- - - - TEXTO_Fátima Ceia - PAPEL DOS INIBIDORES DA ENZIMA - DA ANGIOTENSINA DE CONVERSAO - E TRATAMENTO DA NA PREVENCAO INSUFICIENCIA CARDIACA: VAMOS APLICAR RECOMENDACOES Fátima Ceia Médica, especialista em Medicina Interna, professora associada convidada da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, (onde rege Terapêutica Geral), coordena a Unidade Funcional de Insuficiência Cardíaca do Hospital de S. Francisco Xavier, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, o secretariado do Grupo de Estudo de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e o projecto EPICA (Epidemiology of Heart Failure in Portugal). Como investigadora principal ou co-investigadora, colabora actualmente, no Hospital de São Francisco Xavier, nos seguintes estudos multicêntricos internacionais de terapêutica em insuficiência cardíaca: PRIME II, ATLAS; CIBIS II, COMET, CHARM, PORTLAND, LEVICARD, EPHESUS, IPRESERVE, DILLIPO, EMPHASIS. Resumo do artigo O chamado sistema renina-angiotensina-aldosterona, suas componentes e interacções tem um papel fundamental para a vida: concepção, nascimento, saúde, doença, morte. Intervêm quer na defesa contra as agressões, quer na fisiopatologia de diversas afecções que se tornam crónicas e, potencialmente, letais. Existem actualmente várias formas de modificar o comportamento deste sistema com fármacos que actuam a diferentes níveis, permitindo apoiar a prevenção e o tratamento de situações de alta prevalência e morbilidade, como a hipertensão arterial, a síndrome metabólica, a diabetes mellitus, a doença vascular aterosclerótica, a insuficiência cardíaca. No presente trabalho são abordados estes aspectos, com ênfase especial no papel dos inibidores da enzima de conversão da angiotensina na prevenção e no tratamento da insuficiência cardíaca e nos aspectos práticos do seu manejo terapêutico. 20 Os inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) são fármacos com grande interesse no tratamento de diversas afecções, particularmente pela sua capacidade de impedir ou de retardar a lesão de orgãos-alvo, como sucede na hipertensão arterial, na diabetes mellitus e na insuficiência cardíaca (Fig.1).1-5 Acresce que são fármacos já conhecidos há muitos anos e com muitos doentes tratados, de fácil manejo, frequentemente pouco dispendioso, com escassas contra-indicações absolutas e reduzido número de efeitos adversos (Quadro I). Todavia, como sempre, há que saber manejá-los correctamente e nas suas indicações precisas. Vamos abordar alguns aspectos da sua utilização na prática clínica na abordagem da insuficiência cardíaca (IC). Fig. 1 SRAA ATEROSCLEROSE HIPERTENSÃO SÍNDROME METABÓLICA DIABETES MELLITUS OBESIDADE DISFUNÇÃO/DOENÇA VASCULAR DOENÇA CEREBRO-VASCULAR NEFROPATIA DOENÇA CORONÁRIA FIBRILHAÇÃO AURICULAR DISFUNÇÃO ASSINTOMÁTICA DO VE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA I. IECA no tratamento da insuficiência cardíaca crónica (ICC) no adulto Questões a pôr.6,7 Intervenção do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) nos factores de risco e principais patologias que afectam o Homem actual. Existem provas inequívocas de que a modulação farmacológica deste sistema, com inibidores da enzima de conversão da angiotensina e antagonistas dos receptores da angiotensina e da aldosterona tem efeitos benéficos. 1. O meu doente tem indicação para a prescrição de IECA? - Confirmar o diagnóstico de ICC (clínica de IC e confirmação da disfunção cardíaca em repouso por método de imagem, habitualmente ecocardiografia); 2. Estabelecer a etiologia. A prescrição de IECA é obrigatória em todos os doentes com ICC por disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (salvo contra-indicação formal). Não está claramente definida esta vantagem em qualquer dos outros sub-tipos de ICC (doença valvular, disfunção diastólica, ICC com função sistólica preservada, doença do pericárdio, doença congénita do coração, hipertensão pulmonar). Duas notas: - Os doentes com estenose valvular aórtica de grau importante e os que têm disfunção diastólica grave (por exemplo por cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva ou por miocardiopatia restrictiva ou infiltrativa de grau avançado) podem sofrer redução intensa do débito cardíaco com a instituição dos IECA, o que pode condicionar ou mesmo contra-indicar a sua utilização; - As vantagens da terapêutica com IECA em doentes com ICC e função sistólica preservada estão relacionadas com a etiologia da situação: 21 doença das artérias coronárias, hipertensão arterial, diabetes mellitus. 