SÍNDROME DE ESTOCOLMO E DEPRESSÃO Aline Emanuele Bispo dos Santos PSICÓLOGA Escolar e Clínica SÍNDROME DE ESTOCOLMO Síndrome de Estocolmo refere-se a um grupo de sintomas psicológicos que ocorrem em algumas pessoas em um cativeiro ou situação de refém. A Síndrome de Estocolmo recebeu publicidade considerável nos últimos anos, porque tem sido usada para explicar o comportamento de tais vítimas bem conhecidas como o do sequestro de Patty Hearst (1974) e Smart Elizabeth (2002). O termo leva o nome de um assalto a banco em Estocolmo, na Suécia, em agosto de 1973. O assaltante levou quatro funcionários do banco (três mulheres e um homem) para o cofre com ele e os manteve refém por 131 horas. Depois que os funcionários foram finalmente libertados, eles parecem ter formado um vínculo emocional com seu captor, que disse aos repórteres que viram o policial como seu inimigo em vez do ladrão de bancos, e que tinha sentimentos positivos para com o criminoso. A síndrome foi nomeada por Nils Bejerot (1921-1988), professor de medicina que se especializou na pesquisa e atuou como consultor psiquiátrico para a polícia sueca durante o impasse no banco. Síndrome de Estocolmo é também conhecida como Síndrome de Identificação de sobrevivência. . Muitos pesquisadores acreditam que a Síndrome de Estocolmo ajuda a explicar certos comportamentos dos sobreviventes de campos concentração da Segunda Guerra Mundial II, membros de cultos religiosos; mulheres agredidas; sobreviventes de incesto, fisicamente ou emocionalmente crianças vítimas de abuso, bem como pessoas feitas reféns por criminosos ou terroristas. CARACTERÍSTICAS CENTRAIS DA SÍNDROME DE ESTOCOLMO A maioria dos especialistas, concordam que a Síndrome de Estocolmo tem três características: 1) Os reféns têm sentimentos negativos sobre a polícia ou outras autoridades. 2) Os reféns têm sentimentos positivos em relação a seu captor (aquele que captura). 3) Os captores desenvolvem sentimentos positivos para com os reféns. CAUSAS E SINTOMAS A Síndrome de Estocolmo não afeta todos os reféns (ou pessoas em situações comparáveis), na verdade, o FBI estudou mais de 1200 incidentes com reféns e descobriram que 92% dos reféns não desenvolveram a síndrome de Estocolmo. Pesquisadores do FBI, em seguida, entrevistando assistentes de vôo que haviam sido levados como reféns durante seqüestros de avião, concluiu que três fatores são necessários para a síndrome desenvolver: - A situação de crise tem a duração de vários dias ou mais. - Os seqüestradores permanecem em contato com os reféns, isto é, os reféns não são colocados em uma sala separada. - Os seqüestradores mostram alguma bondade para com os reféns ou, pelo menos, abster-se de prejudicá-los. Reféns abusados por seqüestradores normalmente sentem raiva deles e geralmente não desenvolvem a síndrome. TRATAMENTO O tratamento da Síndrome de Estocolmo é o mesmo que para “O Transtorno de Estresse Pós-Traumático”, mais comumente uma combinação de medicamentos para perturbações de curto prazo de sono e psicoterapia para os sintomas de longo prazo. DEPRESSÃO A palavra depressão provém do termo latim depressus, que significa “abatido” ou “aterrado”. Trata-se de um distúrbio emocional podendo traduzir-se num estado de abatimento e infelicidade, o qual pode ser transitório ou permanente. Para a medicina e a psicologia, a depressão é um síndrome ou um conjunto de sintomas que afetam principalmente a área afetiva/emocional de uma pessoa. Posto isto, a tristeza patológica, o estado de fraqueza, a irritabilidade e as alterações de humor podem causar uma diminuição no rendimento profissional ou uma limitação na respectiva vida social. SINTOMAS DA DEPRESSÃO 1. Perda de energia e cansaço constante A perda de energia e o desinteresse por atividades que antes eram interessantes e que davam prazer podem indicar depressão. Além disso, a falta de motivação para cozinhar, trabalhar ou conviver com os amigos também estão presentes devido ao cansaço constante. 