0 OCORRÊNCIA DE INTOXICAÇÃO EM CAPRINOS PELAS FAVAS DE “PAU MOCÓ” NAS ÁREAS DE BREJINHO E DE CORREDORES NO MUNICÍPIO DECAMPO MAIOR NO PIAUÍ Maria Vitória Fortes Lages Cavalcanti1 Antônio Marcos Silva Nascimento2 Hilda Maria Miranda Pereira Queiroz3, Raniel Lustosa de Moura4 Wanderson Fiares de Carvalho5 Micherlene da Silva Carneiro Lustosa6 Gilson Lages Fortes Portela7 Edson Mendes da Silva8 RESUMO: Objetivou-se com esse estudo investigar a ocorrência de casos de intoxicação em caprinos pelas vagens do “pau mocó”, nas áreas de Brejinho e de Corredores no município de Campo Maior, no Piauí, beneficiadas com o Programa Projovem Saberes da Terra edição 2009. Palavras-Chave: intoxicação. Planta tóxica. Campo Maior. Piauí. 1. INTRODUÇÃO Um dos maiores problemas em produção animal nas regiões semi-áridas tropicais, é caracterizado por um acentuado decréscimo da produção de matéria seca disponível e da qualidade da forragem na estação seca. Pequenos ruminantes, principalmente caprinos, têm sido indicados como animais possuidores de excelente capacidade de adaptação nessas regiões, devido principalmente seu comportamento e hábito alimentar alternativo. Os animais, carentes de alimentos, acidentalmente ou não, ingerem plantas de natureza tóxica, causando-lhes alterações orgânicas podendo chegar a morte. Muitas são as plantas tóxicas de interesse pecuário já estudadas no Brasil, tendo quadro clínico-patológico conhecido. No entanto, frequentemente são atribuídas mortes 1 Aluna do curso de Especialização em Educação do Campo/ Médica Veterinária Aluno do curso de Especialização em Educação do Campo/ Licenciatura em Matemática 3 Aluna do curso de Especialização em Educação do Campo/ Engenheira Agrônoma 4 Professor orientador do ISEAF, IESM e Doutorando e Ciência Animal – UFPI 5e6 Doutorandos em Ciência Animal – UFPI 7 Professor do IFPI e Doutorando em Agronomia UFPI 8 Graduandos em Zootecnia IESM 2 1 em animais por intoxicação por plantas ainda não pesquisadas e, portanto, sem quadro clínico-patológico determinado. Por outro lado, deve-se considerar ainda que muitas mortes podem não se tratar de intoxicação por planta. No município de Campo Maior no Piauí muitas mortes em caprinos são atribuídas à determinada planta conhecida vulgarmente por “pau mocó”. Esta planta é amplamente divulgada entre a população rural, criadores de animais e vaqueiros da região, como sendo tóxica. Relatam que a ingestão de suas sementes pelos caprinos leva esses animais a morte. Muitos associam a morte em caprinos com a época de produção de suas favas e alguns sinais clínicos nos animais intoxicados como: ausência de ruminação, graus variados de distensão abdominal, berros constantes e ainda a presença das sementes da planta no rúmen dos animais mortos. Observou-se que as plantas dessa espécie nesse município, tanto nas regiões com características fisionômicas de mimoso como de agreste, apresentam comportamento fenológico diverso: algumas não perdem as folhas no início do período seco, outras perdem totalmente suas folhas apresentando-se posteriormente desfolhadas e floridas. No período seco do ano, nos meses de agosto a outubro, produz frutos alados, contendo uma semente por vagem. Nesse período as favas ficam disponíveis e, embora pouco palatáveis, os caprinos poderão consumir, acidentalmente ou pela falta de alimento no campo. Esse aspecto é importante, pois há plantas que embora tóxicas, os animais não as consomem. Estudo preliminar comprovou a intoxicação experimental em caprinos pelas favas de “pau mocó”, determinou a dose letal mediana e o quadro clínico-patológico. O objeto da pesquisa foi investigar a ocorrência de intoxicação em caprinos pelo “pau mocó” na população de 20 (vinte) famílias de educandos que criam nessas áreas, ao tempo que a pesquisa efetuada nas famílias dos educandos que criam caprinos, despertará de maneira prática, a necessidade de observação sobre os problemas relacionados com a atividade da caprinocultura, tema recorrente durante o Programa Projovem Saberes da Terra edição 2012 efetivado nas comunidades de Brejinho e Corredores. Esta pesquisa também proporcionará a compilação de informações sobre plantas tóxicas para animais de produção no Nordeste brasileiro para serem divulgadas entre médicos veterinários, acadêmicos da área, outras profissões que trabalham no campo, como educadores técnicos e pesquisadores. 