transfusão de sangue

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Faculdade de Tecnologia e Ciências
Disciplina: Bioética e Deontologia
Docente: Eliane Velame
Enfermagem 2009.1
Transfusão sanguínea em
grupo religioso
específicos.
Discentes:
Amanda Patez
Ana Caroline
Ana Paula Figueiredo
Cely Agnelo
Dilma Rosa
Darlane Alves
Jaqueline Cordeiro
Manoela Martins
Micaele Brito
Sheyla Viana
A transfusão de sangue é uma
prática médica que consiste em
injetar sangue a um paciente que
tenha sofrido de grande perda ou
que esteja afetado por uma
doença no seu próprio sangue.
Frequentemente usa-se transfusão
nos seguintes casos:
• Intervenções cirúrgicas;
• Traumatismos;
• Hemorragias digestivas
• Em outros casos em que tenha
havido grande perda de sangue.
Argumentos contra a transfusão :

Os efeitos adversos das transfusões
podem ser classificados em duas
categorias :
– primeiro, as doenças infecciosas
transmitidas pelo sangue ou
hemoderivados;
– segundo, as chamadas reações
transfusionais, que podem ser de
natureza imunológicas, imediatas ou
tardias, e não imunológicas, como
reações febris ou reações hemolíticas.
Tratamentos alternativos :
a) Dispositivos cirúrgicos para minimizar a perda
sanguínea: eletrocautério; cirurgia a laser; coagulador
com raio de argônio.
b) Expansores de volume: solução de Ringer
Lactato; solução salina hipertônica; colóide Dextran.
c) Técnicas cirúrgicas e anestésicas para limitar a
perda sanguínea: a hemodiluição.
d) Eritropoetina Humana Recombinante, a qual é
uma forma biossintética de um hormônio humano
natural que estimula a medula óssea a produzir
hemácias.
Contexto histórico
•Em 1665 foram realizadas as primeiras
transfusões de sangue em animais no
por Richard Lower, em Oxford.
•Em 1667 Jean Baptiste Denis, através de
um tubo de prata, infundiu um copo
de sangue de carneiro em Antoine Mauroy,
de 34 anos, doente mental que perambulava
pelas ruas da cidade que faleceu após a
terceira transfusão.
•Em 1788, Pontick e Landois,
obtiveram resultados positivos
realizando transfusões homólogas,
chegando à conclusão de que poderiam
ser benéficas e salvar vidas.
•A primeira transfusão com sangue
humano é atribuída a James Blundell,
em 1818, que após realizar com
sucesso experimentos em animais,
transfundiu mulheres com hemorragias
pós-parto.
Transfusão no Brasil:
 Após
a Segunda Guerra Mundial, com os
progressos científicos e o crescimento da
demanda por transfusões de sangue,
surgiram os primeiros Bancos de Sangue
no Brasil.
 Com
o advento da Aids nos anos 1980 e o
aumento do número de contaminações, o
sangue ficou no centro das atenções.
Religião x transfusão sanguínea:
 As
Testemunhas de Jeová defendem a
opinião que qualquer desses quatro
componentes
primários:
glóbulos
vermelhos;
glóbulos
brancos;
plaquetas; plasma.
Ainda é na verdade sangue e, como tal,
devem ser rejeitados como violação do
que consideram ser a lei de Deus.
Religião x transfusão
sanguínea
O
fundamento para proibição
do recebimento de transfusão
feita pelas Testemunhas de
Jeová está na natureza sacra
conferida ao sangue através da
interpretação bíblica.
Argumentos bíblicos:
Tudo que se move vos servirá de
alimento: Eu vos dou tudo isto, como vos
dei a erva verde.Somente não comereis
carne com a sua alma, com o seu sangue.
(Gênesis 9:3,4)
 A todo Israelita ou a todo estrangeiro , que
habita no meio deles, e que comer
qualquer espécie de sangue, voltarei a
minha face contra ele, e exterminá-lo-ei do
meio de meu povo.(Levítico 17-10)

