Slides - A economia colonial no fim do século XVIII Arquivo

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O declínio da mineração e a
economia colonial no fim do
século XVIII
Amaury Gremaud
Formação Econômica e Social do Brasil I
1
Por que não se desenvolveu
uma atividade manufatureira?



Pq sobre este mercado não se desenvolvem outras
atividades ?
 Manufaturas etc.
 Quando mineração regride – regride mercado interno
Ouro: condições favoráveis para o desenvolvimento da
colônia
 Decreto de 1785: posterior à prosperidade e decadência
Problema fundamental: Incapacidade técnica dos
Houvesse Portugal acumulado
imigrantes
alguma
 Século
XVII: técnica
tentativamanufatureira
de política ativa de Portugal para o
desenvolvimento
das manufaturas
e a mesma
ter-se-ia
 1684: Quadro de grandes dificuldades
transferido
ao
Brasil,
 Política
de fomento às
manufaturas
malgrado
disposições
 Mas política
não dá certo
– curta e pouco efetiva
 Reduzido
desenvolvimento
das manufaturas em Portugal impede
legislativas
em contrário,
o desenvolvimento no Brasil
como ocorreu nos EUA
 Exemplo: Austrália(75 anos depois) fim da corrida do ouro: com
política protecionista e fomento a industrialização
2
 Crise
colonial e agro-demográfica
Perda de colônias
 Açúcar: dificuldades concorrência com produção das
Antilhas desde 1640




Também problemas com outros produtos



Medidas protecionistas (Inglaterra, França, Holanda) contra
produção brasileiro-portuguesa
queda dos preços
coloniais: tabaco, couro, madeira, cravo etc.
Metropolitanos: vinho (França, Espanha) e sal (França)
Exportações portuguesas se reduziram e
importações também

Provoca problema nos rendimentos do Estado português
 Balança
Comercial portuguesa – problemas
 Exportações
não paga importações
Importações: bens de luxo, manufaturas e cereais
 Tratados de Portugal com França , Holanda e
sobretudo com o Reino Unido (42,54 e 61)

 Despesas
colônias
 Saída
 Para

da guerra de independência e com
de moedas – metais preciosos
diminuir isto difícil
Reduzir importações de cereais impossível
 Problemas de abastecimento - convulsões sociais

produzi-los internamente difícil
 Terras produtivas nas mãos de uma aristocracia vinícola
“ao prolongar-se essa decadência e ao
reduzir-se tão persistentemente a
capacidade para importar, começou a
prevalecer em Portugal o ponto de vista
de que era necessário produzir
internamente aquilo que o açúcar
permitira antes, importar em abundância.
Tem início assim um período de fomento
direto e indireto da instalação de
manufaturas”
Estadistas portugueses:
 Terceiro
Conde da Ericeira (“Colbert português”)e
Marquês de Fronteira (secretario de Estado de
1675 a 1690)

Duarte Ribeiro de Macedo (teórico)
 Entre
1668 e 1690 – articularam diversas
políticas para enfrentar a crise
 Pragmáticas
Sansões – artifícios protecionistas –
destinados a coibir a importação de têxteis


desenvolvimento de manufaturas portuguesas
diminuir déficits comerciais lusos.
 ações
que visavam abrandar o esgotamento dos
cabedais portugueses
 Elas

