REVOLUÇÕES BURGUESAS Este período, que está compreendido entre os séculos XVII e XVIII, é um dos mais importantes da História e marca o fim por completo da sociedade feudal e o estabelecimento de uma nova sociedade – a capitalista. Assim, veremos três importantes revoluções: as Revoluções Inglesas, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Para melhor entendermos o período, falaremos também da ideologia predominante nestes movimentos: o iluminismo. O ILUMINISMO Conjunto de idéias que teve influência do renascimento cultural. Sua origem ocorreu nos séculos XVII e principalmente XVIII. O nome deriva da idéias de Luz e Trevas (em oposição a Idade Média). Uso da RAZÃO, da ciência, em decadência do misticismo religioso, da fé. Principais filósofos iluministas: Locke, Diderot, Montesquieu, Rousseau, Voltaire, Kant, Newton. Pregavam a UNIVERSALIDADE, a INDIVIDUALIDADE e a AUTONOMIA O Iluminismo representava o ideal da burguesia contra a tradição cultural feudal (ligada fortemente à religião) e o Estado Absolutista. Defendia o Estado CONSTITUCIONAL (governante limitado às decisões coletivas) e a liberdade civil OS ECONOMISTAS: faziam críticas ao MERCANTILISMO e à intervenção estatal na economia, típico do Estado Absoluto. Dividem-se em dois principais grupos: os fisiocratas (Turgot, Quesnay): defendiam que as atividades econômicas naturais, ligadas à terra, tinham maior importância. Daí derivava o valor. Pregavam a livre concorrência (laissez faire = deixai fazer); os liberais (economia política clássica) (Adam Smith (1723-1790), Ricardo): O Estado só deve intervir na economia se for para manter a ordem; o trabalho produtivo é a fonte do lucro, do valor, da riqueza; defendia a divisão do trabalho e a especialização das tarefas dentro das profissões – busca de maior produtividade e resultado. O iluminismo influenciou monarcas na Europa, causando uma adequação da economia aos interesses da burguesia. Essa influência iluminista, liberal, no absolutismo monárquico passou a ser conhecida como DESPOTISMO ESCLARECIDO. Essa adequação ocorreu na Europa Oriental (Rússia, por exemplo) e na Península Ibérica (ex.: as políticas do Marquês de Pombal no Brasil). Esse movimento ideológico influenciou a independência das colônias americanas e a Revolução Francesa. Ajudou na superação da Teoria do Direito Divino e no desenvolvimento da ciência. Porém, é importante notar que tais transformações no pensamento só foram possíveis após profundas transformações no modo de vida dos indivíduos. Lembremos que o período em que surgiu o iluminismo, o modo de produção capitalista estava se desenvolvendo e a sociedade feudal estava em constante declínio. Esta nova sociedade em formação, a capitalista ou burguesa, baseada na busca de lucro e no trabalho assalariado, criou condições para uma ampla alteração na cultura, nas idéias, o que teve Início no Renascimento Cultural. AS REVOLUÇÕES INGLESAS Conflito constante entre PARLAMENTO E MONARQUIA = interesses burgueses de expansão e autoritarismo absoluto. Parlamento: composto pela câmara dos Lordes (nobreza tradicional, ligada à terra – características feudais) e pela câmara dos Comuns (nobres aburguesados e burgueses (ligação com a terra, mas também com o comércio e a indústria) Fim da Dinastia Tudor e início da Dinastia Stuart, com Jaime I – busca da consolidação do Absolutismo de Direito Divino e do estabelecimento do Anglicanismo; período de perseguição aos católicos e aos puritanos (composto pela média e pequena burguesia); formação de colônias (como Ulsler, na Irlanda). Gera necessidade de ampliação do exército, que, pro sua vez, carece de recursos financeiros. Para conseguir recursos, o monarca precisava de autorização do Parlamento. A Câmara dos Comuns (composta pela burguesia) não aprovou. Em 1614 o rei dissolve o parlamento, institui a cobrança ilegal de impostos e persegue os opositores. Nesta época, muitos ingleses (principalmente puritanos (média e pequena burguesia)) partiram para a América do Norte para povoar a região. Carlos I (1625 – 1649) – imposição do anglicanismo. Nova dissolução do parlamento; A Escócia invade a Inglaterra; o monarca necessita de mais verbas para a defesa, através de mais aumento de impostos. O Parlamento (burguesia) impõe condições: - fim de taxas abusivas para o comércio, fim da imposição religiosa, assinatura da Bill of Rights (declaração dos direitos). Início de uma GUERRA CIVIL (1642 – 1649) – A Irlanda católica também se revolta. O parlamento nega à Carlos I o comando do exército – conflito entre o parlamento e o monarca e eclosão da guerra civil: cavaleiros (anglicanos/monarquistas) X cabeças redondas (calvinistas/parlamentaristas) OLIVER CROMWELL (puritano) * os calvinistas se dividiam em puritanos e presbiterianos. – era um líder do exército. A disputa é vencida pelos cabeças redondas, e os puritanos proclamam a REPÚBLICA em 1649. Medidas: - supressão da Câmara dos Lordes (marca o fim do entrave feudal); permitiu o pleno desenvolvimento do capitalismo; ATOS DE NAVEGAÇÃO: Na Inglaterra, só poderiam ser importadas mercadorias trazidas por navios ingleses ou de seus países de origem. Esta medida fez alavancar o capitalismo na Inglaterra, aumentando os lucros da burguesia. A defesa nacional foi reforçada e a marinha se desenvolveu. - Em 1653, Cromwell se declara “Lorde protetor” e estabelece uma ditadura pessoal. Em 1658, morre. RESTAURAÇÃO DA MONARQUIA (1661 – 1688): Carlos II (Stuart) restabelece a Monarquia, dissolve o exército de Cromwell e recompõe a Câmara dos Lordes e o Parlamento; Jaime II assume (católico) – gera a ameaça de intervenção papal (católica) no país, politicamente. REVOLUÇÃO GLORIOSA (1688 – 1689) – O Parlamento depõe o rei e convoca Guilherme de Orange, monarca holandês, e sua esposa (Maria Stuart, herdeira) – ambos protestantes – para governar o país. O monarca, influenciado fortemente pela burguesia, assina a Bill of Rights (Declaração de Direitos) em 1689. Medidas: - os impostos só seriam estabelecidos com a aprovação do parlamento; - a propriedade privada seria garantida, assim como a liberdade individual e de imprensa; o anglicanismo seria a revolução oficial e não haveria liberdade religiosa somente para os católicos; alternância do ministério entre a nobreza (latifundiária, rural) e a burguesia (urbana) – Implantação da Monarquia Constitucional. As relações com a França são quebradas; No governo de Ana (1702-1714) é assinado o Tratado de Methuen – dependência de Portugal; - Inglaterra suprema; ampliação dos mercados e desenvolvimento do capitalismo. É importante notar, concluindo, que as revoluções inglesas serviram para a burguesia atingir o poder político (através de sua influência parlamentar) e passar a tomar medidas que favorecessem seus interesses econômicos liberais e a ordem social propícia para o desenvolvimento do capitalismo. Grosso modo, essa foi a conseqüência desse processo revolucionário que se consolidou com a Revolução Gloriosa. Um exemplo disso foi a posterior ocorrência da Revolução Industrial no país. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (segunda metade século XVIII – Inglaterra) Passagem de um modo de produção manufatureiro para um maquinofatureiro. Período de sucessivas inovações tecnológicas; Aparecimento de máquinas modernas, rápidas, precisas, que substituíam o trabalho braçal do homem antes realizado a mão (artesanato/manufatura); Uso de VAPOR para acionar as máquinas (fonte de energia) Utilização de novas matérias-primas (minerais) que impulsionaram a metalurgia e a industria química. Os lucros acumulados na fase comercial do capitalismo (mercantilismo) e gerados posteriormente com a industrialização eram aplicados na busca de melhorias técnicas, inovações e renovações de equipamentos e mais resultados. O capital mercantil se transformava em capital industrial Ocorreu um intenso processo de divisão do trabalho e especialização de tarefas. Inglaterra – condições que favoreceram o acontecimento da revolução industrial no país: GEOGRAFICAMENTE: - localização mais afastada da Europa, o que a isolou das guerras continentais; - riqueza do subsolo (carvão); rede fluvial propícia para o escoamento de mercadorias; - prática de cercamentos: abasteceu as indústrias têxteis (as principais da época) com matéria-prima (lã), liberou mão de obra para as indústrias (êxodo rural) e permitiu a ACUMULAÇÃO PRIMITIVA DE CAPITAL; Período de melhorias técnicas e busca de melhores resultados, o que proporcionou um aumento demográfico, conseqüente do aumento e melhoria na produção. A indústria, no período, dependia do suprimento dado pela agricultura. Surge a indústria algodoeira e a fundição de ferro POLITICAMENTE: - formação de COLÖNIAS (Canadá, Índia e EUA) fornecedoras de matérias-primas; é criado o Banco da Inglaterra em 1694, com o intuito de financiar as empresas privadas; a Monarquia Parlamentar surgiu na Inglaterra já em 1688, sob forte influência burguesa. RELIGIOSAMENTE: os ideais do PROTESTANTISMO eram propícios para o desenvolvimento do CAPITALISMO (*ver aula sobre a Reforma Protestante). Esta religião, a partir de Henrique VIII, teve forte adesão e influência na Inglaterra. Enfim, com a Rev. Industrial: estabeleceu-se o trabalho assalariado, substituiu-se pouco a pouco a manufatura pela maquinofatura e se organizou integradamente os capitais do meio rural e urbano e das colônias, com a exploração de recursos naturais e exportação de mercadorias industrializadas. CONDIÇÔES SOCIAIS: a classe social do PROLETARIADO começou a se formar a partir da Rev. Industrial. Os operários eram submetidos a excessivas horas de trabalho (12, 14, 16h), a remuneração era baixa, se empregava mão de obra feminina (+/- 50%) e infantil aos montes. A desigualdade social aumentou sensivelmente e o conflito entre CAPITAL e TRABALHO se acirrava (luta de classes entre burgueses e proletários: estes últimos eram (e são) obrigados a vender sua força de trabalho para sobreviver para os primeiros, que são os donos dos meios de produção). A Revolução Industrial consolida o modo de produção capitalista. No processo de trabalho que se estabelece nesta época e existe atualmente em grande escala, o trabalhador se distancia cada vez mais do CONHECIMENTO e do PRODUTO FINAL de SEU trabalho. É a alienação do trabalho, conseqüência do modo de produção capitalista. Surgem na Inglaterra os primeiros movimentos de reação dos trabalhadores: os trade unios (espécie de sindicatos; em 1811, o movimento LUDITA – quebradores de máquinas; em 1830, o movimento CARTISTA, que enviava cartas de reivindicação abaixo-assinadas para o governo inglês. PRINCIPAIS INOVAÇÔES TECNOLÓGICAS: 1768 - máquina a vapor (James Watt); 1785 – tear mecânico (Edmund Cartwright); 1807 – navio a vapor (Robert Fulton); 1814 – Locomotiva a vapor (George Stephenson). REVOLUÇÃO FRANCESA (1789 – 1799) QUADRO SOCIAL 1º ESTADO: CLERO 2º ESTADO: NOBREZA 3º ESTADO: Burguesia, Proletariado, Campesinato 4 % da população 80% Rural ; 16% Urbana C lero e nobreza: controle de terras, exércitos e cargos administrativos, além de isenção fiscal O campesinato continuava a cumprir com as OBRIGAçÕES SERVIS O meio urbano era composto pelo proletariado e pelas diferentes camadas da burguesia. A carga de impostos se dava somente para o terceiro estado. QUADRO ECONÔMICO Crise no campo – REVOLTAS CAMPONESAS Indústria: - corporações de ofício: formas medievais de produção, que não atendiam às necessidades do mercado; manufaturas reais: grandes empresas estatais, criadas pelo ministro Colbert, de Luís XIV, se dedicavam a produção de artigos de luxo aos moldes mercantilistas.; grandes empresas privadas: eram raras, geralmente de siderurgia e tecidos. Utilizava-se de cara maquinaria e empregava mão de obra assalariada. Comércio: manutenção de taxas feudais, o que prejudicava o desenvolvimento do capitalismo. A perda de colônias pela França (Antilhas, Canadá e Índias), teve por conseqüência a perda de mercados. Diante da crise, Luís XVI convoca os a Assembléia dos Estados Gerais e propõe a cobrança de impostos sobre os primeiros Estados, que não foi aceita. O monarca troca ministros da área econômica (como Turgot e Necker), e propõe reformas. Em maio de 1789, é convocada nova Assembléia, no Palácio de Versalhes, cuja decisão seria realizada através de voto por Estado, não por cabeça. Revolta do Terceiro Estado, representado pela burguesia. Primeiro Ato Revolucionário: o terceiro estado decreta-se representante da nação; A burguesia ocupa um salão do Palácio de Versalhes e inicia a elaboração de uma constituição. O rei obriga os primeiros Estados a se unirem ao Terceiro, para defender interesses. É proclamada a Assembléia Nacional Constituinte: forma-se, na França, uma MONARQUIA CONSTITUCIONAL. Luís XVI pretendia manter a ordem e organiza um exército mercenário; A burguesia arma o povo – cria-se a guarda nacional (milícia burguesa) Invasão da Bastilha (prisão), em 14/07/1789. Estabeleceu-se o Grande Medo, com constantes saques e invasões a castelos e propriedades; Fuga de nobres e proprietários para o exterior. ABOLIÇÃO DOS DIREITOS FEUDAIS; DECLARA-SE OS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO; CONFISCA-SE TERRAS DA IGREJA, que passa a ser de posse do Estado. Fase da MONARQUIA CONSTITUCIONAL (1789-1792) – em 1791, é aberta a Assembléia Legislativa, com voto CENSITÁRIO (por renda). É declarada guerra à Áustria e à Prússia, por estas nações não terem aceitado um acordo de não agressão. O rei colabora com as nações inimigas da França. ROBESPIERRE (líder jacobino) denuncia o rei; a família real é presa; POVO EM ARMAS (os sans-culottes, principalmente. Camada social que envolvia o proletariado, os desempregados e os marginalizados) a França sai vitoriosa. 