Diapositivo 1 - Universidade de Lisboa

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Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Mestrado em Educação: Didáctica da Matemática
Grupo Brasileiro de História Oral
Alexandra Simões
Isilda Marques
Mª José Molarinho
Sara Costa
Professor Doutor João Pedro da Ponte
Fundamentos da Didáctica da Matemática
7 de Janeiro de 2006
Grupo Brasileiro de História Oral
História Oral
“A História Oral é um procedimento destinado à constituição de
novas fontes para a pesquisa histórica, com base nos
depoimentos orais colhidos sistematicamente em pesquisas
específicas, sob métodos problemas e pressupostos teóricos
explícitos.” (LOZANO,2000)
Grupo Brasileiro de História Oral
Cronologia
Década de 50: EUA, Europa e México (após a invenção do gravador)
Brasil
1975: Criação do programa de História Oral do CPDOC
1994: Associação Brasileira de História Oral (ABHO)
1996: Associação Internacional de História Oral
2002: Constituição formal do Grupo História Oral e Educação
Matemática (GHOEM)
Grupo Brasileiro de História Oral
António Carlos Souza
Gilda de Souza
1998
Estuda temas ligados à História Oral
Faz mestrado utilizando História Oral
Orientada
António Garnica
Inicia sistematicamente os seus estudos
sobre História Oral
Acaba doutoramento utilizando História Oral
2000
Carlos Vianna
2002
Seminário de estudos com a participação dos professores já citados e
outros, alunos de graduações e pós-graduações.
GHOEM
Grupo Brasileiro de História Oral
Elementos do GHOEM
António Vicente Garnica
Professor na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,
Faculdade de Ciências de Bauru, Departamento de Matemática.
Linhas de pesquisa: História da Educação Matemática, História Oral
e Educação Matemática
Carlos Vianna
Professor do Departamento de Matemática na Universidade
Federal do Paraná (UFPR) e do Programa de Pós-Graduação
em Educação.
Linha de pesquisa: Educação Matemática (história e a filosofia
associadas com a Educação Matemática).
Grupo Brasileiro de História Oral
Elementos do GHOEM (continuação)
Ivete Maria Baraldi
Docente da USC (Universidade do Sagrado Coração, Bauru-SP).
Linhas de pesquisa: Formação de Professores de Matemática;
História da Educação Matemática; História Oral e Educação
Matemática.
António Carlos Souza
Pesquisador na UNESP.
Linhas de pesquisa: Ensino e aprendizagem da Matemática e
seus aspectos sociais, históricos, políticos e culturais; Formação do
professor de Matemática; História da Educação Matemática;
História Oral e Educação Matemática; Identidade do professor de
Matemática; Temática Ambiental e o Processo Educativo:
concepções e práticas.
Grupo Brasileiro de História Oral
Metodologia
Realização e tratamento de entrevistas gravadas com pessoas que podem
testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou
outros aspectos da história contemporânea.
Colecta de depoimentos:
1º - Elaboração da pergunta directriz
2º - Escolha dos depoentes
3º - Processo de negociação de condições
4º - Entrevistas
Fases
Tratamento de informação:
5º - “Transcrição”
6º - “Textualização”
7º - “Legitimação e conferência”
8º - Assinatura de uma carta de cessão dos direitos de uso do seu
depoimento
Grupo Brasileiro de História Oral
Metodologia de pesquisa
Segundo Garnica (2004) trata-se de uma metodologia qualitativa porque as
pesquisas reconhecem:
• a transitoriedade dos seus resultados;
• a impossibilidade de uma hipótese a priori;
• a não neutralidade do pesquisador;
• a possibilidade de reconfiguração dos pressupostos da pesquisa,
• impossibilidade de estabelecer procedimentos sistemáticos, prévios,
estáticos e generalistas
História Oral e Educação Matemática
GHOEM tem como intenção estudar as possibilidades de utilização de História
Oral como um recurso teórico e metodológico para as pesquisas em Educação
Matemática, contribuindo para compreender o campo no qual são negociados os
significados entre Matemática, ensino e aprendizagem.
Este grupo desenvolve aquilo a que chama “investigação-em-trajectória”.
Grupo Brasileiro de História Oral
Estudos:
• Educação Matemática
o relação escola-família-matemática;
o profissionalização e concepções dos professores de Matemática;
o resistências, utopias e preconceitos.
• História da Educação Matemática
o estudo históricos sobre a formação de professores;
o análise da produção de núcleos em Educação Matemática;
o identidade de grupos de ensino e pesquisa;
o análise de instituições e órgãos responsáveis por directrizes curriculares.
Consequências
• Descentrar a história da formação e das práticas de professores
• Funcionar como “história do presente” – constituição de
documentos que, futuramente, poderão servir para outros estudos
Grupo Brasileiro de História Oral
“Retraços da Educação Matemática na Região de Bauru: uma
história em construção” Ivete Baraldi
Questão principal do estudo:
“Como evidenciou-se, delineou-se, caracterizou-se a formação do
professor de Matemática, nas décadas de 1960 e 1970, em seus variados
aspectos, na região de Bauru?”
Fontes:
- orais: depoimentos de 8 professores de Matemática da região de Bauru
- documentos escritos
Período de realização do estudo:
De 1999 a 2003.