2 2. REVISÃO LITERÁRIA A espécie Luetzelburgiaauriculata habita frequentemente regiões com tipo denominado “agreste” (LUETZELBURG, 1923) ou “pé de serra” (DUCKE,1959). Raramente pode ser encontrada nas formações de caatinga propriamente dita e nas áreas de transição caatinga-cerrado sendo, até o momento, encontrada nos estados do Ceará, Piauí, Paraíba, Bahia e Maranhão (LIMA, 1982). LIMA (1982) cita o ilustre botânico Francisco Freire Alemão, como o primeiro a se referir ao “pau mocó” quando o denominou de Tipuanaauriculata e o descreveu usando material coletado em suas viagens pelos sertões do Ceará. Cita ainda que a planta apresenta problemas taxonômicos desde que Ducke considerou o seu “typus” uma mistura em que as folhas pertenciam a Vataireamacrocarpa(Benth) Ducke. De acordo com o mesmo autor, o próprio Ducke ao transferi-la para o gênero Luetzelburgia, reconsiderou que a mistura constatada só ocorreu após o estudo de Freire Alemão. Entretanto, LIMA (1982) cita que alguns botânicos como Harms e Yakolev continuaram a aceitar Luetzelburgiaauriculata um táxon duvidoso, o que tornou ainda mais confusa a nomenclatura da espécie. A planta tem raízes tuberosas e feculentas, aproveitadas nos anos famintos (DUCKE,1959), embora reputados por outros como sendo venenosa (BRAGA 1960). Não foi encontrado relato sobre a ingestão das folhas da planta por animais, mas BRAGA (1960) cita que a fumaça provocada pela queima de seus galhos provoca cegueira, acidente também verificado nos animais que consomem suas folhas. No campo das plantas tóxicas de interesse pecuário, a pesquisa usa como método principal, a experimentação com animais. Nesse caso, deve ter feito na espécie animal que é afetada sob condições naturais, e com a planta fresca recém-colhida administrada por via oral. Os estudos com intoxicação experimental em caprinos com plantas tóxicas ou seus princípios tóxicos, devem objetivar também a utilização dessa espécie por ser ruminante de pequeno porte e menos dispendiosos (BARBOSA, ARMIÉM e TOKARNIA, 1994). A utilização de caprinos na realização de estudos sobre plantas tóxicas não é comum. BARBOSA; ARMIÉN E TOKARNIA (1994), verificaram que a intoxicação experimental por Baccharia megapotamica var. weirii (Compositae), utilizando-se doses de 1 a 6 g/kg de peso corporal causaram a morte de todos os animais. Os primeiros sintomas observados ocorreram entre 4 a 13 horas após o início 3 da administração da planta e a morte sobreveio num período de 10h54min a 11h28min após o começo da administração. Os principais sinais clínicos foram anorexia, atonia rumenal, aumento do peristaltismo intestinal, diminuição da consistência das fezes, taquicardia e dispneia, inquietação, tremores musculares, desidratação, sialorréia e hipotermia próximo à morte. CAVALCANTI, 1986, provocou a intoxicação em caprinos pelas favas trituradas de pau mocó. Os caprinos apresentaram alguns sinais clínicos semelhantes observados na intoxicação por Baccharia megapotamicavar.weirii (Compositae) relacionados anteriormente tais como: apatia, anorexia, sialorréia, movimentos mastigatórios vazios, taquicardia, dispneia, depressão inicial com posterior inquietação, alterações na postura, desidratação, extremidades frias e gemidos. Os principais achados de necrópsia encontrados ocorreram no trato digestivo, principalmente no rúmen, retículo, omaso e em segmentos do intestino grosso. Em todos os caprinos dos grupos I e II (dosagens de 10 e 5 g/kg respectivamente) ocorreu o desprendimento da mucosa do rúmen, revelando hiperemia da submucosa desse órgão. Neste estudo experimental, as sementes trituradas da Luetzelburgiasp administrada por via oral em doses únicas de 5 e 10 g/kg de peso corporal, produzem um quadro tóxico superagudo. A dose de 1g/kg de peso corporal não provocou a morte dos animais, porém com presença de diarreia e sinais clínicos das dosagens superiores, com recuperação dos caprinos em 72 