1 As Parábolas do Grão de Mostarda e do Fermento Escola Dominical IPJG Classe Visão Bíblica Prof. Iberê Arco e Flexa 13/7/2008 2 A Parábola do Grão de Mostarda • Mt 13.31,32 – 31 Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no seu campo; 32 o qual é, na verdade, a menor de todas as sementes, e, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos. • Mc 4.30-32 – 30 Disse mais: A que assemelharemos o reino de Deus? Ou com que parábola o apresentaremos? 31 É como um grão de mostarda, que, quando semeado, é a menor de todas as sementes sobre a terra; 32 mas, uma vez semeada, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças e deita grandes ramos, a ponto de as aves do céu poderem aninhar-se à sua sombra. • Lc 13.18,19 – 18 E dizia: A que é semelhante o reino de Deus, e a que o compararei? 19 É semelhante a um grão de mostarda que um homem plantou na sua horta; e cresceu e fez-se árvore; e as aves do céu aninharam-se nos seus ramos. 3 A Parábola do Fermento • Mt 13.33 – 33 Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado. • Lc 13.20,21 – 20 Disse mais: A que compararei o reino de Deus? 21 É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado. 4 Duas parábolas que falam do extraordinário crescimento do reino dos céus: • Duas faces de uma mesma moeda: – Mostarda: crescimento do reino em extensão; – Fermento: intensidade do crescimento do reino. 5 A parábola do grão de mostarda 6 Denominador comum com parábolas anteriores: – (O semeador, A semente germinando secretamente, O joio e o trigo) • Um homem: Jesus • O campo: O mundo • A semente: A palavra de Cristo 7 A semente da mostarda: • Extremamente pequena, é referida como a menor de todas as sementes que os ouvintes de Jesus poderiam conhecer (na verdade, maior que a semente da orquídea). • No entorno do Mar da Galiléia, a mostarda, que era um arbusto normalmente de 1,25 m., podia chegar a ser uma grande árvore de até 5 m. de altura. 8 Quando quis se referir a algo muito pequeno, Jesus mais de uma vez usou a semente da mostarda como tipo: Mt 17.20 –E ele lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível. 9 Há um contraste marcante: • Pequenez da semente, grandiosidade da árvore em que se transforma quando madura! • Assim também, o reino dos céus: o pequenino grão, semeado por Jesus há dois mil anos, cresceu e continuará crescendo até tornar-se árvore madura. Quando for pregado o Evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho de todas as nações, a árvore terá atingido o seu máximo tamanho, e então virá o fim. (Mt 24.14). 10 A idéia essencial, nessa parábola: O Reino de Deus estava começando na obscuridade, mas terminará em Glória! 11 Conotação positiva: A grande árvore serve de abrigo e conforto para as aves de todo o mundo! Árvore que dá abrigo a gente de todas as nações. Conotação negativa: As aves mencionadas podem ser agentes do mal; abrigam-se na árvore e trazem dissolução. 12 O crescimento positivo • O Reino dos Céus cresce e dá abrigo a todos os que Deus chama. E nada há que possa obstacular o crescimento do Reino de Deus. – O crescimento positivo pode acontecer também na igreja, enquanto ela for a fogueira que mantém as brasas acesas que levam o Evangelho a toda criatura. Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho! – Entenda-se aqui a “organização igreja” enquanto lugar de crescimento espiritual, aio para o caminho da Salvação; lugar de gozo, vestíbulo do Reino de Deus, de amor, de graça e de comunhão santa entre os crentes. 13 Alguns exegetas entenderam que o grão de mostarda bem poderia ser a Igreja, que começou humilde e perseguida, e hoje é uma grande árvore, na qual se abrigam as aves de todas as nações. Mas... REINO DOS CÉUS IGREJA 14 Conotação negativa • Mt 13.4 - E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram. • Mt 13.19 - A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. • Jr 5.25,27 – 26 Porque entre o meu povo se acham perversos; cada um anda espiando, como espreitam os passarinheiros; como eles, dispõem armadilhas e prendem os homens. 27 Como a gaiola cheia de pássaros, são as suas casas cheias de fraude; por isso, se tornaram poderosos e enriqueceram. 15 Essa conotação negativa não pode ocorrer em relação ao Reino dos Céus, pois nada poderá obstacular o Plano de Deus. 16 Logo a conotação negativa só pode ocorrer no âmbito da “organização Igreja”: • A igreja, sim, pode sofrer um crescimento maligno: A igreja cresceu e hoje serve de abrigo a muitos que se usam dela para interesses e benefícios pessoais. Até chegam a ser grandes negócios! Aves más! • Igreja corrompida, grande prostituta: – Ap 18.2, 3 – 2 Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável, 3 pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. 