Haletos de Alquila: Reações de Substituição Nucleofílica e Eliminação Haletos de Alquila Aplicações: solventes, lubrificantes e isolantes industriais, herbicidas e inseticidas. Cl Cl Cl Cl Cl Cl Cl Cl Cl clordano Cl Cl Cl Cl Biorremediação: utiliza microorganismos Cl que alimentam de compostos lindano orgânicos clorados. CFCs = clorofluorcarbonetos São quimicamente inertes e nãoinflamáveis. Não reagem com o conteúdo da lata, não deixam resíduo, não têm cheiro e não são tóxicos. Mas, destroem a camada de ozônio. se Propriedades Físicas dos Haletos de Alquila comprimento da ligação (Å) energia da ligação (kcal. mol-1) CH3F 1,385 110 CH3Cl 1,784 85 CH3Br 1,929 70 CH3I 2,139 57 Ponto de Ebulição (oC) R X= H F Cl Br I -161,7 -78,4 -24,2 3,6 42,4 CH3CH2- -88,6 -37,7 12,3 38,4 72,3 CH3(CH2)2- -42,1 -2,5 46,6 71,0 102,5 CH3- Reações dos Haletos de Alquila: Substituições Nucleofílicas e Eliminações Os haletos de alquila têm um átomo de C que pode reagir com nucleófilos. Eles podem reagir de duas maneiras: substituição do grupo X pelo nucleófilo ou eliminação de HX para formar um alceno. Substituição - Nu: + .. eletrófilo nucleófilo Eliminação Nu dd+ .. R X .. R .. . . Nu + . X. .. grupo abandonador ou grupo de saída H + + X Nu H + X Reações de Substituição Nucleofílica Alifática diversidade da Substituição Nucleofílica: CH3Cl + CH3CH2I + OH- CH3OH CH3O- CH3CH2OCH3 + I- I- CH3CHCH2CH3 + Br- CH3CHCH2CH3 + Br CH3CHCH2I Cl- I + - C CH3 CH3CH2I + N CH3CHCH2C N + + I- CH3 + NH3 CH3CH2NH3+ I- Bromometano O bromometano, CH3Br, é uma substância de fácil preparação e baixo custo, e é utilizado como inseticida na dedetização de grandes espaços, como armazéns e vagões de via férrea. É também efetivo na erradicação de infestações de insetos no solo e em plantações. Parte de sua ação deve-se à alta toxicidade, que pode ser atribuída a sua reatividade. RSH + CH3Br + RSH + Br CH3 RSCH3 + HBr Bibliografia 1. SOLOMONS, T.W.G.; FRYHLE, C.B. Química Orgânica. Rio de Janeiro: LTC Editora. Vol 1, 7.ed., 2001; Vol 2, 7a ed., 2002. (Capítulo 6). 2. VOLLHARDT, K.P.C.; SCHORE, N.E. Química Orgânica: Estrutura e Função. Porto Alegre: Bookman. 4.ed., 2004. (Capítulos 6 e 7). 3. McMURRY, J. Química Orgânica. São Paulo: Pioneira Thomson Learning. Vol 1, 2005; Vol 2, 2005. (Capítulos 10 e 11). 4. BARBOSA, L.C.A. Introdução à Química Orgânica. São Paulo: Prentice Hall. 2004. (Capítulo 7). Álcoois e Éteres Álcoois são substâncias cujas moléculas têm um grupo hidroxílico (OH) ligado a um átomo de carbono saturado. CH3OH CH3CH2OH CH2=CHCH2OH metanol etanol 2-propenol CH2OH álcool benzílico Éteres são compostos que contêm um átomo de oxigênio ligado a dois átomos de carbono. CH3CH2OCH2CH3 dietil éter OCH3 fenil metil éter Nomenclatura - Álcoois 1.Selecionar a cadeia carbônica mais comprida, à qual a hidroxila é diretamente ligada. Mudar o nome do alcano correspondente a esta cadeia, trocando o sufixo –o por –ol. 2.Numerar a cadeia mais comprida com o número menor para o átomo de carbono ligado ao grupo hidroxílico. Indicar a posição do grupo hidroxílico e dos outros substituintes como prefixos. CH3CHCH2CH3 CH3CH2CH2OH 