Embriologia Fígado e vias biliares: Intestino anterior, divertículo hepático: invaginação no septo transverso 18o. dia embrionário, inicio do broto 4a. semana de gestação, dois brotos: anterior: ductos hepáticos e hepatócitos posterior: cístico, vesícula e colédoco Anatomia 1. Fundo 2. Corpo 3. Infundíbulo: bolsa de Hartmann 4. Colo Cístico: Válvulas de Heister Irrigação Tronco celíaco, A. Hepática comum A. Hepática própria A. Gastroduodenal A. Hepática D e E A. Hepática D A. Cística Triângulo de Calot Veia porta Anatomia Fibromuscular Mucosa Mucosa ( muco), muscular e Fibras diagonais e longitudinais Tecido conjuntivo serosa Seios de Rokitansky-Aschoff Colédoco e papila Colédoco: supra, retroduodenal e intrapancreático Esfíncter do colédoco 10 - 30 cm Esfíncter da ampola Papila de Vater H2O Fisiologia Produz: muco e H+ e absorve: água e íons Ações motoras: CCK (75%) e secretina e nervo vago (25%) Nos períodos interdigestivos e digestivos Bile - Composição e Fisiologia Hepatócitos, Canalículos e Ductos Biliares Água, Eletrólitos e Solutos Solutos: Sais biliares: colato e quenodesoxicolato desoxicolato e litocolato(secundários) Colesterol: não esterificado Pigmentos: bilirrubinas, urobilinogênio Fosfolipídeos : lecitina e lisolecitina Sais biliares Função: absorção de gorduras (com colesterol e lecitina) Produção diária: 600mg – Colato, Quenodesoxi Pool: 3 a 5 g: circulação até 15x dia Sais biliares conjugados (colato e quenodesoxicolato): Produzidos a partir do colesterol: principal via eliminação Circulação entero-hepática: 95%, absorvidos no íleo Cólon: Colato desoxicolato e Queno litocolato Pigmentos – Colesterol - Fosfolipídeos Bilirrubinas: Indireta: degradação do heme da hemoglobina, insolúvel em água (bile) Direta: eliminada pelas fezes: estercobilinogênio Colesterol: excretado em forma de colesterol livre e sais biliares Fosfolipideos: sintetizados no fígado , 90% são lecitina Formação de Cálculos Hipomotilidade e Alterações da Solubilidade Alteração primária: aumento do colesterol ou bilirrubinato de cálcio acima da solubilidade normal Insolúveis em água: colesterol, lecitina e bilirrubinas não conjugada Solúveis em água: sais biliares (e solubiliza outros) Micela: agregados moleculares solúveis Formação de Cálculos Micela: Colesterol, Lecitina, 100 0 Ácidos biliares % colesterol % lecitina solúvel 100 0 100 0 % ácidos biliares Adaptado de Admirand e Small Formação de Cálculos – Vesícula Estase + bile supersaturada + muco, bactérias, restos celulares, sais de cálcio, proteínas Nucleação Aumento da produção de mucina: condições favoráveis para os cristais se aglutinarem Lama biliar: geléia de mucina contendo partículas da bile (cristais de colesterol e bilirrubinato de cálcio) Formação de Cálculos – Vesícula Lama biliar: Precursora dos cálculos Não implica obrigatoriedade na formação de cálculos Pode ser reversível NPT e jejum prolongado Associado com colecistite alitiásica (50% complicam) Formação e composição dos cálculos 80 – 90% cálculos: colesterol 10% cálculos de bilirrubinato cálcio ( pigmentados): bilirrubina conjugada em não-conjugada Vesícula (betaglicuronidase da mucosa): hemólise, cálculos pretos e múltiplos Colédoco (betaglicuronidase das bactérias): cálculos marrons Formação e composição dos cálculos Incidência Desde infância até idade avançada Aumento com a idade: 70% acima de 40 anos 10% da população americana e inglesa Brasil: indivíduos com mais de 20 anos: 19,4% Lesta da África, tribo Masai: próximo a zero Colecistite aguda: acomete 20 a 25% dos sintomáticos Epidemiologia e fatores de risco Fatores genéticos, ambiental ou dietéticos? Pimas e Chippewa e Navaros 70% mulheres Masai na África, próxima a zero Relação colesterol / ácidos biliares, diferentes Países ocidentais: colesterol Países orientais: bilirrubinato de cálcio Epidemiologia e fatores de risco Idade: Eleva com a idade: intra-utero, recém nascido e idosos Fatores: estase, viscosidade de bile, hormônios, 7 alfahidroxilase Sexo: Feminino 2 a 6:1 masculino, idades diferentes Na 7a. década ao masculino = feminino Epidemiologia e fatores de risco