representa a qualidade de uma quantidade fixa de carboidrato disponível de um determinado alimento, em relação a um alimentocontrole, normalmente é o pão branco ou a glicose. A partir daí, os alimentos são classificados baseados em seu potencial em aumentar a glicose sangüínea. Através da analise da curva glicêmica produzida por 50g de carboidrato (disponível) de um alimento teste em relação a curva de 50g de carboidrato do alimento padrão (glicose ou pão branco). Atualmente utiliza-se o pão branco por ter resposta fisiológica melhor que a da glicose. Equação: CG = IG x Teor CHO disponível na porção do alimentos/ 100 Carboidratos Papel dos carboidratos no organismo: • Fonte de energia (Sistema Nervoso e exercício de alta intensidade); • Preservar as proteínas teciduais; • Fornecedor de intermediários metabólicos para o metabolismo de lipídeos. Lipídeos Durante o exercício prolongado, o músculo esquelético pode utilizar tanto carboidratos como lipídeos como substrato. O uso de lipídeos, no entanto, representa uma vantagem energética, pois rende mais que o dobro da energia dos carboidratos, que podem ser poupados para atender à demanda dos tecidos que só utilizam esse substrato em condições fisiológicas, como o tecido nervoso. Lipídeos O corpo humano pode estocar quantidade ilimitada de lipídeos, uma vez que, estes são armazenados de forma anidra nos adipócitos – células que, aliás, podem sofrer hiperplasia. Diferente dos estoques de glicogênio que são armazenadas com quantidades elevadas de água, dada a sua grande força osmótica. Lipídeos No repouso e no exercício de baixa intensidade, a oxidação de lipídeos contribui sobremaneira para a ressíntese de ATP. À medida que a intensidade do exercício aumenta, mudanças no metabolismo aumentam a utilização de carboidratos. A quantidade de carboidratos armazenada representa um importante fator limitante do desempenho, logo, é importante que o metabolismo dos atletas (especialmente aqueles que praticam modalidades caracterizadas por intensidade moderada e de média/longa duração) seja condicionado para aumentar a utilização de lipídeos e poupar suas reservas de carboidratos para os momentos decisivos. Lipídeos Do grego “lipos” que significa gordura. Possui os mesmos elementos estruturais do carboidrato. O termo lipídeo determina óleos, gorduras, ceras e compostos correlatos. Lipídeos Os Lipídeos são substâncias hidrofóbicas (que temem a água), logo, são insolúveis em água e são classificados em lipídeos simples (triglicerídeos), lipídeos compostos (fosfolipídeos, glicolipídeos e lipoproteínas) e lipídeos derivados (colesterol). Diferentes papeis dos lipídeos no corpo: • Reserva de energia; • Proteção de órgãos vitais; • Componentes de membranas; • Isolamento térmico; • Carreador das vitaminas lipossolúveis. Lipídeos Lipídeos simples: Gorduras neutras ou triglicerídeos (triacilgliceróis) são os mais abundantes no corpo. Constituem a principal forma de armazenamento nas células adiposas. São constituídos de glicerol e ácidos graxos (geralmente com16-18 moléculas de carbono). Os triglicerídeos são degradados por uma enzima lipase e os seus ácidos graxos constituintes são classificados em saturados e insaturados. Lipídeos Um ácido graxo saturado possui somente ligações únicas entre os átomos de carbono; todas as ligações restantes fixam-se ao hidrogênio. O termo saturado deve-se ao fato de a molécula conter o maior número de átomos de carbono quimicamente possível. São encontrados em carnes, gema do ovo e nas gorduras lácteas do creme, do queijo e da manteiga, gordura vegetal e margarina hidrogenada. Lipídeos Os ácidos graxos insaturados podem conter uma (monoinsaturados) ou mais ligações duplas (poliinsaturados) ao longo da cadeia de carbono principal. Os ácidos graxos provenientes de fontes vegetais em geral permanecem insaturados e tendem a se liquefazer à temperatura ambiente. Grupo Carboxila Cadeia de Hidrocarbonetos Ácidos Graxos Saturados Ácidos Graxos Insaturados As Gorduras Trans e o Processo de Hidrogenação O processo de hidrogenação para fabricação da margarina produz um tipo de gordura que não ocorre na natureza. Essa mudança pode deslocar o átomo de hidrogênio de sua posição cis