0 UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DACEC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGIAS PARA AGREGAR VALOR A MARCA NA INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO – O CASO DA DZIOTTI CINARA LIA ZIOTTI BOHN SOARES Ijuí – RS 2013 1 CINARA LIA ZIOTTI BOHN SOARES ESTRATÉGIAS PARA AGREGAR VALOR A MARCA NA INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO – O CASO DA DZIOTTI Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração da UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Marcelo Blume Ijuí – RS 2013 2 AGRADECIMENTOS O processo de pesquisa é um momento desafiador para o estudante. Dessa forma, não se pode passar por esse momento solitário. Por isso agradeço primeiramente a Deus, minha fonte de energia. Na sequência preciso lembrar daqueles que estão comigo em todos os momentos, meu esposo e meus dois filhos, há eles minha gratidão pela compreensão da minha ausência. Enfim, a todos os meus familiares que de alguma forma compartilharam este momento. O ensino acontece a partir de mestres que conduzem a nossa trajetória. Assim, agradeço a todos os professores que estiveram comigo nessa caminhada, especialmente ao professor Gustavo Arno Drews e a professora Lurdes Froemming. Agradeço também, ao professor Martin Ledermann pelo aceite em participar da avaliação desta pesquisa. Por fim, mas não menos importante, agradeço ao meu professor orientador Marcelo Blume que conduziu de forma inteligente as etapas da realização dessa pesquisa. Obrigada por me atender nas diversas oportunidades, por me ajudar no processo de emancipação para a escrita e pesquisa, a você mestre, os meus sinceros agradecimentos. 3 ESTRATÉGIAS PARA AGREGAR VALOR A MARCA NA INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO – O CASO DA DZIOTTI1 Cinara Lia Ziotti Bohn Soares2 Prof. Marcelo Blume3 Resumo A complexidade das organizações, bem como dos seus processos tem influenciado significativamente na sua sobrevivência. Por isso, as organizações buscam diferenciar-se uma das outras das mais diversas formas, entre elas uma estratégia é o posicionamento da marca. O objetivo desta pesquisa, foi estruturar propostas para a agregação de valor a marca DZiotti. Para tanto utilizou-se do método bibliográfico, quantitativo, qualitativa, cujo instrumento foi o questionário e a entrevista, para análise de estudo de caso. Verificou-se que concentrar esforços para o posicionamento da marca pode influenciar diretamente no relacionamento com o varejista é colocá-la em vantagem competitiva. O presente estudo é um Trabalho de Conclusão de Curso de Administração da Unijuí. O mesmo foi desenvolvido na indústria de confecções Ziotti e Soares Ltda cujo nome fantasia é DZiotti, localizada na Rua da Matriz, nº 914, Centro, em Ajuricaba – RS. Possui endereço eletrônico [email protected]; A organização Ziotti e Soares tem seu ramo de atuação ligada à confecção de roupas femininas e masculinas, com estilo básico, prático levando até as pessoas conforto, beleza e praticidade. Ou seja, seu negócio é a “solução em confecções com estilo prêt-à-porter, conforto, beleza e praticidade”. Desta forma, a missão da DZiotti é “Produzir confecções que ofereçam conforto e estilo, buscando prosperidade de todos os interessados”. A visão da DZiotti é “Estar em crescimento contínuo, visando resultados positivos e qualidade de vida”. A organização assumiu como princípios e valores: honestidade, qualidade, valorização das pessoas eficiência, responsabilidade social e ética. Palavras-chaves: Marca. Estratégias de Marketing. Marketing de Relacionamento. Posicionamento. Introdução As organizações estão imersas em um cenário de competitividade extremamente complexo, o que exige que estejam constantemente em aperfeiçoamento. Este estudo foi elaborado com a certeza de que Marketing é fundamental para o desenvolvimento das organizações, a partir disso, Marketing de Varejo torna-se uma ferramenta de gestão imprescindível para desenvolver estratégias a fim de conduzir negócios com o foco na marca. Nesse sentido, Blume e Ledermann (2009, p.71) corroboram que “(...) marca é também o que memorizamos sobre algo, o que fica na lembrança, o que identifica e o que diferencia uma coisa da outra”. Este estudo teve por objetivo geral, desenvolver propostas para agregação de maior valor e poder à marca na indústria do vestuário – o caso da DZiotti. Como objetivos específicos têm1 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí). 2 Aluna do Curso de Graduação em Administração da Unijuí, e-mail: [email protected]. 3 Orientador, professor Mestre do Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação – DACEC, e-mail: [email protected]. 4 se, estudar estratégias e conceitos de agregação de valor de marca, indicados pela bibliografia; Diagnosticar ações que devam ser utilizadas nos diversos canais de vendas, para agregação de maior valor e poder da marca na indústria do vestuário; Avaliar a percepção do varejista sobre os fatores que o fazem dar mais valor para uma marca de produtos de vestuário; Desenvolver um conjunto de propostas para agregar valor à marca da empresa DZiotti. Metodologia Optou-se por utilizar diferentes métodos para se chegar aos resultas, a mesma foi classificada como, Pesquisa bibliográfica, quantitativa, descritiva, exploratória e estudo de caso. A contribuição de Vieira (2004, p. 14) quando advoga: “(...) a utilização de múltiplos métodos de pesquisa e investigação na análise dos fenômenos administrativos e organizacionais pode abrir novos horizontes para a sua compreensão”. Os sujeitos da pesquisa foram clientes da indústria considerados ativos e não clientes, ou seja, do varejo da moda básica, feminina e masculina. Como, trata-se de um universo amplo, houve dificuldades em obter proximidade com o proprietário ou responsável pelas compras. A coleta de dados aconteceu em forma de um questionário composto por questões fechadas e abertas e destinadas a 103 clientes e não clientes e entrevista composta por seis questões realizadas para dez clientes e não clientes. Resultados e Discussão Os resultados do questionário foram apresentados em gráficos ou em quadros com alguns cruzamentos para facilitar a visualização e compreensão. Por outro lado, a entrevista em profundidade teve seus dados organizados e apresentados em forma de texto. Percebe-se a necessidade em aproximar empresa e varejista, e em conjunto desenvolver ações para maior valorização da marca. Com isso, atingiu-se parte do objetivo da pesquisa e em seguida formulado um conjunto de propostas que propicie a organização agregar valor a marca e aproximar-se do consumidor final. Conclusões Com esse estudo aprofundado tanto na parte teórica como prática pode-se dizer que toda e qualquer organização, faz uso do Marketing, não só para garantir competitividade, mas para fazer sucesso. E quanto mais acertos alcançar na escolha de suas estratégias maior a possibilidade de se destacar entre tantas organizações. A partir dos resultados e discussões realizados pode-se afirmar que os objetivos dessa pesquisa foram alcançados. Foram elaboradas propostas que podem instigar a organização a desenvolver um forte trabalho na área de Marketing com o propósito de agregar valor a marca e apresentar possibilidades de alavancagem na área de vendas. Referências Bibliográficas BLUME, M.; LEDERMANN, M. Gestão de produtos e marcas. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2009. 5 VIEIRA, M. M. F.; ZOUAIN, D. M. Pesquisa qualitativa em administração. Rio de Janeiro: FGV, 2004. 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Modelo simplificado de marketing ............................................................. 28 Figura 2 – Marketing mix ............................................................................................ 31 Figura 3 – Canais de distribuição indiretos ................................................................ 36 Figura 4 – Dimensões do brand equity ....................................................................... 45 7 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Definições de marketing .......................................................................... 29 Quadro 2 – Principais definições ................................................................................ 29 Quadro 3 – Definições para marca............................................................................. 44 Quadro 4 – Riscos da identidade da marca ............................................................... 47 Quadro 5 – Influência psicológica da cor ................................................................... 48 Quadro 6 – Características de posicionamento.......................................................... 50 Quadro 7 – Terminologias de marcas próprias .......................................................... 52 Quadro 8 – Terminologias de marcas próprias .......................................................... 52 Quadro 9 – Ferramentas para estudar marcas próprias ............................................ 53 Quadro 10 – Etapas da pesquisa ............................................................................... 55 Quadro 11 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no verão X região de atuação....................................................................................................... 65 Quadro 12 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no inverno X região de atuação....................................................................................................... 65 Quadro 13 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no verão X porte da loja ......................................................................................................................... 66 Quadro 14 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no inverno X porte da loja................................................................................................................ 66 Quadro 15 – Grau de importância do preço X número de peças compradas ............ 67 Quadro 16 – Grau de importância do preço relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X agilidade da entrega.............................................................. 68 Quadro 17 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X representante comercial ............................................................................... 68 Quadro 18 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X ações de marketing ...................................................................................... 69 Quadro 19 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X a procura do consumidor ............................................................................. 69 8 Quadro 20 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X garantir a qualidade da marca ..................................................................... 70 Quadro 21 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X procura pelo consumidor.............................................................................. 71 Quadro 22 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X modelos novos e diferenciados .................................................................... 71 Quadro 23 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X marcas de renome no mercado ................................................................... 72 Quadro 24 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X apresentar novidades para o cliente ............................................................ 72 Quadro 25 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X descontos no preço já praticado .................................................................. 73 Quadro 26 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X ajuda a fazer vitrine ...................................................................................... 73 Quadro 27 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X brindes para vendedores ............................................................................. 74 Quadro 28 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X merchandising .............................................................................................. 74 Quadro 29 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X bônus em mercadoria .................................................................................. 75 Quadro 30 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X treinamento para o vendedor ....................................................................... 75 Quadro 31 – Preço X região de atuação da sua loja .................................................. 76 Quadro 32 – Preço X sua loja .................................................................................... 77 Quadro 33 – Agilidade na entrega X a região de atuação da sua loja ....................... 78 Quadro 34 – Agilidade na entrega X porte da loja...................................................... 78 Quadro 35 – Representante comercial X a região de atuação da sua loja ................ 79 Quadro 36 – Representante comercial X a sua loja ................................................... 80 Quadro 37 – Ações de marketing X a região de atuação da sua loja......................... 81 Quadro 38 – Ações de marketing X a sua loja ........................................................... 81 Quadro 39 – Marca procurada pelo consumidor X a região de atuação da sua loja .. 82 Quadro 40 – Marca procurada pelo consumidor X a sua loja..................................... 83 Quadro 41 – A marca que conheço e garanto X a região de atuação da sua loja ..... 84 Quadro 42 – Marca que conheço e garanto X a sua loja ........................................... 84 Quadro 43 – Procura da marca pelo consumidor X a região de atuação da sua loja. 85 Quadro 44 – Procura da marca pelo consumidor X a sua loja ................................... 