Aula 15 - Infecções Congênitas

Propaganda
Infecções Virais Congênitas
Traduzido de Derek Wong’s Virology page
Zika
??
??
Microcefalia, calcificações,
outras anormalias cerebrais,
http://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/conteudo/2190/sindrome_da_rubeola_congenita.htm
??
Infecções Virais Congênitas, Perinatais
e Neonatais
Infecções
Intrauterinas
Rubéola
Citomegalovírus (CMV)
Parvovirus B19
Varicella-Zoster (VZV)
Enterovirus
HIV
HTLV-1
Hepatite C
Hepatite B
Febre de Lassa
Encefalite Japonesa
Coriomeningite Linfocítica
Zika
Infecções
Perinatais e Neonatais
Herpes Simples
VZV
Enterovírus (vários)
HIV
Hepatite B
Hepatite C
HTLV-1
Rubéola
História
1881
Rubéola reconhecida como uma doença distinta
1941
Associada com doença congênita (Gregg)
1961
Vírus da rubéola isolado pela primeira vez
1967
Testes sorológicos disponibilizados
1969
Vacinas disponibilizadas
Características da Rubéola

Vírus com RNA, envelopado, membro da família
Togaviridae

Disseminação por aerossóis (via respiratória).

Na era pré-vacinação, 80% da mulherres já
estavam infectadas ao atingir
idade para
procriação.
Características Clínicas

Eritema ( “rash” ) maculopapular

Linfadenopatia ( isto é, gânglios linfáticos
aumentados)

Febre

Artropatia (em até 60% dos casos)
O Eritema da Rubéola
Riscos da infecção com o vírus da
rubéola X gestação
Preconcepção
risco mínimo
0-12 semanas
100% risco do feto vir a ser congenitamente
infectado resultando em
anomalias congênitas importantes.
aborto espontâneo ocorre em 20% dos casos.
13-16 semanas
surdez e retinopatia em 15% dos casos
após 16 semanas
desenvolvimento normal, pequeno risco de
surdez e retinopatia
Síndrome da rubéola
congênita
A tríade clássica consiste de cataratas, defeitos cardíacos, e surdez. Muitas
outras anormalidades tem sido descritas e estas são divididas em transitórias e
permanentes
Transitórias
Baixo peso ao nascimento, hepatosplenomegalia, púrpura
trombocitopênica, lesões ósseas, meningoencefalite, hepatite,
anemia hemolítica, pneumonia, linfadenopatia
Permanentes
Surdez, lesões cardíacas (estenose pulmonar periférica),
estenose valvular pulmonar, duto arterioso patente, defeito septal
ventricular, defeitos oculares (retinopatia, catarata, microftalmia,
glaucoma, miopia severa), outros defeitos (microcefalia, diabetes
melito, distúrbios da tireóide, anormalidades dermatoglípticas
Síndrome da rubéola congênita (SRC)
http://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/conteudo/2190/sindrome_da_rubeola_congenita.htm
Resultado

1/3 viverão vidas normais independentes

1/3 viverão com seus pais ou parentes

1/3 serão institucionalizadas
O único método eficaz de prevenir a SRC é
interromper a gestação
Prevenção (1)
Screening antenatal

Todas as gestantes testadas para determinar seu status
imunológico em relação à rubéola.

Não imunes são vacinadas imediatamente após o parto.
Prevenção (2)

Desde 1968=> vacina altamente eficaz, viva, atenuada, com
95% eficácia

Vacinação universal oferecida em muitos países, simples ou
combinada na MMR (tríplice viral= sarampo, cachumba,
rubéola).

Alguns países continuam a vacinar seletivamente meninas antes
de atingirem idade para gestar.

Ambas funcionam desde que a
população suficientemente grande.
vacinação atinja uma
Diagnóstico Laboratorial
Diagnóstico da infecção aguda

Títulos de anticorpos crescentes (principalmente IgG) em
testes de HI e ELISA

Presença de IgM específica anti-vírus da rubéola (ELISA)
Triagem do status imunológico

HI é muito pouco sensível para triagem

Hemólise radial simples, ELISA e testes de aglutinação
em látex são usados rotineiramente

15 UI/ml é considerado o “cut-off” para imunidade
Sorologia na infecção aguda
(rubéola)
Note que na reinfecção IgM é usualmente ausente ou baixa.
Citomegalovírus

Membro da família Herpesviridae

infecção primária usualmente assintomática. Virus
torna latente, sendo periodicamente reativado .

