Ambiente Virtual Vivências: Análise do processo de desenvolvimento na perspectiva da Pesquisa baseada em Design Paula Ramos Orientadora: Miriam Struchiner Nutes/UFRJ Abr/2010 Contexto da pesquisa • Campo da pesquisa educacional – busca de maior articulação com a prática educativa (REEVES, 2000; DISESSA e COBB, 2004) • Pesquisa baseada em Design (PBD) – pesquisa e desenvolvimento de intervenções em contextos reais de aprendizagem • “Projeto Vivências” – equipe de pesquisadores do LTC e do LVE do NUTES/UFRJ e professores do IPUB/UFRJ e FM/UFRJ • Ambiente Vivências – aproximar os alunos da dimensão subjetiva sobre o adoecimento e tratamento por meio das narrativas dos pacientes • Desafio das Pesquisas sobre Desenvolvimento de Intervenções - tornar explícitos fatores que permeiam as negociações da equipe, buscando compreender a dinâmica do processo de decisão. Objetivos Geral: Aprofundar o conhecimento sobre o processo de pesquisa e desenvolvimento de AVAs para a formação na área da saúde. Específicos: - Caracterizar a pesquisa e desenvolvimento do “Vivências”, com base na abordagem PBD; - Analisar os principais fatores que influenciaram os sujeitos nas negociações e tomadas de decisão em cada fase deste processo; - Analisar como os pressupostos da PBD contribuíram para a pesquisa e desenvolvimento do Vivências; - Apontar princípios de design sobre o processo de pesquisa e desenvolvimento de AVAs para a formação na área da saúde. Estrutura da tese • Introdução • Capítulo 1: A Pesquisa baseada em Design como contribuição para a pesquisa educacional • Capítulo 2: A Pesquisa baseada em Design na produção acadêmica do campo de ensino de ciências e os problemas educativos no ensino da saúde • Capítulo 3: Metodologia • Capítulo 4: Análise do problema educativo do Ambiente Vivências: Constituindo uma equipe de trabalho • Capítulo 5: Desenvolvimento do Ambiente Vivências: Construindo uma proposta pedagógica para o ensino da saúde • Capítulo 6: Intervenção com apoio do Ambiente Vivências: Realizando a experiência pedagógica nas disciplinas de psicopatologia • Capítulo 7: Análise retrospectiva do processo de design do Ambiente Vivências: Tecendo considerações sobre a PBD • Capítulo 8: Conclusões A Pesquisa baseada em Design • Abordagem metodológica em consolidação • Reeves (2000) – representa os principais pressupostos da PBD, organizados em fases que se influenciam mutuamente. Fases do processo iterativo da Pesquisa baseada em Design (REEVES, 2000) Fases da Pesquisa baseada em Design Fase 1: Análise do problema educativo • Problemas educativos - desafios encontrados nas práticas pedagógicas, identificados pelos sujeitos envolvidos (WANG e HANNAFIN, 2005; KOZMA, 2000). Fase 2: Desenvolvimento do artefato pedagógico • O artefato pedagógico pode ser concreto ou não. • Na PBD, integra teorias de aprendizagem (teorias norteadoras) com as necessidades das práticas educativas. A Pesquisa baseada em Design: o processo de design Fase 3: Intervenção e avaliação • Implementação e avaliação do artefato pedagógico na prática: - Impacto da intervenção no processo educativo - Contribuição da teoria norteadora para o desenvolvimento - Recomendações para aprimorar a intervenção – refinamento progressivo (VAN DEN AKKER, 1999) Fase 4: Análise retrospectiva para produzir princípios de design • Princípios de design (design principles) – generalizações e recomendações para intervenções em outros contextos. A Pesquisa baseada em Design Principais características da PBD (WANG e HANNAFIN, 2005): 1. Pragmática/intervencionista – desafios das práticas educativas. 2. Situada – contextos reais de pesquisa e de aprendizagem; sujeitos em ação envolvidos e influenciados pelo contexto. 3. Interativa, iterativa e flexível – Interativa, pesquisadores trabalham em parceria com os envolvidos na prática. Iterativa, a pesquisa é caracterizada por ciclos de desenvolvimento, intervenção, análise e redesign. Flexível, produtos educacionais desenvolvidos comportam mudanças ao longo do processo. 