1-propanol CH3CHCH2CH =CH2 OH 4-penten-2-ol OH 2-butanol CH3CHCH2CH2CH2OH CH3 4-metil-1-pentanol CH3CHCH2 HO OH 1,2-propanodiol Nomenclatura - Éteres Radical funcional: os nomes dos dois grupos ligados ao átomo de oxigênio são listados em ordem alfabética, seguidos da palavra éter. Substitutiva: os éteres de fórmula R1-O-R2 são nomeados citando-se o grupo R1-O (R1-oxi), seguido do nome do hidrocarboneto correspondente ao grupamento R2 (componente principal), sem a utilização do hífen. CH3 CH3OCH2CH3 etil metil éter ou metoxietano C6H5OCCH3 CH3 terc-butil fenil éter ou terc-butoxibenzeno CH3CH2OCH2CH3 dietil éter ou etoxietano Nomenclatura – Éteres Cíclicos O O 1,4-dioxano Furano O O O Tetraidrofurano Tetraidropirano O O 4H-pirano O Oxetano Oxirano Propriedades Físicas Os éteres possuem p.e. que são, de alguma maneira, comparáveis aos dos hidrocarbonetos de mesma massa molecular. Os álcoois, por outro lado, possuem p.e. muito mais altos que éteres ou hidrocarbonetos comparáveis. Substância M.M. (g) p.e. (ºC) p.f.(ºC) CH3CH2CH2CH2CH3 72 36 -129 CH3CH2OCH2CH3 74 34,6 -116 CH3CH2CH2CH2OH 74 117,7 -90 Por quê? Ligações de hidrogênio H3C O H O H3C H O H CH3 H O H3C ligações de hidrogênio entre moléculas de metanol Os éteres contudo, podem formar ligações de hidrogênio com compostos como a água. Portanto, os éteres possuem solubilidades na água que são similares às dos álcoois de mesma massa molecular. Os éteres se tornam cada vez menos solúveis quando o número de carbonos aumenta. Síntese de Álcoois a partir de Alcenos 1. Hidratação dos alcenos catalisada por ácidos + H 2O C C + HA C H C + A+ - H2O + A- C C H O + H C C H O H Segue a regra de Markovnikov; Reação reversível e o mecanismo para a hidratação é simplesmente o inverso da desidratação de um álcool; Devido a ocorrência de rearranjos, esta reação possui limitações como método de laboratório. + HA H O par de elétrons sobre o átomo de oxigênio o torna básico, assim como nucleofílico. Na presença de ácidos fortes, os álcoois agem como bases e aceitam prótons: H Reações de Álcoois d O C d C H d O H álcool + HA O+ H C ácido forte + A- álcool protonado A protonação converte o grupo –OH em –+OH2, tornando o átomo de carbono mais positivo (pois o –+OH2 é mais eletrofílico que o –OH) e, portanto mais suscetível ao ataque nucleofílico. H Nu - + C O+ H H Nu C + O Exemplo: conversão de álcool em haletos de alquila (R-OH + HX). H Desidratação de Álcoois É normalmente catalisada por ácidos e em temperaturas mais altas. O alceno mais substituído é formado preferencialmente, devido a ordem de estabilidade dos carbocátions. O carbocátion formado pode sofrer rearranjos em sua estrutura e formar um intermediário mais estável. CH3 CH 3CH 2 + C OH + H H3C CH3 H3CCH C CH3 + H3O+ Síntese de Éteres Álcoois podem desidratar-se para formar alcenos, porém álcoois primários podem também desidratar-se para formar éteres. + ROH + HOR H ROR - H2O H2SO4 o 180 C CH2=CH2 CH3CH2OH H2SO4 o 140 C CH3CH2OCH2CH3 Mecanismo: molécula de álcool agindo como o nucleófilo e outra molécula protonada do álcool agindo como substrato. Bibliografia 1. SOLOMONS, T.W.G.; FRYHLE, C.B. Química Orgânica. Rio de Janeiro: LTC Editora. Vol 1, 7.ed., 2001; Vol 2, 7a ed., 2002. (Capítulo 11). 