Transmição por saliva, leite materno, sexualmente e
através de sangue infectado

até 90 - 95% da população eventualmente é infectada
se
Infecção Congênita

Definida pelo isolamento de CMV da saliva ou urina dentro de até 3 semanas
após o nascimento.

É a infecção congênita mais comum : afeta 0.3 - 1% de todos os nascimentos
vivos. É a segunda maior causa de deficiências mentais após a síndrome de
Down.

Onde a rubéola foi/está sendo erradicada, pode ser responsável por mais
casos de danos congênitos do que aquela.

Transmissão ao feto pode ocorrer principalmente após a infecção primária, com
40 % de chance de se efetivar a transmissão, nesses casos.

Pode ser transmitida ao feto em qualquer estágio da gestação.

Nã há evidências de teratogenicidade; danos ao feto resultam de destruição
das células alvo à medida em que são formadas.
Doença de inclusão citomegálica


Anomalias do SNC - microcefalia, retardo mental, epilepsia,
calcificação periventricular
Olhos – coriorretinite, necrose retinal, atrofia ótica, anormalidades da
câmara anterior, uveíte, estrabismo

Ouvido - surdez sensorineural

Figado - hepatosplenomegalia e icterícia

Pulmão - pneumonia

Coração - miocardite

Púrpura Trombocitopênica, Anemia hemolítica

Sequelas tardias em indivíduos assintomáticos: deficits auditivos e
de inteligência
Incidência de CMV congênito
No. of nascimentos vivos/ano
Taxa de CMV congênito
U.S.A.
U.K.
3,000,000
700,000
1%
0.3%
No. de crianças infectadas
30,000
2100
Sintomáticos ao nascim (5 - 10% )
1,500-3,000
105
Doença fatal (~ 20% )
300-600
22
No. com sequelas (90% de sobreviventes)
1080-2160
83
Assintomátcos (90 - 95% )
27000
1995
No. com sequelas tardias
1350-4550
315
Diagnóstico

Isolamento ou detecção de genomas de CMV
da urina ou saliva do neonato.

Presença de IgM anti-CMV no sangue do
neonato.
Detecção de corpúsculos de inclusão
citomegálica no tecido afetado (raramente
usado)

Procedimentos

Infecção primária - considerar terminação da gestação.

40% de chance do feto estar infectado.

10% de chance de que o infectado será
simtomáltico ao
nascimento ou desenvolverá sequelas mais tarde.

Portanto, em infecções primárias, há um risco de 4% (1 em 25)
de nascer um bebê com problemas associados ao CMV.

Infecção recorrente - terminação não recomendada já que o
risco é muito baixo.

Testes antenatais.

Vacinas- não há - podem se tornar disponíveis futuramente.
Herpes Simples Neonatal (1)

Incidência de HSV neonatal varia inexplicavelmente de país para país Nos EUA:
1/4000 na Grã-Bretanha: 1/10000. No Brasil ????

O bebê usualmente sofre infecção perinatal durante a passagem do canal do
parto.

Ruptura prematura das membranas é um fator de risco bastante reconhecido.

O risco de transmissão perinatal é maior quando há uma infecção primária
ativa na mãe.

Há um risco bem menor a partir de lesões recorrentes na mãe, provavelmente
devido à menor carga viral e à presença de anticorpos.

O bebê também pode ser infectado a partir de outras fontes, como lesões orais
ou panarício herpético.
Herpes Simples Neonatal (2)







HSV neonatal varia de doença leve localizada a infecção disseminada
fatal.
Particularmente perigosa em prematuros.
Quando ocorre disseminação, os órgãos mais comumente envolvidos
são fígado, adrenais e encéfalo.
No encéfalo, prognóstico muito desfavorável. A encefalite é intensa e
pode levar à necrose.
Uma grande proporção de sobreviventes de infecções neonatais por
HSV tem algum tipo de sequela.
Acyclovir deve ser administrado prontamente em todos os casos
suspeitos de HSV neonatal.
A única forma de prevenção é evitar contágio atraves de cesariana a
mães com HSV genital.
Parvovírus B19

Agente da Quinta doença ou Eritema Infeccioso,
uma doença clinicamente difícil de distinguir de
rubéola.

