Eduardo Furtado Flores Departamento de Medicina Veterinária Preventiva UFSM ARBOVIROSES - Viroses transmitidas por insetos (mosquitos, carrapatos, etc) - Grande problema de SP em áreas tropicais/temperadas - A maioria possui caráter ZOONÓTICO - Duas famílias principais: TOGA e FLAVIVIRIDAE -Hospedeiros naturais (aves, pequenos mamíferos) - Hospedeiros acidentais (homem, animais domésticos) - Infecções humanas: desde subclínicas até fatais - A mais importante é a DENGUE! PRINCIPAIS ARBOVIROSES DAS AMÉRICAS Flavivírus - Dengue – ciclo essencialmente urbano (homem-homem) - Vírus do Nilo Ocidental – aves silvestres-homem/eqüinos - Febre Amarela – ciclo essencialmente silvestre (primatas) - Febre Amarela Urbana (sob controle/erradicada) - Encefalite Saint Louis – esporádica (USA) - Encefalite Japonesa – esporádica (USA) PRINCIPAIS ARBOVIROSES DAS AMÉRICAS Alfavírus (TOGAVIRIDAE) - Encefalite eqüina do Leste (EEE) – USA, Américas C e Sul - Encefalite eqüina do Oeste (WEE) – centro dos USA - Encefalite venezuelana (VEE) – norte da A. do Sul, Caribe América Central - A ENCEFALITE VENEZUELANA é a mais importante: Surtos com mais de 100.000 afetadas (+ de 1.000 mortes) e Mais de 10.000 eqüideos mortos/sacrificados ENCEFALITE EQÜINA DO LESTE (EEE) - Alfavírus (EEEV) - Áreas pantanosas (sudeste dos EUA), A. Central e Sul - Reservatórios: pássaros (ciclo enzoótico) - Vetor principal: Culiseta melanura (aves), O.sollicitanns (aves-Mamíferos) -Eqüinos (+, dezenas de casos anuais), faisões, emas, cães (–) - Humanos – aprox. 200 casos até hoje – encefalite - Prevenção: vacinas (eqüinos) - Humanos: evitar a exposição, combate a mosquitos. ENCEFALITE EQÜINA DO OESTE (WEE) - Alfavírus (WEEV) - Planícies irrigadas (central dos EUA), Canadá (sul) - Reservatórios: pássaros, pequenos mamíferos (coelhos, etc). - Vetor principal: Culex tarsalis - Surto de 1941 – 300.000 eqüinos, 3.000 pessoas - Humanos – 700 casos (1964 – 2006) – subclínica > encefalite - Infecção humana ligada à vida rural, camping, etc. - Controle : vacina (eqüinos), combate a aves peridomésticas - Humanos: evitar a exposição, combate a mosquitos, drenagem ENCEFALITE EQÜINA VENEZUELANA (VEE) - Alfavírus (VEEV) – relacionado aos VEEV e WEEV - Noroeste da A. do Sul, A. Central, Caribe, Brasil - Áreas pantanosas, florestas - Vetor principal: Culex sp (mais de 10 espécies) - Reservatórios: pequenos mamíferos - Humanos e eqüinos – hospedeiros acidentais - Ciclo enzoótico – mamíferos silvestres-mosquitos - Ciclo epizoótico – eqüideos-eqüideos-humanos - Surtos a cada ~ 10 anos - bate a mosquitos, drenagem - Surto de 1995-1997 – 13.000 pessoas doentes/ 300 mortos - Aprox. 70.000 cavalos doentes/ > 1.500 mortos VÍRUS DO NILO OCIDENTAL (WNV) - Vírus RNA, envelopado - Família FLAVIVIRIDAE -Transmitido por insetos (ARBOVÍRUS) - Importância em humanos e animais – ZOONÓTICO - Um dos principais VÍRUS EMERGENTES Ciclo Natural do WNV 1937 New York - 1999 1999 61 casos 7 mortes 2000 21 casos 2 mortes 2001 66 casos 9 mortes 2002 4.156 casos 284 mortes 2003 9.862 casos 64 mortes 2004 2.539 casos 100 mortes 2005 3000 casos 119 mortes 2006 4.268 casos 177 mortes WNV em EQÜINOS - 2002 15.257 casos Fonte: United States Department of Agriculture Site do CDC Estados Unidos (até 2006) Humanos – 23.976 casos 762 mortes Eqüinos 24.872 casos relatados Aprox. 8.000 mortes Fonte: United States Department of Agriculture Site do CDC A INFECÇÃO EM EQÜINOS - A maioria das infecções é subclínica (>80%) - A doença ocorre em 10 – 20% dos infectados - Período de incubação – 3 a 14 dias - Viremia curta/níveis baixos – NÃO TRANSMITE! Algumas vezes (20-30% dos casos) - Sinais gerais de infecção (depressão, anorexia, sonolência) - Depressão profunda – decúbito – morte (eutanásia) - Curso: 24 – 72h Hipertermia nem sempre presente !! Sinais mais freqüentes - Ataxia (70-80% dos casos) dificuldade de locomoção, incoordenação paralisia do posterior, dificuldade de erguer-se fraqueza muscular. - Tremores musculares, dificuldade de deglutir - Sinais neurológicos (andar em círculos, cegueira, Pressionamento da cabeça, convulsões) CURSO CLÍNICO: 24 h a 10-12 dias PROGNÓSTICO: reservado a desfavorável SURTO NOS EUA: 35 – 45% letalidade DIAGNÓSTICO: útil apenas em nível populacional TRATAMENTO: não há tratamento específico A INFECÇÃO EM HUMANOS - 80% das infecções são subclínicas - Formas raras de transmissão detectadas - Cefaléia, febre, fadiga, dores musculares, fadiga/fraqueza - Sinais gastrintestinais, eritemas, prurido (algumas) - Rigidez e dor no pescoço, dificuldade de concentração - Encefalite: 1% dos infectados (velhos, imunodeprimidos) - A encefalite é quase sempre fatal. - Até agosto de 2007: 25.000 casos/800 mortes DIAGNÓSTICO Casos clínicos Clínico/epidemiológico - suspeito No animal ou pessoa viva - Soro pareado – ELISA - ELISA anti-IgM Post-mortem - Isolamento/PCR do cérebro - IHC/PCR do cérebro CONTROLE Em regiões Endêmicas 1. Combate a insetos - repelentes, inseticidas - telas protetoras - combate a criatórios - proteção individual 2. Evitar contato aves-pessoas/eqüinos - combate a pássaros peridomésticos - telas de proteção 3. Vacinação - Vacinas para equinos disponíveis nos EUA - Vacina para uso humano em testes WNV - PERSPECTIVAS