3. Excluir contra-indicações absolutas (Quadro I); 4. Verificar que o doente está bem hidratado, avaliar a pressão arterial, a creatininemia e a caliemia; 5. Suspender fármacos hipotensores que não sejam definidamente necessários: nitratos, moduladores dos canais do cálcio (apenas a amlodipina e a felodipina podem ser utilizadas no tratamento dos doentes com IC por disfunção sistólica do VE, quando a restante terapêutica em doses optimizadas não permitiu controlar a pressão arterial);4 Quadro I Inibidores da enzima de conversão da angiotensina na prevenção e tratamento da insuficiência cardíaca: contra-indicações absolutas e efeitos adversos Contra-indicações absolutas Precauções Efeitos adversos Gravidez Insuficiência renal Tosse seca** Estenose bilateral da artéria renal Estenose unilateral da artéria renal Hipotensão arterial*** Caliemia ≥ 5,5 mmol/l Hipotensão arterial Alergia IC aguda ou crónica descompensada* Choque Elevação da creatininemia*** Hipercaliemia*** Muito raramente: Síndrome coronária aguda* AVC* Uso concomitante de fármacos nefrotóxicos e de retentores do potássio Manifestações gastro-intestinais, cutâneas, hematológicas Edema angioneurótico Anemia (nos doentes com insuficiência renal) Cirurgia IC: Insuficiência cardíaca; AVC: acidente vascular cerebral agudo; * Em fase de instabilidade hemodinâmica; ** Ver Quadro III *** Ver texto. 6. Verificar se é possível modificar a terapêutica analgésica/anti-inflamatória, de forma a não serem utilizados concomitantemente fármacos que reduzam o filtrado glomerular (anti-inflamatórios não esteróides). Prescrever paracetamol em substituição para tratamento da dor e da febre. A aspirina em dose para antiagregação plaquetar deve ser mantida, nas indicações correctas. 7. Escolher o IECA. No tratamento da ICC, existem grandes estudos multicêntricos que comprovam os efeitos benéficos do captopril, do enalapril, do ramipril, do lisinopril e do trandolapril. Existem alguns estudos de menores dimensões sobre o perindopril no tratamento da ICC. Todavia, o perindopril é um IECA com efeito comprovado na protecção de orgãos-alvo e na redução de eventos isquemicos cerebrais, de eventos isquemicos cardíacos, na progressão para ICC e no aparecimento de diabetes tipo 2; por outro lado, tem menor efeito de hipotensão de primeira toma e permite uma titulação mais rápida da dose-alvo.8 É, pois, um fármaco que devemos também considerar no tratamento da IC. Apesar dos efeitos dos IECA serem, quase seguramente, efeitos de classe, há que considerar que estes fármacos são diferentes quanto às suas propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas, o que nos pode orientar no seu manejo. Assim, o captopril tem uma vida média mais curta do que qualquer dos outros; este facto, por um lado torna-o mais fácil de manejar em caso de efeito indesejável mas condiciona a sua prescrição em três tomas/dia, o que não é aconselhável para tratamento mantido, para além de que a sua absorção é reduzida pela ingestão concomitante de alimentos. O enalapril tem de ser administrado em duas tomas/dia (no tratamento da IC). Qualquer dos outros pode ser administrado em toma única diária; o trandolapril apresenta a particularidade de ser parcialmente metabolizado pelo fígado e excretado por via biliar, o que é útil nos doentes com função renal comprometida. 