BOLETIM DE SAÚDE Qualidade de vida Edição nº 01 Boletim de Saúde Janeiro 2016 Zika vírus e o avanço da microcefalia no Brasil Tivemos pouco a comemorar no ano de 2015. Entre as más notícias do ano que passou, o aumento explosivo dos casos de microcefalia em recém-nascidos é certamente uma das mais graves. Existe a possibilidade de termos vários milhares de crianças brasileiras apresentando retardo mental em função da microcefalia. Trata-se de uma tragédia individual, social e uma forte e duradoura pressão sobre os serviços de saúde já desestruturados e sobrecarregados. Em 2 de janeiro de 2016, o Ministério da Saúde já havia contabilizado 3.174 casos suspeitos de microcefalia sendo 1.185 em Pernambuco. Os estados do Nordeste apresentaram a grande maioria desses casos, entretanto o Centro-oeste e o Sudeste já aparecem nas estatísticas (com destaque para o estado do Rio de Janeiro com 118 suspeitas). Como informamos no nosso boletim de novembro de 2015, a microcefalia é possivelmente causada por uma infecção pelo vírus Zika durante a gestação. O vírus Zika é transmitido por mosquitos, como o Aedes Aegypti (o mesmo que transmite Dengue e a Chikungunya) e a doença caracteriza-se por manchas na pele, febre, olhos vermelhos, dor no corpo, nas juntas e na cabeça. Muito importante nesse momento é reforçar as recomendações para gestantes: • Manter as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames e vacinas recomendados pelo médico. • Não consumir bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas. • Não utilizar medicamentos sem orientação médica. • Evitar contato com pessoas com febre ou infecções. • Não consumir carne crua ou malpassada e peixe ou frutos do mar crus. • Evitar leite não pasteurizado e receitas que utilizam ovos crus. • Adotar medidas para reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças: eliminar os criadouros, manter portas e janelas fechadas ou com telas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes. Também é importante esclarecer que não há qualquer fundamento no boato que associa a circulação do Zika Vírus no Brasil a vacinas contra a rubéola. Para as mulheres que desejam engravidar, o Ministro da Saúde alertou para a necessidade do casal discutir com o médico a conveniência de uma gestação no momento em que se investiga a possibilidade do Zika Vírus provocar malformação fetal, em particular em estados com altas taxas de ocorrência de microcefalia. Se a decisão for engravidar, o ideal é que todos os cuidados e recomendações sejam adotados, tanto antes quanto durante o período da gestação. • Manter as vacinas atualizadas. A vacina contra a rubéola deve ser administrada ANTES do início da gestação. Dr. Rodolfo Milani Jr. | CRM 41.807 & Equipe de Qualidade de Vida Fonte: Saúde divulga dados atualizados de microcefalia. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21459-saude-divulga-dados-atualizados-de-microcefalia