Filosofia - ia ufrrj

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola
PPGEA
Filosofia e Educação
Profª Drª Lucília Augusta Lino de Paula
Por quê e para quê estudar Filosofia ?
Avalia os fundamentos dos atos humanos e dos fins a que eles se destinam
Reúne e reconstrói o pensamento fragmentado da ciência
Impede a estagnação, desmascara a ideologia, combate a dominação
Desvela significados ocultos pelo costume, pelo convencional, pelo poder.
Filosofia
► conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o
mundo da natureza e sobre o homem, sobre a cultura e
a sociedade
O que é o homem?
→ Como e para quê educá-lo?
Origens – se. V a.C. - Grécia filosofia ≠ mito
filosofia ≠ teologia
filosofia ≠ ciência
►Etimologia : junção de “Filos-filia” “amigo” e “Sophia” que
é “sabedoria, saber” → Pitágoras: “Filos-sophos” - “amigo do
saber”,, “amante da sabedoria”, aquele que busca a sabedoria –
postura diferente dos sofistas que se julgavam ‘sábios’
Filosofia
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apreensão significativa do mundo que nos cerca e uma
leitura crítica da própria realidade
busca a superação das limitações e preconceitos dos
saberes fragmentados e desconexos, visando uma ação
consciente e engajada no mundo
proposição crítica de questões fundamentais buscando
a experiência do sentido das coisas
assunção de responsabilidades sobre a existência num
permanente processo de mudança e construção social
da realidade
superação do “senso comum” – conjunto de valores
assimilados espontaneamente, na vivência cotidiana
transformação da realidade, melhorando-a, superando-a
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Reflexão? Latim “reflectere” - “voltar atrás” re-pensar
pensamento consciente de si mesmo, capaz de se
avaliar, de verificar o grau de adequação com dados
objetivos, com o real. Pode aplicar-se às impressões e
opiniões, aos conhecimentos científicos e técnicos,
interrogando-se sobre o seu significado.
Refletir > ato de retomar, reconsiderar os dados
disponíveis, revisar, vasculhar > busca constante de
significado. Éxaminar detidamente, prestar atenção,
analisar com cuidado.
Reinterpretação global do modo de pensar a realidade.
Lógica formal - os termos contraditórios mutuamente
se excluem (princípio de não-contradição)
Lógica dialética - os termos contraditórios
mutuamente se incluem (princípio de contradição, ou
lei da unidade dos contrários) > propicia a
compreensão adequada da realidade e da globalidade na
unidade da reflexão filosófica.
O processo do filosofar
primeiro passo
► inventariar os valores
vivemos e vivenciamos valores → quais valores explicam e
orientam a nossa vida e a vida da sociedade, que
dimensionam as finalidades da prática humana ?
→ consciência das ações, do lugar e da direção
segundo passo
►crítica dos valores inventariados
questioná-los para verificar sua significância e sentido em
nossa existência → Descobrir sua essência → desvendar →
desmascarar

terceiro passo ►construção crítica dos
valores para compreender e orientar nossas
vidas individuais e dentro da sociedade.
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Valores que sejam suficientemente válidos para guiar a
ação na direção que queremos ir → Reconstrução de