22/09/1792 – é proclamada a República na França; Criada a Convenção Nacional, regida por voto universal, porém apenas masculino. QUADRO POLÍTICO: Girondinos: direita – partido da Planície, composto pela alta burguesia; este partido dominava a Convenção. Jacobinos: esquerda – partido da Montanha, composto pela pequena e média burguesia, pelos cordeliers e pelos sans-culottes. Tinha como líderes Robespierre, Marat e Danton Pântano: centro - indefinição política: ora apóia os girondinos, ora os jacobinos. Os girondinos tomam a frente no comando político; o Rei é executado (1793); inicia-se a contra-revolução e as coligações das forças absolutistas. Em reação, são criados o Tribunal Revolucionário e o COMITÊ DE SALVAÇÃO PÚBLICA. Este último, de início, era comandado por Danton, e posteriormente passa às mãos de Robespierre. A Montanha busca o apoio popular; os jacobinos assumem o poder, liderados por Robespierre, e conquistam apoio dos sans-culottes. Atitudes: - decretada a Lei do Máximo, que tabela os preços dos artigos de primeira necessidade; - confisco de terras de nobres emigrados; - é realizada uma Reforma Agrária (pequenas propriedades são distribuídas); - nova Constituição (1793), influenciada pelos ideais de Rousseau (iluminista); - o direito de voto se ampliada e passa a ser dado a todos os homens com mais de 21 anos; - Altera-se o calendário a partir de 22 de setembro de 1792. Inicia-se o ano I da República Francesa; - é abolida a escravidão nas colônias. Período do Terror (set. 1793 à jul. 1794) - criada a Lei dos Suspeitos – sofreram com a repressão tanto contra-revolucionários monarquistas ou moderados republicanos (alta burguesia girondina) como membros dos sans-culottes e do campesinato, mais radicais. O intuito era o de evitar e afastar qualquer reação à revolução ou qualquer desvio de interesse, pois se tratava de uma revolução burguesa, porém os ideais do campesinato e do proletariado (classes participantes da revolução, que tinham como interesse comum o fim do Antigo Regime monárquico) se mostravam, em outros pontos, distintos dos ideais burgueses. Robespierre se isola no poder. 1794 – Golpe do 9 Termidor – a alta burguesia assume o poder; volta da escravidão nas colônias e fim da Lei do Máximo. 1795 – é criado o Diretório, composto por 5 membros do Executivo e dois conselhos Legislativos: o Conselho dos Anciãos e o Conselho dos 500; nova Contituição é elaborada e o voto censitário volta a ser instituído. Napoleão ganha destaque em batalhas externas. A França passa por uma fase de instabilidade; Período de agitação política das camadas populares e pressão das potências européias contra-revolucionárias. A burguesia busca um líder para estabelecer um governo forte e estável, a fim de consolidar-se como classe dominante e desenvolver políticas direcionadas ao seu interesse. GOLPE DE 18 BRUMÁRIO (09/11/1799). Napoleão é colocado no poder Dá-se início ao regime do consulado – DITADURA. Medidas internas: - criação do Banco da França (1800); aumento da burocratização, incentivo à industrialização e censura à imprensa. 1804 – Código Civil Napoleônico: garantiu à burguesia o usufruto de seus bens e institucionalizou suas conquistas políticas e econômicas; proibição das organizações operárias. Napoleão coroa-se Imperador; Estado declarado LAICO (separado e independente da religião) Medidas externas: - aliança com a Espanha, submissão da Suíça e Holanda, disputa com a Inglaterra pela hegemonia na Europa. A França, nesse período, travava uma luta contra os países absolutistas (DISPUTA POLÍTICA) e contra a Inglaterra (liberal) (DISPUTA ECONÔMICA) Recebe apoio russo; Golpe na Espanha (1808) – Invasão à Península Ibérica, o que gerou repercussões no Brasil com a fuga da família real de Portugal. É decretado o BLOQUEIO CONTINENTAL (1806): proibição do comércio com a Inglaterra, sob pena de invasão. Isso prejudicou, além dos ingleses, os aliados da França, que exportavam matérias-primas para a Inglaterra, e a própria França, com o declínio do comércio. Isso desagradou a burguesia francesa Período de decadência: o Império era sustentado através de um sistema de apadrinhamento e da força militar. As guerras constantes (várias coligações de países europeus se formaram para conter o expansionismo napoleônico durante o Império), a instabilidade, o crescente movimento nacionalista de resistência à dominação francesa na Europa (ex.: Espanha e Rússia) foram os fatores do declínio napoleônico, além da insatisfação da burguesia francesa. A Rússia quebra o acordo do Bloqueio Continental e a França invade a Rússia em 1812. As baixas francesas são enormes. Em 1814, Napoleão abdicou-se do trono. Um monarca da dinastia BOURBON é colocado no poder. É restaurada a monarquia na França, com Luís XVIII. Governo dos Cem Dias: em março de 1815, Napoleão ocupa Paris com sua Guarda Pessoal durante cem dias, mas perde novamente, na batalha de Waterloo. Em 1815, é selada a Paz de Paris. O período Napoleônico, além de reativar as forças conservadoras do antigo regime, incentivou movimentos nacionalistas de caráter liberal pela Europa. CONGRESSO DE VIENA: As forças coligadas se reuniram em Viena para estabelecer o equilíbrio continental e redefinir o mapa da Europa, abalado com o Império Francês. Apenas o Comitê dos Quatro teve participação ativa (Inglaterra, Rússia, Áustria e Prússia). A intenção era restabelecer as fronteiras e os regimes políticos existentes antes da Revolução Francesa. Foi realizada uma partilha de regiões entre as nações do Comitê, a Itália e a Alemnha continuaram submetidas á Áustria, a Bélgica foi obrigada a se unir com a Holanda, formando o Reino dos Países Baixos, o Brasil foi elevado a Reino Unido a Portugal, as dinastias Bourbon e Bragança foram recompostas em Espanha e Portugal, respectivamente. SANTA ALIAÇA (1815-1830): foi criada por Alexandre I, czar russo, com o objetivo de garantir as disposições do Congresso de Viena. Era uma organização supranacional que propunha ajuda mútua entre as monarquias européias em nome “da religião, da paz e da justiça”, contra qualquer revolução liberal. A união se estabeleceu entre a Rússia greco-ortodoxa, a Áustria católica e a Prússia protestante (todos cristãos). Não participaram da aliança: o sultão turco e o papa, que alegava divergências religiosas, além da Inglaterra, cujo governo era