O mundo do trabalho - Prof. Saulo Almeida

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INTRODUÇÃO
• A revolução industrial e a nova ordem social (1750-1850) é o
marco de uma nova era na história da humanidade;
• transformações profundas da estrutura institucional,
cultural, política e social:
1. Reordenação da sociedade rural e consequente emigração
da população rural para os centros urbanos;
2. Transmutação da atividade artesanal em manufatureira e
por último em atividade fabril.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• Criação do proletariado urbano e do empresariado capitalista;
• Implicou o fortalecimento de uma nova classe social: a
burguesia;
• A burguesia passou a exercer considerável influência na criação
das condições institucionais e jurídicas indispensáveis ao seu
próprio fortalecimento e expansão.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
E A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Constituem as duas faces de um mesmo processo – a
consolidação do regime capitalista moderno.
• Revolução Francesa reflete as aspirações e exigências da nova
classe burguesa em consolidação
OS MECANISMOS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• Leva à instauração do capitalismo liberal;
• É o momento de uma longa evolução que permite o controle da
natureza através da técnica;
• Ocasiona a tomada de poder pela burguesia.
OS MECANISMOS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• Começa sob a égide da liberdade: permitir aos empresários
industriais que desenvolvam e criem novas formas de produção
e de enriquecimento;
• Luta-se contra os regulamentos, os costumes, as tradições e as
rotinas, a fim de submeter a organização da sociedade aos
imperativos da burguesia.
OS MECANISMOS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• CAPITALISMO LIBERAL:
• Defende a liberdade
• estabelece o reino do capital,
• dos seus possuidores,
• dos imperativos de acumulação deste capital,
• do predomínio dos empresários industriais x operários
AS CRISES SOCIAIS E ECONÔMICAS DO CAPITALISMO
LIBERAL
• Acontecem, primeiramente, na Inglaterra, e se configuram no
conflito entre os artesãos e a indústria – as máquinas de
tecer, a máquina de descaroçar algodão, a aplicação
industrial da máquina a vapor, substituem o trabalho que os
homens realizavam com as mãos ou com ferramentas.
AS CRISES SOCIAIS E ECONÔMICAS DO CAPITALISMO
LIBERAL
• A presença da máquina a vapor, que podia mover outras tantas
máquinas, incentivou o surgimento da indústria construtora de
máquinas, que, por sua vez, incentivou toda a indústria voltada
para a produção de ferro e posteriormente de aço.
• No final do século XVIII produziam-se ferro e aço, utilizando-se o
carvão mineral.
AS CRISES SOCIAIS E ECONÔMICAS DO CAPITALISMO
LIBERAL
• SÉCULO XIX: Profundas mudanças na estrutura da indústria e
das relações sociais; No volume de produção; Na extensão e
variedade do comércio.
• As mudanças econômicas e sociais provocaram
transformações radicais nas ideias do homem sobre a
sociedade: de uma concepção mais ou menos estática do
mundo para uma concepção de progresso como lei da vida e
da melhoria constante como estado normal de qualquer
sociedade.
AS NOVAS FORMAS DE PENSAR
A Razão é colocada como elemento essencial para se conhecer o
mundo, isto é, os homens devem ser livres para julgar, avaliar,
pensar e emitir opiniões sem se submeter a nenhuma
autoridade transcendente ou divina, que tinha na Igreja a sua
maior defensora e guardiã.
PENSADORES QUE REPRESENTAM AS NOVAS
FORMAS DE PENSAR
• Nicolau Maquiavel (1469-1527)
• Galileu Galilei (1564-1642)
• Thomas Hobbes (1588-1679)
• Francis Bacon (1561-1626)
• René Descartes (1596-1650)
• John Locke (1632-1704)
• Isaac Newton (1642-1727)
O POSITIVISMO
• É uma derivação do “cientificismo”, isto é, da crença no poder
exclusivo e absoluto da razão humana em conhecer a
realidade e traduzi-la sob a forma de leis naturais;
• Essas leis seriam a base da regulamentação da vida do
homem, da natureza como um todo e do próprio universo;
• Inspirava-se no método de investigação das ciências da
natureza, assim como procurava identificar na vida social as
mesmas relações e princípios com os quais os cientistas
explicavam a vida natural.