valores → processo dialético que conduz á
posição para a sua superação teórico-prática
O exercício do filosofar é um esforço de
inventário, crítica e reconstrução de conceitos,
auxiliado pelos pensadores que nos antecederam
→ construção de nosso entendimento filosófico
do mundo e da ação.
Valores
• Variam de conteúdos
• O senso e a consciência moral dizem respeito a valores,
sentimentos, intenções, decisões e ações referidos à opção
entre o bem e mal e ao desejo de felicidade.
•As relações que mantemos com os outros, nascem e
existem como parte de nossa vida intersubjetiva.
Diferentes formações sociais e culturais ►
produzem diferentes conjuntos de valores éticos
que funcionam como padrões de conduta, de
relações intersubjetivas e inter-pessoais, de
comportamentos sociais ► garantir a integridade
física e psíquica de seus membros e a conservação
do grupo social.
A violência e os meios para evitá-la, diminuí-la,
controlá-la variam culturalmente
Juízo de fato e de valor
Juízos de fato : dizem o que as coisas são, como são e por que são.
Juízos de valor : avaliam coisas, pessoas, ações, experiências,
acontecimentos, sentimentos, estados de espírito, intenções e decisões
como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis.
Juízos éticos de valor (normativos) : determinam o dever ser dos
sentimentos, atos, comportamentos ; enunciam obrigações; avaliam
intenções e ações
► critério do correto e do incorreto (bem, mal, felicidade)
► que sentimentos, intenções, comportamentos e atos deve-se ter ou
fazer para alcançar o bem e a felicidade; que atos, sentimentos,
intenções e comportamentos são condenáveis ou incorretos do ponto
de vista moral.
Senso moral e consciência moral : inseparáveis da vida cultural
► define os valores positivos e negativos
Natureza e a Cultura: diferencia os dois tipos de juízos
Natureza: estruturas e processos necessários, que existem
em si e por si mesmos, independentemente de nós
Cultura: como os seres humanos interpretam a si mesmos
e as suas relações com a Natureza, acrescentando-lhe
sentidos novos, intervindo e alterando-a através do trabalho
e da técnica, dando-lhe valores
► origem cultural dos valores éticos, do senso consciência
moral – ignorada pela população ► garantia da
manutenção dos padrões morais através do tempo e sua
continuidade de geração a geração: naturalização
A naturalização da existência moral oculta que a ética é uma
criação histórico-cultural ► ideologia
.
Ética - maneira como a cultura e a sociedade definem
para si mesmas o que julgam ser o mal e o vício, o bem
e a virtude.
A ética não é alheia ou indiferente às condições
históricas e políticas, econômicas e culturais da ação
moral.
A ética é universal - do ponto de vista da sociedade que
a institui - seus valores são obrigatórios para todos os
seus membros.
A ética transforma-se com o tempo e a História para
atender a exigências da sociedade e da Cultura
Educação visa a transformar-nos de passivos em ativos
► exigência ética ► diferenciar entre passividade e
atividade
Passivo – é heterônomo
► aquele
que se deixa governar por impulsos, inclinações e paixões,
circunstâncias, boa ou má sorte, opinião alheia, medo ou vontade de outros
► sem consciência, vontade, liberdade e responsabilidade.
Ativo (virtuoso) - é autônomo
► controla
interiormente impulsos, inclinações e paixões,
► discute o sentido dos valores e dos fins estabelecidos,
► indaga se devem e como ser respeitados/transgredidos por outros
valores e fins superiores aos existentes
► avalia sua capacidade para dar a si regras de conduta,
► consulta sua razão e sua vontade antes de agir
► tem consideração sem subordinação/submissão ao outro
► responde pelo que faz
► julga suas próprias intenções
► recusa a violência contra si e contra os outros.
Filosofia
► interpretação do mundo e força de ação.
Atitude filosófica ► reflexão
► decisão de não aceitar como óbvias e
evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações,
os valores, os comportamentos de nossa existência
cotidiana sem antes havê-los investigado e
compreendido (Chauí, 1995)
Por quê pensamos o que pensamos, dizemos
o que dizemos e fazemos o que fazemos?
O quê queremos pensar quando pensamos,
o que queremos dizer quando falamos, o que
queremos fazer quando agimos?
Para quê pensamos o que pensamos,
dizemos o que dizemos, fazemos o que
fazemos?
Hoje : crise civilizacional
► econômica, social, ideológica, cultural e
ética
► economia de exclusão social, geopolítica da
violência e mundialização da cultura
► predominância de valores: individualismo,
competitividade, consumismo, inferiorização
das ‘maiorias’, a indiferença resignada,
impotência niilista (Boff, 1997).
Educação Pública : Técnica e Superior
► desafios ► democratização do acesso ....
Universidade e as Escolas técnicas ► crise de
identidade ► fins, práticas, funções, clientela, etc. ►
desresponsabilização (anos 90)
Reforma do Ensino Técnico e da Educação Superior
► mudança paradigmática ► conflito entre modelos
distintos ► democratizar o acesso ao nível superior
política social includente ► desafio ►
transformações sócio-culturais-educacionais ►
reinvenção de valores ► construção de novos padrões
civilizatórios
democratização do acesso ► inclusão das camadas
populares ► cidadania
separação platônica ► visão aristocrática do saber
►critérios meritocráticos ► política de conhecimento
inviabiliza o acesso/apropriação do ferramental
necessário à construção de uma sociedade mais plural e
solidária.
Modernidade / Iluminismo ► gradativa ampliação
do direito à educação
Não evitou a hierarquização social e distribuição
desigual de bens e serviços
Crise civilizacional : progressiva deteriorização dos
modos de vida humanos individuais e coletivos
► instituição de uma outra ordem social ► contramão
do pensamento hegemônico conservador e neoliberal
► impedir que a lógica da acumulação capitalista e
exclusão social instaure um processo perverso de
consumo e destruição de vidas, nações, culturas e
ecossistemas, explorados à extenuação ► ética da resistência
► ações afirmativas, concepções pedagógicas
►filtros étnicos e sócio-econômicos ► democratização
do acesso ► igualdade de condições (eqüidade)
Não basta regular práticas econômicas, políticas, culturais
de cada nação/classe hegemônica, na posição que ocupam
na estrutura da produção mundial, mas transformar a
lógica perversa das próprias estruturas e posições de classe
► transformação dos modos de organizar a sociedade e
transformação nos modos de conhecer ► tarefa da Universidade
►políticas de conhecimento e propostas educacionais e
pedagógicas contra-hegemônicas que produzam a
emancipação dos sujeitos históricos e respeitam a
alteridade ► alternativas que refundam a dignidade, a
justiça e a esperança ► reinvenção de uma nova ética
comprometida com a transformação da sociedade
Construir uma nova ética exige repensar a Educação
em novos parâmetros filosóficos, pedagógicos,
culturais, políticos...
Uma educação para a Autonomia com
inclusão social requer atitude filosófica
(Reflexão)
Papel da Universidade ?
Dever do Estado ?
Compromisso de cada um ?
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