passando ao lado oposto da dupla ligação – posição trans. Os ácidos graxos trans parecem ter efeito deletério sobre as lipoproteínas séricas, elevando o colesterol LDL e reduzindo o colesterol HDL. A margarina, por ser de origem vegetal não possui colesterol, a manteiga, por sua vez, por ter origem de uma fonte láctea possui entre 11 e 15 mg de colesterol por colher de chá. Lipídeos Em um estudo dos perfis de saúde dos esquimós da Groenlândia, verificou-se que dois ácidos graxos de cadeias longas, consumido pelos indivíduos estudados em alimentos provenientes de peixes, focas e baleias, conferiam benefícios em termos de saúde. Esses óleos pertencem à família dos ômega-3, encontrados principalmente nos óleos de moluscos, atum, sardinha, assim como mamíferos marinhos. Acredita-se que o óleo de peixe pode prevenir a formação de coágulos sanguíneos na parede das artérias. Outros benefícios incluiriam a redução dos níveis de triglicerídeos plasmáticos. No entanto, há um temor que os benefícios venham acompanhados da elevação concomitante da fração LDL do colesterol. Lipídeos Derivados São formados a partir dos simples e dos compostos, diferentes dos demais que são formados por cadeias de hidrocarbonetos, os lipídios derivados são formados por anéis hidrocarbonetos. O colesterol é o mais conhecido e existe somente no tecido animal. No organismo o colesterol pode ter origem exógena ou endógena. Suas funções incluem ser precursores dos compostos esteróides (hormônios), precursor da vitamina D, da bile e da membrana plasmática. Também possui função importante no desenvolvimento fetal e na formação de órgãos e tecidos. Gorduras Ingeridas na dieta (7) Ácidos Graxos são oxidados como combustível ou reesterificados para armazenamento. Vesícula Biliar Miócito ou Adipócito Intestino Delgado (7) Ácidos Graxos são captados pelas células. (1) Sais biliares emulsificam as gorduras no intestino formando micelas. Lipoproteína Lipase (LPL) Capilar (2) Lipases intestinais degradam os triacilgliceróis. (3) Ácidos graxos e outros produtos da digestão são captados na mucosa intestinal e convertidos novamente a triacilgliceróis. Mucosa Intestinal (6) LPL ativada por apoC-II quebra os triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol. (5) Quilomícrons são transportados pelos vasos linfáticos até o sangue e os tecidos. Quilomícron (4) Triacilgliceróis são incorporados juntamente com, colesterol e lipoproteínas nos quilomícrons. Lipídeos As formas de lipídios utilizados pelo organismo como fonte de energia são os ácidos graxos e os triacilgliceróis. Normalmente os triacilgliceróis são transportados ligados à albumina ou a lipoproteínas: quilomícrons, VLDL, IDL, LDL e HDL. A VLDL é a principal proteína de transporte de lipídios do fígado para os tecidos enquanto o HDL perfaz o caminho oposto, dos tecidos de volta ao fígado. Lipídeos Quilomícrons – Lipoproteína de transporte para diversos tipos de lipídeos, assim como para as vitaminas lipossolúveis A, D, E e K. VLDL – (Very Low Density Lipoprotein) Lipoproteína de muito baixa densidade. IDL – (Intermediate Density Lipoprotein) Lipoproteína de densidade intermediária. LDL – (Low Density Lipoprotein) Lipoproteína de baixa densidade HDL – (High Density Lipoprotein) Lipoproteína de alta densidade. Apolipoproteínas Colesterol Fosfolipídeos Triacilglicerol e Ésteres de Colesterol Lipídeos As VLDLs são formadas no fígado a partir das gorduras, dos carboidratos, do álcool e do colesterol. Elas contém o maior percentual de lipídeos (95%), dos quais cerca de 60% consistem em triglicerídeos (triacilgliceróis). As VLDLs transportam triglicerídeos para o músculo e para o tecido adiposo. Depois que a enzima lipoproteína lipase atua sobre as VLDL, a molécula se transforma em uma molécula de LDL, mais densa, pois contém menos lipídeo. LDL e VLDL possuem os maiores componentes de lipídeo e os menores de proteínas. O Colesterol “Ruim” Entre as lipoproteínas, as LDLs, que normalmente carreiam 60-80% do colesterol sérico total, possuem maior afinidade para as células da parede arterial. A LDL transfere o colesterol para o tecido epitelial dos vasos, onde a LDL é oxidada* e passa a participar da proliferação de células musculares