Hormônio e paridade: Progesterona: redução da motilidade vesícula e produção de bile litogênica( redução de sais biliares e normal de colesterol) Obesidade: Aumenta 2 a 3 vezes , bile supersaturada em colesterol Epidemiologia e fatores de risco Doença, ressecção ou derivação ileal: redução da reabsorção de sais biliares Vagotomia troncular: controverso, reduziria a motilidade Alimentação parenteral total: 90% cálculos de bilirrubinato, redução da motilidade e esvaziamento da vesícula Epidemiologia e fatores de risco Cirrose hepática: aumento de 2 – 3 vezes, cálculos pigmentares destruição das hemáceas: hiperesplenismo Diabetes melito: provável causa: aumento da obesidade e triglicerídeos e neuropatia autonômica Epidemiologia e fatores de risco Medicamentos: Aumentam o colesterol na bile:clofibrato, gemfibrosil, ácido nicotínico, colestiramina, Álcool: moderadamente, reduz secreção do colesterol Dieta: colesterol e açúcar: aumentam; fibras: reduzem Hiperlipemia: controverso, o colesterol secretado na bile é produzido de novo no fígado, não é o mesmo do plasma Epidemiologia e fatores de risco Hemólise: Aumenta a bilirrubina indireta e direta: aumento de cálculos de bilirrubinato de cálcio esferocitose, 43 a 66% anemia falciforme, 10 a 37% talassemia, 10% Outras condições: lesão medular, doença celíaca, Síndrome de Gilbert (glicuronil T), válvula cardíaca Evolução da litíase Assintomáticos: 10 a 30 % sintomáticos em 2 anos Risco / benefício: não justifica a cirurgia profilática Câncer de vesícula: 70 a 80% dos casos têm cálculos incidência de tumor é baixa em pacientes com colelitíase: não há indicação de colecistectomia Definição Dor que não cede após 8 horas com medicação Dor contínua se irradia para as costas,obstrução cístico Cálculo impactado no cístico ou infundíbulo, em 95% Infecção é secundária ao processo inflamatório Cadeia inflamatória: fosfolipase lecitina lisolecitina Complicações : 15 a 20% ausência de melhora em 4 dias Fisiopatologia Quadro clínico 85% assintomáticos Cólica (dor) biliar: sintoma mais freqüente Duração menor que 6 horas, mais tempo: complicações Localização: hipocôndrio direito, epigástrio e dorso Náuseas e vômitos Causa: obstrução do ducto cístico Exame físico Variável: abdome inocente até abdome agudo Febre: pode chegar a 38,5o. Icterícia: 20%, inflamação do pedículo, litíase colédoco, inflamação hepatocelular, espasmo esfíncter de Oddi, colangite Sinal de Murphy: suspensão da inspiração com palpação no HCD Exame físico Vesícula palpável: 30 a 50% dos casos Outros: taquicardia, abdome rígido, hipotensão, hepatomegalia, plastrão Síndrome de Mirizzi: coleciste e icterícia por cálculo impactado no cístico ou infundíbulo Laboratório leucocitose, 9 a 13mil, normal 15.000/mm3 ou mais, complicações fosfatase alcalina e transaminases, aumentos leves amilase, mais de 3 vezes, pancreatite bilirrubinas,mais de 4 mg/dl, coledocolitíase Diagnóstico diferencial Úlcera perfurada, pancreatite, apendicite aguda Hepatite aguda, cálculo renal/ureteral Pneumonia LID, infarto pulmonar, pleurite basal Pielonefrite à D Abcesso hepático, diverticulite Perihepatite gonocócica (Fitz-Hugh e Curtis) Exames radiológicos Raio X tórax e simples abdome: cálculos em até 15% Colangiografia oral e venosa Cintilografia: não identifica cálculos, mas colecistite Tomografia: sem necessidade Ultra-sonografia: padrão ouro Ultra-som Primeiro a ser solicitado Rápido, não invasivo, disponível, sem radiação ionizante, menor custo Avalia:vesícula, ductos biliares e demais órgãos abdominais Ultra-som Sensibilidade, especificidade e precisão: 95% cálculos maior de 3 mm Cálculo + parede > 4mm + Murphy US = CA em 95%: Orienta a escolha da técnica: parede espessada e líquido Operador dependente Tratamento clínico preparo para a cirurgia Hidratação venosa, sonda nasogástrica Jejum e analgésicos, antieméticos-bromoprida Antibióticos – controverso, complicações infecção e idosos, diabéticos, imunossuprimidos Clindamicina + Gentamicina Cefalotina , Cefoxitina, cefalosporina 3a. Geração, Aminoglicosideo + metronidazol Quinolona + metronidazol Complicações