86 Quadro 45 – Procura da marca pelo consumidor X a região de atuação da sua loja. 87 Quadro 46 – Procura da marca pelo consumidor X a sua loja ................................... 87 Quadro 47 – Modelos novos e diferenciados X a região de atuação da sua loja ....... 88 9 Quadro 48 – Modelos novos e diferenciados X a sua loja ......................................... 89 Quadro 49 – Marca de renome X a região de atuação da sua loja ............................ 90 Quadro 50 – Marca de renome X a sua loja ............................................................... 90 Quadro 51 – Apresentar novidades aos clientes X a região de atuação da sua loja.. 91 Quadro 52 – Apresentar novidades aos clientes X a sua loja .................................... 91 Quadro 53 – Descontos no preço já praticado X a região de atuação da sua loja ..... 93 Quadro 54 – Descontos no preço já praticado X a sua loja ....................................... 93 Quadro 55 – Ajuda a fazer vitrines X qual o percentual que a sua empresa compra de cada fornecedor no verão...................................................................................... 94 Quadro 56 – Brindes para os vendedores X qual o percentual que a sua empresa compra de cada fornecedor no verão ......................................................................... 95 Quadro 57 – Peças de merchandising X qual o percentual que a sua empresa compra de cada fornecedor no verão ......................................................................... 96 Quadro 58 – Bônus em mercadoria X qual o percentual que a sua empresa compra de cada fornecedor no verão ......................................................................... 97 Quadro 59 – Treinamento para o vendedor da loja X qual o percentual que a sua empresa compra de cada fornecedor no verão .......................................................... 99 10 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Região de atuação do varejista ............................................................... 61 Gráfico 2 – Porte da loja ............................................................................................. 62 Gráfico 3 – Número de funcionários que o varejo possui ........................................... 63 Gráfico 4 – Compra de peças em média na coleção verão ........................................ 63 Gráfico 5 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no inverno ............. 64 Gráfico 6 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no verão ............... 64 Gráfico 7 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no inverno ............. 65 Gráfico 8 – Fatores que considera para escolher os fornecedores das marcas do vestuário que você possui na loja: preço ................................................................... 76 Gráfico 9 – Fatores que considera para escolher os fornecedores das marcas do vestuário que você possui na loja: agilidade na entrega ............................................ 77 Gráfico 10 – Fatores que considera para escolher os fornecedores das marcas do vestuário que você possui na loja: representante comercial ...................................... 79 Gráfico 11 – Os fatores que considera para escolher os fornecedores das marcas do vestuário que você possui na loja: ações de marketing ........................................ 80 Gráfico 12 – Os fatores que considera para escolher os fornecedores das marcas do vestuário que você possui na loja: marca procurada pelo consumidor ................. 82 Gráfico 13 – Os fatores que considera para escolher os fornecedores das marcas do vestuário que você possui na loja: a marca que conheço e garanto ..................... 83 Gráfico 14 – Os fatores considerados para colocar uma nova marca na loja: procura pelo consumidor ............................................................................................ 85 Gráfico 15 – Fatores considerados para colocar uma nova marca na loja: procura pelo consumidor ......................................................................................................... 86 Gráfico 16 – Os fatores considerados para colocar uma nova marca na loja: modelos novos e diferenciados .................................................................................. 88 Gráfico 17 – Os fatores considerados para colocar uma nova marca na loja: marcas de renome ..................................................................................................... 89 11 Gráfico 18 – Quais os fatores considerados para colocar uma nova marca na loja: apresentar novidades aos clientes ............................................................................. 91 Gráfico 19 – Descontos no preço já praticado............................................................ 92 Gráfico 20 – Ações que o varejista mais valoriza no seu fornecedor X ajuda a fazer vitrines ............................................................................................................... 94 Gráfico 21 – Brindes para os vendedores .................................................................. 95 Gráfico 22 – Peças de merchandising ........................................................................ 96 Gráfico 23 – Bônus em mercadoria ............................................................................ 97 Gráfico 24 – Treinamento para o vendedor da loja .................................................... 98 Gráfico 25 – Marcas de roupa feminina que o varejista não deixa faltar na loja? E qual o motivo? .......................................................................................................... 100 Gráfico 26 – Marcas que você não teria na sua loja X motivo ................................. 101 Gráfico 27 – Xica Bunita ........................................................................................... 103 Gráfico 28 – Xica Bunita ........................................................................................... 103 Gráfico 29 – Dziotti ................................................................................................... 104 12 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO .................................................................... 16 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA............................................................................... 16 1.2 PROBLEMA OU QUESTÃO DE ESTUDO ........................................................... 16 1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 17 1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 17 1.3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 17 1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 17 1.5 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ........................................................... 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................... 26 2.1 AFINAL, O QUE É MARKETING? ........................................................................ 26 2.2 MARKETING MIX ................................................................................................. 30 2.3 MARKETING DE RELACIONAMENTO................................................................ 33 2.4 MARKETING NO VAREJO .................................................................................. 38 2.5 GESTÃO DE MARCA........................................................................................... 43 2.5.1 Definições sobre Marca .................................................................................. 44 2.5.2 Elementos da Marca ........................................................................................ 46 2.5.3 Posicionamento da Marca .............................................................................. 49 2.6 MARCA PRÓPRIA ............................................................................................... 51 3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 55 3.1 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................ 56 3.2 SUJEITO DA PESQUISA E UNIVERSO AMOSTRAL ......................................... 58 3.3 COLETA DE DADOS ........................................................................................... 58 4 DIAGNÓSTICO E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ................................................ 61 4.1 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO APLICADO ............................................... 61 4.1.1 Estratos da Amostra e Perfil dos Entrevistados .......................................... 61 4.1.2 Fatores para Escolha de Fornecedor de Marcas do Vestuário ................... 66 4.1.2.1 Preço .............................................................................................................. 67 4.1.2.2 Agilidade na Entrega ...................................................................................... 67 4.1.2.3 Representante Comercial ............................................................................... 68 4.1.3 Fatores de Escolha para Entrada de Marca Nova ........................................ 70 4.1.3.1 Procura da Marca ........................................................................................... 70 13 4.1.4 Fatores de Maior Valorização no Fornecedor ............................................... 73 4.1.5 Escolha dos Fornecedores das Marcas do Vestuário.................................. 75 4.1.5.1 Preço .............................................................................................................. 75 4.1.5.2 Agilidade de Entrega ...................................................................................... 77 4.1.5.3 Representante Comercial ............................................................................... 78 4.1.5.4 Ações de Marketing ........................................................................................ 80 4.1.5.5 Procura da Marca pelo Consumidor ............................................................... 81 4.1.5.6 Marca que o Varejista Conhece e Garante .................................................... 83 4.1.5.7 Procura pelo Consumidor ............................................................................... 84 4.1.6 Os Fatores Considerados para Colocar uma Nova Marca na Loja ............. 86 4.1.6.1 Procura pelo Consumidor ............................................................................... 86 4.1.6.2 Modelos Novos e Diferenciados ..................................................................... 87 4.1.6.3 Marcas de Renome ........................................................................................ 89 4.1.6.4 Apresentar Novidades aos Clientes ............................................................... 90 4.1.6.5 Descontos no Preço já Praticado ................................................................... 92 4.1.7 Ações que o Varejista mais Valoriza no seu Fornecedor ............................ 93 4.1.7.1 Ajuda a Fazer Vitrines .................................................................................... 94 4.1.7.2 Brindes para os Vendedores .......................................................................... 95 4.1.7.3 Peças de Merchandising ................................................................................ 96 4.1.7.4 Bônus em Mercadorias................................................................................... 97 4.1.7.5 Treinamento para o Vendedor da Loja ........................................................... 98 4.1.8 Marcas de Roupa Feminina que Você não Deixa de ter na sua Loja X Motivo ........................................................................................................................ 99 4.1.9 Marcas que Você não Teria na sua Loja X Motivo ...................................... 100 4.1.10 A Principal Lembrança Quando Pensa em Algumas Marcas de Fabricantes ............................................................................................................. 101 4.1.10.1 A Principal Lembrança Quando Pensa em Algumas Marcas de Fabricantes – O Caso Xica Bunita ........................................................................... 102 4.1.10.2 A Principal Lembrança Quando Pensa em Algumas Marcas de Fabricantes – O Caso DZiotti ................................................................................... 104 4.2 RESULTADOS DA ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE REALIZADA ............. 105 4.3 APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS .............................................................. 106 4.3.1 Propostas de Ações Junto ao Varejista ...................................................... 107 4.3.2 Proposta para Agregação de Valor à Marca ............................................... 107 4.3.3 Proposta para Visualização da Marca ......................................................... 108 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 110 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 112 APÊNDICES ............................................................................................................ 