Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR

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Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR
http://revista.univar.edu.br
Ano de publicação: 2016
N°.:15 Vol.1 Págs.139 - 144
ISSN 1984-431X
PREVALÊNCIA DO USO DE METILFENIDATO POR UNIVERSITARIOS DAS
FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA (UNIVAR)
Onorio Pedro de Carvalho Filho1 e Anna Lettycia Vieira dos Santos2
RESUMO: O metilfenidato é usado no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e hiperatividade (TDAH). A
partir de 2009, varias revistas mostraram reportagens sobre o uso inadequado desse medicamento por estudantes. Esse
trabalho tem como objetivo identificar a prevalência do uso do medicamento por universitários, formas de aquisição,
principais motivos de utilização e efeitos colaterais relatados. O estudo relatou uma prevalência de 23,1% do uso do
medicamento entre os universitários do curso de farmácia das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia. Conclui-se que
o índice de usuários é considerado alto, já que seu uso é constante e não para os devidos fins terapêuticos da doença.
Sugere-se que o farmacêutico, professores, médicos especialistas e proprietários de drogarias que façam um programa
de conscientização a todos os universitários em relação ao uso inadequado ou indiscriminado do metilfenidato.
PALAVRAS-CHAVE: Metilfenidato; Déficit de atenção; Hiperatividade; Ritalina.
ABSTRACT: Methylphenidate is used to treat Attention Deficit Disorder and hyperactivity disorder (ADHD). Since
2009, several magazines showed reports about the inappropriate use of this drug by students. This work aims to identify
the prevalence of the drug by university, forms of acquisition, the main reasons for use and side effects reported. The
study reported a prevalence of 23.1% of the drug among college course pharmacy the United Colleges of the Araguaia
Valley. It concludes that the user index is considered high, since its use is constant and not for therapeutic purposes due
to the disease. It is suggested that the pharmacist, teachers, medical experts and owners of drugstores to do an
awareness program to all students in relation to inappropriate or indiscriminate use of methylphenidate.
KEY-WORDS: methylphenidate; attention deficit; hyperactivity; ritalin.
1
Acadêmico do 5º ano do curso de bacharelado em Farmácia generalista das FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA-UNIVAR.
Contato: [email protected]
2
Docente orientadora da UNIVAR. Graduada em Farmácia pela UFMT. Pós-graduanda em Docência do Ensino Superior pela UNIVAR. Mestre em
Imunologia e Parasitologia Básicas e Aplicadas pela UFMT. Contato: [email protected]
1. INTRODUÇÃO
A partir do ano de 2009, várias revistas
brasileiras publicaram matérias sobre pessoas
saudáveis que usam medicamentos para melhorar o
funcionamento do cérebro e aumentar o desempenho
cognitivo, fazendo com que seja intensificada a
atenção, a concentração, a memória e outros tipos de
raciocínio. Entre os medicamentos citados está o
cloridrato de metilfenidato conhecido no Brasil pelos
nomes comerciais Ritalina® (Novartis) e Concerta®
(Janssen-Cilag), atualmente é um dos mais utilizados
para essa pratica entre estudantes de universidades e
pessoas que estudam para provas de concurso publico.
O Metilfenidato é um medicamento
estimulante do sistema nervoso central sujeito a
controle especial pela portaria 344/98 utilizado no
tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH) em crianças e narcolepsia em
adultos (ANVISA, 2013). Sendo, portanto, classificado
como uma droga psicotrópica, composta por uma
substância que faz parte do grupo das anfetaminas.
Rapidamente nota-se que após sua administração oral
em torno de 2 horas atinge a concentração plasmática
máxima tendo como limite de dose para adultos 90mg
por dia (GOODMAN; GILMAN, 2005). É importante
lembrar que as anfetaminas são tidas como drogas de
abuso e considera-se forte a probabilidade de adquirir
dependência a essa droga (CAETANO, 2011).
Segundo registros do United States
Department
of
Justice
Drug
Enforcement
Administration (DEA) em 2010, houve um aumento na
produção de metilfenidato em 298% no período entre
1996 a 2006, ajudando assim na fomentação do debate
sobre a adequação médica na identificação de casos
com TDAH e o uso indiscriminado por usuários que
procuram nesse fármaco seus efeitos estimulantes
como forma de beneficio.