8. Doses e forma de proceder No Quadro II estão indicadas as doses de início e as doses-alvo dos IECA para a IC. O estudo ATLAS, com o lisinopril, demonstrou que a dose máxima que os doentes puderam tolerar se acompanhou de melhoria no objectivo conjunto mortalidade/internamento hospitalar; habitualmente considera-se que este é um efeito de classe. Não esquecer que a maioria dos doentes com IC por disfunção sistólica do VE tem enormes vantagens na terapêutica concomitante com bloqueador adrenérgico6, o que vai aumentar o risco de hipotensão, obriga a vigilância minuciosa e 22 Quadro II Inibidores da enzima de conversão da angiotensina na prevenção e tratamento da insuficiência cardíaca: doses de início e doses-alvo Fármaco Dose de início (mg) Dose-alvo (mg) Captopril 6,25 50 tid Lisinopril 2,5 35 qid Enalapril 2,5 20 bid Ramipril 2,5 10 qid Trandolapril 0,5 4 qid Perindopril 2 4 qid condiciona a dose que se pode atingir. Ao mesmo tempo, os doentes com IC por disfunção sistólica do VE que estiveram em classes III e IV da NYHA colhem vantagens adicionais da prescrição de inibidores da aldosterona, o que aumenta o risco de hipercaliemia, particularmente nos diabéticos.6 A terapêutica com IECA deve ser iniciada em dose baixa, com subida progressiva, duplicando a dose de duas em duas semanas. É preciso vigiar o aparecimento dos sintomas relacionados com os efeitos adversos, com especial atenção ao aparecimento ou agravamento da tosse seca (Quadro III), tonturas, ou outros 23 efeitos adversos, mais raros e graves, bem como vigiar a pressão arterial, a melhoria ou agravamento dos sintomas de IC, a creatininemia e a caliemia.7 Os IECA são fármacos em regra bem tolerados mesmo pelos doentes com IC por disfunção sistólica do VE. A terapêutica pode ser instituída no ambulatório na quase totalidade dos casos. O acompanhamento da terapêutica em muitos Países é feito pela enfermagem com treino em IC. 9. Resolução de problemas - Hipotensão sintomática ou assintomática mas grave (PA sistólica ≤ 80 mm Hg). Verificar se há agravamento da função renal e/ou hipercaliémia (ver a seguir), que obriguem ao envio a especialista. Na sua ausência, verificar se há factores que possam ser corrigidos: desidratação, hiponatremia, terapêutica concomitante com outros hipotensores, nomeadamente diuréticos, bloqueadores adrenérgicos, antagonistas dos receptores da angiotensina, nitratos, moduladores dos canais do cálcio (Quadro IV). - Agravamento da função renal É de esperar que a terapêutica com IECA se acompanhe de elevação ligeira a moderada da creatininemia (até mais 50% do basal, cerca de 3 mg/dl). Se surgir maior elevação, verificar o grau de hidratação e se estão concomitantemente a ser feitos fármacos ou substâncias nefrotóxicas; retirar estes e baixar a dose de diuréticos, se não houver sinais de congestão. Se a disfunção persistir, reduzir a dose de IECA para metade e verificar a creatininemia dentro de uma ou duas semanas; se a creatininemia se mantiver ≥ 3,5 mg, ou se houver sinais congestivos, deve-se ouvir a opinião do especialista.6,9 - Hipercaliemia A terapêutica com IECA pode acompanhar-se de elevação da caliémia, especialmente se a espironolactona ou a eplerenona tiverem sido prescritas nos doentes com função renal limiar. Aceitamos a subida da caliemia até 5,5 mmol/l; deverão ser verificados todos os fármacos da prescrição, excluir o triamtereno e o amilorido e reduzir a dose de espironolactona/eplerenona e do IECA. Se se verificar uma elevação da caliemia para ≥ 5,5 mmol/l, os retentores de Quadro III Efeitos adversos dos inibidores da enzima de conversão da angiotensina: a tosse “RECORDAR QUE Quadro IV • É um efeito adverso frequente: atinge 5 a 18% dos doentes. • Os doentes com IC podem ter tosse seca por motivos diversos da terapêutica com IECA: - Agravamento da congestão pulmonar UM IECA, MESMO EM DOSE BAIXA, É MELHOR Hipotensão arterial durante o tratamento da insuficiência cardíaca por disfunção sistólica do VE com inibidores da enzima de conversão da angiotensina: factores concomitantes mais frequentes e sua correcção, no ambulatório. Factor concomitante - Infecção respiratória QUE IECA NENHUM” Desidratação, hipovolemia Verificar o balanço hídrico Corrigir a dose de diuréticos Aumentar a ingestão de líquidos* Hiponatremia Parar/reduzir espironolactona Adequar dose de diuréticos Adequar sal/sódio na alimentação Diuréticos Adequar a dose ou parar, se não houver sinais congestivos** Nitratos Indicados apenas no tratamento dos doentes com IC por doença coronária, com angor*** - Bronquite tabágica (...) - Cancro do pulmão É fundamental excluir estas situações, porque têm terapêutica específica. Não atribuir a tosse