115 14 INTRODUÇÃO A evolução das organizações em função da abertura de mercados e da acirrada competitividade tem instigado cada vez mais a busca por pesquisas e discussões dos diversos temas que rondam o mundo da Administração. Assim, esse Trabalho de Conclusão de Curso se propôs a discutir e refletir o marketing nas organizações, com foco na marca. É possível perceber que socialmente, marketing já é uma palavra que está bem difundida. No entanto, ainda tem-se que estudá-lo cuidadosamente para não cometer o erro de reduzir seu conceito ou seu entendimento a modismos ou tendências. Ao longo da evolução do conceito de marketing muitas discussões já foram realizadas, ao mesmo tempo em que, existem algumas divergências no entendimento manifestado por períodos históricos, por outro lado, pode-se perceber que todos sempre preocuparam-se com o relacionamento estabelecido entre organização e cliente. Dessa forma, Daronco (2008, p. 18) advoga “Como é um termo que está na „moda‟ há muitos usos pertinentes, mas há também alguns um tanto inadequados”. O conceito de marketing pode ser compreendido como uma forma de conduzir negócios, com o objetivo de estabelecer uma relação com os diversos stakeholders que resulte em vantagens para ambas as partes. Ou seja, conforme foi discutido no capítulo 2, marketing é bem mais do que propaganda, como alguns pensam. Entre as formas de utilizar o marketing como uma ferramenta de gestão, tem-se o marketing de varejo, utilizado essencialmente para estratégias de relacionamento entre fornecedor e pontos de venda. No caso desse Trabalho de 15 Conclusão de Curso, compreender o marketing no varejo é essencial em função de que se trata da relação indústria X ponto de venda. A marca é somente um dos elementos do qual marketing se instrumentaliza para promover imagem, produtos e/ou serviços. Nesse sentido, Blume e Ledermann (2009, p. 71) corroboram que “(...) marca é também o que memorizamos sobre algo, o que fica na lembrança, o que identifica e o que diferencia uma coisa da outra”. No entanto, esta pesquisa estudou no capítulo 1 a contextualização do tema, onde apresenta o problema que instigou esse momento de estudo e reflexão. No capítulo 2 foi apresentado o referencial teórico acerca do conceito de marketing e marca. Já no capítulo 3 consta a metodologia que remete ao método de pesquisa que foi realizada para a construção do capítulo 4 que compreende a apresentação e análise dos dados. E, por fim, as considerações finais e referências bibliográficas. 16 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO A contextualização do estudo é o item de abertura da pesquisa porque possibilita a apresentação do assunto central. Dessa forma, neste tópico encontra-se a apresentação do tema, a problematização, o objetivo geral, seguido dos específicos, assim como a justificativa e o histórico da organização estudada. 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA Devido às significativas mudanças no âmbito social, político, econômico e comportamental, o mercado competitivo está cada vez mais desafiador para as organizações. Conforme Bedin (2008) o cenário global transformou o mundo em uma única aldeia, totalmente acessível e móvel, dessa forma, sobreviver tornou-se uma incógnita constante. As ferramentas de gestão acompanharam esta evolução e por isso, o conceito de marketing também evoluiu e ampliou tanto os espaços nas organizações, como suas concepções. Entre tantas opções para se trabalhar marketing nas organizações, possivelmente, uma das que mais inspira empreendedores é a relação existente entre o cliente e a marca. Percebe-se que o valor da marca constitui-se cada vez mais em diferencial competitivo para as organizações, isto porque em muitos casos o que o cliente compra é a marca e não o produto. A marca é a identidade, reunindo elementos tangíveis e intangíveis que contribuem para o posicionamento e aceitação. Segundo Bonavita e Duro (2008, p. 19) “Marca é um símbolo, um design, um nome, ou tudo isso junto, que identifica o produto ou serviço oferecido”. Na trajetória da história da humanidade para garantir a relação de troca, os investimentos no posicionamento da marca tem sido um fator favorável para as organizações. Dessa forma, esse estudo limitou-se a investigar as estratégias que devem ser adotadas para agregar valor à marca DZiotti. 1.2 PROBLEMA OU QUESTÃO DE ESTUDO Definiu-se assim, como questão de estudo: 17 Quais as estratégias que devem ser adotadas para agregar mais valor e poder à marca na indústria do vestuário, a partir do estudo de caso da DZiotti? 1.3 OBJETIVOS O objetivo numa proposta de pesquisa deve garantir que, quando uma vez atingido, a problematização esteja respondida. Com isso, Roesch (1996, p. 87) afirma que: “(...) ao formular objetivos, o autor do projeto está fixando padrões de sucesso pelos quais seu trabalho será avaliado”. Assim, os objetivos deste estudo foram: 1.3.1 Objetivo Geral Desenvolver propostas para agregação de maior valor e poder à marca na indústria do vestuário – o caso da DZiotti. 1.3.2 Objetivos Específicos - Estudar estratégias e conceitos de agregação de valor de marca, indicados pela bibliografia. - Diagnosticar ações que devam ser utilizadas nos diversos canais de vendas, para agregação de maior valor e poder da marca na indústria do vestuário. - Avaliar a percepção do varejista sobre os fatores que o fazem dar mais valor para uma marca de produtos de vestuário. - Desenvolver um conjunto de propostas para agregar valor à marca da empresa DZiotti. 1.4 JUSTIFICATIVA A justificativa tem como objetivo demonstrar a importância do estudo e, ainda, a possibilidade de relatar os principais elementos que motivaram a elaboração do projeto. 18 Para a pesquisadora esse foi um momento crucial na formação acadêmica uma vez que possibilita a sinergia da teoria com a prática, ou seja, a oportunidade de perceber na organização a aplicabilidade dos conceitos aprendidos ao longo da formação acadêmica. Sobreviver em um mundo corporativo não tem sido tarefa fácil para qualquer empresa, ainda mais para aquelas que se constituem como familiares. Se por um lado a competitividade que se estabelece é sem fronteiras, por outro, essas organizações ainda enfrentam o desafio do processo de profissionalização. Dessa forma, estudar as estratégias que contribuem para agregar valor à marca pode resultar em ganhos tangíveis e intangíveis para a DZiotti, uma vez que, a empresa é do tipo familiar e contribuinte do simples. A organização que foi estudada compete na indústria de vestuário há 22 anos e, no entanto, ainda percebe dificuldades para a inserção e expansão de mercado. Dessa forma, acredita-se que verificar a agregação de valor da marca possa contribuir para a adoção de novas estratégias, bem como, reflexão sobre suas filosofias e processos. As estratégias adotadas nos processos de gestão organizacional são cada vez mais diversificadas e complexas. Entre elas, discute-se atualmente como agregar valor à marca, portanto, para a ciência da administração a reflexão do posicionamento e do valor da marca de organizações familiares ainda constitui-se em um oceano a ser desvendado. 1.5 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO Na maioria das vezes, é da estrutura familiar que emerge a maioria das organizações, e estas vêm ocupando um espaço cada vez mais importante no cenário da economia global. “Elas ocupam uma parte tão grande da nossa paisagem econômica que nós sequer nos damos conta” (GERSICK et al., 1997, p. 2). No caso deste estudo, optou-se por investigar a empresa familiar Ziotti e Soares Ltda cujo nome fantasia é DZiotti, localizada na Rua da Matriz, nº 914, Centro, em Ajuricaba – RS. Possui endereço eletrônico [email protected]; site www.dziotti.com.br e telefone (55) 3387-1217. A organização Ziotti e Soares tem seu ramo de atuação ligada à confecção de roupas femininas e masculinas, com estilo básico, prático levando até as pessoas 19 conforto, beleza e praticidade. Ou seja, seu negócio é a “solução em confecções com estilo prêt-à-porter, conforto, beleza e praticidade”. No entendimento de Hartmann (1999, p. 148): Missão é a razão de ser de um certo negócio, cuja resposta é obtida pelas seguintes questões. Para onde? Para quando? Com o quê? E para quem? A Missão é o resultado, em primeiro lugar, do Teste da Realidade pelo qual passa o nosso Sonho, a Visão. Desta forma, a missão da DZiotti é “Produzir confecções que ofereçam conforto e estilo, buscando prosperidade de todos os interessados”. A visão baseia-se nas perspectivas da organização. É como a empresa quer ser vista, tanto pelos clientes internos ou externos. Segundo Hartmann (1999, p. 181) “(...) Visão é determinada pelo o que os seus clientes – internos e externos – querem ou ainda não sabem que querem”. Assim, buscando atender e influenciar os clientes internos e externos, a visão da DZiotti é “Estar em crescimento contínuo, visando resultados positivos e qualidade de vida”. A organização estudada está diretamente ligada às raízes familiares. Sua história iniciou em 1990, quando Cinara Lia Ziotti Bohn, perdeu seu emprego no Banco do Brasil, por um decreto de lei baixado pelo Presidente Fernando Collor de Mello, extinguindo o cargo em que ela atuava. Em busca de uma alternativa de trabalho e para capacitar-se profissionalmente ela se deslocou ao município de Bom Princípio – RS, na residência de seus primos Liro e Márcia Ledur Gaspary, onde permaneceu por seis meses, exercendo funções diversas na fábrica Fofuxo, hoje Xica Bunita, com o intuito de praticar as técnicas apresentadas nos cursos do SENAI e SENAC, no período da noite especificamente, na área de modelagem, corte e costura, em Porto Alegre. Depois de um tempo, com o apoio da família, Cinara, com 17 anos, junto com o pai Ciro José Bohn, no dia 13 de agosto de 1991 firmou contrato, criando a empresa DZiotti Confecções Ltda. A organização teve a sua primeira localização na garagem da casa dos pais, com endereço na Rua Gaspar da Silveira Martins, nº 266, em Ajuricaba. A tecnologia utilizada era baixa, pois a organização contava com uma máquina movida a pedal, do ano de 1972, pertencente a sua mãe e os estoques, além de pouca quantidade, eram de baixa qualidade. É característico que, quando uma organização familiar é fundada “(...) as principais fontes de capital são 20 normalmente as economias e o „suor‟ investido pelo acionista majoritário, sua família e seus amigos” (GERSICK et al., 1997, p. 35). A nova organização direcionou seus trabalhos para a área de confecções sob medida, já que o capital empreendido no negócio era suficiente apenas para essa forma de trabalho, que era desenvolvido apenas por mãe e filha, contando com ajuda da irmã para efetuar as vendas. A profissionalização da organização começa em 1993, quando são adquiridas as primeiras máquinas industriais: uma galoneira três fios e uma overlock duas agulhas e a contratação da primeira colaboradora. Neste mesmo ano a organização fez sua primeira grande venda, foram R$ 2.000,00 em uniformes para a Escola Comendador Soares de Barros de Ajuricaba. Esta venda determinou, naquele período, o rumo da organização que se especializou em fornecer uniformes para escolas e empresas da região. Em 1994, a DZiotti consegue começar a investir em mais equipamentos para a linha de produção. Também investiu em marketing participando da II Fenape em Ajuricaba, vendendo toda produção do mês, fato que gerou a contratação de mais colaboradores e a possibilidade de mostrar aos vários participantes do evento o crescimento de uma pequena indústria que despontava no município. O ano de 1995 representa o ano de mudanças na DZiotti, quando o sócio Ciro retira-se da sociedade e entra o novo sócio, Edimar Gonçalves Soares. A organização passa a denominar-se Ziotti e Soares Ltda e suas instalações passam a ser em novo endereço, na Rua da Matriz, nº 914, em Ajuricaba. Ambas permanecem até os dias de hoje. A organização se firma como fornecedora de uniformes e aumenta seu quadro de colaboradores para quatro. Com o aumento de vendas para escolas e empresas da região, fez-se necessário ter os tamanhos dos uniformes padronizados para serem provados e não mais tirar medidas individuais com fita métrica, passando nesse processo a serem vendidos por tamanho. Neste mesmo ano, a organização passa a investir em feiras e eventos para aumentar a divulgação e a demanda de suas mercadorias, o que levou a produção a se tornar sazonal, ou seja, em março, abril e maio as vendas ocupavam toda a capacidade de produção da organização, isto devido ao início das aulas, depois as escolas só voltavam a comprar em agosto para o desfile de sete de setembro, abrindo espaço para reestruturação das vendas. 