4. Integrativa – a pesquisa abrange uma variedade de abordagens e métodos. 5. Contextual – embora os resultados sejam relacionados a um contexto específico, busca-se desenvolver conhecimentos generalizáveis a outros contextos/situações. A Pesquisa baseada em Design em artigos científicos • Na produção acadêmica, a PBD vem sendo adotada de forma crescente no campo de EC • Revisão de artigos (PBD + AVAs + EC ) – Preocupação em aliar pesquisa e desenvolvimento das intervenções – Papel central dos problemas educativos – Esforço de que os conhecimentos produzidos ofereçam princípios práticos que auxiliem o processo de decisão em contextos semelhantes • Contribuições da PBD para a pesquisa e desenvolvimento de intervenções com o uso das TICs Metodologia Foco da análise • Compreender o processo de pesquisa e desenvolvimento apoiado na PBD, a partir da negociação dos sujeitos, analisando os fatores que influenciaram as decisões tomadas em cada uma das fases. Sujeitos da pesquisa • Grupo da saúde - 3 professores da disciplina de Psicopatologia (faculdade de Psicologia/ UFRJ) e 1 professora da disciplina de Psicologia Médica (faculdade de Medicina/ UFRJ), 4 alunos de graduação de medicina e 1 estagiária de Psicopatologia. • Grupo de Tecnologia Educacional em Saúde - 1 pesquisadora de Tecnologia Educacional, 1 pesquisador de Vídeo Educativo, 1 aluno de mestrado e 1 de doutorado em Tecnologia Educacional em Ciências e Saúde, 1 web designer, 2 alunas de graduação em Ciências da Computação. Metodologia Síntese dos materiais analisados por fases do processo de pesquisa Fases/ materiais Transcrições das reuniões da equipe Fase 1 3 reuniões (R1/ Análise do problema R2/ R3) educativo Fase 2 12 reuniões (R4/ Desenvolvimento dos R5/ R6/ R7/ R8/ R9/ artefatos pedagógicos R10/ R11/ R12/ R13/ R14/ R15) Fase 3 Intervenção pedagógica Fase 4 Análise retrospectiva do processo Anotações de campo Outros materiais Dados da participação dos alunos no AVA layouts e mapas de navegação Emails trocados pela equipe 5 reuniões (R16 / 2 aulas teóricas das disciplinas Emails trocados pela Perfil de utilização R17/ R18/ R19/ de Psicopatologia equipe/ dos alunos – R20) número de 2 aulas práticas de Psicopatologia Especial com os downloads ao longo pacientes do curso 1 aula teórica de Psicopatologia AVA construído pelo Materiais Especial PPT1 nas disciplinas produzidos pelos alunos 3 aulas práticas de Psicopatologia Geral - Todos os materiais coletados - Todas as análises realizadas - Literatura sobre a metodologia da PBD Metodologia Métodos de análise - - Análise das práticas discursivas (SPINK, 2000) - linguagem em ação ou as maneiras a partir das quais as pessoas produzem sentidos e se posicionam em relações sociais cotidianas. 1) imersão nos dados coletados (falas/diálogos dos sujeitos), procurando deixar emergir os sentidos 2) Identificação de categorias Definição das categorias - processo cíclico de imersão nos dados e na literatura para compreender os fatores que influenciaram as negociações da equipe para a concretização das fases da pesquisa. Metodologia Categorias de análise Fase 1: Análise do problema educativo (Jonassen, 2000) - Problemas educativos: complexos e mal estruturados - Influência das crenças epistemológicas e conhecimento do campo - Crenças dos professores (PAJARES, 1992) - concepções individuais profundas, influenciadas por componentes afetivos e existenciais: educacionais e sobre os conteúdos de suas práticas. - Saberes docentes - construídos ao longo da vida profissional (TARDIF, 2002): - saberes disciplinares – relacionados ao campo de conhecimento - saberes experienciais – construídos a partir de seu trabalho cotidiano. Metodologia Fase 2: Desenvolvimento do artefato pedagógico - O artefato é desenvolvido a partir da