Segundo Carlini et al. (2003) no Brasil a
venda de Metilfenidato é controlada e notificada pela
receita de cor amarela, mas muitos autores acreditam
não ser necessário esse controle, pois consideram
seguro seus efeitos colaterais. É importante ressaltar
que o uso desse medicamento sem prescrição médica é
ilegal. No Brasil o uso desse fármaco tem sido abusivo
em quase todos os Estados em razão do alto número de
139
prescrições, colocando o país em segundo lugar no
consumo dessa substância (SNGPC, 2012). Com isso a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
quer ampliar ainda mais o seu controle tornando mais
difícil de conseguir adquiri-lo sem a devida prescrição
médica. Uma das suspeitas para o uso considerado
acima da média é de que adultos estão utilizando-o
para o aprimoramento nos estudos em busca de maior
concentração, no trabalho e até mesmo sendo utilizado
na redução de peso (ANVISA, 2010;).
Para Greely et al. (2008) estudantes
universitários comumente compram e vendem
medicamentos, não para tratarem de doenças, e sim
obterem notas mais elevadas, vantagem sobre os
colegas ou para obter um aumento na capacidade do
aprendizado, com isso o uso desse medicamento chega
a ser mais abusivo nos períodos de avaliações onde o
vasto conteúdo a ser estudado, precisa de um alto grau
de concentração.
Há uma preocupação grande em relação à
conscientização dos universitários que fazem uso do
medicamento sem orientação médica, pois a grande
maioria deles só está visando os benefícios
esquecendo-se dos malefícios que a substância pode
trazer quando se automedicam. Muitos desconhecem
que uso de Metilfenidato em curto prazo pode trazer
diversos efeitos colaterais tais como, anorexia e
insônia, seguidas de cefaleia e dor abdominal, já seu
uso a longo prazo pode trazer maior impacto como a
dependência ao fármaco, sendo considerado um risco
mais teórico do que prático (PASTURA; MATTOS,
2004).
Muitos desses estudantes usam o
medicamento em períodos em que estão estudando para
concursos públicos, mas nesse estudo será focado nos
estudantes que usam o medicamento de forma
indiscriminada como técnica de aprimoramento nas
avaliações das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia.
Os universitários que fazem o uso do
metilfenidato sem prescrição médica devem saber que
além dos benefícios o medicamento traz os malefícios
devido à sua automedicação, sabendo-se que o
metilfenidato é do grupo das anfetaminas, podendo
causar alguns efeitos colaterais com variações entre
insônia e taquicardia.
Portanto se o estudante não estiver com sinais
de TDAH e os médicos prescreverem a medicação,
torna-se um erro grave, assim como as drogarias que
fazem a venda do medicamento sem receita. Esta
pesquisa irá contribuir com varias informações aos
estudantes sobre os graves riscos que o metilfenidato
pode ocasionar à saúde deles.
Esse estudo tem como principal objetivo
detectar a prevalência de universitários do curso de
farmácia da UNIVAR usuários de metilfenidato e
também suas principais formas de aquisição, motivos
de utilização e possíveis efeitos colaterais.
ambos os sexos do 1º ao 5º ano do curso de Farmácia
das Faculdades unidas do Vale do Araguaia de Barra do
Garças – MT.
A coleta de dados que ocorreu em forma de
questionário que foram aplicados aos acadêmicos, nos
meses de agosto e setembro do ano de 2015.
Na realização foi solicitado a cada
participante da pesquisa, a assinatura de um Termo de
Conscientização Livre e Esclarecimento antes da
aplicação do questionário para procedimento da coleta
de dados na Instituição.
Como critério de inclusão no estudo utilizouse os acadêmicos das Faculdades Unidas do Vale do
Araguaia da cidade de Barra do Garças que utilizaram
ou não o metilfenidato. Sendo que o estudo não
apresentou riscos a nenhum dos universitários, e o
conteúdo da pesquisa mantido no mais absoluto sigilo,
não identificando os participantes.
As variáveis analisadas nesse estudo são
gênero, idade, período/ano, utilização ou não do
metilfenidato e, quem fez a indicação do fármaco,
período da faculdade que começou a utilizar, forma de
aquisição do medicamento, frequência de uso e quais
efeitos colaterais já foram relatados.