lisas e de outras alterações desfavoráveis que lesionam e estreitam a artéria. O exercício regular, o acúmulo visceral de gorduras e a composição da dieta possuem impacto direto sobre a concentração sérica de LDL. O Colesterol “Bom” Diferente do LDL, o HDL exerce um efeito protetor contra cardiopatia. O HDL atua como um varredor nas artérias pois realiza o chamado transporte reverso do colesterol conduzindo o colesterol de volta ao fígado para ser incorporado na bile e excretado subsequentemente no trato gastrintestinal. A quantidade de LDL e HDL, de suas relações específicas e subfrações, constituem em indicadores significativos de risco para doença arterial coronariana (DAC). Funções do Colesterol O colesterol participa complexas, incluindo: de muitas funções corporais • A elaboração da membrana plasmática; • Precursor na síntese diidroxicolecalciferol); de vitamina • Precursor de hormônios esteróides; • Componente da bile. D3 (1, 25 Lipídeos A captação e transporte de ácidos graxos para o interior da fibra muscular e subseqüentemente para as mitocôndrias, parece ser a etapa-chave para a utilização desse substrato como fonte de energia e, é melhorada por exercícios de resistência. AMPc Tecido Adiposo α HSL Triglicerídeos β Catecolaminas Catecolaminas Insulina Ácidos Graxos Lipoproteínas (VLDL e LDL) LPL (Endotélio dos vasos) Albumina Ácidos Graxos Plasmáticos FABPpm FAT/CD36 Membrana Plasmática Citosol Ácidos Graxos FABPc CPT 1 CAC T Mitocôndria CPT 2 Ácidos Graxos β-HAD Beta oxidação Lipídeos A produção aeróbia de ATP envolve duas cadeias de reações que cooperam mutuamente: O ciclo do ácido tricarboxílico (Ciclo de Krebs) e a cadeia de transporte de elétrons que operam de acordo com os seguintes passos: • Geração de uma molécula de 2 carbonos: AcetilCoA. • Oxidação da acetil-CoA no ciclo de Krebs. • Fosforilação oxidativa (cadeia de transporte de elétrons). Lipídeos Quando o exercício segue em estado estável, oxigênio é suficiente, o ácido pirúvico é convertido a piruvato, que por sua vez é convertido a acetil-CoA que se une ao oxaloacetato formando citrato, iniciando o ciclo de Krebs. As gorduras são utilizadas na forma de ácidos graxos livres (AGL). Antes, os AGL passam por um processo chamado βoxidação, que fraciona os ácidos graxos (que possuem quantidades variadas de átomos de carbono) em moléculas de dois carbonos que vão dar origem à acetil-CoA. As proteínas formam acetil-CoA ou intermediários do ciclo de Krebs. Ciclo de Krebs Cadeia de transp. De eletróns Lipídeos Alguns fatores importantes limitam a oxidação de ácidos graxos durante o exercício, eles são apresentados no trabalho de Curi e seus colaboradores (2003): • Disponibilidade de glicogênio intermediários do ciclo de Krebs. para formar • Mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo para o músculo esquelético. Lipídeos Quando degradados formam compostos acetoacetato e o compostos não são serem ácidos. anaerobicamente, no fígado, os lipídios chamados de corpos cetônicos: O β-hidroxiburato. No entanto, esses usados em condições fisiológicas por O glicerol, que constitui o esqueleto dos triacilgliceróis pode ser convertido a glicose no fígado pelo processo chamado de gliconeogênese. Ingestão Dietética Recomendada de Lipídeos As recomendações para a ingestão dietética de lipídeos para atletas em geral obedecem as recomendações para a população em geral. Os profissionais de saúde recomendam que a ingestão de lipídeos não deve ultrapassar 30% do conteúdo energético total da dieta e, um consumo ainda menor pode conferir grandes benefícios em termos de saúde. Do total de calorias provenientes dos lipídeos recomenda-se que a menor quantidade seja proveniente dos ácidos graxos saturados. Ingestão Dietética Recomendada de Lipídeos A Associação Americana de Cardiologia (American Heart Association, AHA) afirma que a ingesta de lipídeos deve ser inferior a 30% das calorias totais, com o percentual de calorias lipídicas em uma relação de 10:10:10 para ácidos graxos saturados, insaturados e poliinsaturados. A AHA recomenda que as pessoas não ingiram mais que 300mg de colesterol por dia – quase a quantidade de colesterol presente em uma gema de ovo. Proteínas Termo de