A mente, conjunto integrado de processos cognitivos, emocionais e conativos “Posso fechar os meus olhos e, numa fracção de segundos, pensar em estrelas coloridas a cintilar no fundo de um céu azul-escuro. Estrelas que nem sequer sei se existem, ou que talvez estejam a muitos anos-luz de distância. Posso imaginar uma vaca amarela ou, então, dizer que estou a sentir muito calor. Entretanto, se alguém pudesse abrir o meu cérebro e examiná-lo com o mais aperfeiçoado instrumento de observação de que a ciência dispõe, não veria estrelas coloridas, nem uma vaca amarela, veria apenas uma massa cinzenta, repleta de células ligadas entre si.” João de F. Teixeira, Mente, cérebro e cognição A mente, conjunto integrado de processos cognitivos, emocionais e conativos. Que relação entre cérebro e mente? Como relacionar os processos eléctricos que ocorrem nos neurónios cerebrais e aquilo que ocorre na mente ( o que sentimos como sendo os nossos pensamentos )? O que é a mente? Da concepção linear integradora de mente à concepção Tradicionalmente tinha-se uma concepção restrita de mente com funções meramente cognitivas (tarefa básica pensar, isto é, conceber, julgar, raciocinar, ordenar ) Esta concepção da mente impôs-se como modelo de racionalidade, desqualificando a emoção e o desejo, a imaginação, a subjectividade A mente opunha-se ao corpo, à sensibilidade, à emoção e aos afectos tradicionalmente como obstáculos perturbadores das actividades pensantes Da concepção linear integradora de mente à concepção Sob a acção dos neurocientistas actuais - finais século XX - ( exp. António Damásio), começa a emergir um novo e mais abrangente conceito de mente que integra não só os processos cognitivos mas também emocionais e conativos. A mente passa a ser entendida como um sistema de interacções organizadas de modo complexo. Cognição, emoção e conação são domínios da mente estreitamente relacionados. Processos cognitivos Cognição é o termo com que os psicólogos designam o pensamento, a formação dos conhecimentos e a relacionação de uns com os outros. A psicologia cognitiva procura saber aquilo que as pessoas sabem, como sabem, como planificam e organizam o saber de forma a resolver problemas. Também se interessam pela expressão verbal do pensamento e sua comunicação entre pessoas. Processos cognitivos ( o saber) actividades mentais implicadas na compreensão, processamento e comunicação do saber Em termos fisiológicos são possíveis através dos órgãos receptores e sistema nervoso central Em termos psicológicos o conhecimento implica processos de percepção, aprendizagem e memória Processos emocionais Emoção é o termo utilizado para nos referirmos ao prazer ou desprazer advindos das nossas experiências no mundo. O que seria viver se nos limitássemos a reagir fria e mecanicamente ao que se passa à nossa volta? Como seria a nossa existência, se carecêssemos de sentimentos, se nunca ríssemos nem chorássemos, se não amássemos, se nunca experimentássemos a felicidade de viver ou a angústia de certos momentos? Processos emocionais (o sentir) Aspectos afectivos agradáveis ou desagradáveis que acompanham a vivência de diversas situações Em termos fisiológicos são comandados pelo hipotálamo Em termos psicológicos existem algumas diferenças entre emoções, afectos e sentimentos Processos conativos ( o Fazer) Conação é o termo usado para designar as tendências do ser humano para agir deliberadamente no meio físico e social. Os indivíduos não se limitam a conhecer e a sentir, sendo capazes de produzir coisas que consideram imprescindíveis para o seu equilíbrio (quer empiricamente quer com recursos a novas tecnologias). O que caracteriza a actividade humana é essencialmente o seu carácter consciente ,voluntário e intencional, correspondendo a propósitos individualmente assumidos. Processos conativos – o fazer Factores da personalidade associados às motivações que determinam o sujeito para a acção Em termos fisiológicos a acção humana é condicionada pelos lobos frontais (área motora) e área pré-frontal (reflexão, vontade) Em termos psicológicos, destacaremos actos voluntários, intencionais orientados para a realização de projectos