Os dados obtidos foram tabulados e
apresentados em forma de gráficos e tabelas elaboradas
por meio do programa Microsoft Excel 2010.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este estudo verifica a utilização do
medicamento Metilfenidato, um estimulante do sistema
nervoso central sujeito à controle especial pela portaria
344/98 utilizado no tratamento do Transtorno do
Déficit de Atenção e Hiperatividade, o qual foi
composto por 130 participantes, acadêmicos do curso
de farmácia noturno da UNIVAR. Constatou-se que
69% (n=90) eram do sexo feminino e 31% (n=40) do
sexo masculino, conforme figura 1.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Figura 1 – Ditribuiçao por gênero dos participantes do
estudo (n = 130).
Este estudo é do tipo observacional analítico
de corte transversal. O qual foi realizado por meio de
questionário. A amostra é composta 130 acadêmicos de
Entre os entrevistados 46,92% (61) tem entre
21 a 25 anos, 26,92% (35) têm idade entre 17 a 20
140
anos, 13,85% (18) tem de 26 a 30 anos e 12,31% (16)
têm idade acima de 30 anos, conforme figura 2.
Circunstância de uso (n=32)
Época de prova
Sala de aula e estágios
Fonte: CARVALHO FILHO, 2015.
3
9,38
Pode-se observar que houve um número maior
de usuários do sexo feminino (17) 56,67% em relação
ao sexo masculino (13) 43,33%, conforme a figura 3.
Pode-se considerar um número mais alto de usuários
do sexo feminino em relação ao sexo masculino devido
ao maior numero de entrevistados serem mulheres.
Figura 2 – Faixa etária dos participantes do estudo (n
= 130).
Quando perguntado aos universitários se já
ouviram falar sobre o metilfenidato apenas 15,38%
(20) disseram que não e 84,62% (110) disseram que
sim. E quando questionados se já fizeram o uso do
medicamento 76,9% (100) disseram que não e 23,1%
(30) disseram já ter feito o uso do medicamento depois
de ter ingressado na faculdade. A maior parte deles
começou a tomar o medicamento através de indicação
de amigos 43,33% (13) e colegas da faculdade 43,33%
(13) e apenas 13,34% (4) por indicação médica.
Notou-se também que entre os períodos 3,33% (1) são
do 2º ano, 16,66% (5) do 3º ano, 20% (6) do 4º ano e
60% (18) do 5º ano. Sendo que 90,62% (29) utilizaram
o medicamento em época de provas e apenas 9,38% (3)
fizeram o uso para melhorar o rendimento em sala de
aula e nos estágios conforme a tabela 1.
Tabela 1 – Conhecimento, utilização, indicação,
aquisição do e circunstancia de uso do metilfenidato
por acadêmicos da UNIVAR, Barra do Garças-MT.
N
%
Conhecimento (n=130)
NÃO
20 15,38
SIM
110 84,62
Utilização (n=130)
NÃO
100 76,90
SIM
30 23,10
Indicação (n=30)
Médico
4
Amigos
13 43,33
Colegas de faculdade
13 43.33
-
-
Farmacêutico
-
-
Aquisição (n=30)
Amostra Grátis
-
-
Drogaria (Farmacêutico)
8
26,67
Drogaria (Balconista)
7
23,33
Doação de amigos
15 50,00
-
Foram destacados que o uso do medicamento
foi maior na faixa etária entre 21 a 25 anos 46,67%
(14), em 2º lugar aparece a faixa etária entre 26 a 30
anos 23,33% (7) em 3º lugar a faixa etária acima de 30
anos 20% (6) e em ultimo a faixa etária entre 17 a 20
anos 10% (3), conforme a figura 4.
13,34
Familiares
Internet
FIGURA 3 – Gênero dos usuários de Metilfenidato
(n=30)
-
29 90,62
FIGURA 4 – Faixa
Metilfenidato (n=30)
etária
dos
usuários
de
Quanto ao uso do metilfenidato na faculdade
foram observados no estudo, que 50% (15)
apresentaram algum efeito colateral, efeitos esses que
são relatados na bula do medicamento e 50% não
apresentaram nenhum tipo de efeito colateral. Notou-se
que grande parte dos universitários que já tiveram
efeitos colaterais relataram que já sentiram mais de um
141
efeito colateral, estando entre os mais relatados: a
insônia, cefaleias e ansiedade.