21 Uma vez diagnosticado que a organização possuía capacidade de produção maior que a ocupada, outro segmento de mercado é buscado, ou seja, um novo processo de venda: “venda pronta entrega a lojista”. Neste modelo, as mercadorias eram fabricadas e depois vendidas pelo sócio Edimar. Era de responsabilidade do mesmo, organizar roteiros de viagem com o objetivo de apresentar e oferecer diretamente nas lojas as peças confeccionadas. Este segmento de venda a pronta entrega, constitui-se naquele momento, em desafio de expansão da marca, isto porque, a organização não possuía uma carteira de clientes lojistas. Com esse novo propósito de vendas conquistam-se os primeiros clientes, levando a organização a optar pela compra de um automóvel Ford Del Rei ano 1981. Este pequeno movimento possibilitou que os gestores percebessem a possibilidade de conquistar novos mercados. Incomodada com os resultados e com a perspectiva de atingir novos mercados, a organização participou da primeira feira em outro município, a “EXPOIJUÍ”. Como aprendizado deste evento, identificou-se a necessidade de preparar uma pessoa para vendas locais, isto porque, um dos sócios trabalhava com a produção e outro com vendas regionais. Também foi contratado o primeiro representante para vendas a pronta entrega. Neste processo os sócios perceberam que havia espaço para roupas femininas diferenciadas, devido a troca de experiência com colegas de feiras e clientes. Foi assim, que iniciou-se uma nova fase, a DZiotti com foco em moda básica feminina. O ano de 1998 se tornou marcante para organização, os proprietários perceberam a queda das vendas a pronta entrega no mercado. Isto gerou uma nova crise, não só financeira como de produção. Para superar este momento, iniciou-se um projeto por vendas com mostruário através de pedidos. Com o crescimento da organização em 1999 fez-se necessário a preparação da organização para a venda sob pedidos, com treinamentos dos trabalhadores, melhorias no acabamento das peças. Por isso, estabeleceram-se parcerias tanto de formação de profissionais, como de assessoria com o SENAI e SEBRAE, fatos que geraram resultados significativos pela adoção de novos procedimentos na área de custos e modelagem. Ou seja, mais uma vez tanto a perspectiva de vendas, como a área financeira, quanto a produção passaram por ajustes e adaptações. Todas as mudanças adotadas geraram novos processos, o que gerou resultados positivos para a organização. Como decorrência das novas ações foi 22 necessário a contratação de mais um colaborador para serigrafia e setor de expedição. No ano de 2000, a DZiotti inicia uma nova experiência: a confecção de peças para o grupo Grazziotin, sendo que após seis meses de trabalho e constatando a inviabilidade do negócio a organização decide terminar com a parceria. Restou dessa relação um ponto positivo, que foi o de alertar a organização para a busca do aprendizado da produção em série. Com a perspectiva da produção em série, pode-se projetar o mostruário com vinte e cinco peças femininas. Ou seja, só então é desenvolvido o processo de venda por mostruário, alguns anos identificados como possibilidade de crescimento e de melhorias na produção. Como o crescimento da DZiotti está diretamente associado à capacidade de produção, uma vez diagnosticada a falta de mão de obra qualificada e a previsão de aumento nas vendas, buscou-se aproximação com empresas do ramo na cidade de Sarandi – RS, fazendo troca de informações. A solução percebida neste momento foi a possibilidade de investir no desenvolvimento humano local, ou seja, trazer para a cidade o primeiro curso de costura industrial. Este processo contribuiu para o fortalecimento das iniciativas locais, bem como, na possibilidade de candidatos aptos a serem contratados pela DZiotti. Em 2001, a organização contrata o primeiro representante comercial para vendas por pedido que, com o mostruário, inicia a visitação aos clientes da região das Missões e que somadas às vendas efetuadas pelo sócio, foram satisfatórias, confirmando a contratação de duas costureiras, já capacitadas pelo curso de costura do SENAI realizado em Ajuricaba no ano de 2000. Neste mesmo ano, a organização começa a participar da fundação da “Rede Agivest” criada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, com o intuito de integrar as indústrias de confecções de pequeno porte para criar um sistema de compra e vendas em conjunto. Ou seja, mais uma vez existe a disposição dos sócios em aprender e trocar experiências para aperfeiçoar seus processos. Em 2002, a Rede Agivest proporcionou uma viagem para exposição dos produtos na Fenit, em São Paulo. Os sócios da DZiotti participaram deste evento, o que proporcionou novos contatos, novos horizontes e mais conhecimentos apropriados. O resultado desse evento, sem dúvida influenciou no desejo de trabalhar para o aperfeiçoamento dos processos e consolidar a marca DZiotti. 23 Buscando implementar novas estratégias, bem como, fortalecer os seus processos de produção, divulgando qualidade e inovação, a DZiotti cria o primeiro catálogo da coleção outono/inverno 2002/2003. Esta estratégia teve como objetivo, levar ao cliente as novas peças de roupa, mostrando uma proposta de moda básica, consolidando a marca. Ainda, prospectar novos clientes. Em 2003, os sócios foram a São Paulo, com o objetivo de buscar novos fornecedores e novas tecnologias, onde aconteceu também a contratação de uma representante, na região do Vale dos Sinos. Com o crescimento da organização e a nova representante, fez-se necessário a contratação de um novo trabalho de consultoria por parte do SEBRAE na área comercial e na área de produção, onde o objetivo proposto fez frente à definição de cotas por representantes, trabalho na produção em célula, gerando eficiência. Em 2004, com o aumento das vendas e em busca da qualificação das peças para o mercado competitivo, a organização contrata uma estilista, de Caxias do Sul, cujo trabalho possibilitou efeito imediato no montante das vendas. O novo mostruário apresentou harmonia nas peças e atendeu as tendências da moda. Ainda no ano de 2004, ocorreu a mudança da organização para as novas instalações, incluindo melhorias no layout, no ambiente e na disposição dos materiais. Tem-se com esta estratégia a possibilidade de aumentar o processo produtivo e investimento na qualidade da produção, que consequentemente resulta em retornos financeiros. Percebendo que as demandas do mercado pelas peças da DZiotti poderiam aumentar e temendo não conseguir atender pela falta de mão de obra qualificada, os sócios buscaram apoio junto à administração pública, para a formação de uma cooperativa de costura. Depois de muito envolvimento, a cooperativa é consolidada em 14/07/2004. Desde então a cooperativa é parceira da DZiotti, com trabalhos terceirizados. Em 2006, a organização investe em um ponto de vendas direto ao consumidor em Ajuricaba com peças para adultos e lançamento de uma nova linha infantil. Uma inovação para os processos administrativos, que necessariamente implicou em adaptações e qualificações. Em 2007 foi remodelado o processo produtivo. Com isso sentiu-se necessidade de adquirir novas máquinas, bem como tesoura de corte, para qualificar a produção e, consequentemente, racionalizar os custos. 24 Neste mesmo ano, com a inserção da sócia no Curso de Administração da UNIJUÍ, foi elaborado, no componente curricular Teoria da Administração I, o primeiro trabalho escrito. Este fato é marcante, em função de que possibilitou o início do registro da história da DZiotti, bem como organizou alguns processos administrativos. A partir do controle das vendas e das demandas para o aumento da produção, em 2008, os sócios percebem a inviabilidade de continuar com um ponto de venda direta ao consumidor, na cidade de Ajuricaba. Assim, a decisão é fechar seu ponto de venda, ou seja, a loja que a organização possuía no mesmo estabelecimento que a fábrica, com o fim de aumentar espaço físico para a indústria. No ano de 2010 novas decisões foram tomadas: foi renovado o parque de máquinas, foram reestruturados os processos, o pessoal foi remanejado e reduzido, visando a manutenção e saúde financeira da empresa e, ainda, buscou-se terceirizar cerca de 30% da costura de peças. E dedicar-se à profissionalização dos sócios, com o propósito de gerar condições para aprendizagem e crescimento. A organização, em 2011 adquiriu uma máquina bordadeira de quatro cabeças, deixando de utilizar-se da terceirização em peças que incluem bordados. Outra inovação foi a criação de uma nova linha masculina no início da estação, direcionada a homens. Ainda, neste ano, criou-se um site, www.dziotti.com.br, como uma ferramenta para propaganda de sua coleção. Durante todo este período, as decisões foram baseadas em valores quantitativos, possíveis de serem mensurados, isto porque, a empresa teve que buscar seu equilíbrio financeiro. Por isso, a DZiotti assumiu como princípios e valores: - honestidade: integridade e transparência no desenvolvimento de relações sólidas; - qualidade: como norte dos processos de trabalho, no intuito de alcançar os resultados com satisfação; - valorização das pessoas: as pessoas envolvidas são nosso maior bem, por isso trabalhamos a aprendizagem buscando também desenvolvê-las enquanto ser humano; - eficiência: elevar os resultados, contendo considerando a autorrealização das pessoas; os desperdícios e 25 - responsabilidade social: estar engajados a tudo que se refere a proteção da natureza e o envolvimento com a qualidade de vida das pessoas; - ética: nossa palavra-chave está presente em todas as nossas atitudes. A estrutura atual conta com 17 colaboradores internos e três representantes comerciais. Seus principais clientes são lojistas de confecções do Estado do Rio Grande do Sul e Oeste Catarinense. Seus principais produtos são blusas, vestidos, calças, casacos de malha e camisetas masculinas. 26 2 REFERENCIAL TEÓRICO Atualmente o marketing tem expandido seus processos nas organizações, isto porque está cada vez mais difícil agradar os clientes. As exigências das pessoas se alteram de acordo com as evoluções mundanas. Dessa forma, é imprescindível que as organizações utilizem-se de estratégias para oferecer produtos e serviços inovadores e que satisfaçam as necessidades das pessoas. Ainda, a preocupação deve relacionar-se com a entrega ou agilidade da prestação do serviço, com os preços e com os adicionais. Por isso, o conceito de marketing ampliou-se. Este capítulo teve por objetivo apresentar os conceitos norteadores de marketing, que perpassa por explorar o conceito de marca. 2.1 AFINAL, O QUE É MARKETING? A evolução da administração tem exigido tanto das empresas, quanto da academia novas inserções e ampliações do conceito de marketing, porque conforme já exposto, as tendências tem exigido reposicionamento. E, com isso, não se pode mais restringir o marketing à propaganda, como muitos faziam antigamente. Por mais que o marketing se utilize das ferramentas da comunicação para apresentar o produto, não pode ser trabalhado com tamanha limitação. Nesse sentido, Blume e Ledermann (2009, p. 17) advogam que: “Podemos afirmar categoricamente que o termo marketing vem sendo usado de maneira incompleta”. A preocupação com o uso do marketing nas organizações está atrelada às suas estratégias e ferramentas, isto porque nem tudo é marketing como o modismo tem trabalhado. No entanto, desde a criação, elaboração e entrega do produto, ou serviço há estratégias de marketing. Bonavita e Duro (2008) alerta que para existir o marketing existem três pontos essenciais, que são: a existência de uma necessidade ou desejo de uma ou mais pessoas; a disposição de bens ou serviços a serem oferecidos para essa satisfação; e a concretização dessa operação por meio de um processo de troca. A partir disso é possível afirmar que marketing refere-se a relacionamento. O conceito de marketing, é apresentado por estudiosos das mais diversas formas, por isso, se faz necessário estudá-los amplamente. Conforme Ribeiro (1998, p. 13): “Tenho ouvido, lido, estudado e experimentado muitas definições, mas a que 27 julgo mais simples e completa diz que marketing é uma ciência que reúne esforços e técnicas para produzir os resultados esperados por uma empresa”. Com isso, percebe-se que o conceito de marketing tem que estar diretamente relacionado à empresa, ao tipo de produto e especificamente aos clientes. A discussão sobre o conceito de marketing é tão ampla que até a origem do termo é difícil de ser compreendida para a aplicabilidade. Rossi (2003, p. 21) alerta para esse fato, quando afirma: “(...) em inglês, o sufixo ing expressa o gerúndio dos verbos, dando-lhe um sentido de ação, como talking („falando‟) ou walking („andando‟)”, ou seja, marketing também é movimento, evolução, tanto para seu conceito, quanto para a aplicabilidade. A pura tradução é feita por Rossi (2003, p. 21) da seguinte forma: “(...) Market é visto normalmente como substantivo („mercado‟), o que impede sua colocação no gerúndio”. Por mais que o termo remete a elemento estático o mercado está em constante ação. Numa concepção mais compacta Dias et al. (2003 apud DARONCO, 2008) percebem o marketing como sendo uma palavra em inglês derivada de market, que significa mercado. O autor explica que é utilizada para expressar a ação voltada para o mercado. Por isso, muitos estudiosos compreendem que as empresas que utilizam-se de práticas de marketing tem suas ações voltadas para o mercado. É interessante perceber a evolução do conceito de marketing ao longo da trajetória da administração, por dois fatores, o primeiro para o diagnóstico de que o marketing sempre esteve presente nos seus mais variados contextos de aplicabilidade. O segundo, para verificar a influência da época e do ambiente. A reflexão pode ser suscitada a partir da “(...) célebre frase de Henry Ford (18631947): „O comprador pode escolher o carro de qualquer cor, desde que seja preta‟” (ROSSI, 2003, p. 23). Nesse período o marketing foi visto como o processo de compra e venda, o que já acenava para o relacionamento, só que nesse caso o unilateral. Só em 1960 é que o marketing tomou dimensões mais significativas nos seus conceitos. Para Rossi (2003, p. 23), foi nesse momento que “(...) diversos autores, como Frey, Kelley, Kotker, Lazer e MacCarthy (...) deram forma a essa nova ciência que passou a fazer parte do mundo empresarial e deu origem aos mais diversos cargos”. É difícil desmistificar o conceito de marketing, no entanto, sua importância é extrema, uma vez que deve contribuir para atingir os resultados esperados para a empresa. Segundo Ribeiro (1998, p. 13) define marketing como um processo de 28 reunião de todos os “(...) esforços e toda a técnica disponível para atender as expectativas de seus clientes, para que estes comprem e recomprem seus produtos e serviços e os indiquem para outras pessoas ou empresas, criando o que se chama de cadeia de negócios”. Para trabalhar marketing a empresa precisa entender de pessoas, ou seja, do seu público-alvo, isto porque “Normalmente, o marketing é visto como a tarefa de criar, promover e fornecer bens e serviços a clientes sejam estes pessoas físicas ou jurídicas” (KOTLER, 2000, p. 25). Por isso, Kotler (2000) propõe um sistema para exemplificar a importância do relacionamento com os clientes. Figura 1 – Modelo simplificado de marketing Fonte: Adaptado de Kotler (2000). Percebe-se que precisa existir sinergia entre mercado e empresa, onde: De um lado o mercado que emite as informações de suas necessidades e desejos, e que possui dinheiro para efetivar a troca. De outro a empresa, que busca oferecer seus produtos e serviços pelo dinheiro e se utiliza de instrumentos da comunicação para divulgar seus produtos. Outro fator que merece destaque é que conforme a figura 1 é necessária a aproximação da empresa com o cliente para que tanto as informações coletadas, quanto as comunicações possam ser identificadas e realizadas respectivamente, de forma eficaz. Assim, o conceito de marketing se incorpora nos mais diversos processos de administração. O quadro 1 apresenta alguns elementos que constituem o conceito e aplicabilidade de marketing. 