2. VOLLHARDT, K.P.C.; SCHORE, N.E. Química Orgânica: Estrutura e Função. Porto Alegre: Bookman. 4.ed., 2004. (Capítulos 8 e 9). 3. McMURRY, J. Química Orgânica. São Paulo: Pioneira Thomson Learning. Vol 1, 2005; Vol 2, 2005. (Capítulos 17 e 18). 4. BARBOSA, L.C.A. Introdução à Química Orgânica. São Paulo: Prentice Hall. 2004. (Capítulos 8 e 10). Compostos Aromáticos e Derivados Nomenclatura dos Derivados do Benzeno Cl clorobenzeno nitrobenzeno Br OH CH3 NO2 tolueno NH2 fenol anilina Br Br Br Br 1,2-dibromobenzeno ou o-dibromobenzeno COOH 1,3-dibromobenzeno ou m-dibromobenzeno CH3 Br 1,4-dibromobenzeno ou p-dibromobenzeno CH3 CH3 CH3 NO2 ácido 3-nitrobenzóico ou ácido m-nitrobenzóico CH3 o-xileno m-xileno CH3 p-xileno PAHs (Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos) naftaleno pireno antraceno fenantreno benzo[a]pireno Compostos Aromáticos O termo “aromático” é utilizado para descrever vários compostos e íons que não possuem o núcleo benzênico, mas que se comportam quimicamente de forma semelhante ao benzeno. A molécula aromática, ou parte dela, deve ser cíclica e plana; Cada átomo do sistema aromático deve possuir um orbital p. Todos os orbitais p devem ser paralelos, de modo que possa ocorrer uma superposição contínua entre eles; Caso átomos de N, O e S estejam presentes, eles podem contribuir com no máximo dois elétrons para o sistema aromático. Substituição Aromática Eletrofílica Substituição Aromática Eletrofílica: Mecanismo Geral + EA d+ d- E E E H H H + + Etapa 1 (lenta) Íon Arênio (complexo s) + E E H A Etapa 2 (rápida) + HA Halogenação Exemplo: Bromação Aromática Nitração O benzeno reage lentamente com HNO3 concentrado a quente. A reação é mais rápida se realizada pelo aquecimento do benzeno com uma mistura de HNO3 concentrado e H2SO4 concentrado. Sulfonação Alquilação de FriedelCrafts Acilação de FriedelCrafts Teoria dos Efeitos dos Substituintes sobre a Substituição Aromática Eletrofílica Quando benzenos substituídos sofrem ataque eletrofílico, os grupos já presentes no anel afetam tanto a velocidade da reação, quanto o sítio de ataque. Dizemos, portanto, que grupos substituídos afetam tanto a reatividade como a orientação nas SAE. Grupos Ativadores Orientadores orto-para Grupos Desativadores Orientadores meta Teoria dos Efeitos dos Substituintes sobre a Substituição Aromática Eletrofílica Exemplos: CH3 CH3 CH3 CH3 NO2 HNO3 + H2SO4 + NO2 Ativador orto-para NO2 o-nitrotolueno 59% NO2 m-nitrotolueno 4% NO2 HNO3 p-nitrotolueno 37% NO2 NO2 NO2 + H2SO4 + NO2 Desativador meta NO2 o-dinitrobenzeno 6% m-dinitrobenzeno 93% p-dinitrobenzeno 1% Teoria dos Efeitos dos Substituintes sobre a Substituição Aromática Eletrofílica Orientadores orto-para Orientadores meta Ativadores Fortes Desativadores Moderados -NH2, -NHR, -NR2, -OH, -O - -CN, -SO3H, -CO2H, -CO2R, -CHO, -COR Ativadores Moderados Desativadores Fortes -NHCOCH3, -NHCOR, -OCH3, -OR -NO2, -NR3+, -CF3, -CCl3 Ativadores Fracos -CH3, -C2H5, -R, -C6H5 Desativadores Fracos -F, -Cl, -Br, -I Bibliografia 1. SOLOMONS, T.W.G.; FRYHLE, C.B. Química Orgânica. Rio de Janeiro: LTC Editora. Vol 1, 7.ed., 2001; Vol 2, 7a ed., 2002. (Capítulos 14 e 15). 