Notou-se também que 63,33% (19) não usam
mais o metilfenidato e 36,67% (11) ainda continuam
usando o medicamento, devido a dificuldade de
adquirir o medicamento 57,89% (11) e apenas 42,11%
(8) não usa mais por causa dos efeitos colaterais.
Apenas 13,33% (4) das respostas, os
universitários afirmaram que após terminar o curso de
farmácia
pretendem
continuar
utilizando
o
medicamento, onde observou que 75% (3) pretendem
utilizar para concurso público e 25% (1) para
mestrado/doutorado. É importante ressaltar que 86,67%
(26) responderam que não pretendem mais usar o
medicamento após terminar o curso.
Quando perguntados se seus objetivos foram
alcançados quando estevem utilizando o medicamento,
90% (27) afirmaram que sim e 10% (3) responderam
que não, conforme a tabela 2.
Tabela 2 – Perfil dos usuários de metilfenidato, Barra
do Garças-MT.
PERFIL DOS USUÁRIOS
N
%
Efeitos colaterais (n=30)
SIM
15
50,00
NÃO
15
50,00
DIMINUIÇÃO DO APETITE
1
2,00
INSÔNIA
10
20,00
DOR ABDOMINAL
-
-
CEFALÉIA
9
18,00
NÁUSEAS
4
8,00
ANSIEDADE
8
16,00
EUFORIA
6
12,00
IRRITABILIDADE
5
10,00
TRISTEZA
1
2,00
TONTEIRA
4
8,00
TIQUES
2
4,00
SIM
11
36,67
NÃO
Fonte: CARVALHO FILHO, 2015
19
63,33
Efeitos (n=50)
Utiliza atualmente (n=30)
Tabela 2 continuação – Perfil dos usuários de
metilfenidato, Barra do Garças-MT.
Não utiliza mais (n=19)
DIFICULDADE DE ADQUIRIR
11
57,89
EFEITOS COLATERAIS
8
42,11
SIM
4
13,33
NÃO
26
86,67
CONCURSO PÚBLICO
3
75,00
RESIDÊNCIA
0
-
MESTRADO/DOUTORADO
1
25,00
ENTREVISTA DE EMPREGO
-
-
27
90,00
Pretende continuar (n=30)
Motivo utilização (n=4)
Objetivos alcançados (n=30)
SIM
NÃO
Fonte:
FILHO, 2015
3
10,00
CARVALHO
O estudo apresentou uma prevalência de
23,10% do uso de metilfenidato entre os acadêmicos
das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia do curso
de farmácia. Um estudo realizado no Centro
Universitário de Volta Redonda estado do Rio de
Janeiro foi relatado entre 160 universitários
participantes da pesquisa uma prevalência do uso em
23,72% dos universitários do curso de medicina
(CARNEIRO et al, 2013). Outro estudo realizado em
universitários de Campo dos Goytacazes no estado do
Rio de Janeiro com 150 alunos constatou que 60% (90)
dos alunos tomaram o metilfenidato, sendo eles 51%
(46) do curso de medicina e 49% (44) do curso de
farmácia (MOTA, 2015).
Entre todos os universitários entrevistados
pode-se destacar que 69% foram mulheres, por isso
houve uma diferença significativa de consumo entre
homens e mulheres. Essa situação, porém também foi
observada em um estudo realizado na Universidade
Federal da Bahia onde foi encontrada uma diferença
maior entre os dois gêneros, nesse caso os homens
foram os que mais consumiram a droga durante os
estudos (CRUZ et al., 2011).
O estudo relatou ainda que entre todos os
entrevistados 73,84% (96) deles tem idade entre 17 a
25 anos o que nos mostra uma realidade de
universitários muito jovens que começam a utilizar a
droga mesmo sabendo que ela pode causar uma
dependência psíquica e química. Nesse caso ainda
pode-se relatar que se trata de estudantes de um curso
da área de saúde que tem um amplo conhecimento
sobre os possíveis efeitos colaterais, varias interações
medicamentosas e risco-beneficio, mais mesmo assim
utilizam o medicamento de forma irregular ou
indiscriminada. Segundo Lage et al. (2015) em sua
revisão de literatura pode-se observar que a maioria dos
participantes tinham entre 18 a 25 anos.
142
A maioria dos entrevistados respondeu ter
usado o metilfenidato após ter recebido indicação de
amigos e colegas da faculdade, em 86,66% (26) dos
alunos que são usuários do medicamento relataram ter
começado a usar após ter se ingressado na faculdade.