materialização das Conjecturas incorporadas (embodied conjectures) – projeções sobre como a tecnologia poderia contribuir com os contextos pedagógicos (SANDOVAL, 2004). Se materializam nos recursos, materiais e atividades do artefato pedagógico. - Essa materialização acontece a partir das diferentes perspectivas dos sujeitos e por meio de ferramentas mediadoras (ENGESTROM, 1999) Metodologia Fase 2: Desenvolvimento do artefato pedagógico - Design da ação complementar (complementary action design) - a equipe é formada por expertises diferentes e complementares de professores, programadores e pesquisadores (LINGNAU et al., 2007). Modelo do Design da ação complementar (LINGNAU et al., 2007) Expertises - enraizadas e enculturadas no campo de conhecimento disciplinar; especialistas incorporam ideologias, atitudes, pressupostos e linguagens (HAYTHORMTHWAITE et al., 2006). Metodologia Fase 3: Intervenção pedagógica - As intervenções pedagógicas em contextos naturais de aprendizagem constituem oportunidades de compreender como as conjecturas incorporadas podem ser refinadas com base no contexto (SANDOVAL, 2004). - Foco da análise: reflexões sobre os desafios e possibilidades de refinamento da intervenção (HOADLEY, 2004; BARAB et al, 2007). Resultados: Fase 1: Análise do problema educativo • Identificação do problema educativo: Desvalorização da dimensão subjetiva sobre o adoecimento e tratamento na formação em saúde. • Definição dos objetivos do AVA: Potencializar a vivência dos alunos com a dimensão subjetiva dos processos de adoecimento e tratamento, por meio de relatos dos pacientes e de oportunidades de interação e colaboração. • Análise teórica do problema: Aprendizagem situada e corporificada; O contexto é fundamental e indissociável do processo de aprendizagem (CHAPMAN, 1998) O processo de aprendizagem engloba não só aspectos intelectuais, mas também simbólicos e afetivos (KERKA, 2002) Resultados: Fase 1: Análise do problema educativo 1) Análise das crenças dos professores (PAJARES, 1992) : a) Crenças educacionais • • • Aluno - centro do processo de ensino-aprendizagem e sujeito ativo na construção do conhecimento; Formação médica – humanizada, extrapola conhecimentos técnico-científicos; necessidade de promover a experiência do aluno com o paciente, garantindo um espaço para a reflexão sobre essa experiência; Paciente – vivência/experiência sobre seu adoecimento e tratamento a ser valorizada. PPT1: a gente considera que esse tipo de modelo não trabalha com a experiência. Você pode pegar, levar um paciente, entrevistar esse paciente e depois isso não tem a menor importância, porque você trata daquilo como se fossem conceitos. Você imediatamente formaliza aquilo... Resultados: Fase 1: Análise do problema educativo b) Crenças sobre saúde • Humanização do cuidado – profissionais de saúde devem ser capazes de incluir outras dimensões do processo saúde-doença não inscritos no âmbito biológico. Levando em conta condições subjetivas e expectativas do paciente. c) Crenças sobre tecnologia educacional • Potencial pedagógico das TICs – promover inovação no ensino, devendo ser apropriada por professores, alunos e pacientes. PTE: A gente tem que buscar formas de que os alunos tenham outra função (...) Que instrumentos a web pode oferecer para que a gente parta do aluno? Da experiência do aluno, da experiência do paciente. Resultados: Fase 1: Análise do problema educativo 2) Análise dos saberes docentes (TARDIF, 2002) a) Saberes experienciais - Professores: saberes sobre o contexto da formação médica e de suas disciplinas; - Pesquisadores de TE: saberes sobre educação e uso pedagógico das TICs no Ensino de Ciências e Saúde, articulados aos contextos dos professores. PPM: O aluno traz a questão através da angústia dele. Ele tem de fato no HU um paciente com câncer de testículo, um paciente jovem etc e tal. Então, eu vou buscar algum link em