Grupo Brasileiro de História Oral
Organização do trabalho:
Vozes de Professores de Matemática – Mosaico de Vidas – apresenta o
depoimento temático de professores de Matemática da região de Bauru.
Vozes da Literatura – apresenta o enquadramento teórico
Nossa Voz – apresenta o esboço teórico construído sobre a História Oral e
sua fundamentação enquanto metodologia de pesquisa em Educação
Matemática e descreve com mais detalhe o objectivo desta pesquisa
Grupo Brasileiro de História Oral
A “voz” de Vera Macário…
“Quando terminei o Normal, já iniciei como professora primária, em
1953, numa escola isolada na zona rural da cidade de Palmital, na fazenda
Fartura, na região de Assis. Por que eu fui para tão longe? Porque nós
tínhamos conhecidos nessa região e eu tinha escrito uma carta para um amigo
de meu pai, que era diretor de escola, contando que eu estava formada. Ele
falou: “Pode vir que aqui tem escola para você”. Enquanto eu estava lecionando
em Palmital, meu pai me escreveu para que eu viesse para Pederneiras, porque
eu iria lecionar Matemática no ginásio. Meu pai tinha conversado com uma
pessoa, um tipo de supervisor: “Eu tenho uma filha que gosta muito de
Matemática. Como é que eu faço para ela lecionar no ginásio?” “Estamos
precisando. Manda ela vir.” Assim, comecei minha carreira de professora de
Matemática em abril de 1953.
Grupo Brasileiro de História Oral
Inicialmente, fui admitida como professora interina de Matemática, que
era o nome que recebia quem não era efectivo na época, e procurei me
preparar, pois não possuía formação específica. Foi, então, quando tive aulas
particulares com o professor Linneu e ele me ensinou todo o conteúdo de
Geometria, de quinta a oitava série. Depois, também, procurei o professor Dimas
e ele me ensinou toda a Álgebra, de quinta a oitava série.”
Excerto da transcrição da entrevista de Vera Macário nascida em 1930
Grupo Brasileiro de História Oral
Considerações finais:
• “momentos” de formação de professores: caracterizados por situações
“remediais” que viabilizavam a regulamentação da prática do professor a partir
de uma prática já existente.
• formação inicial do professor de Matemática, deu-se na prática quotidiana de
uma sala de aula. Muitas vezes orientada pela prática de antigos professores,
os docentes leccionavam as aulas tal como foram por eles vivenciadas.
• muitos dos conceitos matemáticos que ensinaram, aprenderam sozinhos,
“perguntando aqui e ali”.
Grupo Brasileiro de História Oral
Pontos fortes e pontos fracos
Fortes
•
•
•
•
•
•
•
“Dar voz” àqueles que não foram ouvidos
Conhecer situações pouco estudadas
Permite compreender, corrigir ou completar outras formas de registo
Permite o cruzamento do individual com o colectivo
Critério de rede
Funcionar como “história do presente”
…
Fracos
• Limitações humanas
• Morosidade no processo
• Situação socio/profissional do depoente pode influenciar o seu
discurso
• Falta de distanciamento entre investigador e depoente
• Imprecisão da linguagem falada
• Subjectividade
• Conteúdo dependente do diálogo
• …
Grupo Brasileiro de História Oral
“Não havendo uma história “verdadeira”, trata-se de procurar pela verdade
das histórias, (re)constituindo-as como versões, analisando como se impõem
os regimes de verdade que cada uma dessas versões cria e faz valer.
Historiadores orais são, portanto, criadores de registos; constroem com
auxílio de seus depoentes-colaboradores, documentos que … permitem
(re)traçar um cenário, um entrecruzamento do quem, do onde, do quando e
do porquê.” Garnica 2004
- Consideram estas fontes de informação tão válidas e
cientificamente credíveis como os registos escritos?
- Seriam pertinentes estudos desta natureza em
Portugal?
Grupo Brasileiro de História Oral
Bibliografia
Baraldi, I.M.(2003). Retraços da Educação Matemática na região de Bauru (SP): uma
história em construção. Tese de doutorado em Educação Matemática. IGCE, UNESP, Rio
Claro.
Garnica, A. V. M. (2003). História Oral e Educação Matemática: De um inventário a uma
regulação. Zetetiké, 11(19), 9-55.
Garnica, A. V. M. (1998). O escrito e o oral: uma discussão inicial sobre os métodos da
História. Ciência & Educação (Bauru - São Paulo), 5(1), 27-35.
Garnica, A. V. M. (2004). História Oral e Educação Matemática. In Pesquisa qualitativa em
Educação Matemática (pp. 77-98). Belo Horizonte: Autêntica.
Garnica, A. V. M. (2004). Retraçando trajetórias, recoletando influências e perspectivas: Uma
proposta em história oral e educação matemática. In Educação matemática: Pesquisa em
movimento (pp. 151-163). São Paulo: Cortez.
Garnica, A. V. M. (2005, Julho). A História Oral como recurso para a pesquisa em Educação
Matemática: um estudo do caso brasileiro. Porto: comunicação a ser apresentada no CIBEM
Site do Grupo
www.ghoem.com
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