horas. Os parâmetros de frequência cardíaca e respiratória mostraram alterações evidentes.A dose letal mediana (DL 50) foi de 2,34020 g/kg. Recentemente, MELLO et al. (2010), corroboram com o objetivo deste trabalho, quando afirmam que intoxicações por plantas afetam de forma direta e indireta a produção animal e, consequentemente, a condição econômica e social de produtores e seus familiares. Foram incluídas no referido trabalho, exclusivamente, as plantas que comprovadamente causaram pelo menos um surto de intoxicação na região nordeste utilizando como critério de ocorrência, a existência ou não de pelo menos um trabalho científico comprovando a mesma e somente foram incluídas as espécies nas quais foram constatadas a intoxicação. Na publicação encontra-se o “pau mocó” dentre essas plantas, descrevendo a espécie animal afetada, as condições em que ocorre a intoxicação, os sinais clínicos, as lesões, a dose tóxica, o diagnóstico e os registros de intoxicação. Ficou desconhecido o princípio ativo. Os dados obtidos,confirmam os resultados anteriores e afirmam a Luetzelburgiaauriculata com uma espécie de planta tóxica para os caprinos. 4 O impacto econômico ocasionado no setor justifica, portanto, o crescente esforço para diagnosticar e caracterizar as intoxicações por plantas em animais de produção com o objetivo de desenvolver técnicas de controle das mesmas para diminuir as perdas econômicas. 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 A Planta A planta pertence à família Fabaceae, gênero Luetzelburgiae trata de uma nova espécie, cujo táxon está sendo descrito pelos professores Airam Silva Lopes e Francisco Maurício Teles Freire do Departamento de Biologia, Herbário “Graziela Barroso”, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí. 3.2 A População A pesquisa de campo foi desenvolvida em vinte famílias de criadores de caprinos nas comunidades de Brejinho e de Corredores no município de Campo Maior no Piauí. 3.3Metodologia O método de pesquisa adotado foi a pesquisa de campo e pesquisa bibliográfica. Os dados primários foram obtidos através de depoimentos por meio de questionário, colhido diretamente na fonte, ou seja, em vinte famílias criadoras de caprinosdessas comunidades. Os relatos dos criadores locais atribuindo mortalidade dos animais, foram relacionados a outros relatos de morte em caprinos pelo consumo das vagens do “pau mocó” e aos quadros sintomáticos das intoxicações experimentais levantadas na pesquisa bibliográfica consultada, aépoca da produção das favas e aoutras patologias nessa espécie animal. 3.4.1Questionário aplicado sobre a ocorrência de mortalidade em caprinos das áreas de Brejinho e de Corredores em Campo Maior no Piauí. 5 Identificação da família: nome, idade eescolaridade. Qual a principal renda do criador? Há quanto tempo o criador tem seu rebanho na região? Qual a quantidade de caprinos no rebanho investigado? A planta ocorre na região? Como descreve a planta no período da chuva e no período da seca? (setembro a outubro) A planta tem alguma utilidade na vida diária dos moradores? Em que área da região a planta ocorre em maior quantidade? Existe associação entre ingestão da semente e mortalidade nos animais? Existe algum período do ano em que essa ocorrência é maior? Quais os sintomas apresentados nos caprinos atribuídos a ingestão das favas do “pau mocó”? O criador já perdeu animais devido a ingestão da fava da planta? Algum animal conseguiu sobreviver após a intoxicação atribuída a ingestão das favas? Quais os tratamentos utilizados pelos criadores nos casos? O que é feito pelos criadores para evitar o consumo das favas pelos caprinos? Com o intuito de possibilitar uma melhor organização do tema estudado, as informações foram devidamente classificadas de acordo com o questionário e sintetizadas na tentativa de responder, da melhor forma possível, as questões fundamentais levantadas, quais sejam: 1- Os criadores de caprinos nas regiões das comunidades de Brejinho e de Corredores identificam o “pau mocó” como sendo tóxico aos caprinos? 2- Há relatos de casos de mortes em caprinos nos rebanhos pesquisados nessas áreas, ocasionados pela ingestão das favas do “pau mocó”? 