2. VOLLHARDT, K.P.C.; SCHORE, N.E. Química Orgânica: Estrutura e Função. Porto Alegre: Bookman. 4.ed., 2004. (Capítulos 15 e 16). 3. BARBOSA, L.C.A. Introdução à Química Orgânica. São Paulo: Prentice Hall. 2004. (Capítulo 5). 4. McMURRY, J. Química Orgânica. São Paulo: Pioneira Thomson Learning. Vol 1, 2005; Vol 2, 2005. (Capítulos 15 e 16). Teoria dos Efeitos dos Substituintes sobre a Substituição Aromática Eletrofílica Reatividade Teoria dos Efeitos dos Substituintes sobre a Substituição Aromática Eletrofílica Efeito Indutivo d R d+ R = F, Cl ou Br O NR3+ CX3 Ressonância NO2 CG G = H, R, OH ou OR R+ R + E E H H NH2 NH2 OH OR X Estabilidade do Benzeno: Teoria de Ressonância e Teoria do Orbital Molecular H 1,39 Å H H H 1,09 Å H 120o H Estabilidade do Benzeno Teoria dos Efeitos dos Substituintes sobre a Substituição Aromática Eletrofílica Orientação Orientadores meta Exemplo: CF3 Orientadores orto-para Exemplo: NH2 Compostos Carbonílicos Compostos Carbonílicos O R R Aldeído R O O H Grupo carbonílico R' Cetona R O HO Ácido Carboxílico O R'O Éster Carboxilato ROSA, A.H. Nomenclatura – Aldeídos No sistema IUPAC, os aldeídos são nomeados substitutivamente, trocandose o final -o do nome do alcano correspondente por -al. Uma vez que o grupo aldeído está no final da cadeia carbônica, não há necessidade de indicar sua posição. Quando outros substituintes estão presentes, entretanto, dá-se ao C do grupo carbonílico a posição 1. Os aldeídos, cujo grupo –CHO é ligado a um sistema cíclico, são nomeados substitutivamente adicionando-se o sufixo carbaldeído. O H O C H3C H C CH3CH2 C H formaldeído CH3 O etanal (acetaldeído) CH3CHCH2 C H H propanal 3-metilbutanal O O C H O benzenocarbaldeído (benzaldeído) C cicloexanocarbaldeído H ROSA, A.H. Nomenclatura – Cetonas As cetonas são denominadas substitutivamente trocando-se o final -o do nome do alcano correspondente por –ona. A cadeia carbônica é numerada de modo que o átomo de C da carbonila tenha o menor número possível, este numero é utilizado para designar sua posição. Nomes comuns para cetonas são obtidos nomeando-se separadamente os dois grupos ligados ao grupo carbonílico, adicionando-se a palavra cetona como uma palavra separada. O O CH3CCH3 CH3CCH2CH2CH3 propanona ou acetona (dimetil cetona) 2-pentanona (metil propil cetona) ROSA, A.H. O O CH3CH2CCH3 CH3CCH2CH=CH2 butanona (etil metil cetona) 4-penten-2-ona (alil metil cetona) Propriedades Físicas de Aldeídos e Cetonas O O CH3CH2CH2CH3 CH3CH2CH CH3CCH3 CH3CH2CH2OH butano p.e. – 0,5 C (MM = 58) propanal p.e. 49 C (MM = 58) acetona p.e. 56,1 C (MM = 58) propanol p.e. 97,2 C (MM = 60) Ligação de hidrogênio (aldeídos e cetonas X álcoois) Solúveis em água: (ligações de hidrogênio entre as moléculas dos aldeídos e/ou cetonas com moléculas de água). ROSA, A.H. Reações de Oxidação-Redução em Química Orgânica A redução de uma molécula orgânica corresponde, normalmente, ao aumento de seu conteúdo de hidrogênio ou à diminuição de seu conteúdo de oxigênio. [H] é o símbolo