origem grega que quer dizer “de primordial importância”. São os constituintes estruturais do organismo. São formados por subunidades chamadas aminoácidos (aa). Em um organismo, as informações genéticas estão contidas no DNA, que codifica as proteínas através da seleção e junção de seus aa constituintes. Estas, por sua vez, são responsáveis pela síntese de todos os outros componentes celulares. No corpo humano, 20 aa são utilizados para a síntese protéica, dos quais 11 podem ser produzidos pelo próprio organismo e 9 devem ser ingeridos na dieta. Proteínas Aminoácidos essenciais Aminoácidos não-essenciais Isoleucina (Ile) Glutamato (Glu) Leucina (Leu) Glutamina (Gln) Lisina (Lys) Prolina (Pro) Metionina (Met) Aspartato (Asp) Fenilalanina (Phe) Asparagina (Asn) Treonina (Thr) Alanina (Ala) Triptofano (Trp) Glicina (Gl) Valina (Val) Serina (Ser) Histidina (His) Tirosina (Tyr) – Cisteína (Cys) – Arginina (Arg) Proteínas A estrutura dos aminoácidos constitui em grupamento amino terminal (NH+) e um grupo carboxila terminal (COO-), a exceção da prolina que possui um grupo imino (NH-) no lugar do grupamento amino. As proteínas são formadas por uma seqüência linear de aa formada por uma série de reações de condensação entre os grupamentos amino e carboxila dos aa adjacentes, que formam a chamada ligação peptídica. A sequência de aa em uma proteína define sua estrutura final. É a estrutura da proteína (configuração) e sua forma (conformação) que definem a sua função. Proteínas Proteínas Algumas proteínas, devido a sua estrutura, podem alterar sua conformação, como a hemoglobina, que devido à sua ligação com o O2, pode modificar a afinidade dos outros sítios de ligação com o mesmo. Por essa razão, a relação entre pressão parcial de O2 (pO2) e sua ligação com a hemoglobina assume forma exponencial em vez de linear. Isso permite que a afinidade da hemoglobina pelo O2 se altere enormemente mesmo com pequenas alterações da pO2. Fontes de Proteínas Ovos, leite, carne vermelha, peixe e aves constituem as principais fontes de proteínas. O valor biológico dos alimentos refere-se à sua natureza completa para suprir os aminoácidos essenciais. A ingestão de uma dieta com vários tipos de alimentos consegue suprir todos os aminoácidos essenciais, cada um deles proporcionando quantidade e qualidade diferentes de aminoácidos. Valor Biológico das Proteínas As proteínas são classificadas de acordo com seu valor biológico, que traduz a sua capacidade em fornecer aminoácidos essenciais. Proteínas de origem animal possuem todos os aminoácidos essenciais, logo, têm alto valor biológico, enquanto as proteínas de origem vegetal possuem baixo valor biológico por serem carentes em um ou mais aminoácidos essenciais. Papel das Proteínas no Corpo Principais fontes corporais de proteínas do corpo: Plasma sangüíneo; Tecido visceral; Músculos (principalmente o esquelético). Não existe um “reservatório” de proteínas no corpo, pois todas elas contribuem para as estruturas teciduais ou existem como componentes importantes dos sistemas metabólico, de transporte e hormonal; perfazendo cerca de 12-15% da massa corporal total. Papel das Proteínas no Corpo • Seus aminoácidos formam os principais blocos estruturais para síntese dos tecidos e são precursores de substratos energéticos; • São precursores de DNA e RNA; • Precursores de hormônios; • Componentes de membrana; • Transportadores plasmáticos; • Enzimas. Papel das Proteínas no Corpo Mesmo em adultos mais velhos, as estruturas corporais que contém proteínas, na verdade “renovam-se” em bases regulares; a dinâmica normal das proteínas depende de uma ingestão protéica adequada, simplesmente para substituir os aminoácidos degradados continuamente no processo de renovação (Turnover). Metabolismo das Proteínas – Balanço Nitrogenado Refere-se à fixação de nitrogênio pelo organismo, que indica o quanto os aminoácidos constituintes das proteínas dietéticas foi incorporado pelos tecidos. Equilíbrio nitrogenado (ingestão = excreção); Balanço positivo (ingestão > excreção); Balanço negativo (ingestão < excreção). Dificuldade para o Aporte Protéico em Indivíduos Fisicamente Ativos e Atletas O maior aporte nutricional pode ser satisfeito