3- Os educandos e suas famílias têm despertado para os problemas que envolvem a atividade de caprinocultura? 6 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Dados pessoais A idade dosvintecriadores entrevistadosvariou entre 28 a 74 anos. Em relação à escolaridade, a maioria (65%) relata ter frequentado a escola por, no máximo, quatro anos, ou seja, têm apenas o Ensino Fundamental incompleto, o que significa dizer que podem ser denominados de analfabetos funcionais. Almeida et al. (2009) diz que a formação escolar do agricultor, é uma das principais ferramentas, tanto na capacidade de uso eficiente dos recursos disponíveis, quanto na aceitação/adoção de novas tecnologias dentro do processo produtivo,refletindo na renda da família. 4.2. Desde quando são criadores As famílias entrevistadas trabalham com os pais, desde crianças, na criação de caprinos e na agricultura,dando seguimento a essas atividades, sendo que apenas duas das famílias entrevistadas,iniciaram a criação no ano de 2005 e a outra em2008. No que diz respeito à posse da terra, todos relatam ser proprietários e morar sempre naquelas áreas. Os criadores dividem as áreas entre seus rebanhos, fazendo pequenos cercados que lhe garantem privacidade para a moradia e plantios no período chuvoso. Os caprinos são criados no sistema extensivo, com ocasional suplementação com microminerais adicionados em cloreto de sódio, denotando o caráter precário e a baixa produtividade dos rebanhos mencionados, devido a fatores, como a falta de informação, orientação e organização da caprinocultura. Com relação aos plantios, a irregularidade das chuvas nos últimos quatro anos no sertão nordestino, desestimulou os agricultores e criadoresem consequência desse flagelo, não tendo produção suficiente para reservas de alimentos, sequer de forragens para os animais. O abastecimento de água nas comunidades, nos domicílios e/ou propriedades dos criadores entrevistados, é em sua maioria com água de poços tubulares e artesianos embora a comunidade de Corredores conte com grande açude. 4.3 Tamanho dos rebanhos caprinos 7 Os rebanhos investigados contam em média com 50 animais, variando de 15 a 200 caprinos por rebanho. 4.4 Descrição da planta período chuvoso e período seco; utilização. Os entrevistados afirmaram a presença da planta em abundância na região eressaltam seu comportamento fenológico diverso: algumas não perdem as folhas no início do período seco, outras perdem totalmente suas folhas apresentando-se posteriormente desfolhadas e floridas. No período seco do ano, nos meses de agosto a outubro, produz frutos alados, contendo uma semente por vagem. Nesse período as favas ficam disponíveis. Afirmaram que a planta não lhes tem nenhuma serventia, “nem sequer amarram animais em sua sombra”, “os animais evitam ficar em baixo da árvore”, o mel produzido em suas inflorescências,“é amargo e faz mal as pessoas que o consomem”, realçando a toxidez do pau mocó. Alguns efetuam o corte das árvores e outros aproveitam a madeira para construção de mourões para cercas. 4.5Ocorrência de mortalidade em caprinos(período chuvoso, período seco) e a quantidade de mortes (contados do ano anterior, até a data da entrevista) sintomas observados. Sobre a maior incidência de mortalidade nos rebanhos caprinos investigados e a época do ano em que estas ocorrem em maior quantidade, os criadores têm informações diversas. Descrevem uma diversidade de sintomas. Para 35% dos entrevistados, a maior ocorrência de mortalidade é no período chuvoso, 25% afirmam que a mortalidade é mais frequentemente no período seco e 40% (quase metade dos entrevistados) não souberam dizer, considerando que ocorre durante todo o ano. Os principais sintomas relatados foram: diarreia, “goela inchada”, cabeça inchada, anemia, tosse com secreção, crescimento dos olhos,tremedeira,fraqueza, magreza, intoxicado, envenenado, espumando, opistótomo. Em relação ao número de mortes, houve polaridade nos relatos, sendo de 40 animais em um rebanho, enquanto que em outro, não houve mortalidade até a data da entrevista. A taxa de mortalidade dos outros criadores variou 20 a 30%. 