monárquico, porém liberal, e seu parlamento negava o direito de intervenção estatal. REVOLUÇÕES LIBERIAS DE 1820 Espanha – durante a dominação napoleônica, um grupo de resistência redigiu, em 1812, uma constituição liberal, e aguardou a volta de Fernando VII. Em 1815 o rei adotou a Monarquia Constitucional, mas em seguida retomou o governo despótico , privilegiando o clero e a nobreza. Isso desencadeou uma revolta em 1820, que foi barrada pela ação da Santa Aliança e do clero fim da revolução. Itália – movimento nacionalista e liberal (unificação) – reprimido pela Santa Aliança Grécia – Província do Império Turco 1822 – movimento liberal de independência. Em 1827 recebe apoio de paises europeus (Rússia, França, Inglaterra) – interesse pela região estratégica comercialmente Movimentos inspirados na Constituição Espanhola de 1812; fora caso grego, não tiveram apoio popular REVOLUÇÕES DE 1830 E 1848 1830 – Em 1814 a França estava dividida em 3 partidos: ultra-realistas (nobres); constitucionalistas (alta burguesia) e liberais (1789) Foi adotada uma constituição e criada a câmara dos pares (nobres) e a câmara dos deputados (voto censitário) (de 33 mi 94 mil votavam e 14 mil podiam ser eleitos) Terror Branco – repressão aos liberais – dissolução da câmara dos deputados, que foi substituída Oposição liberal – culto à figura de Napoleão (movimento Bonapartista) Carlos X (1824-30) – ultra-realista queria o absolutismo 1827 – crise econômica – altos impostos – descontentamento oposição liberal medidas repressoras por parte do governo luta com a oposição desencadeia os chamados “três dias gloriosos” (2729 julho). A alta burguesia põe no trono Luís Felipe, dos Orleans (chamado Rei dos burgueses) Início da Monarquia de Julho A alta burguesia passa a controlar os setores básicos da economia (minas, transporte, bancos), o que dá condições para o desenvolvimento capitalista; - expansão do liberalismo e do nacionalismo pela Europa Nesta fase, iniciam-se as revoltas operárias – a classe operária passa a adquirir consciência política 1848 – em 46-47 – crise agrícola industrial (Europa) – fome, desemprego a burguesia industrial, articulando com a pequena burguesia, com o proletariado e com o campesinato, se revolta com o governo 1848 – movimento revolucionário na Europa – “primavera dos povos” Campanha dos banquetes – oposição; em fevereiro de 1848 ocorre a deposição de Luis Felipe I – Inicia-se a Segunda República Francesa O proletariado foi afastado do poder – momento de revoltas e repressão Novembro de 1848 – é eleito Luis Bonaparte (sobrinho de Napoleão), com apoio camponês e burguês GOLPE DE ESTADO – 02/12/51 – 18 BRUMÁRIO DE LUÍS BONAPARTE 1852 – Início do Império (apoio da burguesia, do exército e da Igreja) Bonaparte passa a ser Napoleão III, e promove: Liberdade de ensino aos católicos; Política assistencialista; Realização de obras públicas; Autoritarismo, para manter a ordem social; Desenvolvimento industrial, agrícola, urbano, bancário; Colonialismo; Ajuda na unificação alemã e italiana. Porém, perde apoio após algumas atitudes: vai contra o poder do Papa (perde apoio católico); realiza uma Incursão no México fracassada (em apoio à Áustria); Intervenção na Espanha (na sucessão) provoca a Guerra Franco-Prussiana (1870-71) – derrota. EM 1870 – é proclamada a III República na França, através de um Golpe de Estado. COMUNA DE PARIS (1871) Invasão prussiana na França – França rendida – o povo, que lutava, se sente traído pelo governo Revolta organizada pelo proletariado – é formada a Comuna de Paris, que toma medidas socialistas: Arma ao povo e acaba com o exército do Estado A Igreja é separada do Estado - governo laico, profissional, que poderia ser dissolvido a qualquer momento caso tomasse medidas que descontentasse o povo, que o elegia por voto universal Indústrias dirigidas por operários – cooperativas Educação gratuita para todos Eliminaram-se os privilégios A Comuna durou 72 dias (foram sufocadas as intenções socialistas da Comuna, que teve como saldo cerca de 20.000 mortos, 38.000 detidos e 13.000 deportados). Deu-se continuidade à República, e a França pagou para a Prússia, pelos prejuízos da guerra Franco-prussiana, além de uma indenização, o território da Alsácia-Lorena. UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA E DA ALEMANHA Por que não se unificaram antes? Itália – tinha grande influência do papado, que evitava a criação de uma nação forte e centralizada que ameaçasse seu poder, e suas cidades eram independentes e concorrentes umas das outras. Alemanha - enfraquecimento do poder central, com derrotas para o papado na disputa do poder, e a conseqüente formação de principados independentes. Contexto: Movimentos liberais e nacionalistas ITÁLIA - interesse da burguesia em unificar para disputar mercados externos com força; o sentimento nacionalista atraía outras classes sociais para o movimento Com o Congresso De Viena, a Itália ficou sob tutela da Áustria, e foi dívida em 7 Estados; ocorreram tentativas de unificação fracassadas (tentativas de reviver o sentimento do Império Romano e da Renascença) Surge em cena Giuseppe Garibaldi – líder da unificação 1870 – unificação após conquista de Roma e outros Estados Papais Somente em 1929, com Mussolini, foi criado o Estado do Vaticano ALEMANHA – meados século XIX – criada a Confederação Germânica no lugar do SIRG; A Prússia liderava o movimento de unificação, na disputa com a Áustria Bismarck - antiliberal e monarquista – defendia a unificação – organizou militar e despoticamente a Prússia Venceu a Áustria, a Dinamarca (quando formou-se a Conf. Germânica do Norte) e a França, que se sentia ameaçada com a unificação alemã – em 1871, a Alemanha se unificou Humilhação à França – criação de um sentimento nacionalista e de revanche à Alemanha 1871 – Palácio de Versalhes (Paris) proclamação, por Bismarck, do II Reich (=império) O 1º foi o SIRG (Sacro Império Romano Germânico), o 2º Bismarck, e o 3º Hitler. SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (segunda metade século XIX) Contexto: ECONOMIA-POLÍTICA: LIBERALISMO; CLASSE DOMINANTE: BURGUESIA. Modo de produção capitalista em pleno desenvolvimento. Fase de EXPANSÂO DO CAPITALISMO PARA O MUNDO – processo de internacionalização. Colônias européias formadas na África, na Ásia, na Austrália e na América Latina: as colônias eram centros produtores de matérias- primas, consumidores de produtos industrializados e acolhedores de imigrantes europeus (no geral, desempregados na Europa, buscando melhoria de vida) Vê-se uma DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO: centros produtores de artigos industrializados e centros produtores de produtos agrícolas