utilizado para indicar que houve redução sem especificar o agente redutor. A oxidação de uma molécula orgânica corresponde, normalmente, ao aumento de seu conteúdo de oxigênio ou à diminuição de seu conteúdo de hidrogênio. [O] é o símbolo utilizado para indicar que houve oxidação sem especificar o agente oxidante. ROSA, A.H. Síntese de Aldeídos O [O] R-CH2OH [O] RCH RCOH [H] álcool O [H] 1ário aldeído ácido carboxílico Aldeídos por oxidação de álcoois primários O PCC R-CH2OH RCH PCC = clorocromato de piridínio CH2Cl2 Aldeídos por redução de ácidos carboxílicos O RCOH LiAlH4 O RCH LiAlH4 R-CH2OH ROSA, A.H. Síntese de Cetonas Cetonas a partir de alcinos C C + HOH HgSO4 H2SO4 H H C C C C O H OH álcool vinílico (instável) cetona Tautomerização ceto-enólica H + O H H H + O H C C C OH forma enólica H H C + O H H H C H C O + H3O+ forma cetônica ROSA, A.H. Grupo Carbonílico C O + C O estruturas de ressonância ou C d+ O d híbrido O oxigênio (mais eletronegativo) atrai fortemente os elétrons de ambas as ligações s e , fazendo com que o grupo carbonílico seja altamente polarizado. O átomo de carbono carrega uma carga parcial positiva substancial e o átomo de oxigênio carrega uma carga parcial negativa substancial. A polarização da ligação pode ser representada pelas estruturas de ressonância. ROSA, A.H. Adição Nucleofílica à Ligação Dupla Carbono-Oxigênio Nu R + Nu C R' O d+ d C R O HNu Nu C R R' OH + Nu R' nucleófilo forte Os aldeídos são mais reativos em adições nucleofílicas do que as cetonas (fatores estéricos e fatores eletrônicos). ROSA, A.H. Ácidos Carboxílicos e Derivados (Compostos Acílicos) O grupo carboxílico C OH O grupo carboxílico é o grupo gerador de uma família enorme de compostos chamados de compostos acílicos ou derivados de ácido carboxílico. ROSA, A.H. Estrutura Nome do composto acílico O C R cloreto de acila (ou cloreto de ácido) Cl O O C C R anidrido de ácido R' O O C R R OR' R C N éster nitrila O O O C C C NH2 R NHR' R NR'R'' amida ROSA, A.H. Nomenclatura - Ácidos Carboxílicos No sistema IUPAC, substitui o sufixo –ano do nome do alcano equivalente, que corresponde à maior cadeia do ácido, pela adição –óico precedida pela palavra ácido. CH3 O O CH3CH2CHCH2CH2COH CH3CHCHCH2CH2COH ácido 4-metilhexanóico ácido 4-hexenóico Substância Nome sistemático Nome comum p.e. (oC) HCOOH ác. metanóico ác. fórmico 100,5 H3CCOOH ác. etanóico ác. acético 118 H3C(CH2)2COOH ác. butanóico ác. butírico 164 H3C(CH2)3COOH ác. pentanóico ác. valérico 187 H3C(CH2)4COOH ác. hexanóico ác. capróico 205 H3C(CH2)16COOH ác. octadecanóico ác. esterárico 383 Sais de Ácidos Carboxílicos Nomenclatura: São caracterizados pela terminação –ato, tanto na sistemática IUPAC quanto na comum, substituindo-se o –ico do nome e retirando a palavra ácido da frente. CH3COONa: acetato de sódio ou etanoato de sódio Os sais de sódio e de potássio da maioria dos ácidos carboxílicos são facilmente solúveis em água, mesmo os de cadeias longas (principais componentes dos sabões). ROSA, A.H. Acidez dos Ácidos Carboxílicos A maioria dos ácidos carboxílicos não-substituídos possui valores de pKa na faixa de 4-5. O pKa da água