Visualização do documento Nesta seção discute03.doc (37 KB) Baixar Nesta seção discute-se algumas questões básicas relacionadas ao conforto térmico humano. Dada a complexidade do assunto estas são questões imprescindíveis para uma melhor compreenção do mesmo. O organismo humano * A termo-regulação * Catabolismo, anabolismo e fadiga higrotérmica * Estresse térmico * Pele, principal orgão termo-regulador * Reação ao frio * Reação ao calor O organismo humano O sucesso do funcionamento dos organismos vivos depende do seu relacionamento com o ambiente externo. Há duas classes de organismos: os pecilotérmicos e os homeotérmicos. Os primeiros não controlam sua temperatura (ex. os insetos, répteis, peixes e os vegetais). Já os segundos mantém sua temperatura interna relativamente constante por mecanismos fisiológicos de acordo com a produção e perda de calor metabólico. O homem pertence ao grupo dos animais homeotérmicos. Dessa forma, seu organismo é mantido a uma temperatura interna aproximadamente constante, da ordem de 37º C, com limites muito estreitos entre 36,1 e 37,2º C - sendo 32º C o limite inferior e 42º C o limite superior para sobrevivência, em estado de enfermidade. O organismo dos homeotérmicos pode ser comparado a uma máquina térmica - sua energia é conseguida através de fenômenos térmicos. A energia térmica produzida pelo organismo humano advém de reações químicas internas, sendo a mais importante a combinação do carbono, introduzido no organismo sob a forma de alimentos, com o oxigênio, extraído do ar pela respiração. Esse processo de produção de enegia interna a partir de elementos conbustíveis orgânicos é denominado metabolismo. A termo-regulação A manutenção da temperatura interna do organismo relativamente constante, em ambientes cujas condições termo-higrométricas são as mais variadas possíveis, se faz por intermédio de seu aparelho termo-regulador, que comanda a redução ou aumento das perdas de calor pelo organismo através de alguns mecanismos de controle. A termo regulação, apesar de ser o meio natural de controle de perdas de calor pelo organismo, representa um esforço extra e, por conseguinte, uma queda de potencialidade de trabalho. A termoregulação em animais pode ser dividida em respostas comportamentais (voluntárias) e fisiológicas (involuntárias) aos estímulos externos. São as seguintes as respostas comportamentais mais comuns: movimento, postura, ingestão e construção de abrigos entre outros. As reações fisiológicas ao estresse térmico incluem mudanças no metabolismo, dilatação e contração de vasos sangüíneos, aumentar ou diminuir a pulsação cardíaca, suor, tiritar, eriçar de pelos, entre outros. Catabolismo, anabolismo e fadiga higrotérmica O organismo humano passa diariamente por uma fase de fadiga - catabolismo - e por uma fase de repouso - anabolismo. O catabolismo, sob o ponto de vista fisiológico, envolve três tipos de fadiga: a) física, muscular, resultante do trabalho de força; b) termo-higrométrica, relativa ao calor ou ao frio; c) nervosa, particularmente visual e sonora. A fadiga física faz parte do processo normal de metabolismo. A fadiga termo-higrométrica é resultante do trabalho excessivo do aparelho termo-regulador, pela existência de condições ambientais desfavoráveis, no que diz respeito à temperatura do ar, tanto com relação ao frio quanto ao calor, e à umidade do ar. Estresse térmico O excesso de calor, umidade, vento, ruído, etc, afetam a saúde e o bem-estar das pessoas. O calor em excesso pode, por exemplo, afetar o desempenho das pessoas, causar inquietação, perda de concentração. A umidade provoca desconforto, sonolência, aumento do suor. Ruído em excesso causa inquietação, perda do sossego, concentração, etc. Essas e outras perturbações que ocorrem, muitas vezes, sem que você perceba, causa aquilo que a ciência chama Estresse e depois de um certo tempo provocam, nas pessoas, doenças mais complexas, como diabetes, cardiovasculares, respiratórias etc. Quando as trocas de calor entre o corpo e o meio ambiente são prejudicadas fala-se em estresse térmico. Pele, principal orgão termo-regulador Sendo a pele o principal orgão termo-regulador do organismo humano, é através dela que se realizam as trocas de calor. A temperatura da pele é regulada pelo fluxo sangüínio que a percorre. Ao sentir desconforto térmico, o primeiro mecanismo fisiológico a ser ativado é a regulagem vasomotora do fluxo sangüínio da camada periférica do corpo, a camada subcutânea, através da vasodilatação ou vasoconstrição, reduzindo ou aumentando a resistência térmica dessa camada subcutânea. Outro mecanismo de