Colecistite aguda: empiema, gangrena e perfuração Vesícula hidrópica: obstrução, reabsorção da bile e secreção muco Fístula biliar:cólon, duodeno Ílio biliar: cálculo na válvula íleo cecal Coledocolitíase: colangite, pancreatite Evolução 85% - favoravelmente 15%- complicações Empiema, Gangrena e Perfuração Pancreatite(< 3mm), Colangite (cálculo prévio), Abcesso hepático, Mirizzi (c grande), hidropsia Coledocolitíase (+ freqüente) Evolução Perfuração: 3 a 10% Complicação mais freqüente Idosos, diabéticos, empiema e colecistite enfisematosa Fundo vesícula, menor vascularização Perfuração com bloqueio, peritôneo livre ou para vísceras vizinhas formando fístula Evolução Empiema: 2 a 5% Pus no lúmen Principalmente em idosos Dor, massa dolorosa e leucocitose Escherichia coli Evolução Coledocolitíase 10 a 15% dos casos de litíase 95% dos casos cálculo migrou pelo ducto cístico Outras: estenose da papila, Caroli, corpo estranho nos ductos, áscaris e clonorchis sinensis Cálculos primários: bilirrubina e cor escura Evolução Coledocolitíase Clínica: Cólica biliar, icterícia obstrutiva, colangite aguda, pancreatite Bilirrubinas: acima 3 - 4 mg/dl Ultra-som: precisão de 25 a 30% Colecistite aguda alitiásica Etiologia: estase de bile concentrada, jejum prolongado, anestesia, opiáceos, desidratação, imobilização, infecção Causas: neoplasias, estenose fibrosa, áscaris, compressão por linfonodo aumentado, artéria cística ou hepática anômala, aderências, vólvulo da vesícula trauma, queimaduras graves, cirurgias Colecistite aguda alitiásica Diagnóstico: Parede > 4mm, edema subseroso, gás luz, mucosa destacada em ausência de ascite Gangrena em 50% dos casos Situações clínicas predisponentes: UTI, pós – op, inconscientes, alimentação parenteral, Colecistite enfisematosa Gás na parede, luz, ductos biliares e tecidos vizinhos Ocorre tanto com na litíase, como sem litíase Bactéria: Clostridium welchii Quadro clínico: 20% são diabéticos, mais grave, toxemia Diagnóstico: ultra-som e raio x simples Tratamento: antibióticos e cirurgia precoce Evolução empiema gangrena perfuração Tratamento Cirúrgico Colecistectomia 600.000 ao ano EUA Mortalidade: 0,2% Tradicional, mini-incisão e laparoscópica Tratamento Cirúrgico Sintomáticos: um ou mais episódio de dor biliar Exceção: risco cirúrgico: doença cardiovascular grave e cirrose Assintomáticos: Vesícula biliar calcificada: risco de câncer Diabete melito: colecistite aguda: mortalidade de 10 a 15% Tratamento Cirúrgico Assintomáticos: Nutrição parenteral total:morbidade de 54% e mortalidade de 11% Idade: menor que 50 – 60 anos, mortalidade da colecistectomia é mínima ou ausente Laparotomia por outra indicação: depende das condições do paciente Tratamento Cirúrgico Assintomáticos: Cirrose hepática: somente nos casos de colecistite Doenças graves: contra-indica:cardíacas, renais, pul- monares Outros fatores: viagem para locais distantes de cuidados médicos adequados Tratamento Cirúrgico cirurgia precoce: 24 a 48 horas vantagens: só uma internação, menor tempo de hospita- lização, evita-se risco de reagudização ou complicações Se a crise melhora: cirurgia na mesma internação: até 7 dias Cirurgia tardia: 2 a 3 meses Tratamento Cirúrgico Cirurgia tardia: 2 a 3 meses Defesa: melhor preparo e estudo do caso, maioria das crises regridem com baixa complicação Pacientes muito idosos: podem ser acompanhados, caso haja reagudização, considerar cirurgia. Mortalidade maior no grupo acima de 60 anos Tratamento Cirúrgico Convencional (percutânea): De escolha em doentes de mal prognóstico: Idade avançada, doenças graves associadas, toxemia intensa Nos pacientes com dificuldades técnicas previsíveis Falta de domínio da técnica laparoscópica Tratamento Cirúrgico Laparoscópica: Escolha Tempo internação Cicatriz Retorno trabalho, recuparação, desconforto Complicações Mortalidade: 0,2% ou menos Tratamento Cirúrgico Laparoscópica aberta colecistectomia laparoscópica Prognóstico Varável: Depende: Idade Intensidade das lesões Presença de complicações Afecções associadas “ Ciência e arte jorram da mesma fonte ” Christian Albert Theodor Billroth