29 Quadro 1 – Definições de marketing - É uma prática e um estado de espírito. - É respeitar o consumidor e estar atento ao que ele pensa e ao que precisa. - É fazê-lo descobrir novas necessidades e atendê-las. - É criar e agregar valor aos produtos e serviços. - É praticar e aprofundar o relacionamento com o cliente. - É descobrir sutilezas e fazer a diferença para o consumidor. Fonte: Adaptado de Rossi (2003). Para que todas essas definições de marketing sejam, de fato cumpridas, é necessário compreender que o marketing envolve planejamento, organização, comando e controle, ou seja, as funções básicas do processo administrativo, segundo Fayol (1863-1947). A American Marketing Association (apud ROSSI, 2003, p. 26) corrobora quando afirma: “Marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, precificação, promoção e distribuição de ideias, bens e serviços, para criar trocas que satisfaçam os objetivos dos indivíduos e das organizações”. Marketing é o processo pelo qual as empresas criam vínculos, elaboram e desenvolvem os seus produtos e serviços e, ainda, garantem que os mesmos sejam disponibilizados para o seu público-alvo. O quadro 2 permite a discussão do conceito a partir de diversos estudiosos. Quadro 2 – Principais definições Fonte Rocha e Christensen (1999, p. 15) Conceito Marketing é uma função gerencial, que busca ajustar a oferta da organização a demandas específicas do mercado, utilizando como ferramental um conjunto de princípios e técnicas. Pode ser visto, também, como um processo social, pelo qual são reguladas a oferta e a demanda de bens e serviços para atender às necessidades sociais. É, ainda, uma orientação da administração, uma Filosofia, uma visão. Kotler e Marketing significa administrar mercados para dar oportunidade a trocas e Armstrong relacionamentos, com o propósito de criar valor e satisfazer necessidades e (2000, p. 7) desejos. Kotler e O marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e Keller (2006, sociais. Para defini-lo de uma maneira bem mais simples, podemos dizer que ele p. 4) supre necessidades lucrativamente. Boone e Marketing é o processo de planejar e executar a concepção, a fixação de preço, a Kurtz (2009, promoção e a distribuição de ideias, produtos e serviços, organizações e eventos p. 8) para criar e manter relacionamentos que satisfarão objetivos individuais e organizacionais. Fonte: Adaptado de Blume e Ledermann (2009). Em uma visão abrangente e contemporânea, Froemming (2012, p. 326) define que: “(...) marketing rege as relações de troca, transcendendo as trocas meramente econômicas, abrangendo as relações sociais, troca de ideias, de valores 30 e comportamentos”. Dessa forma, a implementação de marketing a partir de uma visão míope certamente não produzirá resultados positivos. O desafio atual das empresas é tornar estes conceitos aplicáveis nas suas rotinas e a partir daí identificar potencialidades e limitações. No entanto, é necessário avaliar que todos os conceitos abordados possibilitam perceber marketing como estratégias em construção e reconstrução constantes. 2.2 MARKETING MIX Uma das formas mais utilizadas para se estudar marketing é através do mix de marketing. Nesse sentido, Bonavita e Duro (2008, p. 10) afirmam que entre as ferramentas para se trabalhar marketing nas organizações está “(...) o composto de marketing ou marketing mix”. Nesse sentido, para Araújo e Paula (2008, p. 195): O marketing mix, ou o composto mercadológico, são os elementos fundamentais para a análise e desenvolvimento de um plano de marketing para qualquer empresa. Esse composto é formado por quatro ingredientes principais, também chamados de 4 Ps. É preciso compreender que o marketing mix surgiu de amplos estudos que tinham como pressupostos compreender as possibilidades de posicionar a organização frente ao mercado, enfrentar a concorrência e atender as demandas do mercado. Castelo (2011, p. 85) explica que foi Jerome McCarthy em 1964 que “(...) reduziu os fatores mencionados por Borden para um quadro mais simples com quatro elementos: Produto, Preço, Promoção e Praça”. O marketing mix ou composto de marketing também é reconhecido como os 4 Ps do marketing. Bonavita e Duro (2008) apresentam os 4 Ps da seguinte forma: Produto – você quer trocar ou vender algo; Preço – esse tem algum custo; Praça (Ponto/Distribuição) – onde você vai vender; e Promoção (Propaganda) – como você vai fazer alguém se interessar pelo produto. Para compreender a amplitude do marketing mix, é indispensável reconhecer cada um dos Ps e sua importância no contexto organizacional. As variáveis relacionadas a cada um dos Ps podem ser visualizadas na figura 2. 31 Figura 2 – Marketing mix Fonte: Adaptado de Kotler (1998). O marketing mix deve contribuir para a tomada de decisão nas organizações, uma vez que sustenta tanto a elaboração do produto, até a comunicação que deve acontecer para facilitar a venda. Ou seja, o marketing mix é amplo e “(...) devem ser combinados para promover ações que satisfaçam as necessidades do mercado e que possam alcançar os objetivos da empresa” (ARAÚJO; PAULA, 2008, p. 196). O princípio do marketing concentra-se no produto, mesmo compreendendo que este isoladamente não se sustente, é indispensável destacar que é o centro das demais ações de marketing. Para Kotler (1998, p. 98) entende produto como sendo “(...) a oferta tangível da empresa para o mercado, que inclui qualidade, design, características, marca e embalagem”. Daronco (2008, p. 26) define produto como sendo a “(...) combinação de bens e serviços que a empresa oferece ao mercadoalvo”. No entanto, Blume e Ledermann (2009, p. 21) alertam que: “Enganam-se os que definem produto somente como o que pode ser visto, contemplado”. Dessa forma, produto não pode ser compreendido a partir de uma visão reducionista. É indispensável considerar o fato de que: As pessoas não compram apenas produtos, elas buscam soluções para seus problemas, para atender às suas necessidades. Portanto, os produtos têm que estabelecer uma relação de coerência com as necessidades percebidas dentro do mercado (ARAÚJO; PAULA, 2008, p. 198). 32 A variável preço pode ser entendida através de Blume e Ledermann (2009, p. 21) como “(...) a soma de valores que os consumidores trocam pelo benefício de possuírem ou usarem um produto”. No mesmo sentido, Daronco (2008, p. 26) conceitua o preço como a “(...) soma de dinheiro que os clientes devem pagar para obter o produto”. No entanto, conforme alertam Blume e Ledermann (2009, p. 21) é “(...) um elemento muito complexo e extremamente sensível, pois afeta diretamente a receita e o lucro das empresas”. O preço está diretamente associado à solução que o produto é capaz de oferecer ao consumidor, ou seja, a definição do preço está vinculada a percepção do consumidor. Por isso, não é meramente o preço em si que se deve considerar nessa variável, mas elementos como: “descontos, prazos de pagamento, condições de créditos” (ARAÚJO; PAULA, 2008, p. 198). A variável praça pode ser entendida como distribuição. Para Daronco (2008, p. 26) “(...) envolve as atividades da empresa que tornam o produto disponível para os consumidores-alvos”. No mesmo sentido Araújo e Paula (2008, p. 198) advogam que: “A praça constitui os canais de distribuição dos produtos (pontos de venda), distribuição física (estoque), logística, armazenagem, etc.”. As indústrias essencialmente devem preocupar-se constantemente com a praça, uma vez que existe necessidade de elaborar estratégias para oferecer ao consumidor mais comodidade e acessibilidade na hora da compra do produto. Por isso, a praça é entendida como distribuição, ou seja, preocupa-se em “(...) tornar o produto disponível para o consumidor onde e quando ele o desejar, e isso inclui elementos importantes como canais de distribuição, logística de mercado e as variáveis que integram esses elementos” (BLUME; LEDERMANN, 2009, p. 23). A promoção no contexto do mix de marketing tem como objetivo essencial comunicar através de diversos canais as informações necessárias sobre o produto para seu consumidor. Portanto, conforme já mencionado no item anterior, não deve ser entendido como marketing, mas somente como uma das variáveis que constituem essa ferramenta de gestão. Para Daronco (2008, p. 26) promoção “(...) atividades que comunicam os atributos do produto e persuadem os consumidoresalvos a adquiri-lo”. 33 A promoção precisa ser compreendida a partir de seus canais que elaboram estratégias. Para Blume e Ledermann (2009) esses canais são: promoção de vendas, relações públicas, venda pessoal, marketing direto e merchandising. Já para Araújo e Paula (2008) envolve essencialmente publicidade, relações públicas e promoções. Independente dos canais que forem utilizados, os estudiosos corroboram que além de facilitar a venda do produto, ainda servem para fortalecer a marca. O marketing deve corresponder ao tipo de negócio. Ou seja, cada organização deve estudar e aplicar o marketing a partir das suas necessidades. Por isso, nesse projeto, optou-se por definir o marketing de varejo, compreendendo que este atende as demandas da organização. Isso porque, o marketing mix deve ser uma ferramenta utilizada para contribuir no valor da marca que facilita a venda do produto. Castelo (2011, p. 88) corrobora nesse sentido quando afirma: “O que importa, todavia, é perceber como a gestão integrada destas ferramentas de marketing pode contribuir para o brandequity”. A gestão integrada de marketing perpassa necessariamente pela dinâmica da organização. No caso da indústria, uma das preocupações vigentes concentra-se no seu relacionamento com o varejo, uma vez que este é o caminho para chegar ao consumidor final. 2.3 MARKETING DE RELACIONAMENTO No mundo pós-moderno, muitas estratégias foram sendo adotadas pelas organizações para criar diferencial competitivo, estreitar vínculos e melhorar resultados. O marketing de relacionamento constitui-se de uma estratégia utilizada pelas organizações com o intuito de fortalecer os vínculos que sustentam as relações estabelecidas com os diversos stakeholders. O marketing de relacionamento tem como objetivo fortalecer relações inteligentes e positivas. Na visão de Kotler (1998, p. 30) marketing de relacionamento consiste na “(...) prática da construção de relações satisfatórias a longo prazo com partes chaves – consumidores, fornecedores, distribuidores – para reter sua preferência e negócios de longo prazo”. Nesse mesmo sentido, para Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 691): 34 Uma interação contínua entre um comprador e um vendedor na qual o vendedor continuamente melhora sua compreensão das necessidades do comprador, e o comprador torna-se cada vez mais leal ao vendedor porque suas necessidades estão sendo bem satisfeitas. O conceito de marketing de relacionamento está atrelado ao tratamento individualizado e personalizado para o consumidor. Por isso, para Bernardino et al. (2011, p. 78) “Marketing de relacionamento – é a utilização de sistemas de informática que empregam banco de dados (data base marketing) nos quais registram informações sobre o perfil e os padrões de compra dos clientes”. O objetivo do marketing de relacionamento é sempre construir e reforçar os vínculos com o consumidor, para que estes perdurem por longo prazo. Por isso Kotler e Keller (2006, p. 16) advogam que: “Ele constrói fortes ligações econômicas, técnicas e sociais entre as partes”. Os laços que sustentam os vínculos estabelecidos entre fornecedor, distribuidor e cliente estão sendo cada vez mais trabalhados e observados pelas organizações, isto porque é do interesse das partes desenvolver uma relação saudável e leal, onde tanto organização, quanto cliente possam satisfazer suas necessidades e desejos. Por isso que Kotler (1998, p. 30) alerta: “As empresas inteligentes tentam desenvolver confiança e relacionamentos ganha-ganha a longo prazo com consumidores, distribuidores, revendedores e fornecedores”. As ações que sustentam os relacionamentos saudáveis são praticadas inicialmente pelas organizações. Segundo Kotler (1998, p. 30) constituem-se de promessas e entregas como: “(...) alta qualidade, bons serviços e preços justos”. Em contrapartida espera-se receber do consumidor a lealdade, ou seja, a verdade sobre a percepção quanto ao uso do produto ou serviço. O marketing de relacionamento deve atender a todos os intermediários até o cliente final. Por intermediário compreende-se a partir da visão de Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 689) “Uma empresa de negócios que presta serviços relacionados diretamente com a compra e/ou venda de um produto, assim como sua passagem do produtor para o consumidor”. Ainda, Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 348) alertam: “um intermediário pode possuir um produto em um determinado ponto ou auxiliar ativamente na transferência da propriedade”. Os intermediários são aqueles que facilitam a transferência do produto do fabricante ao consumidor. Os intermediários fazem a ponte que liga fabricantes e consumidores. Por isso, Etzel, 35 Walker e Stanton (2001, p. 349) advogam: “Os agentes intermediários nunca possuem os produtos, mas providenciam a transferência da propriedade”. Para Etzel, Walker e Stanton (2001) o intermediário pode ser: - intermediário atacadista: uma organização empenhada no atacado; - intermediário de marketing: uma organização independente que auxilia diretamente no fluxo de produtos entre uma organização de marketing e seus mercados; - intermediário mercantil: uma organização que intitula, isto é, possui os produtos que ajuda a vender. As organizações dependem de intermediários porque não conseguem dar conta de atender a todas as demandas de trabalho. Para garantir a eficácia de seus processos utiliza-se de intermediários. Para Kotler (1998, p. 466) “O uso de intermediários aumenta a eficiência da distribuição de bens por torná-los amplamente disponíveis e acessíveis aos mercados-alvos”. Dessa forma, os intermediários constituem-se de canais de distribuição de marketing. Os canais de distribuição constituem-se de “Uma rede (sistema) organizada de órgãos e instituições que executam todas as funções necessárias para ligar os produtores aos usuários finais, a fim de realizar a tarefa de marketing” (CHURCHILL JR.; PETER, 2000, p. 594). No mesmo sentido, para Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 680) “O conjunto de pessoas e empresas envolvido na transferência do título para um produto enquanto este passa do fabricante até o consumidor final ou usuários empresariais”. Os canais de distribuição dividem-se em diretos e indiretos. Segundo Churchill Jr. e Peter (2000) os canais diretos são aqueles que não utilizam intermediários, enquanto que os indiretos utilizam-se de um ou mais intermediários. Por isso, para entender o fluxo Churchill Jr. e Peter (2000) sugerem observar os canais comuns para bens de consumo. Para Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 352) canal de distribuição direta trata-se de “Um canal que compreenda apenas o produtor e o consumidor final, sem intermediários que forneçam assistência”. Continuando explica que os canais indiretos, trata-se de “(...) um canal que contenha um produtor, o consumidor final e no mínimo um nível de intermediário representa uma distribuição indireta” (ETZEL; WALKER; STANTON, 2001, p. 353). 