termo-regulação da pele é a transpiração ativa, que tem início quando as perdas por convecção e radiação, somadas às perdas por perspiração insensível, são inferiores às perdas necessárias à termo-regulação. A transpiração ativa se faz por meio das glândulas sudoríparas. Os limites da transpiração são as perdas de sais minerais e a fadiga destas glândulas sudoríparas. Reação ao frio Quando as condições ambientais proporcionam perdas de calor do corpo além das necessárias para a manutenção de sua temperatura interna constante, o organismo reage por meio de seus mecanismos automáticos - sistema nervoso simpático - , buscando reduzir as perdas e aumentar as combustões internas. A redução de trocas térmicas entre o indivíduo e o ambiente se faz através do aumento da resistência térmica da pele por meio de vasoconstrição, arrepio e tiritar. O aumento das conbustões internas - termogênese - se faz através do sistema glandular endócrino. Reação ao calor Quando as perdas de calor são inferiores às necessárias para a manutenção de sua temperatura interna constante, o organismo reage por meio de seus mecanismos temo-reguladores, proporcionando condições de trocas de calor mais intensa entre o organismo e o ambiente, e reduzindo as conbustões internas. O incremento ds perdas de calor para o ambiente se faz por meio da vasodilatação e da exsudação (suor). A redução das conbustões internas - termólise - também se faz através do sistema glandular endócrino. Parâmetros do Conforto Térmico O conforto térmico é, em linhas gerais, obtido por trocas térmicas que dependem de vários fatores, ambientais ou pessoais, governados por processos físicos, como convecção, radiação, evaporação e eventualmente condução. De acordo com literatura o Conforto Térmico Humano e sua resposta fisiológica, ao estresse térmico, dependem da produção de calor metabólico, do nível de fatores ambientais (velocidade do vento, temperatura do ar, umidade relativa e emperatura média radiante) e do tipo de vestimenta que o indivíduo estiver usando . O efeito conjugado dos mesmos é que definirá o grau de conforto ou desconforto térmico sentido pelas pessoas. Desta forma, os parâmetros mais importantes do conforto térmico subdividem-se em duas classes: Individuais metabolismo vestuário Ambientais Temperatura do ar Umidade do ar Velocidade do ar Temperatura média radiante Parâmetros individuais Metabolismo O metabolismo refere-se ao processo dos organismos vivos por onde substâncias são transformadas nos tecidos com uma mudança no gasto energético. A quantia total de calor metabólico produzido depende do ambiente externo e também da dieta, tamanho corporal, idade e nível de atividade destes. A produção de calor metabólico pode ser dividida em duas componentes: (a) taxa de metabolismo basal, a qual depende do tamanho, cobertura superficial e idade (aumenta com o tamanho e diminue com a idade) e (b) que é o calor produzido pela atividade muscular. Vestuário A vestimenta relaciona-se a uma resistência térmica interposta entre o corpo e o meio ambiente e, também, à permeabilidade ao vapor d’água. Como mencionado, a quantidade de calor trocada depende da diferença entre a temperatura superficial e o meio, esta diminui à medida que aumenta a resistência térmica. Portanto, quanto mais espessas, menos condutivas e menos permeáveis forem às roupas, maior dificuldade terá o organismo para trocar calor com o meio ambiente. Já que a vestimenta reduz a perda de calor, a mesma pode ser classificada de acordo com o seu valor de isolação. A unidade normalmente usada é o Clo (clothing), em termos técnicos a unidade é º C W/m2 sendo que1 Clo equivale a 0,15º C W/m2. A escala de Clo é projetada de modo que uma pessoa despida tenha um valor de 0,0 Clo e outra vestindo um terno típico tenha um valor de 1,0 Clo. (PRETENDO LINKAR C/ UMA TABELA COM OS VALROES DE CLO ok) Parâmetros Ambientais Temperatura do ar A temperatura do ar afeta a perda de calor convectivo do corpo humano e a temperatura do ar expirado (HÖPPE, 1981). Assim, a perda de calor pelo aquecimento e umidificação do ar expirado é influenciada pela temperatura do ar. Uma temperatura elevada é um verdadeiro obstáculo à dissipação de calor por convecção (inclusive pode causar um aporte de calor se for mais quente que a temperatura da pele). Umidade do ar A umidade do ar é outro fator meteorológico que influencia o conforto térmico. A mesma interfere diretamente em três mecanismos de perda de água do corpo humano, a saber: a difusão de vapor d’água através da pele (transpiração imperceptível), a evaporação do suor da pele e a umidificação do ar respirado. Por