O POSITIVISMO
Concebia a sociedade como um organismo constituído de
partes integradas e coesas que funcionavam
harmonicamente, segundo um modelo físico ou mecânico.
Por isso o positivismo foi chamado também de organicismo
O social como fenômeno da natureza
• Auguste Comte: todo conhecimento deve sua validade à certeza
proporcionada pela observação sistemática;
- matemática, astronomia, física, química, fisiologia e sociologia.
O social como ciência histórica do espírito
• Kant, Fichte e Hegel
• Dilthey: os fatos humanos seriam históricos e possuiriam significados
e valores para as pessoas que os experienciam;
Identidade na pósmodernidade
• Ser leve e líquido, fluido, dinâmico, móvel, inconstante...
• Sólidos fixam o espaço, suprimem o tempo
• Líquidos ocupam o espaço por um momento, para eles o tempo é o que
importa
• Desacoplamento das noções de espaço e tempo
•
•
•
•
Modernos meios de transporte, tecnologia, redes: mobilidade
Alongamento do espaço que se pode atravessar em uma unidade de tempo
Velocidade, aceleração, variabilidade da relação espaço/tempo
O tempo de movimento é instantâneo e o poder é extraterritorial
“O tempo adquire história uma
vez que o movimento através do
espaço [...] se torna questão do
engenho, da imaginação e da
capacidade humanas”
“Graças à sua flexibilidade e
expansividade recentemente
adquiridas, o tempo moderno
se tornou, antes e acima de
tudo, a arma de conquista do
espaço” (BAUMAN, 2001, p. 16)
• fim da era do engajamento mútuo: pós-panopticom
• livre trânsito: meta-propósito da política, e também das guerras
“o que de fato está em jogo
[...] não [é] a conquista de
territórios, mas destruição
das muralhas que impedem
o fluxo dos novos e fluidos
poderes globais”
• estilo de vida nômade: liberdade e desterritorialização
• lucro: a velocidade atordoante da circulação, da obsolescência, da
substituição - e não a durabilidade e a confiabilidade do produto
“mover-se leve, e não mais
aferrar-se a coisas vistas como
atraentes por sua confiabilidade
e solidez – isto é, seu peso,
substancialidade e capacidade
de resistência – é hoje recurso
de poder”
• Nova modernidade, versão individualizada e privatizada
• desintegração da complexa rede de relações sociais e suas instituições
• padrões, códigos e regras a que podíamos nos conformar, pontos estáveis de
orientação, cada vez mais em falta
• os padrões, as configurações não são “dados”, são muitos e conflitantes
• a trama dos padrões é responsabilidade dos indivíduos
“Em vez de preceder a políticavida e emoldurar o seu curso
futuro, eles [os padrões] devem
segui-la (derivar dela), para
serem formados e reformados
por suas flexões e torções.”
• Profunda mudança da condição humana
• Mudança radical no arranjo do convívio humano
• Bauman discute cinco conceitos básicos na narrativa da condição humana:
• a emancipação, a identidade, o espaço/tempo, o trabalho e a comunidade
o mundo pós-moderno: a condição social
No século XX:
sociedade da
produção
sociedade do
consumo
• “Ter é ser e ser é estar”
a sociedade
fragmentada: processos
de fragmentação da vida
humana - "projeto de
vida“ (Sartre)
• individualização da sociedade
vida em “episódios”
identidade:
pertencimento a
nações, comunidades,
partidos políticos
criação e redefinição
continua de uma
identidade individual
Pós-modernidade
• Período de transição de um tipo de ordem social para outro tipo de
ordem social.
• Mudanças irreversíveis: um mundo interdependente
• Multiplicamos conexões, relações, interdependências, comunicações
a nível global.