2. Sensação de tristeza profunda A sensação de tristeza profunda exagerada para a situação manifesta-se através de um rosto triste, olhos caídos, sem brilho e tronco curvado. É frequente ter crises de choro, prevalecendo pessimismo, sentimentos de culpa e baixa autoestima. 3. Irritabilidade e lentidão Devido à tristeza profunda é comum manifestar irritabilidade, ataques de raiva e ansiedade, causando sintomas como tremores, gritos e suores de forma exagerada. No entanto, em alguns momentos devido ao cansaço freqüente e tristeza pode-se apresentar lenificação que afeta o pensamento e a fala. Além disso, pode surgir dificuldade de concentração e perdas de memória, com momentos de enorme desconcentração que afeta o trabalho e a escola. 4. Problemas de sono e alterações de peso É normal apresentar insônia, principalmente acordando de madrugada e não voltando a adormecer, acordando com muito cansaço e mal-estar. Além disso, outro sintoma físico de depressão é a perda de mais de 5% do peso corporal sem razão aparente. Em alguns casos, pode ocorrer aumento de peso, manifestando especial desejo para comer doces. 5. Dores no corpo A depressão pode causar dor de cabeça, devido às noites mal dormidas e às alterações do humor. Além disso, pode ocorrer sensação de aperto no peito e peso nas pernas. Também é frequente queda de cabelo, unhas fracas, pernas inchadas e dor nas costas e estômago, além de vômitos e tremores, que por vezes são efeitos colaterais dos remédios para tratar a depressão. COMO É FEITO O DIAGNOSTICO DA DEPRESSÃO Para diagnosticar a depressão, que muitas vezes é confundida com tristeza, é necessário ter pelo menos 5 sintomas diferentes que indicam depressão durante pelo menos 2 semanas. COMO É FEITO O DIAGNOSTICO DA DEPRESSÃO O diagnóstico é feito pelo psiquiatra que precisa de conversar com o doente e com a família. Além disso, pode diagnostica: Depressão Leve - quando apresenta 2 sintomas principais e 2 sintomas secundários; Depressão Moderada - quando apresenta 2 sintomas principais e 3 a 4 sintomas secundários; Depressão Grave - quando apresenta 3 sintomas principais e mais de 4 sintomas secundários. Depois do diagnóstico o tratamento é adequado à gravidade da depressão. TRATAMENTO DA DEPRESSÃO O tratamento para depressão pode ser feito com a ingestão de antidepressivos, como Amitriptilina, Lexapro, Fluoxetina e Pondera, porém também pode ser necessário suplementação de vitamina B6 e ômega 3. O médico também pode recomendar o uso de ansiolíticos para dormir melhor e controlar a ansiedade, como Alprazolam. Além dos medicamentos receitados pelo médico é importante adotar novos hábitos de vida, como praticar atividade física regularmente, alimentar-se de forma adequada, ingerindo muitos vegetais e frutas porque são ricos em vitaminas e minerais, como banana ou tomate, por exemplo. TRATAMENTO DA DEPRESSÃO Fazer sessões de psicoterapia com um psicólogo experiente é fundamental porque ajuda a desenvolver estratégias para aumentar a autoestima, vencer a angústia e controlar a ansiedade. O tratamento tem de ser feito durante pelo menos 6 meses e mesmo que os sintomas já não estejam presentes é fundamental manter o tratamento para evitar recaídas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Sites: - www.indicedesaude.com/artigos - www.tuasaude.com/artigos Blog: http://freudexplicablog.blogspot.com.br/2006/10/sndrome-deestocolmo-ou-quando-vida.html