objetivavam:
limitar o uso de artigos de luxo: leis anti-suntuárias

legislação restritiva do consumo de produtos importados
(especialmente têxteis e vestuário)
 Portugal evitou restringir diretamente as importações, possibilitando
a manutenção dos tratados acordados com as potências européias
e, portanto, a conservação do apoio diplomático e/ou militar que
então desfrutava, sobretudo da Inglaterra, o que era necessário a
Portugal no quadro dos difíceis equilíbrios internacionais de então
 Proibição do uso também explicado por contrabando, conseqüência
direta das barreiras alfandegárias elevadas
Pragmática de 8 de junho de
“ (...) faço saber aos que esta lei virem, que,
1668
nas Cortes que convoquei para as cousas
necessárias a conservação deste Reino, (...)
me foi representado e pedido com grande
instancia quizesse atalhar a grande demasia e
excessos que há nos trajes, vestidos,
guarnições e outras cousas, e feitios delles
(...) Nesta, foi proibido para qualquer pessoa,
independente da qualidade ou condição, o uso
em seus vestidos (...) de brocados, tellas,
tellilbas, lamas, nem de outra quaesquer
sedas tecidas, guarnecidas ou bordadas com
ouro, prata, ou seda, nem de rendas,
passamanes, laçarias, pestans, galões,
debruns, rebetes, espiguilhas, ou quaesquer
outras guarnições, em que entre ouro, prata
seda ou linha”
Pragmática de1686
“que se prohiba o uso das cousas seguintes. Todo
o genero de telas e sedas, que levarem prata ou
ouro, toda a guarnição de ouro, ou prata, em
qualquer genero de alfaias, ou de vestidos (...).
Todo o gênero de chapéus que não forem
fabricados nestes Reino. Todos as rendas, que se
chamam bordados, ou ponto de Veneza. Todos os
adereços de vidros e pedras falsas, ou venham
de fora do Reino, ou façam dentre delle (...) E
porque tenho mandado dar novas formas ás
fabricas do Reino, para com ellas se suprir o que
for necessário a meus Vassallos, prohibindo que
se não possa usar de nenhum gênero de pannos
negros ou de cor, não sendo fabricados dentro do
Reino”.

Portugal obtém Prata da Espanha





Por terra de Sevilla (contra açúcar, tabaco e pau brasil)
Por mar de Sevilla (contra sal)
Diretamente com as colônias espanholas (escravos)
Segunda metade do XVII - Crise de numerário (não só Portugal)
Entre 1640 e 1688, a política monetária portuguesa caracterizou-se
por intensos “levantamentos” (elevação no valor nominal das moedas)
que visaram:


o financiamento do aumento das despesas públicas, decorrente das guerras
da Restauração,
evitar a saída de metais preciosos para o exterior


as desvalorizações eram benéficas para os setores endividados, nos quais os
produtores se incluíam.
Esperava-se que a elevação do valor de face das moedas reduzisse a quantidade
de metal que saía do país em função das importações e, também, que se
registrasse um aumento da receita das exportações, além de estimular o
desentesouramento
 Objetivo
era diminuição das importações de tecidos
por duas décadas

Não é bem o caso: importações se mantiveram
 Proibição é principalmente do uso não das importações
 estas só em 86 e por pouco tempo, pois foram revogados na
década seguinte
 Alguns tipos de produtos




Dificuldade de controle do uso
Possibilidade de importações se não houver similar nacional
Controle alfandegário – não muito ativo e Contrabando
Não se formou, em Portugal, na época mercantilista, os
pré-requisitos da industrialização moderna


Só avançam sob as políticas do fim do XVII, mesmo assim apenas algumas
exceções
Políticas de fomento – incipientes não chegara a amadurecerem
A
partir da última década do XVII, o seu próprio
fracasso relativo levou Portugal ao abandono destas
políticas

Politicamente:




Mudança nas regras



Oposição da aristocracia às políticas anteriores
Não desenvolvimento de uma burguesia mercantil dinâmica
Oposição da igreja católica: medo de ascensão dos judeus e de artesãos
ligado à igreja anglicana
revogação das Pragmáticas no início do século XVIII,
Permissão de uso e da importação com baixas tarifas alfandegárias
Tratado de Methuen

Posição da Inglaterra desde a restauração é de força


proteção a Portugal em troca de vantagens comerciais
Inglaterra alia-se aos produtores de vinhos