36 Figura 3 – Canais de distribuição indiretos Fonte: Adaptado de Churchill Jr. e Peter (2000). Os canais indiretos conforme a figura 3 são sempre aqueles que possuem intermediários, ou seja, não permite o contato direto entre o produtor e o consumidor. Possivelmente esses canais de distribuição se tornem mais complexos e exijam mais atenção do marketing de relacionamento. Isso porque não pode estreitar vínculos apenas com um dos intermediários. Pelo contrário, o produtor deve preocupar-se com os laços estabelecidos com os diversos stakeholders. Para esta pesquisa utilizou-se do amparo bibliográfico quanto aos canais de distribuição indiretos, por estar de acordo com as características da organização estudada. Ainda, cabe destacar que o modelo de Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 353) contempla a estrutura da organização estudada. Isto é, “Produtor Agente Varejista Consumidor. Em lugar de utilizar os atacadistas, muitos produtores preferem contar com intermediários agentes para chegar ao mercado varejista, especialmente os varejistas em grande escala”. O marketing de relacionamento na visão de Gordon (2002) deve se concentrar nos processos e nas possibilidades de aperfeiçoar o relacionamento com os consumidores. Por isso, o autor sugere oito componentes do marketing de relacionamento. São eles: cultura e valores; liderança; estratégia; estrutura; pessoal; tecnologia; conhecimento e percepção; processos. Quando se têm intermediários, os componentes cultura e valores devem ser cuidadosamente trabalhados, isso porque é necessário que intermediário e fabricante possam criar valores juntos para atender as expectativas do cliente final. (...) onde a cultura e os valores de uma empresa maximizarem o valor das transações de hoje e utilizarem qualquer combinação de competência, astúcia e esperteza para alcançar seus fins, é improvável que possa formar 37 um relacionamento durável com uma outra empresa equipada para criar valores genuínos a longo prazo (GORDON, 2002, p. 46-47). Percebe-se que para fortalecer os relacionamentos a cultura e os valores devem ser respeitados e considerados. Cabe destacar que a estratégia para promover relacionamentos inclui a condução dos valores e cultura dos clientes. A liderança é o segundo componente do marketing de relacionamento. Sem uma liderança saudável, disposta a estabelecer uma relação ganha-ganha com o cliente certamente a organização não estabelecerá um relacionamento duradouro. Para Gordon (2002, p. 48) “(...) a liderança deve ver a partilha como uma virtude e entender o significado real de um relacionamento antes de comprometer a empresa em um marketing de relacionamento”. Gerenciar apenas o produto já não basta para estabelecer relacionamento com os clientes. É preciso que se inclua “(...) estratégia de cliente e estratégias para desenvolver as capacidades subjacentes necessárias para aprimorar o relacionamento com o cliente” (GORDON, 2002, p. 48). Assim, desenvolver estratégias precisa iniciar por entender o cliente, seus objetivos, seus desejos, possibilitando que se promova um relacionamento personalizado. A estrutura não pode ser entendida somente como nos conceitos tradicionais da administração que remetia a espaço físico e máquinas, na visão de Gordon (2002) deve atender a disponibilidade de pessoas competentes para conduzir negócios, tecnologias disponíveis, conhecimento tanto organizacional quanto pessoal e percepção. As pessoas são o ativo mais importante de uma organização. Para Gordon (2002, p. 49) “As pessoas são essenciais para qualquer relacionamento”. No entanto, precisam possuir os recursos necessários para estabelecer vínculos duradouros, entre eles, tecnologia, capacidades, entre outros. Para Gordon (2002, p. 51) o segredo consiste em: “(...) treine, desenvolva e transforme seu pessoal em precursor de um processo que busca criar aliança com o cliente e sua preferência na hora das compras”. Na contemporaneidade o uso da tecnologia tem facilitado e transformado os relacionamentos. Por isso usa de forma eficaz, contribui para fortalecer os laços entre cliente e organização. Conforme Gordon (2002, p. 53): 38 (...) empregue tecnologia para dispor de um sistema de memória mais eficiente sobre os clientes. Dê aos clientes as opções de comunicação que eles querem para ajudá-los a repetir a experiência de compra. Acompanhar as tendências perpassa por utilizar a tecnologia, a disposição para melhorar a efetividade dos conhecimentos. Por isso, a organização deve utilizar todos os mecanismos possíveis para conhecer profundamente seus clientes bem como perceber suas necessidades, desejos e evolução. Segundo Gordon (2002, p. 54) “(...) invista em conhecimento e percepção do cliente, e faça-o constantemente e intensamente”. Por fim, o processo enquanto um dos componentes do marketing de relacionamento é apresentado por Gordon (2002, p. 55) da seguinte maneira: “(...) concentre os processos em torno dos clientes existentes, dando a cada um o valor que deseja e comunicando a todos como desejam se envolver com a empresa”. Dessa forma, ocorre um entendimento entre as partes envolvidas. Os oito componentes do marketing de relacionamento propostos por Gordon (2002) mostram-se como caminhos a serem percorridos para conquistar uma relação duradoura com o cliente, seja ele consumidor final ou varejista. No entanto, cabe destacar que um dos componentes não exclui o outro, e que é necessária a aplicação de todos eles para fortalecer os vínculos. 2.4 MARKETING NO VAREJO Para compreender o marketing no varejo é importante definir e reconhecer quem são os atores envolvidos nesse processo. Assim, destaca-se que o varejo é o responsável pela venda final do produto ou serviço ao consumidor. Para Kotler (2000, p. 540) “O varejo inclui todas as atividades relativas à venda de produtos ou serviços diretamente aos consumidores finais, para uso pessoal e não-comercial”. Dessa forma, o varejo consiste na relação de troca que envolve necessariamente o consumidor final. Varejo consiste nas atividades de negócios envolvidas na venda de qualquer produto ou prestação de qualquer serviço a consumidores finais, para a utilização ou consumo pessoal, familiar ou residencial (MATTAR, 2011). Logo, o varejo torna-se o elo entre indústria e consumidor. 39 Para Mattar (2011) o varejo engloba um conjunto de atividades de negócio que adiciona valor a produtos e serviços. Portanto, percebe-se que ao longo da cadeia produtiva o produto vai recebendo atributos e valorizando sua existência. Ainda o mesmo autor advoga que é o último estágio do processo de distribuição, caracterizado pelo contato mais estreito com os consumidores ou adquirentes do produto ou serviço. O varejo é aquele que vende produtos em pequenas quantidades. Para Kotler (2000, p. 540) “Um varejista ou uma loja de varejo é qualquer empreendimento comercial cujo faturamento provenha principalmente da venda de pequenos lotes no varejo”. O varejista é aquele que está em constante contato com o consumidor final, por isso estreitar relacionamento entre indústria e varejo é indispensável para que a marca seja apresentada ao possível comprador. Para Blessa (2005, p. 129) “O varejo é hoje uma das mais poderosas forças comerciais quando acompanhada de ações de merchandising”. Segundo Zamberlan et al. (2009, p. 26): O merchandising é toda técnica, ação ou material promocional usados no ponto de venda que proporcione informação e maior visibilidade a produtos, marcas ou serviços, com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compras dos consumidores. Para a indústria investir em estratégias de marketing no varejo é indispensável, isto porque, é o varejo que realiza o contato direto com o consumidor, bem como, a influência da compra. É por isso, que Blessa (2005, p. 129) alerta: “Que não se iludam as indústrias, pois o varejista é quem controla, no final quem vai aparecer melhor em seus corredores e quais mensagens serão exibidas a seus consumidores”. Na verdade “Ao fabricante interessa que o consumidor compre o seu produto não importa onde, e ao lojista que ele compre em sua loja não interessa qual o produto” (BLESSA, 2005, p. 91). Dessa forma, quanto mais sustentáveis forem os laços entre fabricante e varejista possivelmente melhor será a garantia de negócio para o fabricante. O marketing no varejo é também conhecido como trade marketing, ou seja, o marketing para o comércio. Para Blessa (2005, p. 1) “(...) tem como prioridade o relacionamento estratégico entre o fornecedor e os pontos de venda, criando ainda 40 uma relação entre as áreas de marketing e vendas – dentro da própria empresa”. O marketing no varejo refere-se às ações realizadas pelo fornecedor. Já para Bernardino et al. (2011, p. 21): O trade marketing é uma ação de marketing do fornecedor para atuar por meio do intermediário (o varejista), promovendo ações dentro do ponto de venda que incentivem a opção do consumidor por um determinado subconjunto de produtos. Percebe-se que o marketing no varejo “É uma atividade integrada que tem como objetivo planejar os canais de venda e os clientes-chave (key accounts), melhorando o posicionamento no varejo e garantindo a atuação da marca junto aos consumidores” (BLESSA, 2005, p. 1). Percebe-se que há uma relação de interdependência entre fabricante e varejista. Na relação entre fabricante e varejista, um dos objetivos é tornar possível a aproximação com o consumidor. Por isso, Blessa (2005, p. 77) “O desejo de estar mais perto do consumidor na hora crucial da compra tem atraído cada vez mais empresas para os PDVs”. O fabricante, ou a indústria é de certa forma, mesmo nas ações de marketing no varejo, refém do varejista. Isto porque, “(...) cabe ao varejista aprovar ou não todas as ações de trade marketing que os fornecedores propuserem realizar dentro de sua loja” (BERNARDINO et al., 2011, p. 22). Para isso, os fabricantes utilizam diversas ações promocionais. Entre elas: treinamento; fidelização; premiação motivadora; cuponagem; panfletagem; motivacional para a força de vendas; feiras e exposições; merchandising guerrilheiro; concursos e sorteios; aproveitando eventos e propaganda cooperada. As ações promocionais que visam aproximar fabricante de varejista quando utilizadas através de treinamento, significa capacitar os vendedores do ponto de venda para a oferta e comercialização do produto. Segundo Blessa (2005, p. 81) “Fazer uma ação de treinamento direcionada para o varejo é uma garantia de que quem vai fazer esta interface com seus consumidores estará sabendo como vender o seu produto”. Quando utilizada a ação de fidelização têm-se como objetivo criar vínculos fortes com o consumidor final. De acordo com Blessa (2005, p. 82) as ações de fidelização acontecem quando “(...) a empresa pretende chegar mais perto de seus 41 clientes ou consumidores”. Entre as ações que podem ser desenvolvidas estão as tradicionais pontuações que são acumuladas pela quantidade de compra ou de valor. Uma das técnicas realizadas para a premiação motivadora é a do cliente oculto, que tem por objetivo verificar como o vendedor apresenta o produto do fabricante. Segundo Blessa (2005, p. 82) “Ações de premiação motivadora são aquelas que gratificam quem corresponder a certos padrões instruídos pelas empresas, em algum tipo de mecânica promocional”. Percebe-se que a técnica de premiação motivadora está interligada à técnica de treinamento, pois só será possível oferecer incentivos para os vendedores que apresentarem o produto de acordo com as expectativas da empresa se estes estiverem cientes do desempenho necessário. A cuponagem é reconhecida como a possibilidade de troca de cupons por premiações. Blessa (2005, p. 84) explica isso como sendo: “Ação de distribuição de cupons com descontos ou ofertas, resgatáveis pelo anunciante, aos consumidores”. Esta técnica precisa ser aplicada cuidadosamente por atingir apenas uma fatia de clientes ou vendedores. A panfletagem é uma das formas mais tradicionais de divulgação da marca e do produto. Conforme Blessa (2005, p. 85) a panfletagem “É a ação que consiste em distribuir folhetinhos ou panfletos em calçadas, cruzamento de ruas (semáforos), portas de colégios, PDVs, saída de shows e outros eventos”. Essa é uma ação que deve ser focada, uma vez que com as preocupações ambientais pode não ser bem vista pelos consumidores. Muito próximo de um momento de treinamento, a técnica motivacional para a força de vendas deve ser planejada minuciosamente e é compreendida por Blessa (2005, p. 87) como: “(...) convenções e reuniões com a equipe interna de vendas, com o objetivo de apresentar um lançamento do produto, criar uma forte motivação ou reforçar técnicas e metas da empresa”. As feiras e exposições são importantes, pois além de possibilitar a venda de produtos pode ser um canal de relacionamento com o consumidor. Para Blessa (2005, p. 88) “São locais de concentração de expositores em estandes, geralmente reunidos por assunto ou tipo de negócio, onde se realizam vendas, demonstrações, novos relacionamentos comerciais, lançamentos e divulgação em geral”. 