Aula 5 - noite Arquivo

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FD-USP
Introdução à Sociologia
Alexandre Abdal
Aula 05 - noite
2016
Estrutura da aula:
1. Questões operacionais – cronograma de aulas
2. Atividade I – alguns comentários
3. O Manifesto...


A noção de conflito social e a sua atualidade
3 ideias importantes: a época burguesa,
transformação social
classes
sociais
3. Desenvolvimento capitalista vs. desenvolvimento pelo mercado
e
Referências:
Obrigatória
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. O Manifesto Comunista. In Coutinho, Carlos
Nelson (org.). O Manifesto Comunista 150 anos depois. Rio de Janeiro:
Contraponto, 1998. Burgueses e Proletários, pág. 07-20.
Complementar
ARRIGHI, Giovanni. Adam Smith em Pequim: origens e fundamentos do século
XXI. São Paulo: Boitempo, 2008. Cap. 3.
Cronograma da disciplina:
1. Disciplina é pensada tendo 14 datas mais a prova final.
2. Problema: feriados + cancelamento da aula passada = 12 datas
Soluções?
Cronograma da disciplina:
1. Disciplina é pensada tendo 14 datas mais a prova final.
2. Problema: feriados + cancelamento da aula passada = 12 datas
Sugestão:
 Suprimir aula 07 (modernidade e conflito social III)
 Agendar reposição de 1 aula em 23/11 (questão: data está fora do
calendário, assim, seria agendado “grupo de estudos” e fazemos
uma reposição informal).
Alguns comentários sobre a atividade I:
• Cartas-resposta boas e bastante adequadas. A maioria fugiu dos
“achismos” e do senso comum.
• Vieses comuns:
1. Discussão dos procedimentos em detrimento dos resultados ou
conteúdos.

Um tipo de problema: cartas-resposta que não dialogam com autores.
2. Má vontade com articulista. Em alguns casos, beiro ausência de
generosidade com autor e contexto da coluna.

Não esquecer que carta não é um tratado acadêmico!
3. Maior quantidade de cartas-resposta criticando a propriedade
privada do que a defendendo.