é cerca de 16. Esta acidez relativa explica porque os ácidos carboxílicos reagem facilmente com soluções aquosas de NaOH e NaHCO3 para formar sais de sódio solúveis. COOH + NaOH H2O pKa 4,19 COONa+ + H2O pKa 16 COOH + NaHCO3 H2O COONa+ + CO2 + H2O ROSA, A.H. Cl Cl C Cl COOH Cl Cl C H COOH H Cl C H COOH H H C COOH H ác. tricloroacético ác. dicloroacético ác. cloroacético ác. acético pKa 0,70 pKa 1,48 pKa 2,86 pKa 4,76 Os ácidos carboxílicos que possuem grupos retirantes de elétrons são mais fortes que os ácidos não-substituídos, devido ao efeito indutivo. ROSA, A.H. Ésteres O O Ésteres são produtos de uma reação de condensação entre um ácido carboxílico e + HOR' + H RCOR' um álcool. Os ésteres são nomeados como se fossem “sais de alquila” dos ácidos RCOH 2O carboxílicos. O O RCOH + HOR' RCOR' + H2O Os nomes dos ésteres são formados a partir do ácido de onde provêm (com terminação –ato ou –oato) e dos nomes do álcool (com a terminação –ila). A palavra ácido do nome do ácido carboxílico é retirada e a contribuição do nome relacionado ao álcool vem em segundo lugar. O O O C CH3CH2 C H3C O OC(CH3)3 acetato de etila ou etanoato de etila propanoato de terc-butila C OCH2CH3 C H3C OCH2CH3 Cl OCH=CH2 acetato de vinila ou etanoato de vinila p-clorobenzoato de etila ROSA, A.H. Anidridos Carboxílicos Os anidridos são, formalmente, derivados de duas moléculas de ácido carboxílico pela remoção de uma molécula de água. O O RCOH RCOH O O O O O O RCOCR' + H2O + HOCR' RCOCR' + H2O + HOCR' Os nomes da maioria dos anidridos são formados retirando-se a palavra ácido do nome dos ácidos caboxílicos, e depois se adiciona a palavra anidrido. O H3C C O H3C C O H3C C O H3CH 2CH 2C O anidrido acético ou anidrido etanóico O H2C H2C C O anidrido acético-butírico ou anidrido butanóico-etanóico C O C O anidrido succínico Cloretos de Acila ou Cloretos de Ácido Seus nomes são formados pela substituição da palavra ácido pela palavra cloreto, e da terminação –ico pela terminação –ila. O O O C H3C Cl cloreto de etanoila ou cloreto de acetila C H5C6 C H3CH2C Cl Cl cloreto de benzoíla cloreto de propanoila ROSA, A.H. Amidas Os nomes das amidas que não possuem substituintes no átomo de N são formados pela retirada da palavra ácido e terminação –ico do nome comum do ácido (ou –óico do nome substitutivo), e então adiciona-se – amida. Os grupos alquila no átomo de N das amidas são nomeados como substituintes, sendo precedidos por –N ou –N,N. H3C O O C C H 5C 6 NH2 acetamida O C NH2 benzamida O H3C N CH3 CH3 N,N-dimetilacetamida C H3C NHC2H5 N-etilacetamida N-fenil-N-propilacetamida C H3C O N C 6H 5 CH2CH2CH3 ROSA, A.H. Nitrilas Na nomenclatura substitutiva da IUPAC, as nitrilas acíclicas são denominadas pela adição do sufixo –nitrila ao nome do hidrocarboneto correspondente. O átomo de carbono do grupo –C N é assinalado como o número 1. H3C C N etanonitrila (acetonitrila) H3CH2CH2C C N butanonitrila H2C=HC C N Propenonitrila (acrilonitrila) Nitrilas cíclicas são nomeadas adicionando-se o sufixo –carbonitrila ao nome do sistema de anel ao qual o grupo –CN está ligado. CN benzenocarbonitrila (benzonitrila) ROSA, A.H. Preparação