algum texto... Eu tematizo a partir da experiência vivida pelos alunos. b) Saberes disciplinares - Professores: empatia, corporificação, experiência na primeira e terceira pessoas. - Pesquisadores de TE: construtivismo, aprendizagem baseada em problemas, experiência de aprendizagem do aluno. PTE: No problem-based a gente coloca o aluno no centro do processo, o aluno está diante de um problema, mas ele está todo organizado (...). A diferença da experiência que eles vivenciam na Psiquiatria é exatamente essa: trazem o paciente para falar o que o paciente sente. E não para ter um estudo de caso (...). É isso que eu acho que é inédito. Resultados: Fase 1: Análise do problema educativo Conclusões sobre o processo de análise do problema • Parceria entre professores e pesquisadores - base do processo; possibilitou o compartilhamento de crenças e saberes. • Convergência de crenças dos sujeitos - contribuiu na identificação entre sujeitos da equipe e no equilíbrio das negociações. • Compartilhamento de saberes na equipe - integração dos saberes experienciais e disciplinares possibilitou a análise multidimensional do problema. Saberes teóricos e práticos se complementaram, configurando um trabalho interdisciplinar (BEERS, 2005). • Coordenação desempenhada pela Tecnologia Educacional - orientou discussões e organizou o trabalho em equipe: sintetizou saberes do participantes, problematizou e apontou caminhos compatíveis com as necessidades pedagógicas do contexto. Resultados: Fase 2: desenvolvimento do Vivências Familiarização com as práticas - Relatos dos professores e observação das práticas - Foco das disciplinas: reflexão e debate dos alunos sobre questões subjetivas e reflexão e interação dos alunos com pacientes Planejamento do protótipo - As características do ambiente foram negociadas na equipe. - A web designer concretizava as ideias discutidas por meio de mapas de navegação e layouts com propostas relativas à apresentação visual do AVA. Programação e testagem do protótipo - Processo de modelagem, webdesign e programação do Vivências Resultados: Fase 2: desenvolvimento do Ambiente Vivências - Ambiente Vivências incorporou pressupostos teóricos da aprendizagem situada e corporificada de forma compatível com as práticas educativas e expectativas de uso dos professores. - O modelo conceitual do Vivências – evoluiu de uma proposta inicial de banco de vídeos para uma ferramenta de autoria Resultados: Fase 2: desenvolvimento do Ambiente Vivências - O ambiente prevê a participação dos pacientes e disponibiliza recursos de aprendizagem que permitem o compartilhamento de experiências subjetivas de alunos e de pacientes e a ampliação da interação e colaboração entre os participantes. Resultados: Fase 2: desenvolvimento do Ambiente Vivências Para compreender o processo de desenvolvimento do AVA, realizamos a análise das expertises dos diferentes membros da equipe: a) Expertises dos professores - Conhecimento/experiência sobre o campo da Psiquiatria e o ensino do conteúdo. - Conhecimento/experiência sobre atividades cotidianas em seus contextos de prática Experiências com o uso das TICs em sala de aula (uso da Constructore) Ofereceram subsídios para compreender os cenários pedagógicos e fazer conjecturas sobre a utilização das TICs em seus contextos b) Expertises dos pesquisadores - Conhecimento/experiência sobre educação, pesquisa e desenvolvimento de intervenções mediadas pelas TICs para a área da saúde. Construção de conjecturas incorporadas do ambiente, buscando coerência entre práticas educativas e teorias norteadoras. A PTE assumiu papel de coordenadora do trabalho em equipe, orientando e avaliando formativamente o processo de pesquisa. Resultados: Fase 2: desenvolvimento do Ambiente Vivências c) Expertises dos programadores • Expertise das bolsistas de informática – conhecimento/experiência sobre programação de sistemas. Contribuíram