exclusivamente aos IECA “NA PRÁTICA CLÍNICA, • Raramente é necessário interromper o tratamento da IC com IECA por causa da tosse QUASE TODOS OS • Se a tosse for definidamente relacionada com o IECA e interferir com o tratamento e com a qualidade de vida do doente (cansaço, dificuldade no sono), o IECA deverá ser substituído por ARA II (candesartan ou valsartan). DOENTES COM IC TÊM Moduladores dos canais do cálcio INDICAÇÃO PARA IECA” IC: Insuficiência cardíaca; IECA: inibidores da enzima de conversão da angiotensina; ARA II antagonistas dos receptores da angiotensina Como proceder São contra-indicados nifedipina, verapamil e diltiazem; não há dados sobre di-hidropiridinas de 2ª e 3ª geração. Amlodipina e felodipina podem ser utilizadas para controlo da pressão arterial, mas devem ser os primeiros fármacos a suspender se ocorrer hipotensão, mantendo os IECA e os bloqueadores adrenérgicos II. IECA e disfunção sistólica assintomática do VE potássio devem ser suspensos, e vigiada a creatininemia (ver acima) e a caliemia, semanalmente. Se existir caliemia mantida ≥ 5,5 mmol/l e/ou creatininemia, ≥ 3,5 mg/dl, deve-se ouvir o especialista. 10. No tratamento da ICC devem ser evitadas as associações fixas de IECA e de diurético, em princípio. Estas associações contêm diurético tiazídico, que não é a primeira opção no tratamento da ICC; por outro lado, não permitem a titulação da dose, nem do diurético nem do IECA. Estes doentes beneficiam definidamente da terapêutica com IECA: não progressão da doença, retardamento ou ausência de aparecimento da fase sintomática, aumento do tempo de vida, redução da necessidade de internamento hospitalar e melhoria da qualidade de vida4 24 * Se não houver sinais congestivos ou insuficiência renal que o contra-indiquem; ** A terapêutica diurética da ICC tem como único objectivo reduzir os sintomas e sinais de congestão; não interfere com a progressão da doença nem aumenta o tempo de sobrevida. Se houver hipotensão sintomática, ou assintomática grave, com sinais congestivos, ouvir o especialista. *** Muitos médicos prescrevem nitratos nestes doentes mesmo sem angor, como adjuvantes da melhoria da função endotelial e da microcirculação cardíaca. A disfunção sistólica assintomática do VE é diagnosticada apenas por método de imagem, usualmente ecocardiografia. Como triar os doentes para a ecocardiografia? Não existe consenso quanto ao cutt-off da concentração sérica do BNP ou do terminal N do proBNP (NTproBNP) para esta triagem.10,11 Assim, do que nesta situação não há clínica de IC nem exames laboratoriais específicos que nos apoiem, deverá ser realizado estudo ecocardiográfico em todos os doentes que têm factores de risco para IC (fase A da classificação da ACC/AHA)12 diagnóstico da disfunção assintomática do VE. Aliás, a grande maioria destes doentes tem indicação para terapêutica com IECA, mesmo sem disfunção sistólica do VE (os diabéticos, os hipertensos, os com doença comprovada das artérias coronárias (v. Factores de Risco 2006).13 III. IECA e IC com função sistólica preservada Estão em curso estudos para avaliação da vantagens da prescrição de IECA na IC com função sistólica preservada. Não existe por enquanto indicação formal para a sua instituição em todos os doentes. Todavia, não podemos esquecer que a maioria dos casos que se apresentam com este tipo de tipo de IC (e que constituem cerca de metade de todos os casos de IC) são doentes com indicação formal para a prescrição de IECA, de acordo com as respectivas Recomendações: diabetes mellitus, hipertensão arterial, doença das artérias coronárias.14-17 Fátima Ceia 25 Bibliografia 1. Kurtz TW. New treatment strategies for patients with hypertension and insulin resistance. Am J Med 2006; 119: 24S-30S. 2. Ritz E. Heart and kidney; fatal twins? Am J Med 2006; 119: 31S-39S. 3. Barnett A. Prevention and loss of renal function over time in patients with dibetic nephropathy. Am J Med 2006; 119: 40S-47S. 4. Calado J, Brum S. O bloqueio do sistema reninaangiotensina-aldosterona na nefropatia diabética. Revista Portuguesa de Diabetes 2006; 2: 27-30. 5. Anand K, Mooss AN, Hee TT, Mohiuddin SM. 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