DISTÚRBIOS DA CIRCULAÇÃO Professor Edvaldo Silveira EDEMA • Definição: Líquido elevado nos espaços intersticiais e cavidades corporais (hidrotórax, hidroperitônio =ascite). • 60% do peso corporal consistem em água, 2/3 são intracelulares. • ANASARCA = edema generalizado sinal do CACIFO. • Fatores que afetam o equilíbrio líquido através das paredes capilares: – Forças hidrostáticas e osmóticas capilares. • Categorias fisiopatológicas do edema: – Pressão hidrostática aumentada; – Pressão osmótica plasmática reduzida (hipoproteinemia); – Obstrução linfática; – Retenção sódica; – Inflamação. • Edema de causa cardíaca • Edema pulmonar • Edema cerebral • Correlação clínica: Edemas que preocupam Edema cerebral e edema pulmonar. EDEMA CEREBRAL – MACRO E MICRO HIPEREMIA E CONGESTÃO • Local de volume sangüíneo aumentado. • Hiperemia: Processo ativo provocado por dilatação arteriolar com aumento do fluxo sangüíneo local. • Fisiológica: Músculo esquelético durante o exercício. • Patológica: Inflamação aguda. • Congestão: redução da drenagem venosa com distensão das veias distais, vênulas e capilares. • Morfologia: Macro: Hiperemia Órgão avermelhado (eritema). Congestão Órgão vermelhoazulado (cianótico). Congestão Pulmonar aguda Congestão Pulmonar crônica Congestão Hepática aguda Congestão Hepática crônica (“Fígado em noz-moscada”) HEMORRAGIA • Saída do sangue do espaço vascular para o compartimento extravascular ou para fora do organismo. • Hemorragia por rexe com solução de continuidade do vaso. • Diapedese sem solução de continuidade do vaso. • Morfologia: Hematoma: acúmulo de sangue dentro do tecido. Equimoses: SC > 1 a 2 cm pós-trauma. Púrpuras: petéquias 3mm. Petéquias: pele e mucosas 1 a 2 mm (Trombocitopenia). Sangue em cavidade corporal (hemotórax, hemopericárdio, hemoperitônio, hemartrose). • Significado Clínico: – Quantidade de sangue perdido – Velocidade da perda – Local afetado. • Diátese Hemorrágica: Predisposição a sangramento sem causa aparente (hemorragias espontâneas). TROMBOSE • • Solidificação do sangue dentro dos vasos ou do coração no indivíduo vivo. Patogênese: Tríade de Virchow 1) Lesão endotelial; 2) Estase ou turbulência do fluxo sangüíneo; 3) Hipercoagulabilidade sangüínea. Lesão endotelial Ex.: Aterosclerose Disfunção endotelial Ex.: Hipertensão arterial, diabetes, tabagismo Alterações no fluxo sangüíneo normal • Estase e turbulência sangüínea • Ex.: Aneurismas arteriais, placa de ateroma ulcerada, síndromes de hiperviscosidade sanguínea (policitemia). HIPERCOAGULABILIDADE SANGÜÍNEA • Disfunções Primárias (genéticas) • Disfunções secundárias (adquiridas) Morfologia dos trombos Trombos arteriais ou cardíacos no local da lesão ou turbulência. Trombos venosos: locais de estase crescem em direção do retorno venoso. Trombos arteriais: crescem no sentido retrógrado do ponto de ligação. Formação de êmbolo. Trombos macroscópicos formados no coração ou aorta Linhas de Zahn Trombos arteriais e venosos (flebotrombose) são oclusivos. Trombos das câmaras cardíacas e luz da aorta: murais. • Trombose arterial: artérias coronárias, cerebrais e femorais placas ateroscleróticas brancoacinzentados. • Trombose venosa ou flebotrombose (trombos vermelhos): veias profundas dos MMII (panturrilha, poplítea, femorais e ilíacas) 90%. • Diferença entre trombo e coágulo. • Destino do trombo: Propagação Embolização Dissolução (lise) Organização Recanalização • Correlação clínica: – Trombose venosa (flebotrombose): Predominância nas veias superficiais ou profundas dos MMII. – Trombose arterial ou cardíaca. Coagulação intravascular disseminada (CIVD) Trombos de fibrina microcirculação. disseminados na Início rápido ou insidioso. Podem causar deficiência circulatória grave em cérebro, pulmões, coração e rins. Mecanismo: Trombos múltiplos Consumo rápido de plaquetas e proteínas coagulantes Coagulopatia de consumo Mecanismos fibrinogênicos ativados Hemorragia Não é doença primária. Complicação potencial de qualquer condição associada com ativação disseminada da trombina. EMBOLIA • Massa intravascular solta, sólida, líquida ou gasosa que é carregada pelo sangue a um local distante de seu ponto de origem. Tromboembolismo pulmonar Tromboembolia sistêmica Embolia gasosa Embolia de Líquido Amniótico Embolia Gordurosa Cerebral– Macro e Micro Embolia gordurosa renal e pulmonar INFARTO • Área de necrose isquêmica causada pela oclusão do suprimento arterial ou da drenagem venosa num tecido particular. • Morfologia: Infartos vermelhos (hemorrágicos): 1) Oclusões venosas (torção ovariana) 1) Tecidos frouxos (pulmão) 1) Tecidos com dupla circulação (pulmão e intestino delgado) 4)Tecidos congestionados devido fluxo venoso lento 5)Restabelecimento do fluxo sangüíneo em local de oclusão e necrose prévios (angioplastia de uma lesão trombótica). Infartos brancos (anêmicos): Órgão sólido com circulação arterial terminal Tendem a apresentar forma de cunha Presença de região esbranquiçada (I) nos rins (R), indicativa de infarto isquêmico. Inicialmente, mal definidos. Posteriormente, bem definidos (infartos brancos). Halo hiperêmico – hemorrágico. • Micro: Necrose coagulativa isquêmica dominante Exceto : cérebro necrose liquefativa. • Evolução: Tecido cicatricial Infarto séptico abscesso • Correlações clínicas: Nenhuma, mínima ou grave. • Determinantes da gravidade: 1) Natureza da oferta vascular; 2) Taxa de envolvimento da oclusão: oclusões lentas vias de perfusão alternativa menos prováveis; 3) Vulnerabilidade à hipóxia: coração, cérebro. 4) Conteúdo do oxigênio sangüíneo: Ex.: obstrução de pequeno vaso em paciente anêmico, cianótico, CHOQUE • Hipoperfusão sistêmica causada pela redução do débito cardíaca ou volume cardíaco circulante resultando em hipotensão arterial, hipoperfusão tecidual e hipóxia celular. • Classificação: 1. 2. 3. 4. 5. Choque cardiogênico Choque hipovolêmico Choque séptico Choque neurogênico Choque anafilático • Patogenia do choque séptico: • Estágios do choque: 1)Fase não-progressiva 2)Estágio progressivo 3) Estágio irreversível • Morfologia: – Falência múltipla de órgãos e sistemas – Necrose e hemorragia dos órgãos acometidos. • Correlação clínica: Choque hipovolêmico e cardiogênico: hipotensão, pulso rápido e fraco, taquipnéia, pele cianótica, fria, pegajosa. Choque séptico: pele quente ruborizada pela vasodilatação. Prognóstico varia com origem do choque e sua duração.