com o processo de tomada de decisão da equipe e o desenvolvimento do sistema operacional do AVA. • Expertise da webdesigner – conhecimento/experiência sobre desenvolvimento da interface gráfica e navegabilidade do ambiente. Experiência prévia com projetos de desenvolvimento de AVAs na área da saúde, contribuiu para a negociação da estrutura pedagógica do ambiente. Contribuíram para “tradução” das decisões em ferramentas mediadoras que auxiliaram a negociação (mapas, layouts, fluxogramas). Resultados: Fase 2: desenvolvimento do Ambiente Vivências Conclusões sobre o processo de desenvolvimento • Parceria foi a base do processo de desenvolvimento, possibilitando que diferentes expertises se articulassem na construção de uma proposta comum. • Durante o processo de desenvolvimento, para facilitar a negociação e a “concretização” das conjecturas, a equipe usou ferramentas mediadoras (ENGENSTRON, 1999), tornando as expertises dos sujeitos mais palpáveis. - ferramentas para representar a prática, a equipe se baseou nas narrativas dos professores sobre seus contextos de ensino. - ferramentas para apoiar o processo de desenvolvimento, a equipe se pautou na construção de mapas, layouts e HTML. • Papel da Constructore Resultados: Fase 3: Intervenção com o apoio do Ambiente Vivências Planejamento da intervenção - Psicopatologia Geral (sexto período) e Psicopatologia Especial (sétimo período) da faculdade de Psicologia da UFRJ. - Nessas disciplinas, os professores convidam pacientes para discutir com os alunos Realização da intervenção - O ambiente foi utilizado para facilitar o acesso ao material teórico da disciplina, o acesso ao material das aulas práticas e o envio de exercícios. Resultados: Fase 3: Intervenção com o apoio do Ambiente Vivências Reflexão do professor sobre os desafios da intervenção • Falta de familiarização com o uso do Vivências • Sobrecarga de trabalho • Impossibilidade de uso de depoimentos dos pacientes gravados em vídeo ou áudio nas disciplinas • Falta de acesso à Internet e de capacitação dos pacientes para o uso do computador Resultados: Fase 3: Intervenção com o apoio do Ambiente Vivências Reflexões do professor sobre o refinamento da intervenção • O professor demonstrou sentir-se mais seguro após a intervenção, indicando a possibilidade de ampliar uso em experiências futuras. • Necessidade de comprar, com recursos do projeto, laptops para os pacientes utilizarem. • Possibilidade de desenvolver um projeto de extensão, em que os alunos bolsistas de informática do LTC oferecessem uma capacitação aos pacientes. • Possibilidade de incluir monitores na disciplina, para que pudessem contribuir na mediação das atividades Resultados: Fase 3: Intervenção com o apoio do Ambiente Vivências O professor indicou possibilidades de refinar a intervenção... • Em relação à disciplina 1. 2. • incorporar, nos semestres seguintes, alguns recursos de comunicação, tais como fóruns com os pacientes e blogs utilizar o ambiente para disponibilizar um acervo de materiais relacionados com a disciplina. Em relação ao ambiente 1. 2. a criação de uma lista de atualizações automáticas, que fosse enviada por email a todos os participantes do curso, a cada recurso inserido no ambiente; a possibilidade de incluir, de uma vez, todos os recursos no ambiente e ir disponibilizando gradualmente ao longo da disciplina. Resultados: Fase 3: Intervenção com o apoio do Ambiente Vivências Conclusões sobre o processo de intervenção - No complexo contexto do trabalho docente, a tecnologia se configura como um elemento a mais a ser aprendido e incorporado. - Ao utilizar o Vivências, o professor se deu conta dos desafios que teria que enfrentar para integrar o ambiente como havia planejado. - Dessa forma, sentiu necessidade de familiarização com o Vivências, na medida em que essa integração envolve um processo reflexivo e de mudança da prática. - O primeiro