17 Jesus advertiu os discípulos que a aparente grandiosidade da igreja pode ser extremamente negativa: Os verdadeiros crentes são na verdade um pequeno rebanho cercado de lobos! Lc 12.32; Mt 10.16 18 Essa parábola guarda estreita vinculação com os ensinamentos de Jesus acerca dos pseudo-crentes (aves más) que podem estar no seio da igreja: 19 O pseudo-crente • Não tem grande fé em doutrinas e nem acredita que as Escrituras devam ser compreendidas; prefere desfrutar de um “cristianismo light”, sem esforçar-se muito; • Se impacienta diante da instrução, da experiência e da orientação; • O seu “EU” acha-se no centro de sua vida. Faz todas as coisas girarem em torno de si mesmo e seu verdadeiro propósito é agradar a si mesmo! • Quer lazer, conforto, segurança, e por isso pode ser encontrado dentro da própria igreja. 20 O pseudo-crente • Pensa em termos de quem indaga: Que posso conseguir disso? O que isso me dará? Que benefícios terei se disso participar? • Sendo essa a sua atitude, não se dispõe a enfrentar o pleno ensino do Evangelho e nem deseja aprender todo o Conselho de Deus. Ele não enfrenta toda a Palavra de Deus! • Não se dá ao trabalho de estudar a Palavra do Senhor e nem é um autêntico estudioso da Bíblia. • É seletivo: lê e cita o que aprecia. Aprecia a doutrina do amor de Deus, mas não a doutrina da justiça de Deus. 21 A palavra de Deus foi semeada... • Mas as sementes caíram à beira do caminho, as aves as comeram, e elas não germinaram no coração desses “crentes”, que vivem a vida da igreja, mas não têm o verdadeiro compromisso cristão! • Aves más... 22 O verdadeiro crente está alerta: • Ele trabalha pelo crescimento do reino • Porém sabe que tem, perto de si, tanto lobos como aves malignas e ... até serpentes! 23 • “O problema inquietantemente confrontado pelos discípulos de Jesus foi explicar como o Reino de Deus poderia de fato estar presente em um ensinamento tão insignificante como o que foi levado a efeito no ministério de Jesus. Os judeus esperavam que o reino fosse como uma grande árvore, sob cujos ramos as nações encontrassem abrigo. De que modo o esperado Reino glorioso poderia ter qualquer relação com aquele pequeno e pobre grupo de discípulos ? Rejeitado pelos líderes religiosos, bem recebido por publicanos e pecadores, Jesus parecia-se mais com um indivíduo desiludido do que aquele que deveria ser o portador do Reino de Deus.” – (in Teologia do Novo Testamento, George Eldon Ladd, p. 93.) 24 As aves más... • Provavelmente laboram no mesmo erro em que laboraram aqueles que esperavam um Reino de poder, terreno, carnal, corrupto pela essência do ser humano. • Pois examine-se o homem a si mesmo e aninhe-se como pomba simples nos ramos da verdadeira árvore que é o Reino dos Céus, e que pode estar em qualquer lugar! 25 A parábola do fermento 26 A parábola do fermento • Incorpora a mesma verdade básica: – O Reino de Deus um dia dominará sobre a toda a Terra, mas entrou no mundo de um modo que é de difícil percepção. – Como o fermento, que não vemos, que parece ser engolido pela massa, mas que age e leveda toda a massa. 27 • A verdade central da parábola reside no contraste entre a absurdamente pequena quantidade de fermento e a grande massa de um bushel de pão que ele leveda e produz. • O Reino de Deus um dia irá prevalecer ao ponto de não existir reino soberano que rivalize com ele. Toda a massa da “farinha humana” será fermentada! 28 A expectativa dos judeus: • A vinda do Messias, e do Reino do Messias, significaria uma mudança total na ordem das coisas: – A presente ordem má do mundo e da sociedade humana seria completamente deposta pela presença do Reino de Deus! – Mas Jesus pregou a presença do Reino de Deus, e tudo continuou como dantes. Nada mudou essencialmente. Como então crer em sua mensagem? 29 A resposta de Jesus: • Quando uma pequena quantidade de fermento é colocada na massa, nada parece acontecer. Mas algo acontece, de fato, e transforma completamente aquela massa! • Transformação total! 30 A ênfase da parábola reside no contraste entre a vitória final e completa do Reino, quando a nova ordem de coisas for inaugurada, e a forma presente e oculta do Reino pela qual se manifestou no mundo. 1 Co 13.11 Ninguém poderia imaginar que Jesus e seu pequeno grupo de discípulos pudesse ter qualquer relação com o Reino de Deus, futuro e glorioso. No entanto, aquilo que se encontra presente no mundo, desde então, é de fato o próprio Reino! 31