VER-SUS PARAHYBA 2016 - João Pessoa e Cabedelo, temático abordando saúde mental na pespectiva do Movimento de Reforma Sanitária e da Reforma Psiquiátrica dentro da esfera da RAPS ( Rede de Atenção Psicossocial). Foram dez dias de imersão na realidade do Sistema Único de Saúde da qual me proporcionou reformular e construir novos conceitos dentro da prática de atenção a saúde e principalmente a pessoa com deficiência, reafirmando que a saúde é direito de todos, mas para usufruir de todos os seus direitos precisamos conhecer os mesmos, a partir desta visão só podemos lutar por aquilo que conhecemos e essa imersão proporcionou-me a querer lutar pelo SUS que funciona quando temos profissionais engajados para esse fim. No âmbito da Reforma Psiquiátrica existem desafios e avanços notórios, nas visitas realizada na Rede de Atenção Psicossocial - RAPS que foram CAPS I, CAPS III, CAPS ad, PASM (Pronto Atendimento em Saúde Mental), estes dois fatores são bem evidentes. Os CAPS apresentam desafios estruturais e de recursos, redução do quadro de funcionários, acompanhamento aos famíliares, pois existe um adoecimento também destas famílias do qual muitas vezes essa negligência aborta essa socialização do paciênte no contexto familiar. No âmbito de avanços o que me chamou atenção foi a inclusão de um paciente com deficiência auditiva nas atividades gurpais mediante uma interprete, profissionais que não usam fardamentos para assim colocar-se em uma situação de igualdade, equipe interdiciplinar, trabalho voltado para redução de danos, passeios, socialização e integração com outros CAPS. No PASM surgiu um questionamento diante das práticas dos profissionais de saúde voltados para a saúde mental, e como se dá esse atendimento emergencial do qual a teória não condiz com a prática vista. O que precisa ser mudado acredito eu, seja uma exclusão dos manicômios da mente das pessoas por que não importa o local de atendimento se tivermos essa visão, por que a prática irá se perpertuar mesmo não havendo mais hospitais psiquiátricos. Dentro do cronograma visitamos uma Unidade de Saúde da Família Integrada na atenção básica da qual têm uma boa estrutura fisíca e profissional no atendimento a população assistida por essa unidade. Visitamos a CPICS (Centro de Práticas Integrativas e Complementares de Saúde) que proporciona cuidado e bem-estar aos usuários visando não apenas a doença mas um equilibrio da mente-corpo buscando uma promoção à saúde. Roda de conversa com os integrandes do consultório na rua que trouxe esclarecimentos sobre a sua atuação, dentro dele o trabalho feito para a redução de danos as pessoas em situação de rua, da qual fiquei supreendida desta realização ser um programa do SUS que atende na atenção básica e favorece encaminhamentos quando necessários para rede secundária e terciária. Ainda houve uma visita a uma ocupação no bairro de Mandacaru na cidade de João Pessoa de codinome Terra Nova e espaços de debates que abrangeu diversos temas como os direitos dos LGBTT, medicalização, redução de danos, saúde mental e racismo, reforma psiquiátrica e espaço da mulher. Termino esses dias de vivência com sentimento gerador de transformações e construtor de novas práticas de cuidado e assitência social, visibilizando um compromisso ético e humano no cuidado ao usuário de saúde mental, perpectuado com uma fala do usuário CAPS III "esse lugar é o céu, se ele for destruido eu construo novamente", frase notória do cuidado e afeto que esse usuário recebe por toda equipe desta unidade. Acredito no processo transformador deste projeto assim como sementes plantadas em solo fértil irá brotar frutos que polinizará novos campos.