e matérias-primas (como minérios e madeira) Fase de grande AUMENTO POPULACIONAL NA EUROPA: motivos – melhoria na qualidade de vida, devido à melhoria na produção de alimentos, tanto em quantidade como em qualidade; melhorias científicas, como na medicina e precauções quanto á higiene; a indústria acolheu grande número de pessoas, que passaram a receber salários pelo seu trabalho, passando a ter condições de manter sua sobrevivência – Esse aumento populacional e industrial levou a um desenvolvimento urbano também grandioso. A segunda Revolução Industrial levou a indústria para outras regiões do mundo (Europa, EUA). Está aí uma diferença entre esta e a Primeira Rev. Industrial, que foi nacional (só na Inglaterra). Esse período marca a passagem do CAPITALISMO CONCORRENCIAL (ou industrial) – caracterizado pela livre concorrência e o predomínio das indústrias - para o CAPITALISMO MONOPOLISTA (ou financeiro) – caracterizado pelo predomínio das instituições financeiras e das associações entre empresas, formando monopólios e oligopólios. Fases da II Rev. Industrial: 1815-1870: Progressos tecnológicos, com destaque para os meios de comunicação e de transporte, o que proporcionava grande integração entre mercados produtores e consumidores de mercadorias; Investimentos ingleses nas colônias (América Latina, EUA) nestes meios citados acima: além de ser um investimento lucrativo, pois os países pagavam juros posteriormente para a Inglaterra, ajudava no escoamento de matérias-primas para as áreas de exportação, barateando-as, e facilitava a entrada de produtos ingleses em diversas regiões dentro dos países. 1870-1914: fase onde de fato ocorre a Segunda Revolução Industrial: surgimento de novas fontes de energia – elétrica e petróleo; surgimento do AÇO; SURGIMENTO do FORDISMO e do TAYLORISMO: no primeiro, cria-se a linha de montagem para produção em massa. O segundo foi uma intensificação da divisão do trabalho dentro da fábrica e a simplificação e padronização do processo produtivo, afastando mais ainda o trabalhador direto do conhecimento do processo de seu trabalho. Taylor procurou racionalizar a produção, eliminando o tempo ocioso em busca de uma produção mais eficaz e lucrativa, através de inovações tecnológicas, isto é, criação de máquinas que banalizassem (simplificassem) o trabalho humano, fazendo com que o trabalhador virasse quase que outra máquina. Desta forma, a produção nã o ficaria a mercê de fatores humanos (como falta de habilidade ou preguiça), pois qualquer homem seria capaz de realizar as tarefas. SURGIMENTO DE CONGLOMERADOS MONOPOLISTAS: CARTÉIS: empresas que atuam em determinada região ou ramo fazem combinações de preços e de produção, para estabilizarem seus lucros e não correrem riscos; TRUSTES: uma empresa grande que domina o mercado produtor de determinada mercadoria, agregando outras empresas menores do mesmo ramo através da compra das mesmas ou, através da concorrência desigual, fazendo-as falir. A autonomia das empresas menores é perdida e a administração fica a cargo da grande empresa monopolista É um exemplo de truste uma empresa que passa a dominar todos os setores da produção de certa mercadoria (exemplo (é só para entender, não sei até que ponto é verdade): o McDonalds cria as minhocas de seu hamburger, embala, transporta e comercializa); HOLDINGS: Uma empresa controla acionariamente (compra de maior cota de ações) outras empresas. Fica a seu cargo a administração, mas é mantido, por exemplo, os nomes (não há a união das empresas em uma, como no caso dos trustes). Exemplo: Anbev, empresa dona d e diversas marcas de cervejas distintas. A Alemanha e os EUA alcançam grande desenvolvimento e prospecção mundial, passando a disputar mercados. Ocorre a primeira crise de SUPERPRODUÇÃO / SUBCONSUMO do capitalismo (a Grande Depressão - 1873-1896). A política PROTECIONISTA às industrias acaba sendo uma saída, com uma série de medidas que protegiam as indústrias nacionais face à concorrência internacional. Outra medida era a formação dos cartéis, trustes e holdings, acima citados. DISPUTA ENTRE AS POTÊNCIAS CAPITALISTAS (inclusive o Japão) PRINCIPAIS INOVAÇÕES DO PERÍODO: motor Diesel (Rudolf Diesel); Máquina de costura e de escrever, lâmpada elétrica (Thomas Edison); telefone (Alexander Graham Bell); dirigível (Zeppelin); Automóvel (G. Daimler e Karl Benz). O IMPERIALISMO O Imperialismo constitui uma das fases do desenvolvimento capitalista Busca de novas áreas fornecedoras de matérias-primas e novos mercados consumidores, realizada por países da Europa, pelo Japão, pela Rússia e pelos Estados Unidos Conferência de Berlim (1885-87) - PARTILHA DA ÁFRICA: - desigualdade na distribuição e descontentamentos; - as comunidades africanas ficaram sob estado de guerra buscando defesa OCUPAÇÃO DA ÁSIA: - ocasião da GUERRA DO ÓPIO, entre Inglaterra e China, que se negou a comercializar o produto vindo da Índia com os ingleses. No fim, a Inglaterra vence e conquista Hong Kong. A Inglaterra segue pressionando a China, o que resulta na formação de um grupo de reação chinês e na Rebelião dos Boxers (1900). Colonização da Índia pela Inglaterra. Destaque na colonização para a Inglaterra e França. O Japão, a partir do final do séc. XIX, se moderniza aos modos ocidentais europeus (influência liberal) A Alemanha passa a seguir uma política de expansão pela força (weltpolitik). Em 1890, com Guilherme II, que demite Bismarck, a Alemanha conhece uma fase de grande desenvolvimento. Passa a incorporar um IDEAL DE SUPERIORIDADE RACIAL E CULTURAL germânica. FASE DE DISPUTA ENTRE AS POTÊNCIAS CAPITALISTAS 1870-1914 – período da “PAZ ARMADA” – corrida armamentista, sem guerras. Destaque p/ indústria bélica. Momento de exaltação patriótica, quando os países passam a aumentar e investir em seus exércitos. FORMAÇÃO DA TRÍPLICE ALIANÇA (1882) – Alemanha, Áustria-Hungria e Itália FORMAÇÃO DA TRÍPLIOCE ENTENTE (1907) – França, Inglaterra e Rússia Crises Balcânicas: União dos países balcânicos contra a dominação estrangeira (área de grande interesse comercial). Porém tais países possuíam divergências internas (diferentes grupos étnicos): Sérvia, Montenegro, Romênia, Bulgária, Bósnia, Herzegovina, Macedônia e Grécia. Formação de grupos na Sérvia nacionalistas e extremistas: “Mão Negra” e “Jovem Bósnia”, que queriam a instituição da Grande Sérvia na região. A ameaça a esse plano era Francisco Ferdinando, herdeiro da Áustria-Hungria, que pretendia anexar a região ao Império Habsburgo. Atentado na Bósnia, pelo grupo Jovem Bósnia, da Sérvia, em 28/06/1914 INÍCIO DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: o sistema de alianças é posto em prática: T. ALIANÇA: Alemanha, Turquia, Áustria-Hungria e Bulgária; T. Entente: Inglaterra, França, Rússia, Sérvia, Japão, Bélgica, Romênia, Grécia, Portugal, China, países da América Latina, Itália (1915) e EUA (1917) MOTIVOS: a França queria recuperar a Alsácia-Lorena; a Inglaterra disputava comercial e industrialmente com a Alemanha; A Alemanha tinha planos de construir uma ferrovia Berlim-Bagdá e dominar os Bálcãs, o que desagradava a Rússia; A Rússia defendia a independência dos povos eslavos dominados pela Áustria-Hungria. 