42 Uma das formas de conseguir ganhar mercado muitas vezes acontece quando há um ataque à concorrência. Essas ações são reconhecidas como merchandising guerrilheiro. Na ideia de Blessa (2005, p. 88) “É um merchandising planejado e executado conforme as ações da concorrência (já em andamento ou espionadas com antecedência)”. A motivação do consumidor pode ser despertada através de ações de concurso e sorteios. Isto é, “Concursos e ações de promoção em que os consumidores concorrem a prêmios ou vales-brinde desde que depositem um cupom na urna ou mande por caixa postal respondendo há uma pergunta” (BLESSA, 2005, p. 89). Essa técnica pode ser implementada também para os vendedores através da comunicação virtual. A técnica aproveitando eventos é compreendida como a participação em “(...) eventos como feiras de cidades, shows em parques, rodeios, congressos, etc.” (BLESSA, 2005, p. 90). Essa é uma oportunidade para a realização de ações de divulgação, entre elas, a panfletagem. A propaganda cooperada como o próprio nome já apresenta, é uma parceria entre fabricante e varejista. Para Blessa (2005, p. 90) “Os varejistas tem a escolha de anunciar na mídia qualquer produto da loja. Às vezes, eles podem dividir os custos dos anúncios por meio de acordo de cooperação com os fornecedores”. Essas ações que buscam estabelecer e reforçar os laços entre fabricante e varejista tem como objetivo a melhoria dos resultados. Portanto, são indispensáveis para o fabricante. No entanto, as ações além de ter o foco no consumidor final, devem preocupar-se em atender também as expectativas dos vendedores, pois são eles os responsáveis pela apresentação do produto. No entanto, o sucesso do trade marketing está diretamente associado ao relacionamento estabelecido entre organização e varejista. Uma vez que “(...) cabe ao varejista aprovar ou não todas as ações de trade marketing que os fornecedores propuseram realizar dentro de sua loja, pois tem tal prerrogativa como proprietária do ponto de venda”. Para Bernardino et al. (2011, p. 22) é o varejo que permite ou não a entrada do fornecedor no seu ponto de venda para a realização de estratégias de marketing, portanto, o fornecedor é refém dos interesses do varejo. Dessa forma, quanto mais sustentáveis forem os laços que embasam o relacionamento entre ambos, mais fácil de conseguir a aproximação com o consumidor final. 43 2.5 GESTÃO DE MARCA A marca vem sendo nos últimos tempos tão importante para as organizações quanto os produtos. Isto porque as marcas refletem não só na história do produto, quanto também na sua importância e qualidade. Ela pode ser compreendida como uma diferenciação competitiva, isto porque a marca perpassa por todas as estratégias do mix de marketing. A marca de um produto pode ser compreendida como tudo aquilo que ela representa quando é lembrada pelos consumidores. Por isso, Bonavita e Duro (2008, p. 19) definem marca como sendo: “(...) um símbolo, um design, um nome, ou tudo isso junto, que identifica o produto ou o serviço oferecido”. Ou seja, ela retrata a identidade do produto. Mesmo antes de serem tratadas com tal importância, “(...) era costume indicar a procedência do produto” (BLUME; LEDERMANN, 2009, p. 69). Assim, percebe-se que desde os primórdios as marcas buscavam apresentar de onde vinham ou por quem eram fabricados os produtos. Para compreender a importância da marca é imprescindível compreender a origem da palavra. A palavra marca vem do inglês Branding. Tomiya (2010, p. 25) explica: “Primeiro, vejamos a origem da palavra brand. Datado de fins do século XVIII, o termo brand tem origem no escandinavo brandr (= toburn, queimar)”. Por isso, o autor entende que marcas são as maneiras dos donos de rebanho identificarem seus animais, o que demonstra posse. Para Khauaja e Prado (2008, p. 24) de uma forma mais objetiva “A palavra „brand‟ é derivada de „brandr‟, do escandinavo antigo, que significa queimar, uma vez que as marcas eram – e ainda são – usadas pelos proprietários de animais para identificá-los como seus”. Ao elaborar uma marca a preocupação essencial é criar tal valor que ao entrar em contato com ela, o cliente lembre quem ela é ou o seu diferencial. Nesse sentido, Tomiya (2010, p. 24) afirma: “(...) o papel das marcas na sociedade de consumo é conduzir um aval de qualidade ou auxiliar os consumidores nesse novo contexto”. 44 2.5.1 Definições sobre Marca Numa visão mais recente Blume e Ledermann (2009, p. 71) definem que: “(...) marca é também o que memorizamos sobre algo, o que fica na lembrança, o que identifica e o que diferencia uma coisa da outra”. Ou seja, as marcas são as atribuições de valores que os clientes percebem a partir de um produto. Nesse mesmo sentido, Bonavita e Duro (2008, p. 21) reforçam: “Marca transmite também valores”. As marcas influenciam nos relacionamentos que a empresa estabelece com seus stakeholders. Normalmente influencia nos processos de tomada de decisão. Por isso, Tomiya (2010) alerta que as marcas facilitam o processo de decisão e, acabam na verdade, gerando padrões de referência de qualidade. Pode-se perceber que a origem do conceito de marca está diretamente associada ao pertencimento, o que inevitavelmente se carrega de crenças e valores. Para Tomiya (2010) existem pelo menos seis definições corretas para marca. O quadro 3 apresenta essas definições. Quadro 3 – Definições para marca - Marcas fazem a diferença no processo de decisão de compra. Marcas não são apenas nome, logotipo, embalagem e design. Marcas fortes superam suas promessas, criando imagem de que naquela empresa alguém pensa no consumidor. - Marcas fortes são respeitadas pelos concorrentes, a ponto de levá-los a pensar que estão lidando com um verdadeiro mito. - A marca se inscreve em uma lógica de diferenciação da produção. - A diferenciação dos produtos e serviços e a lealdade dos consumidores geram valor a seus acionistas, sendo a marca um dos ativos mais valiosos da empresa. Fonte: Adaptado de Tomiya (2010). A partir das diferentes definições para marca, percebe-se que seu conceito é amplo e que perpassa pelos diversos públicos com que mantém contato. No entanto, é imprescindível destacar que a marca é o resultado das crenças, valores e princípios de seus stakeholders. É importante perceber que marca é o conjunto de atributos e emoções que a organização passa aos seus consumidores. Tomiya (2010, p. 52) alerta que: “Algumas pessoas tendem a entender a marca apenas atributos emocionais, mas a percepção é construída com o todo”. Por isso, cabe destacar o conceito de Khauaja e Prado (2008, p. 24): “A marca sintetiza ainda as 45 ações mercadológicas feitas para um dado produto associadas à satisfação de desejos ou necessidades específicas do consumidor”. A marca torna-se então um elemento de diferenciação. No entanto, pressupõe um trabalho integrado desde o desenvolvimento do produto até a realização do consumidor com seu desempenho. A marca deve ser gerenciada para que a organização obtenha sucesso. Por isso, emerge o conceito brand equity que significa: “(...) o ativo (ou passivo) de marca ligada ao nome e ao símbolo de uma marca que soma a (ou subtrai de) um produto ou serviço” (AAKER; JOACHIMSTHALER, 2000, p. 31). Os autores citados sugerem que estes ativos podem ser orientados e desenvolvidos a partir de quatro elementos fundamentais. Estes elementos estão expressos na figura 4. Figura 4 – Dimensões do brand equity Fonte: Adaptado de Aaker e Joachimsthaler (2000, p. 31). Observa-se que a equidade da marca possui quatro dimensões que conduzem a medida da marca. A conscientização está envolvida nas percepções do cliente, onde é importante ter a consciência do gosto do público e até mesmo da forma que ele reage ao valor atribuído à marca. Para Kotler e Keller (2006, p. 270) o brand equity é: (...) o valor agregado atribuído a produtos e serviços. Esse valor pode se refletir no modo como os consumidores pensam, sentem e agem em relação à marca, bem como nos preços, na participação de mercado e na lucratividade que a marca proporciona à empresa. 46 Enquanto um referencial mercadológico a marca deve agregar valor ao produto, ou seja, o consumidor não compra apenas o produto, mas o significado que a marca expressa. Corroborando com a ideia Khauaja e Prado (2008, p. 27) disseminam que: “(...) entende-se que a função central das marcas deva ser a de criar referenciais que as credenciem no mercado, dando-lhes sentido, vida e dinamismo a tal ponto de poderem estabelecer a preferência pelo produto”. Possivelmente seja por isso que os estudiosos têm identificado que a marca é o resultado de todas as ações que a organização realiza. Nesse sentido, Prado e Farinha (2008, p. 25) alertam: “(...) a marca é o somatório do bom, do ruim, do feio e do que não faz parte da estratégia”. Ou seja, a organização por mais esforços que faça para proteger a imagem da sua marca, não possui total controle sobre ela, existe sempre o critério percepção do consumidor. Por isso, Khauaja e Prado (2008, p. 25) advogam que a marca se torna: “(...) conceitos psicológicos na mente do público, podendo permanecer assim para sempre”. 2.5.2 Elementos da Marca A construção de uma marca forte nem sempre é um caminho percorrido por todas as organizações. Isto porque, não são processos simples e envolvem inúmeros elementos tangível e intangível. Estes elementos são reconhecidos por Tomiya (2010, p. 51) como sendo: “(...) análise dos principais diferenciais, internos e externos”. Quando se trata de fatores implícitos pode-se afirmar que a marca é o resultado da cultura da organização. Para Tomiya (2010, p. 47) “Marcas são a reprodução da cultura de um empreendedor ou de um grupo de empreendedores”. Percebe-se que a marca transmite os valores e as crenças da organização, ou seja, “(...) um jeito de ser e fazer a organização”. A identidade da marca refere-se à forma como ela é apresentada pelo empreendedor para os consumidores. Em síntese é o conjunto de elementos tangíveis e intangíveis. Para Paula, Piato e Silva (2011, p. 54) “A identidade da marca pode ser entendida como aquilo que a empresa quer que a marca represente para os consumidores”. Em outras palavras, os mesmos autores definem que identidade da marca é como os estrategistas querem que a marca seja percebida pelo consumidor. No mesmo sentido, para Blume e Ledermann (2009, p. 96) “A 47 identidade de uma marca é a combinação de diversos elementos de expressão, seu logotipo/símbolo, elementos gráficos padronizados, como a cor, impressos, seu site, sua abordagem de atendimento, a arquitetura da sede e dos pontos de venda”. Para se avaliar a identidade da marca é possível classificá-la em: mimetismo; oportunismo e idealismo. O quadro 4 apresenta os conceitos fundamentais para essa classificação. Quadro 4 – Riscos da identidade da marca Mimetismo Sem uma identidade clara, a marca é um seguidor e foca simplesmente os concorrentes, imitando sua comunicação. É o caso de marcas seguidoras. Oportunismo Sem uma identidade clara, a marca busca oportunidades de mercado que, em alguns casos, ferem alguns de seus sucessos anteriores. É o caso da extensão da marca para alguns produtos que, inclusive destroem o valor das marcas. Idealismo Identidade dos sonhos: a marca como idealismo se imagina, embora longe da realidade. É a promessa não muito crível. Fonte: Tomiya (2010, p. 54). O mimetismo nada mais é do que a imitação de marcas fortes por aquelas que estão apenas sobrevivendo no mercado. Segundo Tomiya (2010, p. 54) “A marca, em vez de buscar identidade própria, procura seguir os líderes de seu mercado e pode, assim, perder a essência”. Ao passo de que esta estratégia pode consolidar a organização no mercado, também pode acarretar problemas significativos, uma vez que os próprios empreendedores podem perder-se no conceito de porque a marca existe. “O problema do mimetismo acontece nitidamente quando esquecemos nossa identidade” (TOMIYA, 2010, p. 54). Quando a organização utiliza-se do conceito de oportunismo, acaba querendo constituir-se a partir de muitas esferas, ou seja, aproveitando oportunidades de mercado. Isso pode acarretar na perda de foco no negócio. Para Tomiya (2010, p. 55) “Existe a tentação de se utilizarem as marcas em todos os produtos e, em muitos casos, esse processo pode ter uma dose de oportunismo”. O idealismo refere-se aos esforços empregados pela organização para a constituição da identidade da marca, ou seja, apresenta conceitos que não conseguem conquistar o consumidor, porque estes estão saturados. Para Tomiya (2010, p. 56) “Um problema muito grande ocorre quando a marca se posiciona e comunica muito mais do que pode entregar, justamente a um consumidor que está cada vez mais „vacinado‟ contra propagandas exageradas”. 