TRANSTORNOS DO EIXO I ESQUIZOFRENIA, TRANSTORNOS AFETIVOS, TRANSTORNOS DE ANSIEDADE ESQUIZOFRENIA Estudos genéticos demonstraram que a esquizofrenia é uma doença de substrato biológico; Os fatores psicológicos e ambientais, tem importância igual aos genéticos; Somente 10% dos pacientes respondem ao tratamento medicamentoso como única forma de tratamento e 90% necessitam da abordagem psicodinâmica associada ao medicamento. Os sintomas podem ser divididos em 3 agrupamentos. 1. Sintomas positivos: perturbações do pensamento, da percepção e manifestações de comportamento; 2. Sintomas negativos: pensamento restrito, apatia e afeto restrito; 3. Perturbações das relações interpessoais: retraimento, expressões inadequadas de agressão e sexualidade, falta de consciência das necessidades alheias, exigências excessivas e incapacidade de estabelecer contato significativo com outras pessoas. Princípios da técnica na psicoterapia Deve centrar-se na construção de um relacionamento; Postura flexível em relação ao modo e conteudo da terapia; Criar um ambiente acolhedor; Servir de “continente” para o paciente; Servir de ego auxiliar; Ser genuino e aberto com o paciente; Adiar a interpretação até a aliança terapeutico estiver solidificada; Respeitar a necessidade do paciente em estar doente TRANSTORNOS AFETIVOS Na depressão, as várias correntes teóricas indicam que independente das contribuições bioquimicas, os pacientes experenciam a depressão como uma perturbação da auto-estima no contexto de relações interpessoais fracassadas. Essas relações infantis são internalizadas e reativadas na vida adulta ao iniciarem os transtornos afetivos maiores. Na mania o que se apresentam são defesas maniacas como a onipotência, a negação, desprezo e idealização. Desenvolvem-se em resposta aos afetos dolorosos provocados pelo padecimento por objetos amados perdidos. Nessa fase o paciente não se beneficia com a psicoterapia, pois nega qualquer problema psicológico. A Psicoterapia na depressão deve seguir as seguintes orientações: O psicólogo deve inicialmente, apenas escutar o ponto de vista do paciente, sem fazer comentários no sentido de animá-lo; Entender que existe uma razão para estar deprimido. Empatizar com o sofrimento do paciente e ajudá-lo a encontrar as causas subjecentes; Com o desenvolvimento da transferência, o terapeuta já pode interpretar o papel do “outro dominante” (nunca escutou a si mesmo, sua meta sempre foi obter o afeto e aprovação do outro) Com a consciência da ideologia do “outro dominante” a tarefa do terapeuta consiste em ajudar o paciente a conceber novos modos de vida: ou as aspirações e idealizações são suficientemente modificadas para serem realizadas ou devem ser substituidas por novas metas e objetivos. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Transtorno do Pânico: Em geral duram alguns minutos e são acompanhados de intensa aflição e sintomas fisiológicos com eminência de morte; A maioria desses pacientes também tem agorafobia (medo de ficar preso em algum local ou situação de dificil saida ou embaraçosa); Desenvolvem uma forma de ansiedade antecipatória; Grande parte dos pacientes tem esses ataques devido a fatores psicodinâmicos. A psicoterapia no transtorno de pânico O terapeuta deve investigar exaustivamente as circunstâncias dos ataques e a história de cada paciente para determinar os fatores psicológicos determinantes; Existe um estreito vinculo entre a ansiedade de separação e o pânico; O terapeuta não deve se ausentar por muito tempo, pois esses pacientes não internalizaram o objeto perdido e temem perder o terapeuta; Com a terapia a internalização da imagem do terapeuta deve ocorrer e esse processo trará melhoras significativas. Transtornos de Ansiedade Fobias: os transtornos de ansiedade são os de maior prevalência entre os transtornos mentais e a fobia é o mais comum. São divididas em 3 categorias: 1. Agorafobia (sem pânico); 2. Fobias sociais 3. Fobias simples Fobia Social: envolve uma variedade de medos. Essas pessoas imaginam que serão expostas a criticas ou desaprovação dos outros e que será embaraçoso e humilhante (medo de palco, de falar em público, de interagir com outras pessoas numa festa) Fobia simples: o medo é circunscrito podendo envolver altura, aviões, cães, baratas, etc Caso clinico de Fobia atendido em PB. T: Qual é a dificuldade em dizer seu nome? P: Não tenho idéia T: Refletindo um pouco sobre o seu nome, o que lhe vem a mente? P: Bem, tbém é o nome do meu pai T: E como se sente com isso? P: Um pouco desconcertado, eu acho T: O que quer dizer? P: Bem, não tive um bom