exemplo, à medida que a temperatura do meio se eleva e a perda de calor por condução e convecção é prejudicada, há um aumento na eliminação de calor por evaporação, fazendo com que a transpiração se torne perceptível. Se o ar estiver saturado essa evaporação não é possível, caso em que a pessoa ganha calor enquanto a temperatura do ambiente mantem-se superior a da pele. Caso contrário, sob um ar seco, a perda de calor pelo corpo ocorre mesmo em altas temperaturas. Em todos os casos, entretanto, a perda de água ocorre na forma gasosa. O resultado final é a perda de calor pelo corpo humano. Velocidade do vento Assim como a temperatura do ar, a velocidade do vento é determinante na troca de calor por convecção entre o corpo e meio ambiente. Quanto mais intensa for a ventilação, maior será a quantidade de calor trocada entre o corpo humano e o ar, conseqüentemente menor será a sensação de calor. O termo “windchill”, criado por Paul Simple (1939-1940), expressa o efeito de resfriamento decorrente da perda de calor provocada pelo vento, fazendo com que a sensação térmica corresponda a de uma temperatura muito inferior a realmente observada. Temperatura média radiante Corresponde à temperatura média das superfícies opacas visíveis que participam no balanço radiativo com a superfície exterior do vestuário. Este termo é particularmente difícil de definir com exatidão quer pela dificuldade em corretamente avaliar os fatores de forma, quer pela influência da componente reflectiva. Índices de conforto térmico Os primeiros estudos a cerca do conforto térmico datam do início do século passado. Esses estudos tinham o objetivo principal de avaliar de que maneira as condições termohigrógrafas afetavam o rendimento do trabalho. As condições de conforto térmico são função da atividade desenvolvida pelo indivíduo, da sua vestimenta e das variáveis ambientais que proporcionam as trocas de calor entre o corpo e o ambiente. Assim, os índices de conforto térmico procuram englobar, em um único parâmetro, diversas variáveis. Classificação dos índices de conforto Estes índices foram desenvolvidos com base em diferentes aspectos do conforto e podem ser classificados como a seguir: índices biofisicos - baseiam-se nas trocas de calor entre o corpo e o ambiente, correlacionando os elementos do conforto com as trocas de calor que dão origem a esses elementos; índices fisiológicos - baseiam-se nas reações fisiológicas originadas por condições conhecidas de temperatura seca do ar, temperatura radiante média, umidade do ar e velocidade do vento; índices subjetivos - baseiam-se nas sensações subjetivas de conforto experimentadas em condições em que os elementos de conforto térmico variam. Toda condição de saúde e doença no homem tem sua origem em outros processos, antes que o próprio homem seja envolvido. Fatores hereditários, sociais e econômicos, ou do meio ambiente, podem estar criando estímulos patogênicos muito antes que o homem e o estímulo comecem a interagir para produzir a doença. Relações meteorotrópicas Um efeito meteorotrópico expressa uma relação entre um ou mais parâmetros meteorológicos e um indivíduo ou um grupo de indivíduos. A influência meteorológica sobre o comportamento e a saúde das pessoas é tão óbvia que frequentemente a menosprezamos. Por exemplo, em climas quentes as atividades ao ar livre são amplamente estimuladas e as pessoas são tidas como mais desinibidas, por outro lado, o clima frio mantém as pessoas em ambientes fechados e em estreito contato umas com as outras criando, dessa forma, a necessidade de uma suave interação social e familiar. A influência do tempo e clima sobre os organismos vivos tem sido estudada intensivamente durante as últimas décadas. Estudos, efetuados através da descrição da Biometeorologia, mostram diversos trabalhos relacionando variáveis ambientais e doenças em geral. As doenças brônquio-asmáticas e cardio-vasculares mostram-se muito sensíveis à variabilidade da temperatura do ar e conseqüentemente de índices de conforto térmico, bem como de níveis de poluição. Arquivo da conta: cambtos Outros arquivos desta pasta: 08-Palestra-Ana-América-Eduvige-Gerdau.pptx (13966 KB) 171-nr122-110911200456-phpapp01 (1).ppsx (4481 KB) coresnaseguranaapresentaoslide-130419102912-phpapp02.ppsx (2194 KB) APRENDENDO A APRENDER.ppsx (151 KB) 1-nr4-sesmt-completo-130202013317-phpapp01.pptx (3204 KB) Outros arquivos desta conta: Documentos Galeria Privada Relatar se os regulamentos foram violados Página inicial Contacta-nos Ajuda Opções Termos e condições Política de privacidade Reportar abuso Copyright © 2012 Minhateca.com.br