8 4.6 Disponibilidade das sementes do “pau mocó” e mortalidade em caprinos atribuída a sua ingestão (período seco do ano). Entre os entrevistados que fazem associação entre a mortalidade em caprinos e a ingestão das favas de pau mocó, 2 (dois) atribuem alguns casos de morte pela intoxicação, outros 2 (dois) afirmam que “ocorre às vezes” e mais 2 (dois) afirmam que “tem relação”. Daqueles que relatam que os animais ingerem e se sentem mal ou adoecem são 2 (dois) e mais 2 (dois) relataram que não sabem qual é a planta que eles comem e faz mal. Apenas 1 (um) nunca viu um caprino intoxicado, embora afirme que ocorre. Daqueles entrevistados que não fazem esta associação,2 (dois) afirmam que não tem relação com o “pau mocó”, pois consideram que os animais evitam naturalmente consumir as favas e 1(um), embora não faça a associação, afirma que às vezes há mortes no período de produção das favas. Os outros 4 (quatro) criadores entrevistados não sabem dizer, sendo que 1 (um) deles nunca observou e outro foi contraditório. 4.7 Sobrevivência após a ingestão das favas de “pau mocó”. Entre os criadores pesquisados, 14 (quatorze) deles afirmam que “têm conhecimento de que caprinos conseguem sobreviver após a ingestão de favas de pau mocó” enquanto4 (quatro) negam essa informação e outro diz que dificilmente um caprino consegue viver após a ingestão da fava. Um não sabe dizer. 4.8 Tratamentos de doenças utilizados nos rebanhos. Esses criadores relataram diversos tratamentos utilizados no controle de doenças em seus rebanhos. Os medicamentos mais comuns são vermífugos, vitaminas, antibióticos (sulfa, terramicina), antitóxico. CONCLUSÕES A planta encontra-se amplamente distribuída nas áreas das comunidades de Brejinho e de Corredores. 9 Metades dos criadores investigados reconheceram que a planta é tóxica em diversos aspectos,mas que os caprinos naturalmente a evitam, porém relataram que os caprinos que ingerem as favas, adoecem ou morrem. Os criadores que afirmaram ter perdido animais pela ingestão das favas, não souberam descrever os sintomas, confundindo diversos sinaisclínicos e outras enfermidades. Os criadores não têm observado com maior acuidade os problemas relacionados à atividade de caprinocultura. O assunto vem sendo discutido no meio rural e carente em pesquisa acadêmica e literária, principalmente em relação a ocorrência de mortes nos rebanhos criados extensivamente, as condições favoráveis à ingestão, resumindo-se a relatos de criadores de caprinos e da intoxicação experimental pelas favas da planta produzida em caprinos. ABSTRACT The objective of this study to investigate the occurrence of cases of poisoning in goats by pods "mocó stick" in the areas of Brejinho and Corridors in Campo Maior, Piaui, benefited from the Projovem Knowledge Programme Earth 2009 edition. Key words: Intoxication. Toxic plant. Campo Maior. Piauí. REFERÊNCIAS Almeida, M.B. Reforma agrária e modernizaçãoda agricultura: contribuições para a avaliação da experiência brasileira. Porto Alegre, 2009. Braga, R. Plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. 2nd ed. Fortaleza, Imprensa Oficial, 1960. 539 p. Cavalcanti, M.V.F.L. 1986. Intoxicação experimental em caprinos pelas favas do “pau mocó”. Cadernos de Pesquisa UFPI, CCA. Ducke, A. 1959. Estudos botânicos no Ceará. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências. Lima, H.C. de. 1982. Nota taxonômica sobre o “pau mocó”-Luetzelburgia auriculata (Fr. Allemão) Ducke. Cadernos de Pesquisa UFPI. Série Botânica 2:55-60. Mello G.W.S., Oliveira D.M., Carvalho C.J.S., Pires L.V., Costa F.A.L., Riet-Correa F. & Silva S.M.M. 2010. Plantas tóxicas para ruminantes e eqüídeos no Norte Piauiense. Pesq. Vet. Bras. 30:1-9. 10 Mello G.W.S., Oliveira. D.M., Carvalho C.J.S., Cavalcante M.V.F.L., Costa F.A.L., Riet-Correa, F. & Silva S.M.M.S. 2010. Poisoning of goats by the pods of Luetzelburgiaauriculata.Toxicon 53:1115–1118. Rubens,H. Plantas do Brasil. Disponível em: blogspot.com.br/2012/08/luetzelburgiaauriculata-allemão-ducke.html.1/10/14. Tokarnia C.H., Döbereiner J. & Peixoto P.V. 2000. Plantas Tóxicas do Brasil. Editora Helianthus, Rio de Janeiro. 310p.