relacionamento com ele. Desde que ele deixou minha mãe qdo eu tinha 4 anos. T: Então vc teve que viver só com sua mãe, depois que ele se foi? P: Certo. Mamãe nunca se casou, então eu tive que ser o homem de casa muito cedo e eu não me sentia pronto pra assumir tamanha responsabilidade. Qdo eu era garoto todos diziam que eu costuma agir como um adulto e isso me incomodava, pois eu sentia que estava só fingindo em ser adulto e que no fundo eu era uma criança. Era como se eu estivesse enganando todo mundo e que se descobrissem ficariam zangados comigo. T: Será que vc não se sente assim agora quando se apresenta? P: É exatamente assim como me sinto. Dizer meu nome significa dizer que estou tentando ser meu pai. Transtornos de Ansiedade Transtorno Obsessívo Compulsivo Obsessões: pensamentos ego-distônicos recorrentes. Compulsões: são ações ritualizadas que devem ser executadas para aliviar a ansiedade. Os sintomas envolvem: rituais de limpeza e verificação, pensamentos obsessívos acompanhados por compulsão, lentidão obsessiva e rituais mistos. Esse transtorno é complicado pela depressão e grave prejuizo no funcionamento social e ocupacional. Existe uma fusão entre as pulsões sexuais e agressívas; Intensa ambivalência de sentimento de amor e ódio, que deixam o paciente confuso e sem saber o curso apropriado para cada ação (paralisado pela indecisão) Tratamento Segundo as pesquisas as melhores respostas são encontradas na terapia comportamental, porém o indice de recaidas é alto; A psicoterapia de grupo é indicada para trabalhar os problemas de relacionamento provocados pelos sintomas; Tanto a de grupo como a individual, é importante para que o paciente possa expressar seus desejos sexuais e agressivos sem sofrer retaliações. Isso possibilita que o paciente internaliza novas formas de relação com o objeto. Transtornos de Ansiedade Transtorno do Estresse Pós Traumático Apesar se estar na categoria dos transtornos de ansiedade, ele não se caracteriza somente pela ansiedade; Para obter esse diagnóstico, a pessoa tem que ter experenciado um acontecimento traumático muito perturbador e completamente fora do âmbito da experiência humana normal; Também é necessário a manifestação de 3 agrupamentos de sintomas: 1.Reexperimentação do trauma através de sonhos e pensamentos intrusivos; 2. Evitação ou responsividade entorpecida; 3. Sintomas de vigilância aumentada como não conseguir dormir, ou uma exagerada resposta de surpresa. Os sintomas devem estar presentes por pelo menos 1 mês e para inicio retardado não devem aparecer antes de 6 meses O diagnóstico é muitas vezes complicado pela presença de transtornos psiquiátricos associados, tais como: o abuse de alcool e drogas, depressão, fobia social, transtornos psicossomáticos e de personalidade e comportamento violento. Outro fator complicador é a maneira como cada individuo reage a um estressor. Analisando extensivamente os sobreviventes da perseguição nazista, Krystal (1968, 1984, 1988), ligou o prejuizo na expressão e tolerância aos afetos a um trauma. Observou também a incidências sw doenças psicossomáticas e alexitimia (incapacidade de identificar e verbalizar sentimentos. Tratamento Nenhum tratamento é plenamente satisfatório. Quanto aos medicamentos deve se ter um cuidado rigoroso, pois são pacientes com tendência ao abuso de substâncias quimicas; As reconstituições de experiência traumática concomitante com catarse, podem ser uteis, mas é necessário avaliar a capacidade egóica do individuo; As metas da psicoterapia com esses pacientes devem ser modestas. O objetivo é impedir qualquer declinio, apoiar áreas de funcionamento adequado e restabelecer a integridade pessoal do paciente. Transtorno de Ansiedade Transtorno de Ansiedade Generalizada É o diagnóstico de “cesto de lixo” onde se classificam todos os pacientes que não se enquadram nos diagnósticos anteriores; Manifestam continua apreensão em relação ao futuro, as circunstancias de vida atuais,, sua situação financeira, a possibilidade de dano a membros da familia. Tratamento Os medicamentos que diminuem a ansiedade, tendem a ser eficazes somente enquanto o paciente usa. As recaídas são frequentes e podem gerar a dependência do medicamento; A prescrição psicodinâmica depende em parte da situação clinica e dos interesses do paciente: PB: indicada para os pacientes com forte capacidade egóica e queixa focal; Psicanálise: queixas não focais e interesses mais abrangente em uma mudança fundamental da personalidade; Psicoterapia expressíva de apoio: pacientes com sérias patologias de caráter, que se queixam de ansiedade.