de ácidos carboxílicos Por oxidação dos alcenos RCH=CHR’ (1) KMnO4, OHcalor (2) H3O+ RCOOH + R’COOH Por oxidação de aldeídos e álcoois primários R-CHO RCH2OH (1) Ag2O (2) H3O+ RCOOH (1) KMnO4, OHcalor (2) H3O+ RCOOH ROSA, A.H. Preparação de ácidos carboxílicos Por oxidação de alquilbenzenos CH3 (1) KMnO4, OHcalor (2) H3O+ COOH Por oxidação de metil cetonas O C Ar O (1) X2/NaOH CH3 (2) H3O+ + CHX3 C Ar OH Por hidrólise de cianoidrinas e outras nitrilas R O R' OH R + HCN C R' CN HA H2O OH R C R' COOH ROSA, A.H. Adição-Eliminação Nucleofílica no Carbono Acílico Em aldeídos e cetonas, a reação característica é uma adição nucleofílica à ligação dupla carbono-oxigênio. Para ácidos carboxílicos e seus derivados, as reações são caracterizadas pelo mecanismo de Adição-Eliminação Nucleofílica que ocorre em seus átomos de carbono acílico (carbonila). R C L O H + HNu C R L Adição Nucleofílica Nu Nu Nu O R C HL O C O + HL R Eliminação ROSA, A.H. Ésteres Os ácidos carboxílicos reagem com álcoois para formar ésteres através de uma reação de condensação conhecida como esterificação. Estas reações são catalisadas por ácidos. O O HA + R'OH C R C R OH + HOH OR' Mecanismo: esterificação catalisada por ácido H O + H + O H OH H 2 etapas H 5C 6 O H CH3 H C - CH3OH H5C6 OH H + O O H C H5C6 + O + CH3OH H5C6 H O C O H C H5C6 + H OCH3 H O + C O O H O - H3O+ + H3O+ CH3 C H5C6 OCH3 Ésteres Ésteres a partir de cloretos de acila Desde que cloretos de acila são muito mais reativos do que os ácidos carboxílicos na reação adição-eliminação, a reação entre um cloreto de acila e um álcool ocorre rapidamente e não necessita de um catalisador ácido. O O + R'OH C R + HCl C R Cl OR' Ésteres a partir de anidridos de ácidos carboxílicos O R C O O + R'OH R O + C R C O OR' C R OH ROSA, A.H. Ésteres Hidrólise de éster catalisada por ácido O C R O H3O+ + H2O OR' C R + R'OH OH Se necessitamos esterificar um ácido carboxílico, usamos um excesso de álcool e, se possível, removemos a água assim que é formada. Se necessitamos hidrolisar um éster, usamos um grande excesso de água; isto é, refluxamos o éster com HCl aquoso diluído ou H2SO4 aquoso diluído. ROSA, A.H. Ésteres Hidrólise de éster promovida por base: Saponificação Refluxando um éster com NaOH aquoso, produzimos um álcool e o sal de sódio do ácido: O + NaOH C R O H2O C R OR' + R'OH O Na+ Mecanismo: hidrólise de um éster promovida por base O O + C R O R' O H R O O lenta C O O R' H C R + OO H R' C R O + HO R' ROSA, A.H. Bibliografia 1. SOLOMONS, T.W.G.; FRYHLE, C.B. Química Orgânica. Rio de Janeiro: LTC Editora. Vol 1, 7.ed., 2001; Vol 2, 7a ed., 2002. (Capítulos 16, 17 e 18). 2. VOLLHARDT, K.P.C.; SCHORE, N.E. Química Orgânica: Estrutura e Função. Porto Alegre: Bookman. 4.ed., 2004. (Capítulos 17 a 20). 3. BARBOSA, L.C.A. Introdução à Química Orgânica. São Paulo: Prentice Hall. 2004. (Capítulos 12 e 13). 