POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL NO BRASIL POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL • CONCEITO É um conjunto de programas, prioridades e decisões que são tomadas neste campo específico pelo governo. Estão vinculadas à política geral mais ampla. 1o MOMENTO: 1848 – 1895 1848: elaborada a planta e orçamento do 1o hospício dos alienados para a população do RJ. 1852: inaugurado o hospício d. Pedro II os povos pré-industriais tinham grande tolerância para com os “doentes mentais”, como se denomina hoje. 1o MOMENTO: 1848 – 1895 No Brasil, surge a idéia de que as pessoas com doenças mentais deveriam permanecer isoladas e cuidadas em locais devidamente construídos para isso. Atividade predominantemente assistencial e filantrópica praticada a maioria das vezes por religiosos. Hospício = hospedaria 2o MOMENTO: 1896-1902 Médicos alienistas cuidam como em países europeus dos alienados (tratamento baseado na teoria e práticas européias). No Brasil foram criadas as duas primeiras cátedras de psiquiatria e doenças nervosas (RJ e BA) 2o MOMENTO: 1896-1902 Idéia predominante: criação de grandes asilos (institucionalização das práticas terapêuticas). 1898: inauguração do asilo colônia de Juqueri 1901: inauguração do asilo central de Juqueri considerado modelo de assistência psiquiátrica na época. Famílias vizinhas recebiam remuneração para reinserção social do paciente após a alta. 3o MOMENTO: 1903-1929 1903: aparecem os documentos que dão origem a 1a legislação para atendimento dos alienados. Em 1911, “psiquiatria” é regulamentada como especialidade médica autônoma. Consagra-se a idéia de que o tratamento dos alienados é feito por médico alienista e pela equipe de enfermagem. o 3 MOMENTO: 1903 - 1929 Nos estados de SP e RJ, uma das políticas, foi criar outras colônias longe dos centros principais com os internados fazendo trabalho rural. Em outros estados, seguem o exemplo; criam colônias agrícolas como complementação do hospital tradicional ou como opção única. 3o MOMENTO: 1903-1929 Também nessa época, predomina a idéia de tratamento diferenciado para responsabilidade legal do alienado. 1916: a lei federal 3071 submete os loucos à curatela e interna os inconvenientes e sujeita à interdição os furiosos. 1925: muda o nome de hospício para hospital de Juqueri 4o MOMENTO: 1930-1945 Aparece noção de prevenção já que a doença mental era vista como degeneração. Período Nazi-Facismo 1930: em SP foi criada a diretoria geral de assistência a psicopatas, subordinada à secretaria do interior, compreendendo: clínica psiquiátrica, manicômio judiciário, institutos psicopáticos, hospital central e colônias de Juqueri. 1933: decreto autoriza construção de colônias agrícolas no interior do estado. o 5 MOMENTO: 1946-1965 1946: acordo entre o ministério da educação e saúde para intensificação da assistência aos psicopatas. Todas as penitenciárias deveriam ter psiquiatras ou psicólogos, ligando a noção de alterações psiquiátricas à noção de delitos, crimes e distúrbios de ordem social. 6o MOMENTO: 1966-1980 1966: criação do INSS, com a centralização dos recursos de saúde com privatização máxima para toda saúde. Recurso: construção de hospital psiquiátrico final da década de 60: surge forte movimento social questionando a internação em instituição hospitalar, principalmente com características manicomiais. 1980: crise da saúde mental. Pessoas procuram internação para receber pensão por invalidez Após 1980 • REFORMA PSIQUIÁTRICA INSTITUCIONAL BRASILEIRA UM CONCEITO PARA A REFORMA • Reforma: processo complexo, de desconstrução de uma política hegemônica até o inicio dos anos 80, e construção participativa de um lugar social para o louco, através de iniciativas setoriais na área da saúde, justiça, educação, cultura, direitos humanos, etc. O que é Reforma Psquiátrica • É a ampla mudança do atendimento público em Saúde Mental, que garante o acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade; • É amparada pela lei 10.216/2001, conquista de uma luta social que durou 12 anos; • Significa a mudança do modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com a família e a comunidade; O que é Reforma Psquiátrica • O atendimento é feito em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Residências Terapêuticas, Ambulatórios, Hospitais Gerais, Centros de Convivência; • As internações, quando necessárias, são feitas em hospitais gerais ou nos Caps/24 horas. Os hospitais