1ª FASE: GUERRA DE MOVIMENTO (durou 4 meses): penetração da Alemanha pela Bélgica e ataque à França; a Alemanha perde colônias para Inglaterra e França. 2ª FASE: GUERRA DE TRINCHEIRAS: a Alemanha inicia também uma guerra naval, o que ameaça o comércio dos EUA, fornecedor de suprimentos para a Europa. Em 1917, iniciam revoltas populares lideradas pelos Partidos Socialistas, contrários à Guerra. Em 1917, os EUA entram na guerra: além da ameaça naval, a Alemanha busca apoio do México, oferecendo ajuda para reconquistar terras dos EUA. Neste mesmo ano, a Rússia sai da guerra por ocasião da REVOLUÇÃO RUSSA (socialista) É retomada a Guerra de Movimento. Em 1918, a Alemanha PERDE A GUERRA e Guilherme II abdica do trono por pressão popular – é instaurada a República de WEIMAR. Saldo da Guerra: 8 mi morto, 20 mi inválidos, perda de 40% potencial industrial e 30% potencial agrícola europeu TRATADOS DE PAZ: 1919 – Conferência de Paris – Tratado de Versalhes: Perda de colônias africanas pela Alemanha, devolução da Alsácia-Lorena, Polônia se torna independente e ganha regiões ricas em carvão, perda de regiões para Lituânia; desarmamento da Alemanha; pagamento de indenização altíssima. As potências européias assinaram, até 1923, outros tratados, que tiveram como conseqüências: separação entre Áustria e Hungria; foram criados diversos países, como a Iugoslávia, Letônia, Estônia, Finlândia, Tchecoslováquia; A Inglaterra apropriou-se da Mesopotâmia e da Palestina; A França ficou com a Síria e o Líbano Foi criada a SOCIEDADE DAS NAÇÕES, espécie de arbitra dos assuntos internacionais, para garantir a paz diplomaticamente, porém na foi eficaz. A HUMILHAÇÃO QUE A ALEMANHA SOFREU COM OS TRATADOS DE PAZ DESPERTOU UM SENTIMENTO REVANCHISTA. O PERÍODO ENTRE GUERRAS No período pós-guerra, a Revolução socialista ocorrida na Rússia e a crise econômica favoreceram o fortalecimento e a organização da reação operária (seja através do sindicalismo ou através do socialismo e do comunismo), o que passou a ser uma ameaça aos países conservadores da Europa e aos EUA; além disso, foi favorecido também o aparecimento dos regimes fascista e nazista. A CRISE DE 29: Após a Primeira Guerra, a Europa passava por um período de recomposição, e a Alemanha, além dos prejuízos causados pela guerra, tinha dívidas a saldar principalmente com a França e a Inglaterra, adquiridas após os Tratados de Paz. Estes dois países, por sua vez, tinham dívidas a saldar com os EUA, que investiram e abasteceram a Europa durante a Guerra. Este último vivia um momento de prosperidade, pois era o principal fornecedor de produtos à Europa e não sofrera com a guerra em seu território. Assim, os alemães não tinham como cumprir seus compromissos financeiros com a Inglaterra e França, que dependiam disso para cumprir os seus com os EUA. A solução encontrada pelos EUA foi ajudar a Alemanha a se reerguer, para conseguir receber da França e Inglaterra. Além disso, os países europeus procuravam proteger suas economias através do protecionismo e buscando a auto-suficiência. O comércio internacional sofreu sérias retrações, o que prejudicou os Estados Unidos em sua fase de American Way of Life (época de grande consumismo, na década de 20) e sua indústria em fase acelerada de produção. Para agravar, a intensa mecanização e a diminuição da produção também desempregava um grande número de trabalhadores, que deixavam de ter poder aquisitivo; A Quinta-feira Negra: em 1929, a bolsa de valores de Nova York quebrou (crack). Todos queriam vender suas ações e não havia compradores: o preço das ações despencou e muitos perderam tudo. A crise se alastrou pelo mundo capitalista todo. Seu principal motivo foi a SUPERPRODUÇÃO em contraposição ao SUBCONSUMO. O NEW DEAL: Roosevelt, a partir de 1933, empreendeu sucessivos panos de reformas apoiado na teoria de Keynes, onde o Estado intervinha na economia, controlando a produção tanto agrícola como industrial, para evitar a superpredução, e empreendendo obras públicas (estradas, hidrelétricas, reflorestamentos) para empregar e distribuir renda. Apesar das medidas, o desemprego continuou bastante atenuado, só diminuindo consideravelmente com a reativação da indústria bélica, com o advento da Segunda Guerra. Outra conseqüência da Crise de 29 foi a intensificação da formação de conglomerados de empresas, com o intuito de estabilizar os negócios e aumentar os lucros – é o capitalismo monopolista. O TOTALITARISMO no entre guerras Em função da retração econômica e o momento de crise que passava a Europa no pós-guerra, além da eclosão da Revolução Russa, movimentos operários ganhavam cada vez mais adesão, baseados no ideal do socialismo e do comunismo. Isso desagradava a burguesia, classe dominante na ordem capitalista. Neste período, também, movimentos nacionalistas ganhavam força e adesão, e iam contra os ideais socialistas: essa foi a origem do nazismo alemão e do fascismo italiano, movimentos que se apoiavam na alta burguesia, nas classes médias empobrecidas no momento e na população marginalizada, além de grande participação de militares e excombatentes. O intuito era estabelecer um governo forte, autoritário, que apelava para o sentimento nacional, assim conseguindo adesão popular, para conter as agitações, manter a ordem e garantir a propriedade e o desenvolvimento capitalista. Características do fascismo, representado pelo Partido Nacional Fascista, originado no movimento dos Camisas Negras: Estado totalitário, autoritário e interventor; existência do indivíduo apenas como fração do Estado, em cuja grandeza devia encontrar sua própria exaltação; o Estado promoveria a ordem social, a solidariedade entre patrões e empregados; busca da grandeza italiana (nacionalismo), com referência ao Império Romano; mística do chefe (no caso, Mussolini, chamado de Duce (=guia)).; exaltação da importância da guerra (forte militarismo) para a formação das pessoas; anti-socialismo; aproximação com a Igreja católica, (com interesses políticos) – em 1929, com o Tratado de Latrão, foi criado o Vaticano. Características do nazismo, representado pelo Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (o Partido Nazista): além do totalitarismo, mística do chefe (Hitler) , autoritarismo, militarismo, exacerbado nacionalismo, anticomunismo, os nazistas pregavam o antisemitismo (contra os Judeus) e o racismo (ideologia segundo a qual os alemães pertenciam a uma “raça” superior, a ariana, e teriam que comandar o mundo e dominar as “raças” inferiores). Motivos do anti-semitismo: os judeus viviam em bairros separados na Alemanha, permanentemente taxados e fiscalizados, perseguidos pela exaltação cristã desde as Cruzadas; começaram a falar uma forma especial de alemão e desenvolver diferenças culturais. Assim, foram acusados de praticar formas demoníacas de religião. Eram acusados pelas epidemias e crises; estavam ligados aos interesses liberais, desenvolviam atividades relacionadas ao comércio, finanças . Assim, quando se tornaram símbolos do capitalismo, considerado pelo nazismo sem-pátria e egoísta, em contraposição ao nacionalismo; os judeus não tinham pátria, estavam espalhados pelo mundo em decorrência à diáspora; a derrota da Alemanha na guerra favoreceu a ascensão dos judeus a cargos administrativos com o advento da República de Weimar; os judeus tinham condições de ajudar a Alemanha na guerra, com financiamentos, o que, no geral, não fizeram. Foram culpados pela derrota alemã, e por influenciar no povo um sentimento de fraqueza e inferioridade. Propagandas antijudias se espalhavam e começou a se pregar, pelos nazistas, a expulsão e aniquilação de judeus do território alemão. SEGUNDA GUERRA MUNDIAL Acordos nazi-fascistas começaram a ser feitos, sem as sanções da Liga das Nações, que não tinha apoio dos EUA. A Alemanha começou a recompor, com Hitler (o Terceiro Reich, composto em 1933), seus exércitos e reconquistar áreas, juntamente com a Itália. O Tratado de Versalhes foi desfeito. Japão, Alemanha e Itália, que não tiveram vantagens com os acordos pós-guerra, passaram a adotar medidas para solucionar suas crises e disputar economicamente com outros países os mercados consumidores e fornecedores de matérias primas. Isso estimulou uma nova disputa entre as potências. A Alemanha conquista a Tchecoslováquia e a Áustria, e a Itália, a Albânia, e o Japão a Indochina e regiões da China. Hitler faz um acordo de não agressão à Rússia e não invasão à Polônia (área de interesse russo), porém o descumpre, invadindo a Polônia. Se inicia, assim, a Segunda Guerra, em 1939, com a intervenção da França e da Inglaterra em favor à Rússia, antiga aliada. A Itália se declara neutra a princípio. Primeira Fase (1939-1941) Os alemães repetem a tática de invasão à Bélgica e Holanda para chegar até a França. Dominam o Norte do país e instalaram um governo aliado no Sul. Franco, aliado governante da Espanha, e Pétain, aliado do Sul da França, não concordaram em entrar para o Eixo e invadir a Inglaterra. Os alemãs, assim, sofreram várias baixas realizadas pelos ingleses. Em 1940, a Itália entra na Guerra a favor do Eixo. No mesmo ano, Japão se alia. É firmado o Eixo Roma-Berlim-Tóquio, com objetivava partilhar a Europa e a Ásia Oriental (pacto Tripartite) Em 1941, Hitler ordena a invasão à Rússia, após Stalin se recusar sua entrada no pacto do Eixo. Segunda Fase (1941-1945): Os alemãs se envolvem em várias frentes de batalha. Os Estados Unidos entram na guerra e passam a fornecer ajuda à Rússia e investir na indústria bélica para ajudar os ALIADOS. Paralelamente, o Japão começou a agir no Pacífico, o que preocupou os EUA. Em dezembro de 1941, O Japão ataca a base americana de Pearl Harbor, o que marca a entrada definitiva dos EUA na Segunda Guerra. Formou-se três frentes de Guerra: a Oriental, a Ocidental e a do Pacífico. Os aliados ocuparam a Itália até 1945, com a ajuda da Força Expedicionária Brasileira. Na frente oriental, os soviéticos empregaram a tática de “terra arrasada” e venceram os alemães na Batalha de Stalingrado, em 1943. Após isso, os soviéticos recuperaram diversas áreas ocupadas pelos alemães. EM 1944, os Aliados desembarcaram na Normandia (costa norte da França) e empregaram um ataque maciço aos alemães: é o chamado DIA D. A França, a Bélgica e os países baixos foram libertados e se cercou a Alemanha. Reuniram-se: Roosevelt, Stálin e Churchill, para decidir sobre a reformulação do mapa europeu e o desfecho da Guerra. Hitler se mata em 1945. O Japão continua sua expansão imperialista, realiza ataques suicidas (kamikases) e aos poucos vai sendo derrotado pelos EUA, que em agosto de 1945 atira as bombas atômicas em Hiroxima e Nagasáki. Em 1947, na Paz de Paris, fica decidido o desarmamento do Japão Conferência de Potsdam: ficou estabelecido: A Alemanha perderia extensos territórios, suas Forças Armadas e seus parque industrial bélico. Este país pagaria reparações de guerra; A Alemanha seria dividida em QUATRO zonas de ocupação, pela URSS, Inglaterra, EUA e França. É criada a ONU Saldo da Guerra: 55 mi mortos, 35 mi feridos e 3 mi desaparecidos, aproximadamente. Só em Hiroxima foram 100 mil mortos, além do prejuízo atômicos às gerações futuras. INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA Desde o final do século XV e principalmente durante o século XVI, a América vinha sendo ocupada pelos europeus, seja de países absolutistas (Inglaterra, França) ou governados por déspotas esclarecidos (Portugal, Espanha) ou governos liberais (França (após 1789) e Inglaterra (após 1688)) – * é importante considerar os diferentes acontecimentos históricos que a Europa passou durante a modernidade e o início da Idade contemporânea, principalmente o que diz respeito às revoluções liberais. Isso tem influência fundamental no processo de colonização e na Independência da América. A colonização da América Latina foi de caráter exploratório, ou seja, formaram-se colônias de exploração, utilizando-se mão-deobra escrava, seja de indígenas (principalmente no caso das colônias espanholas) ou de negros (caso do Brasil). A política econômica adotada durante a colonização foi a mercantilista. O mercantilismo tinha, como principais características: - intervenção estatal na economia, através do protecionismo (proteção do Estado às indústrias e ao comércio nacionais), estímulo à manter uma balança de comércio favorável, metalismo (acúmulo de metais), monopólio comercial das metrópoles com as colônias, mantido através do pacto colonial. Enfim, a fase do mercantilismo foi a fase da acumulação primitiva de capital (grosso modo, reserva inicial de capital). Influências da Independência da América: ILUMINISMO, Independência dos EUA, Revolução Francesa e Revolução Industrial. O iluminismo pregava o livre comércio, enquanto se vivia sob as regras do mercantilismo e do pacto colonial Pressão das elites da América colonial espanhola para sua EMANCIPAÇÃO POLÍTICA e implantação