Também causa crises aplásticas em indivíduos com
anemias crônicas hemolíticas, afetando células préeritróides.

Disseminação por via respiratória; 60-70%
população é eventualmente infectada

50% de mulheres em idade gestacional podem ser
suscetíveis à infecção.
da
Infecção Congênita com
Parvovírus B19

Reconhecida causa de mortalidade fetal através da hidropsia de
envoltórios (hydrops
fetalis); anemia severa,
falha cardíaca
congestiva, edema generalizado e morte fetal.

Não causa teratogenicidade.

Risco de morte fetal mais alto quando infecção ocorre durante o

2o trimestre da gestação (12%).

Risco mínimo de infecção se durante 1o ou 3o trimestres da gestação.

Infecção maternal durante a gestação não leva obrigatoriamente à
terminação da gestação.
Parvo B19 – evolução da infecção
Fonte: Course BS335 Lecture Notes by Dr. Alan Cann http://virology-online.com/viruses/Parvoviruses.htm
Vírus varicela zoster (VZV)





Sinônimos:
Efeitos fetais de varicela ou catapora
Varicela fetal
Síndrome varicela-zoster fetal
Embriopatia varicélica
Varicela Neonatal

VVZ pode cruzar a placenta durante os estágios finais da gestação e
causar infecções congênitas.

Varicela neonatal pode variar
disseminada.

Se o exantema na mãe ocorre até antes uma semana antes do parto,
então o risco é baixo porque imunidade materna terá sido transferida
ao feto.

Immunoglobulina anti-Zoster deve ser administrada a gestantes
suscetíveis que tenham tido contato com casos suspeitos de varicela.

Immunoglobulina anti-Zoster deve também ser administrada a bebês
cujas mães desenvolveram varicela durante os últimos 7 dias de
gestação ou nos primeiros 14 dias pós-parto.
de doença leve a infecção fatal
Vírus Varicela-Zoster (VZV)

90% ou mais das gestantes já estão imunes, assim infecções
primárias durante a gestação são raras

Infecção primária durante a gestação pode levar a um maior risco de
doença severa, em particular pneumonia
Nas primeiras 20 semanas de gestação:




Até 3% de chance de transmissão ao feto,
causando a síndrome da varicela congênita.
Cicatrizes na pele
Hipoplasia de membros
Anomalias no SNC e oculares
Mortalidade alta durante a infância
Síndrome de Varicela congênita
Recém nascidos de mães com varicela
no 1º trimestre de gravidez => 1,2%
Infecção entre 13ª e 20ª semana => 2%
Recém nascidos que adquirem varicela entre
5 e 10 dias de vida de mães infectadas entre 5 dias antes e
2 dias após o parto=> varicela grave=> pode atingir 30%
Infecção intrauterina e ocorrência de varicela antes dos 2
anos de idade => estão associados a ocorrência de zoster
entre jovens
Coriomeningite linfocítica (LCM) – sinais
- LCM: preocupação em obstetrícia=> transmissão vertical pode
ocorrer
- Para as mães imunocompetentes, não há risco significativo,
No primeiro trimestre da gestação, há um aumento no risco de aborto
espontâneo.
-
O vírus pode causar malformações:
corioretinite,
calcificações intracraniais,
hidrocefalia, micro ou macrocefalia,
retardo mental,
convulsões.
Na Polinésia Francesa:
Período de maior: primeiro trimestre da gestação
Risco de microcefalia: 95 (34–191) /10 000 mulheres
infectadas no primeiro trimestre : ~ 1% (0,3–1,9)
Em Pernambuco:
2% de todos neonatos suspeitos de microcefalia, não
somente aqueles nascidos de mães sabidamente
infectadas.
Metade destes casos confirmados com calcificações,
outras anormalidades cerebrais, ou ambos.
No RJ (Brasil et al. ):
Ultrassonografia em 42 mulheres:
12 (29%) com anormalidades;.
9 tiveram eritema e viremia no primeiro trimestre e
Microcefalia detectado em 2 casos
(= 22% de risco de microcefalia após infecção sintomática
com vírus Zika no primeiro trimestre).
Brasil P, Pereira JP Jr, Gabaglia CR, et al. Zika virus infection in pregnant
women in Rio de Janeiro—preliminary report. N Engl J Med2016; published
online March 4. DOI:10.1056/NEJMoa1602412.
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