psiquiátricos de grande porte vão sendo progressivamente substituídos. O QUE SERIA, ENTÃO, A REFORMA PSIQUIÁTRICA? • Para Amarante (1995, p. 87), a Reforma Psiquiátrica é definida como “um processo histórico de formulação crítica e prática, que tem como objetivos e estratégias o questionamento e a elaboração de propostas de transformação do modelo clássico e do paradigma da psiquiatria”. Se há Reforma, é porque existe um Obstáculo. • Obstáculo: Política de saúde mental que era: concentradora (hospitalocêntrica), excludente, reducionista (predominam modelos de tratamento biológico, hospitalar, segregacionista), tutelar (reduz o poder contratual do paciente, pela exorbitação dos dispositivos de tutela), favorecedora de estigma. Introdução • A psiquiatria nasceu no século XVIII, quando foi dada ao médico a incumbência de cuidar de uma determinada parcela da população excluída do meio social; • A luta antimanicomial, o mais importante movimento pela reforma psiquiátrica nacional, teve início durante o regime militar e ainda enfrenta desafios; Introdução • Historicamente a Reforma Psiquiátrica surgiu para questionar os saberes e práticas profissionais propostas pelo paradigma asilar, pautados na tutela, segregação e exclusão social. A reforma da atenção ao portador de sofrimento mental é hoje uma realidade incontestável no Brasil; Introdução • Considerando o movimento da Reforma Psiquiátrica em curso, é importante ressaltar que a mudança do modelo de assistência em Saúde Mental não implica apenas em implantação de Serviços Substitutivos, mas torna-se imprescindível uma modificação na prática profissional pautada no modelo psicossocial, um paradigma das práticas em Saúde Mental substitutivas ao modelo asilar; A Reforma Psiquiátrica Brasileira é composta de trajetórias: • A primeira trajetória é definida como alternativa, que ocorre na década de 70, quando surge o Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental • O segundo momento da Reforma Psiquiátrica é o da trajetória sanitarista iniciada nos primeiros anos da década de 80; A Reforma Psiquiátrica Brasileira é composta de trajetórias: • A terceira e mais importante trajetória da desinstitucionalização é caracterizada, sobretudo, pelo surgimento de novos serviços, estratégias e conceitos em Saúde Mental, a partir da década de 90. • Podemos entender que a Reforma Psiquiátrica trata-se de um processo que tem como princípios éticos a inclusão, a solidariedade e a cidadania. Histórico • VIII conferência nacional de saúde, em 1986 - marco na criação do sistema único de saúde. • I conferência nacional de saúde mental, em 1987- realizada no Rio de Janeiro. • Congresso de Bauru em 1987: os trabalhadores de saúde mental adotam a consígnia por uma sociedade sem manicômios. Luta antimanicomial. Histórico • Constituição federal de 1988 - amplia as ações de saúde para além da assistência, enfatiza as ações preventivas e estende o conceito de saúde até as relações sociais e com o meio ambiente e explicita a saúde como “direito de todos” “dever do estado”. • Apresentação do projeto de reforma psiquiátrica em 1989 de Paulo Delgado Histórico • Conferência de Caracas, em 1990 - os países da organização pan-americana de saúde foram convocados: A) Resgatar os direitos individuais das pessoas com transtornos mentais através da humanização dos hospitais psiquiátricos; B) A ampliação do leque de ações e serviços além do hospital e ambulatórios especializados C) Modificação na legislação psiquiátrica, que datava de 1935. Histórico • Portaria no 189 do MS, em 1991-altera o financiamento e cria novos procedimentos nas tabelas do SIH e SAI/ SUS. • Portaria no 224 do MS, em 1992 – cria normas para o atendimento às pessoas com transtornos mentais, com implantação da rede de serviços alternativos( caps.,Hospitais-dia, leitos em hospitais gerais etc.) • Portaria no 66 do MS, em 1995 – proíbe internações nos estabelecimentos cadastrados na psiquiatria III. Histórico • 1993 -1999: redução de leitos, criação de CAPS, ampliação do movimento de usuários. • 2000: ano internacional da saúde mental • Portaria no 799 do MS, em 2000 – instituiu as ações de saúde mental dentro do SUS e determinou à secretaria de assistência a saúde a criação do grupo técnico de organização e acompanhamento das ações assistenciais em saúde mental e criação do PNHAH e PNASH. Histórico • Criação do PNHAH e PNASH - programa nacional de humanização da assistência hospitalar