uso do professor refletiu a prática que ele já desenvolvia – na medida em que utilizou e se sentiu mais seguro, percebeu novas potencialidades. - Conclui-se, assim, que o processo inicial de apropriação do professor é importante para que ele construa conhecimentos sobre as possibilidades de aprimoramento da intervenção. Análise retrospectiva do processo de design do Ambiente Vivências: tecendo considerações sobre a PBD - Para discutir o processo de desenvolvimento do Vivências, destacando os conhecimentos produzidos em relação a metodologia, nos pautamos em três características da PBD (WANG e HANNAFIN, 2005) - interatividade, iteratividade e flexibilidade 1) Interatividade – parceria • No desenvolvimento do Vivências, a parceria com os professores foi a base do processo, buscando-se o consenso a cada decisão tomada. O trabalho interdisciplinar foi a marca desse processo e destacou-se, sobretudo, nas fases de análise do problema e de desenvolvimento do protótipo. Análise retrospectiva do processo de design do Ambiente Vivências: considerações sobre a PBD 1) Interatividade – parceria (continuação) Contribuições para o trabalho interdisciplinar da equipe • • • • Identificação entre os sujeitos e convergência de crenças Abertura para compartilhar crenças, saberes e expertises e construir uma base comum. Construção de uma dimensão pedagógica do conteúdo a partir da integração da expertise dos professores em seus campos de conhecimento às suas práticas educativas O papel de coordenação da equipe Desafios do trabalho interdisciplinar • • Equilibrar as demandas dos professores e a viabilidade prática de concretização do projeto Lidar com o caráter complexo e dinâmico do contexto de pesquisa - é natural que mudanças ocorram no contexto de pesquisa e interfiram no planejamento inicial. Análise retrospectiva do processo de design do Ambiente Vivências: tecendo considerações sobre a PBD 2) Caráter flexível da pesquisa e desenvolvimento de intervenções • Mudança no planejamento inicial da pesquisa em relação à análise da intervenção – familiarização como um momento importante e necessário 3) Caráter iterativo da pesquisa e desenvolvimento de intervenções • Intervenção engloba todo o processo de design: não se limita à experiência pedagógica • Continuidade do refinamento da intervenção – refinamento progressivo. Conclusões Princípios de design sobre o processo de pesquisa e desenvolvimento de intervenções apoiadas pelas TICs: 1) Na análise do problema educativo, a abertura da equipe para negociar crenças e saberes viabiliza uma compreensão mútua sobre o problema em sua complexidade. 2) No desenvolvimento do ambiente virtual de aprendizagem, a experiência prévia dos sujeitos com tecnologias educativas facilita a construção de conjecturas sobre o uso de TICs em suas práticas. 3) As ferramentas mediadoras (layouts e fluxogramas) facilitam a comunicação e a negociação dos sujeitos nas tomadas de decisão sobre o modelo de ambiente de aprendizagem. 4) As intervenções pedagógicas não acontecem de forma linear e assumem diversas configurações de acordo com o contexto em que são realizadas. Conclusões Desafios, limitações e perspectivas futuras • Grande quantidade de dados coletados • Necessidade de uma análise de cada fase em outros contextos para aprofundar os conhecimentos apontados no presente estudo. • Esta pesquisa constitui o recorte de um processo cíclico e complexo de pesquisa e desenvolvimento do Ambiente Vivências. • A análise e os resultados obtidos podem contribuir – com a pesquisa e o desenvolvimento de intervenções mediadas pelas TICs em contextos semelhantes (contribuição ampla). – com o refinamento do Vivências em intervenções futuras, a partir do resgate dos fatores envolvidos no seu desenvolvimento tais como conjecturas, crenças e saberes (contribuição local). Muito obrigada! Ambiente Vivências: http:// ltc.nutes.ufrj.br/vivencias