4. McMURRY, J. Química Orgânica. São Paulo: Pioneira Thomson Learning. Vol 1, 2005; Vol 2, 2005. (Capítulos 19 a 23). Adição de Álcoois: Hemiacetais e Acetais Dissolvendo-se um aldeído ou cetona em um álcool, estabelece-se um equilíbrio entre esses dois compostos e um novo composto chamado hemiacetal. As características estruturais essenciais de um hemiacetal são um grupo –OH e um grupo –OR ligados ao mesmo átomo de C. R H + O R'' R C O + HOR'' R' aldeído ou cetona C R' álcool 2 etapas O R'' R C O R' OH hemiacetal Duas etapas intermoleculares que podem ser catalisadas por ácido ou base: um próton é removido do oxigênio positivo e um próton é ganho no oxigênio negativo. A maioria dos hemiacetais de cadeia aberta não é estável o suficiente para ser isolado. Os hemiacetais cíclicos com anéis de 5 ou 6 membros, entretanto, são em geral muito mais estáveis. ROSA, A.H. Se passarmos uma solução alcoólica de um aldeído ou cetona em uma pequena quantidade de HCl gasoso o hemiacetal se forma; porém, acontece uma segunda reação. O hemiacetal reage com um outro equivalente molar de álcool, produzindo um acetal (ás vezes chamado de cetal). Um acetal possui dois grupos –OR ligados ao mesmo átomo de C. O R' R HCl (g) C R'' O R' R + H2O C OH hemiacetal R'-OH R'' O R' acetal Adição Nucleofílica à Ligação Dupla Carbono-Oxigênio Modo 1: Quando o reagente é um nucleófilo forte Nu R + Nu C R' O d+ d C R O HNu Nu C R R' OH + Nu R' Na primeira etapa, o nucleófilo forma uma ligação com o carbono da carbonila doando um par de elétrons. Um par de elétrons se desloca para o oxigênio. Na segunda etapa, o oxigênio do alcóxido, por ser fortemente básico, remove um próton de H-Nu ou de outro ácido. Modo 2: Mecanismo catalisado por ácido, quando compostos carbonílicos são tratados com ácidos fortes na presença de nucleófilos fracos. R R C R' O + HA d+ d C O H + HNu C+ OH + A- R' + O+ H C R' R R' R H A- Nu C R Nu OH C R R' OH + HA R' Na primeira etapa, um par de elétrons do oxigênio da carbonila aceita um próton do ácido (ou se associa com um ácido de Lewis), produzindo um cátion oxônio. O carbono de um cátion oxônio é mais suscetível ao ataque nucleofílico do que a carbonila da cetona inicial. Na segunda etapa, o cátion oxônio admite o par de elétrons do nucleófilo. A base remove um próton do átomo carregado positivamente, regenerando o ácido. Embora os resultados finais obtidos das reações de compostos acílicos com nucleófilos (substituições) sejam diferentes dos obtidos de aldeído ou cetonas (adições), as duas reações possuem uma característica comum. A etapa inicial em ambas as reações envolve adição nucleofílica no átomo de carbono da carbonila. É após o ataque nucleofílico inicial ter acontecido que as duas reações diferem. O intermediário tetraédrico formado a partir do aldeído ou da cetona aceita um próton para formar um produto de adição estável. Ao contrário, o intermediário formado a partir do composto acílico normalmente elimina o grupo retirante/abandonador; esta eliminação regenera a ligação dupla C=O e leva a um produto de substituição. Os compostos acílicos reagem desta forma porque todos eles possuem bons grupos retirantes/abandonadores (ou podem ser protonados para vir a ter grupos retirantes bons), ou razoavelmente bons, ligados ao átomo de carbono carbonílico. Reatividade Relativa dos Compostos Acílicos O > C R Cl R O O C C O O O > R' > C R OR' C R NH2