e do programa nacional de avaliação do sistema hospitalar. Histórico • Lei federal no 10.216, 2001- “dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, estrutura e aperfeiçoa a assistência psiquiátrica e seus serviços, desativa as instituições de modelo asilar não terapêutico e estabelece novas diretrizes para o atendimento em saúde mental”. • REGULAMENTA A HOSPITALIZAÇÃO VOLUNTÁRIA, INVOLUNTÁRIA E COMPULSÓRIA Histórico • • Portaria no 251 do MS, em 2002- reclassifica os hospitais psiquiátricos de acordo avaliação do PNASH ,e estabelece normas técnicas e funcionais para o atendimento hospitalar. • 2002: ampliação dos CAPS e residências terapêuticas, redução de leitos. Histórico • Portaria/GM nº. 336 De 19 de fevereiro de 2002 Define e estabelece diretrizes para o funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial. • PORTARIA GM/ MS 816 de 30 de abril de 2002 Cria: O PROGRAMA NACIONAL DE ATENÇÃO COMUNITÁRIA INTEGRADA A USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS OBJETIVOS DA REFORMA PSIQUIATRICA • Superação do modelo assistencial centrado nos hospitais • Humanização da assistência hospitalar • Diversificar práticas terapêuticas • Inclusão social e reabilitação • Favorecer acesso do cliente ao sistema de saúde • Diminuir no de internação REFORMA • A psiquiatria tradicional do modelo asilar atuava sobre a doença e tinha como objetivo a cura. Com a reforma psiquiátrica novos conceitos e olhares constroem outros modos de entendimento sobre a loucura, conseqüentemente, promovem práticas diferenciadas REFORMA • No processo da Reforma Psiquiátrica pretende-se demonstrar como é possível as pessoas consideradas loucas assumirem diversos papéis na sociedade, ou seja, o portador de sofrimento mental passa a ser reconhecido por suas habilidades reais e como sujeito de direito, evitando o peso de assumir unicamente o papel de "doente mental“. Assim ele deve ser reconhecido socialmente acima de tudo como indivíduo, sendo respeitadas as suas diferenças. PROGRAMA • Desativação de hospitais e redução gradual do número de leitos psiquiátricos • Criação de serviços alternativos • Fechamentos dos pronto-socorros psiquiátricos. SERVIÇOS ALTERNATIVOS • Caps I • Caps II • Caps III • Caps ad • CAPS Infanto – juvenil • Srt I e II SERVIÇOS ALTERNATIVOS • Hospital – dia • Leitos em hospital geral • Serviço de urgência em hospital geral • Equipes de saúde da família • Famílias substitutas com o programa de volta para casa. AVALIAÇÃO • • • • • • Alcance dos objetivos Uso dos recursos Prevenção primária Aceitação da sociedade Acesso aos medicamentos Abrangência do conceito de saúde mental Diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental • Redução Progressiva dos Leitos Psiquiátricos - desinstitucionalização • Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares -PNASH-Psiquiatria • Implementação do programa “DE VOLTA PARA CASA” • Expansão dos serviços residenciais terapêuticos • Reorientação dos manicômios judiciários • Leitos em hospitais gerais DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL • Reestruturação da assistência psiquiátrica (PRH) em direção da desinstitucionalização. • Qualificação do atendimento hospitalar e ambulatorial existentes. • Expansão e consolidação da rede de atenção psicossocial (Caps, CapsI , Caps ad, hospitais gerais, Samu, centros de convivência e cultura, geração de renda e trabalho) • Inclusão das ações de saúde mental na atenção básica DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL • Atenção integral a usuários de álcool e outras drogas • Formação dos profissionais e qualificação do cuidado em saúde mental. • Inclusão social: geração de renda e trabalho, intervenções na cultura, mobilização de usuários e familiares, direitos humanos. • Política de Saúde Mental Infanto-juvenil A CLÍNICA PSICOSSOCIAL • • • • • • Atendimento e manejo às crises Projeto terapêutico institucional Projeto terapêutico do individuo Sujeito – liberdade – cidadão – escuta Território – o lugar do sujeito – redes Reabilitação psicossocial – inversão da lógica de preparar Bibliografia • Módulo Saúde Mental - Ministério de Saúde para o Profae. • Teixeira, M. B.,Mello, I. M., Grando, L. H., Fraiman, D. P. Manual de Enfermagem Psiquiátrica. Editora Atheneu. Rio de Janeiro. Belo Horizonte. 1997. A PRIMEIRA PEDRA NO CAMINHO DA MUDANÇA É O MEDO DO DESCONHECIDO A PRIMEIRA PEDRA NO CAMINHO DA MUDANÇAÉ O MEDO DO DESCONHECIDO. OBRIGADA ! OBRIGADA !