Será que é isso mesmo ou houve alguma tentativa de agradar o professor?
Além disso, pouca busca por conciliação, p\ ex. via noção de função social.
4. Reconhecer caráter histórico (e, portanto contingente) da
propriedade não implica necessariamente avaliação negativa
sobre ela ou seus efeitos. Vice-versa.
O Manifesto...
1. Como a noção de conflito social aparece no
“Manifesto...”? Por que ela é importante? (identificar
trechos no texto para suportar respostas)
O Manifesto...
1. Como a noção de conflito social aparece no “Manifesto...”?
Por que ela é importante?
2. E em qual medida podemos nos apoiar na noção de
conflito social para interpretar/explicar transformações
sociais no mundo de hoje?
O Manifesto...
1. Como a noção de conflito social aparece no “Manifesto...”?
Por que ela é importante?
2. E em qual medida podemos nos apoiar na noção de conflito
social para interpretar/explicar transformações sociais no
mundo de hoje?
3. E quais outras ideias importantes aparecem no
“Manifesto...”? (pelo menos mais 2; identificar trechos no
texto para suportar respostas)
Ideia 1: Modernidade (época burguesa)
• Parto da modernidade tem a ver com superação do feudalismo.
• Feudalismo = unidades econômicas autocentradas + relações de
trabalho reguladas por mecanismos extramercados
 Produção agrícola → servidão / feudos
 Produção urbana → corporações / cidades
• Relações de produção típicas do feudalismo não mais dão conta das
necessidades sociais de produção.
1. Descoberta de novas rotas comerciais (Índias, África e Américas)
impõe necessidade crescente de expansão dos mercados.
2. Braudel/Wallerstein/Arrighi: formação de economia mundo capitalista,
com forte predominância do comércio de longa distância.
3. Caio Prado: dinâmica competitiva condiciona expansão internacional
do capitalismo. Brasil é inserido como provedor de recursos naturais.
[ler trecho pp. 09]
expansão dos mercados ↔ mudança constante das relações
sociais de produção
formação do mercado mundial ↔ expansão internacional do
capitalismo
expansão do capitalismo ↔ aprofund. quali. e quanti. da
exploração dos mercados
Ideia 2: Classes sociais
• Modernidade encerra novo tipo de conflito social e conflito de classe.
 Corresponde ao processo pelo qual burguesia exerceu o seu papel
revolucionário.
 1789 vs. 1848 → de classe oprimida torna-se classe opressora.
• Estratificação social deixa de ser regida por princípios relacionados a
privilégios de nascimento e à lealdade.
 Relações feudais de produção = vassalagem + servidão.
• E passa a ser regida por princípios exclusivamente econômicos,
tendo o dinheiro como principal mediador.
 Formação e generalização do moderno sistema de assalariamento.
• Forma salário implica polarização social crescente em duas classes
fundamentais:
Burguesia
“classe dos capitalistas modernos que são proprietários dos meios
sociais de produção e utilizam trabalho assalariado”. (1998: 08).
Vs.
Proletariado
“classe dos modernos trabalhadores que, não possuindo meios
próprios de produção, dependem da venda de sua força de trab. para
sobreviver”. (idem).
• À ascensão econômica da burguesia, corresponde processo pelo
qual burguesia torna-se politicamente dominante.
 Estado como “comitê gestor dos negócios da burguesia”.
Ideia 3: limites do mundo burguês e perspectivas de transform. social
• Relação entre burguesia e proletariado é de interdependência.
• Ou seja, relações burguesas de produção são baseadas na
propriedade privada e no assalariamento e trazem consigo
tendência inexorável à proletarização.
• À constituição econômica do proletariado, corresponde a sua
formação política.
1. Proletariado é convertido em ator político (sujeito da história), única
classe verdadeiramente revolucionária, cuja realização de interesse de
classe implica a abolição do próprio sistema de classes.
2. Participação em lutas da burguesia (revoluções burguesas) é a sua
escola.
3. Desenvolvimento de consciência de classe, em processo de tomada
de consciência de seus interesses de classe.
• Tal qual relações feudais de produção, relações burguesas também
tornam-se estreitas demais para mundo que criaram.
 Mago perde controle sobre próprio feitiço que esconjurou.
 Relações sociais burguesas tornam-se incapazes de controlar forças
produtivas desencadeadas.
• Resultado: crises cada vez maiores de superprodução.
Contradição crescente entre formas privadas de apropriação
e formas sociais de produção
• Soluções (intensifc. da exploração dos mercados, ajuste espacial [à la
Harvey], destruição forçada da riqueza etc.) são sempre fugas para
frente.
Desenvolvimento pelo mercado vs. desenvolvimento capitalista
• G. Arrighi faz releitura criativa das teorias da riqueza nacional, de
Adam Smith, e da acumulação, de Karl Marx.
• Ponto de partida comum: acirramento da competição capitalista
implica tendência à retornos decrescentes dos investimentos (queda
da taxa de lucro).
 Suposição 1: capitais migram para mercados/nichos mais lucrativos.
 Suposição 2: investimentos produtivos só se realizam mediante
expectativa mínima de retorno.
 Suposição 3: capitalistas tentam, sempre, preservar taxas de lucro.
Expedientes: (i) repasse dos custos da competição para trabalhadores ;
e/ou (ii) aproximação com poder político.
1. Smith → noção de desenvolvimento pelo mercado

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


Estado atua no sentido de preservar competição, impedindo
monopólios, e de preservar trabalhadores de pressão desmedida.
Competição crescente intercapitalista é o que garante bem comum.
Ciclo virtuoso: expansão do mercado + divisão social do trabalho =
oportunidades econômicas.
Limites: tamanho do recipiente (território + população).
Na medida em que estruturas de mercado não mudam, ocorre
armadinha de alto nível.
2. Marx (+ J. Schumpeter) → noção de desenvolvimento capitalista

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
Embora Estado seja representante político da burguesia, atua no
sentido de preservar interesses de burguesias nacionais e de suas
frações.
Na esfera econômica, tônica é a competição intercapitalista, que, no
médio e longo prazo, rebaixa taxas de lucro.
Solução: revolução contínua e sistêmica das relações sociais de
produção (ou, em linguagem schumpeteriana: introdução de
inovações com deslocamento das estruturas de mercado e da
competição neles contidas).
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