Levou-se a conclusão que a intensa rotina de estudos e
o vasto conteúdo pode ter levado esses universitários a
começarem a tomar o medicamento para melhorar seu
desempenho durante época de provas, já que 90,62%
(29) confirmaram usar no período em que ocorriam as
provas.
É possível notar que 50% (15) dos alunos
adquiriram o medicamento sem receita médica e 50%
(15) fizeram a aquisição com receita. A portaria
SVS/MS nº 344, de 1998 (ANVISA, 2013) conclui que
o metilfenidato foi adicionado à lista A3 das
substâncias psicotrópicas e podem ser adquiridos
somente com notificação de receita a de cor amarela.
Quando falado em efeitos colaterais, a metade
admitiu que já teve ocorrência de algum tipo de efeito
colateral, onde os mais relatados foram: insônia,
cefaleia e ansiedade. Sendo que 36,67 % (11) disseram
que mesmo podendo ocorrer tais efeitos colaterais
ainda continuam usando o medicamento. Segundo
Carneiro et al. (2013) 64,6% dos universitários de
medicina do Centro Universitário de Volta Redonda do
Rio de Janeiro apresentaram também vários efeitos
colaterais estando entre os mais relatados: taquicardia,
ansiedade e tremores, respectivamente. Os efeitos
colaterais de longo prazo e de curto prazo são
amenizados quando o uso do medicamento é suspenso
em finais de semana e em períodos de férias, entre
esses efeitos estão: insônia, cefaleia, ansiedade,
redução do apetite, dor abdominal e irritabilidade
(SANTOS, 2010).
Dentre esses resultados obtidos é necessário
lembrar que a maioria dos universitários que pararam
de utilizar o medicamento foi devido à dificuldade de
encontrar o medicamento no mercado, por se tratar de
um medicamento vendido apenas com prescrição de
um médico neurologista ou psiquiatra.
Após finalizar o curso, apenas 13,33% (4)
pretendem continuar usando o metilfenidato para fins
de concurso público ou mestrado/doutorado.
É de grande importância relatar que 90% (27)
dos universitários entrevistados responderam ter
conseguido alcançar seus objetivos desejados durante o
período em que estiveram utilizando o metilfenidato.
Há uma grande dificuldade de compreender os
diversos fatores que envolvem a utilização inadequada
do metilfenidato pelos futuros farmacêuticos. Grande
parte desses universitários traz para dentro da
faculdade o estresse adquirido no dia a dia e não
conseguem absorver grande parte dos conteúdos
aplicados em sala de aula, isso pode ter ajudado a
contribuir a utilização desses medicamentos, cujo
objetivo principal é aumentar a concentração e tentar
garantir um melhor aprendizado.
Cabe aos professores sugerir um programa de
conscientização a todos os universitários em relação ao
uso inadequado ou o uso indiscriminado do
metilfenidato dentro da faculdade. Sugere-se ainda um
trabalho de conscientização a todos os farmacêuticos
junto aos proprietários de drogarias sobre a venda
desse medicamento sem prescrição médica e aos
médicos especialistas de receitarem o metilfenidato
apenas para quem tenha o diagnostico do TDAH.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização desse estudo, podemos ter
uma conclusão que existe um índice considerado alto
do uso de metilfenidato entre os acadêmicos das
Faculdades Unidas do Vale do Araguaia, já que seu uso
é constante e não para os devidos fins terapêuticos da
doença a ser tratada, pois o metilfenidato é um
medicamento que pode causar dependência física ou
psíquica, que nos leva a uma preocupação, pois grande
parte dos estudantes consegue adquirir o medicamento
facilmente através de seus colegas de faculdade.
O principal motivo para o consumo do
medicamento é ajudar na concentração nos períodos
em que acontecem as provas bimestrais e garantir
melhora no rendimento em período de estágio e em
sala de aula, esses motivos também foram citados em
outros estudos.
Mesmo com a presença dos efeitos colaterais
apresentados pelo metilfenidato apenas uma parte dos
estudantes
pretendem
continuar
usando
o
medicamento, mostrando assim uma necessidade por
parte dos profissionais de saúde na conscientização
desses estudantes sobre os perigos que podem ocorrer
com o uso do metilfenidato de forma incorreta.
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