Democracia e autonomia individual
• sujeitos sociais autônomos (Castoriadis): indivíduos autônomos e
comunidades autônomas (politike) só podem existir juntos
perigo da esfera pública
totalitarismo (Orwell,
Huxley)
ágora pós-moderna,
participação das massas:
confissões de
privacidade ao invés de
discussão do bem-estar
da sociedade
solitários na multidão:
desapego,
provisoriedade,
descompromisso,
desengajamento
perigo da esfera do
privado e do indivíduo
laços humanos em
comunidades, conexões
em redes
derrocada das agências
efetivas de ação coletiva
• “Os sólidos que estão sendo lançados ao cadinho e os que estão
derretendo neste momento, o momento da modernidade fluida, são
os elos que entrelaçam as escolhas individuais em projetos de ações
coletivas – os padrões de coordenação e comunicação entre as
políticas da vida conduzidas individualmente, de um lado, e as ações
políticas de coletividades humanas, de outro.”
A ambivalência da vida
• Dois valores essenciais indispensáveis para uma vida satisfatória e a
felicidade: segurança e liberdade
“segurança sem
liberdade é escravidão,
liberdade sem
segurança é o caos”
O mundo do trabalho
Introdução
• O mito de Sísifo;
• O trabalho deve ser necessariamente associado ao sofrimento?
• Atividade essencialmente humana na sua relação com a natureza?
• O trabalho muitas vezes é inútil?
Trabalho – múltiplos e
ambíguos significados e
sentidos
Trabalho – múltiplos e ambíguos significados
e sentidos
• Importante entender as formas principais de conceber o trabalho;
• Trabalho humano: intermediação da cultura e intencionalidade;
• Aspectos socioeconômicos;
• Valor de troca.
Dimensões
Dimensões
• Dimensão concreta: tecnologia, condições ambientais e materiais;
• Dimensão gerencial: modo pelo qual o trabalho é gerido
• Dimensão socioeconômica: modo de realizar o trabalho e as
estruturas sociais, econômicas e políticas em plano macro da
sociedade
• Dimensão ideológica: discurso elaborado e articulado sobre o
trabalho
• Dimensão simbólica: aspectos subjetivos
A construção da
ideologia da
glorificação do trabalho
A construção da ideologia da glorificação do
trabalho
• O conceito de trabalho passou a ocupar um lugar privilegiado nos
dois últimos séculos
• Para Platão: o cidadão deveria ser poupado do trabalho
• Aristóteles: trabalho como atividade inferior que impedia as pessoas
de possuírem virtudes
• Trabalho competia aos escravos
• Arranjo possível pela grande concentração de riquezas e a escravidão
• Atividades braçais e manuais
• Política: atividade superior
• Hesíodo e a religião de mistérios: os Deuses e os homens odeiam os
inativos
• Capitalismo: mudança mais visível na reflexão sobre o trabalho
Dois fatos principais demarcaram o surgimento da produção
capitalista:
• Ocupação de um grande número de operários pelo mesmo capital
individual
• A eliminação das diferenças individuais
• A manufatura
• A condição livre e desprovida dos meios de produção do trabalhador
proporciona a venda da força de trabalho – contrato de trabalho
• Marx: Mais-valia
• Exploração extensiva – limitada por tempo que o indivíduo pode
trabalhar e as reações sociais: mais-valia relativa;
• Adam Smith: Especialização do trabalhador: ordem naturalizante;
• Ricos e pobres: bem-sucedidos e mal-sucedidos – cria docilidade e
disciplina;
• Homus economicus
• Weber : protestantismo
• Regime de trabalho paternalista: “natural”
• Luteranismo: “vocação” – profissão como dom divino
• Protestantismo ascético: trabalho para glorificação de Deus – prova
(sucesso como resultado)
• Responsabilidade individual
• Ideologia: concepção segundo o qual o trabalho é uma categoria
central que os indivíduos devem tomar como prioridade em suas
vidas, porque deverá prover abundância geral e o sucesso individual.
• As bases de poder sustentam-se na propriedade, na concentração do
saber fazer e das possibilidades de conceder recompensas e punições
nas mãos de uma minoria.
• Produz a condição de ser humano e que a história é construída pelas
relações de produção;
• Resistência dos trabalhadores
• Para Marx:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
Alienante;
Explorador;
Humilhante;
Monótono;
Discriminante;
Embrutecedor;
Submisso.
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