Dinamização da produção e exportação do vinho
Destruição das manufaturas portuguesas
 1786: acordo com a França diminui vantagem de Portugal (que era criticado
por Smith)
O ouro e o entorpecimento da
metrópole

O afluxo de ouro do Brasil ajudou a formar a nova
conjuntura que levou ao abandono das antigas
“Em realidade, se o ouro criou condições
políticas
 Ouro viabiliza
o Tratado
favoráveis
ao desenvolvimento
endógeno da
 Também retomada do preço de açúcar e outros produtos
colônia,
não é menos verdade que dificultou o
 Tratado não tinha condições de ser mantido
aproveitamento
destas condições ao entorpecer o
 Benefícios mútuos são estáticos
 Supondomanufatureiro
existência de benefício
não ganhos.”
iguais
desenvolvimento
damas
metrópole

Troca tecido por vinho não equilíbrio de longo prazo
 Diferentes elasticidades renda
Portugal – volta a depender da agricultura e do ouro
brasileiro
“Ora,
cabe ao ouro do Brasil uma boa parte da
 Ouro Brasileiro – doença holandesa?

responsabilidade pelo grande atraso relativo
que, no processo de desenvolvimento econômico
da Europa, teve Portugal naquele século.”
Benefícios para a Inglaterra


Demanda de manufaturas da metrópole e
também da colônia fluem para GB
Portugal – ampliação da gastos públicos também
acabam se transformando em importações que
vão para GB

Alguns não reprodutivos (monumentos, construções)


Viabilização da Revolução Industrial Inglesa

Encontra no Brasil e Portugal – amplo mercado



Terremoto de Lisboa
Superávit com a economia luso-brasileira chega a £ 50.000
por semana em certas épocas
Flexibilidade para a importação do Norte da Europa
Acúmulo de ouro na Inglaterra para enfrentar as
guerras napoleônicas

Padrão ouro nasce na GB neste período
17
Decadência da Mineração

Inexistência de outras atividades econômicas
permanentes – involução rápida


Declínio da produção de ouro – rápida e geral decadência
Mineração  faiscadores



Atrofia da economia monetizada em direção à economia
de subsistência


Lenta diminuição do capital aplicado à mineração
Tendência a destruição do ativo dado expectativa (ilusão) de
nova descoberta
Absorção da população livre: dado a existência de terras –
tendência à subsistência
Algumas tentativas de modernização com Pombal
mas não foram muito adiante
18
Último Quartel do Século XVIII

Etapa de dificuldades

Queda das exportações:


1760:
£ 5 milhões
1775/1800: £ 3 milhões
 Açúcar: níveis muito baixos
 Ouro: pouco mais de meio milhão de libras


Queda da Renda e da Renda per capita: US$ 50 (de 1957)
Brasil constelação de sistemas






Açúcar (NE)
Pecuária
Ouro (MG)
Maranhão: Algodão
Pará: (exploração floresta com jesuítas e índios)
Sul – charque
Ba - tabaco
19
Maranhão
Apoio do Governo Português (Pombal)


Cia de Comércio capitalizada
Financiamento para importação de escravos
africanos
Algodão e Arroz




Passa de 1 ou 2 návios por ano para 100 návios
Ausência de grandes restrição na Europa
Mercado mundial de algodão se expande


Revolução Industrial Inglesa
Guerra de independência dos EUA, diminui produção
20
Final Século XVIII e Início Século XIX:
momento de (falsa) euforia

Aparência de prosperidade mas é decorrente de
um conjunto de fatores circunstanciais

Otimismo reforçado pela chegada da Família Real e
Abertura dos Portos
1) Revolução Francesa e seus reflexos nas colônias
americanas
2) Guerra de Independência dos EUA
3) Guerras Napoleônicas
4) Desarticulação do Império Espanhol na América
5) Crises coloniais: Haiti
 Aumento temporário dos preços, possibilidade
de venda com quebra de produção e/ou do
exclusivismo
 Prosperidade precária
21
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