dos ideais do LIBERALISMO ECONÔMICO. Portugal e Espanha possuíam um baixo desenvolvimento industrial (manufatureiro) neste período (XVIII – XIX). A Inglaterra desenvolvia a indústria baseada tecnologicamente na maquinaria, acompanhada da França. Assim, os países ibéricos passaram a se endividar com esses países e perder poder político internacional. Daí, os governos de Portugal e Espanha procuram tomar medidas a fim de desenvolver sua economia e enriquecer. Fazem isso através da adoção de posturas liberais, iluministas – é o chamado despotismo esclarecido. No caso da Espanha, Carlos III (1759-88), como exemplo, toma algumas medidas: - abertura de outros portos da Espanha para o comércio, fazendo com que o contrabando se reduzisse e a oferta de manufaturados espanhóis se ampliasse nas colônias (bom para a burguesia metropolitana espanhola; aumento das rendas do Estado (através de taxas alfandegárias). Porém, o Estado manteve o monopólio do comércio de açúcar e de mercúrio (necessário à extração de prata). COLÔNIAS: os criollos (americanos brancos, filhos de espanhóis), que viviam de diferentes atividades, dependendo da região: como comércio, pecuária, agricultura e mineração, formavam a elite econômica da colônia, porém não participavam da administração (o que era realizado por funcionários da Coroa, espanhóis. Essa elite criolla era fragmentada, tanto geograficamente, como pela existência de diferentes interesses em seu interior, devido às diferentes atividades econômicas. DIVISÃO ENTRE OS CRIOLLOS: os membros que enriqueciam com o mercantilismo e o monopólio da coroa – portanto, eram conservadores da ordem, e os membros que queriam a implantação do liberalismo e a emancipação política das colônias a fim de desenvolver o capitalismo de forma autônoma. Período da invasão napoleônica na Espanha – os criollos declaram lealdade à coroa - finalidade: receber em troca a independência. Caso contrário, teriam condições favoráveis para a emancipação, pois a monarquia espanhola estaria enfraquecida. Da divisão entre os criollos, dá-se o início de uma guerra civil, onde formam-se exércitos criollos em disputa. Recebe apoio popular, pois para as camadas exploradas seria uma possibilidade de superação de sua condição. Os criollos lideram o movimento e canalizam, direcionam as insatisfações contra os espanhóis. Etapas da Independência: 1810-1817: período nem tanto vitorioso - falta de apoio da Inglaterra e dos EUA; isolamento geográfico e divergência de interesses entre os criollos. 1817-1824: período vitorioso - aumento do apoio popular, ajuda britânica, reorganização dos exércitos, destaque de San Martin (Peru, Chile, Argentina) e Simon Bolívar (queria criar uma América unificada (pan-americanismo). Atuou na Grã-Colômbia (Colômbia e Venezuela) no Equador e na Bolívia). - LIBERTAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA. Implantação de repúblicas; fracionamento e formação de lideranças criollas locais – fragmentação geográfica e política, diferentemente do Brasil Mantém-se o modelo econômico voltado para a exportação, agora com base no liberalismo. Como a América não tinha indústria desenvolvida, a Inglaterra e os EUA levaram vantagem, exportando mercadorias para um grande mercado consumidor em troca de matérias-primas. A GUERRA DE SECESSÃO DOS EUA Norte – abolicionista/ liberal/ industrializado (origem do partido Democrata) Sul – escravista /conservador/ agrário (origem do partido Republicano) => BIPARTIDARISMO 1823 – Doutrina Monroe: “América para os americanos” Crescimento populacional (de 4 mi em 1790 para 40 mi em 1870) – estimulou a expansão territorial MARCHA PARA O OESTE ocupação de territórios do oeste por pioneiros e imigrantes: - busca de materias primas e ouro; busca de territórios para pastagens, busca de propriedades para famílias não proprietárias; áreas para construção de ferrovias (aplicação do capital acumulado com industrialização) para escoamento de matérias-primas Expropriação de terras indígenas Compra de territórios (casos da França e Espanha) e conquistas (caso do México) Isolamento na política externa (isolacionismo) Norte – prosperidade econômica (trabalho assalariado) Sul – alta exportação de algodão para Europa (trabalho escravo) Disputa entre abolicionistas e escravistas – motivo primeiro da Guerra Civil de Secessão Eleição de Abraham Lincoln (nortista); Formam-se os Estados Confederados do Sul; Alguns Estados começam a se declarar não-escravistas e abandonar a confederação; INÍCIO DA GUERRA DE SECESSÃO (1861-1865) O norte sai vencedor e a escravidão é abolida, porém a abolição não foi acompanhada por um processo de integração do negro na sociedade norte-americana. Existiam e existem, inclusive, nos EUA, grupos racistas e segregacionistas, como o KU KLUX KLAN. Período de grande desenvolvimento capitalista nos EUA; o Oeste (fornecedor de recursos naturais) supria o Leste (centro industrial e financeiro). A INDUSTRIALIZAÇÃO foi a principal conseqüência da Guerra. Aumento da mecanização, construção de ferrovias, formação de conglomerados (trustes, holdings e cartéis), aplicação do FORDISMO E DO TAYLORISMO: os EUA participavam da II REV. INDUSTRIAL. Aplicação de uma política PROTECIONISTA E ISOLACIONISTA (com relação aos assuntos europeus) DOUTRINA MONROE: era proibida a intervenção ou a ocupação de países europeus na América. Esta doutrina anunciava a fase do IMPERIALISMO DOS EUA. 1889 – ocasião da Primeira Confederação Pan-americana: os EUA resguardavam para si os mercados latino americanos; em seguida, conquistam as Filipinas (extremo Oriente) e fazem guerra contra a Espanha, defendendo a Independência de Cuba (1898) ROOSEVELT (1901-1909): política do BIG STICK (grande porrete) = os EUA como os GUARDIÕES DA AMÉRICA – idéia do DESTINO MANIFESTO: os EUA teriam a missão de levar a civilização e promover o desenvolvimento dos países atrasados, defendendo a ORDEM e a DEMOCRACIA => influência econômica, política e cultural. INTERVENÇÕES: além de Cuba, em 1903 foi a vez do Panamá, onde ajudaram na independência do país e posteriormente passaram a controlar o Canal do Panamá; passou a investir na América (ainda agro-exportadora, atendendo a Divisão Internacional do Trabalho) em infra-estrutura e implantar indústrias (transnacionais) – processo de dependência econômica da América Latina. Ocorreram intervenções políticas dos EUA no Brasil, no Chile, na Argentina, no Vietnã, no Oriente Médio e no Haiti (recentes), entre outras. O período mais intenso foi durante a Guerra Fria. Relação de superioridade e dependência econômica entre o mundo desenvolvido e o mundo subdesenvolvido, e de superioridade cultural entre o mundo ocidental e o mundo oriental.