Declaração antecipada da sua
decisão individual

É norma que cada Testemunha de
Jeová, adulto ou menor maduro, traga
sempre consigo um documento de
identificação onde está exposta a sua
clara recusa em receber sangue total
ou qualquer um dos seus quatro
componentes principais, bem como a
sua recusa em usar procedimentos
clínicos que incluam o armazenamento
de sangue para posterior infusão.
 Para
apoiar as Testemunhas de
Jeová na sua recusa de receber
sangue, para sanar mal entendidos
da parte de médicos e hospitais, e
para criar um espírito de maior
cooperação entre as instituições
de saúde e os pacientes, o Corpo
de Governantes das Testemunhas
de Jeová estabeleceu Comissões
de Ligação Hospitalar,( COLIH) a
partir de 1979.
Essas
comissões existentes
em vários países,tem o
objetivo de efetuar um
trabalho de esclarecimento
e prevenção, evitando
confrontos e estabelecendo
um espírito mais
cooperador.
Direitos do paciente:
• 2005 -criação da Cartilha dos
Direitos do Paciente,que teve o intuito
de humanizar o relacionamento entre
profissionais de saúde e paciente;
• O conteúdo da cartilha diz que o
paciente tem direito a consentir ou
recusar procedimentos
A
Constituição Brasileira, no seu
artigo 5º, inciso II, prescreve que
“Ninguém é obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa,
salvo em virtude de lei (princípio
da legalidade)”.
No artigo 15 do novo Código
Civil, o qual prescreve que
“Ninguém
pode
ser
constrangido a submeter-se,
com risco de vida, a tratamento
médico ou à intervenção
cirúrgica".
 Art.
48 do Código de Ética Médica
(Resolução n.º 1.246/1988 do
Conselho Federal de Medicina
prescreve que "É vedado ao
médico: Exercer sua autoridade
de maneira a limitar o direito do
paciente de decidir livremente
sobre sua pessoa ou seu bem
estar.
Direitos do profissional de
saúde:
Código de Ética Médica, no seu art.5º,
prescreve que: O médico deve aprimorar
continuamente seus conhecimentos e usar
o melhor do progresso científico em
benefício do seu paciente.
 Art. 21 - Indicar o procedimento adequado
ao paciente, observadas as práticas
reconhecidamente aceitas e respeitando as
normas legais vigentes no País.

Em caso de haver recusa em permitir a
transfusão de sangue, o médico,
obedecendo a seu Código de Ética Médica,
deverá observar a seguinte conduta:

1º - Se não houver iminente perigo de vida,
o médico respeitará a vontade do paciente
ou de seus responsáveis.

2º - Se houver iminente perigo de vida, o
médico praticará a transfusão de sangue,
independentemente de consentimento do
paciente ou de seus responsáveis.
O
fundamento legal é bem
simples:
a
Constituição
coloca o direito à vida acima
do
direito
à
liberdade
religiosa.
Visão Bioética:
Do ponto de vista da bioética é necessária
abordagem dos pontos fundamentais
ligados ao assunto em pauta:
 Autonomia;
 Consentimento Informado
 Princípios da beneficência e da nãomaleficência;
 Princípio da justiça.
Autonomia:
 De
quem é a decisão sobre
procedimentos diagnósticos e
terapêuticos?
Consentimento Informado
O médico precisa obter o
consentimento do paciente quando ele
acredita que a transfusão de sangue é
necessária?
 O paciente tem direito de recusar um
tratamento médico mesmo em tais
circunstâncias?

Princípios da beneficência e
da não-maleficência:
O
que é bom e o que é mau para
cada pessoa individualmente ?
Justiça:
O
que deve ser priorizado nas
ações de saúde, a norma
jurídica ou a doutrina religiosa?
Questionamento:
É
ético prescrever transfusão de
sangue a uma criança Testemunha
de Jeová, à revelia da posição de
seus pais?
 Há que se respeitar à vontade de
quem quer que seja, legalmente
competente, inclusive de morrer
sem ser violentado em sua
crença?
 Como
no país não há lei que
obrigue qualquer pessoa a aceitar
transfusões de sangue como
tratamento médico, a recusa será
válida, devendo ser respeitada?
o
Estado tem a obrigação jurídica
de custear o pagamento, via SUS,
de tratamentos alternativos às
tranfusões de sangue ?

Impor uma transfusão de sangue
contra a vontade do paciente da
religião
Testemunha
de
Jeová
equivaleria a violentá-lo, não só no seu
corpo,
mas
também
nas
suas
convicções religiosas, no seu modo de
ver e compreender o mundo?

Proteger a vida de um indivíduo mesmo
que
isto
represente
ferir
profundamente a sua dignidade, é o
certo?
“ Portanto, o fazer o bem é
condicionado ao saber o que é
bom
para
cada
um
individualmente,
e
também
dependente do
contexto e
realidade da situação vivida.”
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