simplesmente pela maior ingestão de alimentos que vai compensar o maior dispêndio de energia observado no treinamento. Fatores que podem prejudicar o aporte adequado de proteínas incluem: • Hábitos nutricionais precários; • Redução na ingestão energética para conseguir um aspecto corporal atlético; • Redução no peso corporal para competir em uma categoria de classe ponderal mais baixa. Metabolismo de Proteínas e Exercício •Exercícios de alta intensidade: Aumento da massa muscular, pelo aumento do conteúdo de miofibrilas. •Exercício de resistência: Aumento de proteínas envolvidas no metabolismo. Metabolismo de Proteínas e Exercício No indivíduo em repouso, as proteínas contribuem com cerca de 10% da energia produzida nos músculos. Isso se deve à capacidade leucina, isoleucina e valina – chamados de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA). No exercício a contribuição energética das proteínas é reduzida à cerca de 6%, devido ao aumento na contribuição de outros substratos. Metabolismo de Proteínas e Exercício Na dieta ocidental, as proteínas correspondem a cerca de 12-15% da ingestão diária. Recomenda-se a ingestão de 0,7 a 0,8 g/kg para indivíduos. Esses valores podem aumentar para cerca de 1,2-1,4 g/kg para esportistas e 1,6-1,8 g/kg para atletas de força. Metabolismo de Proteínas e Exercício É comum, principalmente em fisiculturistas e atletas de força adotam valores de conteúdo protéico em suas dietas superiores ao recomendados. É aceito que o exercício regular aumenta as necessidades protéicas. Não há comprovação científica de que ingestões maiores que as recomendadas estimule sua incorporação excedente em tecidos orgânicos. Metabolismo de Proteínas e Exercício Apesar das crenças de muitos treinadores e atletas, consegue-se pouco benefício ao ingerir quantidades excessivas de proteínas. Uma ingestão superior ao nível recomendado não consegue aprimorar a capacidade de trabalho durante um treinamento intenso. A proteína dietética excessiva passa a ser utilizada diretamente para a produção de energia (após desaminação) ou é reciclada. Metabolismo de Proteínas e Exercício Os efeitos colaterais deletérios podem ocorrer quando a ingestão dietética de proteína ultrapassa de maneira significativa os valores recomendados. Um aumento no catabolismo protéico sobrecarrega a função do fígado e dos rins em virtude da eliminação de uréia e outros compostos. Metabolismo de Proteínas e Exercício Aminoácidos Metabolismo oxidativo Entram em diferentes pontos da via Gliconeogênese Cetogênese Metabolismo de Proteínas e Exercício Aminoácidos Alanina Glutamina Fígado Formação de uréia Neoglicogênese Combustível ao met. oxidativo de enterócitos e céls. do sistema imune Regulação do Turnover de Proteínas Anabolismo Catabolismo Atividade Muscular (contrações) Imobilização Muscular Hormônio do Crescimento (GH) Cortisol Fatores de Crescimento Semelhantes à Insulina (IGF’s) Glucagon Insulina Níveis elevados de T3. Testosterona A Abordagem Vegetariana Os cereais (grãos) e os legumes representam excelentes fontes de proteínas, porém nenhum deles proporciona todo o complemento de aminoácidos essenciais. Os vegetarianos verdadeiros ou Vegans consomem nutrientes provenientes apenas de duas fontes: o reino vegetal e os suplementos dietéticos. A Abordagem Vegetariana Um grande número de atletas de competição consome dietas que consistem predominantemente em nutrientes provenientes de fontes vegetais variadas, incluindo alguns laticínios e derivados de carne. Levando-se em conta o período de tempo necessário para treinar e preparar-se para as competições, os atletas vegetarianos costumam encontrar dificuldade em planejar, selecionar e preparar refeições nutritivas a partir de fontes predominantemente vegetais sem confiarem na suplementação. A Abordagem Vegetariana A abordagem lactovegetariana minimiza o problema de consumir proteína suficiente e de alta qualidade. Uma abordagem ovolactovegetariana garante uma ingestão de proteína de alta qualidade. Ao lidar com atletas vegetarianos, ou mesmo indivíduos fisicamente ativos, a participação do nutricionista é fundamental para que o exercício não incorra em efeitos colaterais deletérios para o organismo. Fim