48 Todas as ações que a organização realiza para apresentar sua identidade possibilitam a construção da imagem da marca. Para Pinho (1996, p. 51): A imagem de marca é construída por meio das mais diversas fontes: informações veiculadas pelos meios de comunicação, experiências no uso do produto, embalagem, identidade da empresa, promoção de vendas, propaganda, publicidade, relações públicas. A imagem é o resultado de como o consumidor percebe a identidade da organização, ou seja, como ele compreende a sua reputação. “A imagem da marca, por sua vez, indica como os consumidores (e o mercado consumidor como um todo) percebem a marca” (PAULA; PIATO; SILVA, 2011, p. 55). A marca torna-se lembrada, entre outros fatores, pelo símbolo que a representa. Na visão de Paula, Piato e Silva (2011, p. 54) “(...) significa associar a marca a imagens visuais e metáforas, considerando também a tradição da marca”. É através dos símbolos e logotipo, ou metáforas que a marca ocupa espaço na mente humana. Por isso que Blume e Ledermann (2009, p. 72) afirmam que: “os sinais gráficos e as cores podem fazer com que o consumidor perceba a marca”, ou seja, é o que ele lembra a ver determinado logotipo. Outro fator de relevância que merece destaque é quanto à cor escolhida para a marca, uma vez que estudos comprovam a sua influência psicológica. Por isso, Khauaja e Prado (2008) apresentam a mensagem expressa pela cor. Quadro 5 – Influência psicológica da cor Cor Branco Preto Cinza Azul Verde Vermelho Amarelo Laranja Influência psicológica Higiene, saúde e paz. Utilizada normalmente para serviços de saúde. Representa depressão. Escuridão. Tristeza. Cor que pode ser usada para representar sofisticação. Sabedoria, estresse, fadiga. Em tons claros acalma, relaxa. Em tons escuros pode estimular a introspecção. Pode ser associado à harmonia, à honestidade e à estabilidade. Dramático, vibrante. Cor alegre e divertida, estimula a criatividade, a comunicação entre as pessoas, o intelecto e o poder. Possui a energia do vermelho e a intelectualidade do amarelo. É aconchegante e estimula a socialização e o otimismo. Fonte: Adaptado de Khauaja e Prado (2008). Esses elementos geram o posicionamento da marca junto aos consumidores. Para Paula, Piato e Silva (2011) a parcela da identidade e da proposta de valor da marca que deve ser ativamente comunicada ao público-alvo. 49 Por isso, as estratégias de marca estão cada vez mais presentes nos processos de gerenciamento. 2.5.3 Posicionamento da Marca A busca pela sobrevivência e permanência no mercado tem exigido que as organizações estejam constantemente avaliando seu posicionamento frente ao mercado. Conforme Kotler (2000, p. 307) “As empresas estão constantemente tentando diferenciar sua oferta ao mercado da de seus concorrentes. Elas sonham com novos serviços, garantias e vantagens especiais para os usuários fiéis”. O posicionamento ou reposicionamento de uma marca exige constantemente desenvolvimento e aperfeiçoamento de estratégias. O posicionamento não é de todo um assunto novo no mundo das organizações. No entanto, por mais que este conceito já esteja recebendo atenção por estudiosos ainda busca encontrar uma sinergia de entendimentos e aplicabilidades. Para Furrier (2008, p. 167) o posicionamento “É um dos elementoschave da gerência mercadológica moderna, e sua aplicação é relevante para o desenvolvimento das estratégias de marketing”. O posicionamento é também estudado como possibilidade de reposicionamento. Isto porque, uma vez que a marca já existe, ela deve retrabalhar seus conceitos e valores constantemente. Na visão de Furrier (2008, p. 164) “O posicionamento ou reposicionamento de uma marca é um dos passos importantes na realização acertada de uma estratégia de comunicação ao longo do tempo”. Entende-se por posicionamento as estratégias e ações desenvolvidas pelos gestores e marca para promover um conceito na mente do consumidor. Para Tomiya (2010) “Posicionamento de marca é a parte da identidade da marca e da proposta de valor que será ativamente comunicada para a audiência-alvo e que demonstra as vantagens sobre os competidores”. Já na concepção de Furrier (2008, p. 168) “O posicionamento é conhecido como um termo relativamente recente que evoluiu das discussões de segmentação de mercado, de público-alvo e estruturas de marketing durante os anos 1960 e início da década de 1970”. As marcas tornam-se fortes quando conseguem transmitir sua identidade e seus valores para os consumidores, por isso o conceito de posicionamento emerge como uma estratégia que pode contribuir para favorecer este tipo de vantagem. 50 Segundo Paula, Piato e Silva (2011, p. 58) “O posicionamento pode refletir aquilo que os consumidores percebem sobre a marca. No entanto, ele (...) pode mostrar como a empresa deseja ser percebida pelo mercado consumidor”. O posicionamento de uma marca está vinculado à capacidade da organização estabelecer diferenciais para seus produtos e, ainda, criar uma imagem para ele. Nesse sentido, Furrier (2008, p. 167) explica: “Marcas são consequências diretas da estratégia de segmentação de mercado e de diferenciação de produto – o referencial mais óbvio de comparação de compra”. Pensar as estratégias de posicionamento é sem dúvida uma opção inteligente, uma vez que este vai impactar não só na aceitação da marca pelo consumidor, mas também na sua política de preços e lucratividade. Advoga Furrier (2008, p. 167) que: “Uma posição diferenciada gera maiores retornos em lucratividade, e a escolha de estratégias efetivas de posicionamento tem correlação significativa com o desempenho financeiro nas perspectivas de longo prazo da empresa”. Tomiya (2010) propõe que o posicionamento da marca deva obedecer pelo menos quatro características. Essas características podem ser visualizadas no quadro 6. Quadro 6 – Características de posicionamento Confiável Relevante Único Perene Fonte: Adaptado de Tomiya (2010). Pessoas acreditam que a marca pode entregar Faz a diferença para as pessoas Somente a sua marca pode prometer Resiste às mudanças de cenário Para que uma organização possa trabalhar seu posicionamento frente ao mercado consumidor, incialmente deve verificar se atende aos requisitos como confiabilidade, relevância, exclusividade e permanência no mercado. Por isso que Tomiya (2010, p. 63) alerta: “O que faz com que a marca seja percebida como diferente é a análise dos diferenciais competitivos percebidos pelo público externo, ou seja, valor extraído”. O posicionamento é também a comunicação da marca com o seu consumidor, seja ele intermediário ou consumidor final. Por isso, quando bem concebida traz vantagens que segundo Furrier (2008) são: orientação e aperfeiçoamento das estratégias de marca; possibilidades de nova expansão da marca; melhoria da memorização da marca; reforço no significado e foco da 51 organização; posição sólida contra a concorrência; propriedade sobre um símbolo de comunicação; e eficiência em termos de custos de comunicação. O reposicionamento de uma marca é apenas a continuidade da tarefa inicial, ou seja, do posicionamento. De acordo com os argumentos de Furrier (2008), já existe um referencial na mente dos consumidores no momento em que ocorre o reposicionamento, por isso, muitas vezes para que ocorra precisa assumir alguns sacrifícios importantes em relação a atual base de consumidores. Ainda o autor alerta que para que haja o reposicionamento é necessário revisitar a estratégia de comunicação por completo e alterar elementos do composto de marketing. Continuando o autor alerta que existe um risco nesse processo, pois se mal planejado e implementado, pode resultar em prejuízos irreparáveis para a marca. Conforme se vê, elaborar estratégia de posicionamento de marca já não é mais um elemento de escolha para a organização se ela desejar obter sucesso e lucratividade. No entanto, para que o posicionamento possa ser trabalhado através da comunicação da marca com os consumidores é necessário atender aos requisitos essenciais do marketing: produto, preço, praça e promoção. 2.6 MARCA PRÓPRIA Na contemporaneidade o conceito de marca própria tem desacomodado, tanto estudiosos da área, quanto os gestores. Isso porque, além de exigir da organização uma postura proativa junto ao mercado, investimentos financeiros, a marca própria é um dos ativos intangíveis que se soma no capital da organização. É por isso que Tomiya (2010, p. 76) alerta que: “(...) o valor da marca, além de auxiliar na gestão, é capaz de capitalizar ainda mais o valor dos ativos intangíveis”. Para que as organizações possam usufruir dos benefícios do valor da marca, antes disso é necessário elaborar estratégias para a constituição dessa marca própria. Mesmo que esse conceito não é de todo novidade, uma vez que “(...) se intensificou na Europa e nos Estados Unidos na década de 70 do século XX” (SILVA et al., 2011, p. 83). A criação de marca própria é um desafio constante, ainda mais para empresas recém-constituídas ou de pequeno porte. Para a consolidação de uma marca própria é importante a sua inserção no mercado, competindo e se destacando com um produto. A marca pode exercer o poder da organização, bem como, identificar o espaço que esta ocupa no contexto 52 da competitividade. Por isso Silva et al. (2011, p. 85) destacam: “(...) as marcas próprias conquistaram seu espaço no mercado tão logo as empresas passaram a agregar valor a sua marca através de atividades mercadológicas”. O desafio da marca própria é tão presente que os autores inclusive a tratam a partir de diferentes terminologias. Segundo Silva et al. (2011, p. 75) “Na literatura são encontradas diferentes expressões para o termo marca própria”. O quadro 7 apresenta as terminologias adotadas. Quadro 7 – Terminologias de marcas próprias Terminologia Autores Marcas próprias Davies; Laakson, Reynolds; Fernie, Pierell McGoldrick; Hoch, Banerji; Parker, Kim; Ward et al. Marcas privadas Marcas do varejista Burt, Davis; Davies Marcas do distribuidor De Chernatony, McDonald Marcas de lojas Cunningham, Richardson; Dick; Baltas, Doyle Fonte: Adaptado de Silva et al. (2011). As marcas são categorizadas por Prado e Farinha (2008) em dois grupos. Essa categorização pode ser visualizada no quadro 8. Quadro 8 – Terminologias de marcas próprias Grupo Marcas dos fabricantes Significado São controladas por organizações cuja principal atividade é a produção de bens ou serviços. Marcas próprias São as que pertencem aqueles que distribuem os produtos, não importando se os distribuidores são os atacadistas ou varejistas. Fonte: Adaptado de Prado e Farinha (2008). Destaca-se que um grupo de marca não necessariamente exclui o outro. Por isso que Prado e Farinha (2008) manifestam-se afirmando que inclusive existem exemplos onde uma marca de distribuidor confunde-se com uma marca de fabricante, ou seja, enquadra-se tanto em um perfil quanto no outro. O grupo de marcas dos fabricantes pode ser compreendido a partir de dois subgrupos, na visão de Prado e Farinha (2008). O primeiro, que remete as marcas líderes, ou seja, aquelas que têm maior destaque no mercado, que são mais lembradas e constituem-se de preferências pelos consumidores. O segundo subgrupo, são as marcas de primeiro preço, isto é, “(...) aquelas cujo posicionamento de mercado se dá pelo preço baixo, com uma qualidade aceitável para quem a compra”. Segundo Prado e Farinha (2008, p. 42) no que tange as marcas próprias, 53 são consideradas também em dois subgrupos. Aquelas que usam o nome do distribuidor e aquelas que usam de marcas fantasias. Na visão de Blume e Ledermann (2009, p. 90) “(...) as marcas próprias têm muito mercado para expandir ainda, especialmente porque há uma fatia crescente de clientes fiéis”, ou seja, a extensão de marcas próprias é sem dúvida um mercado para ser ocupado. No entanto, “(...) são necessárias indústrias com capacidade instalada para atender a marca própria em todos os segmentos”. Conceituar marcas próprias não pode-se restringir ao conceito de direitos de contrato. Marca própria deve ser entendida como uma “(...) unidade de negócio” (BLUME; LEDERMANN, 2009, p. 90), que por sua vez pode significar a aproximação da indústria com o consumidor final. Existem inúmeras ferramentas para estudar marcas próprias. Silva et al. (2011) sugerem o estudo a partir do modelo de análise de Laaksonen e Reynolds, que sugerem a evolução a partir de quatro gerações. Quadro 9 – Ferramentas para estudar marcas próprias Tipos de marcas Estratégias Objetivo Produto Tecnologia Qualidade/Imagem Nível de preços Motivação para a compra do consumidor Fornecedores 1ª Geração Sem marca Evolução da estratégia de marcas próprias 2ª Geração 3ª Geração Quase-marca Marca própria Genéricas Aumento de margens Opções de escolha de preços Menor preço Aumento de margens Redução do poder do fabricante Ofertas de produto com maior valor Me-too Aumento de margens nas categorias Aumento do sortimento de produtos Construir imagem do varejo entre consumidores Básicos/funcionais Linhas de produto em grande volume Produtos em grandes categorias Processo de produção simples e tecnologia básica Baixa qualidade e imagem comparada a dos líderes do mercado Tecnologia ainda inferior aos líderes do mercado Próximo à marca líder Média qualidade, segunda marca Comparável à marca dos fabricantes líderes do mercado 20% ou mais abaixo das marcas líderes Preço é o principal critério de compra 10 a 20% abaixo das marcas líderes Preço ainda é importante Nacionais, não especializados Nacionais parcialmente especializados na fabricação de marcas próprias 5 a 10% abaixo das marcas líderes Tanto qualidade quanto preço Relação entre valor e dinheiro Nacionais em sua maioria especializados para a fabricação de marcas próprias 4ª Geração Marca própria estendida, como marca segmentada Valor agregado Aumento e manutenção da base de consumidores Aumento de margens nas categorias Melhora na imagem do varejo Diferenciação Grupos de produtos que forma imagem Grande número de produtos em pequenos volumes Tecnologia inovadora Igual ou superior às marcas líderes Produtos diferentes e inovadores Igual ou superior às marcas Produtos melhores e únicos Internacionais, fabricando principalmente marcas próprias Fonte: Adaptado de Silva et al. (2011). Percebe-se que este modelo de análise de marcas próprias aponta uma possibilidade de gerenciamento do poder da marca, bem como, sua perspectiva de ascensão no mercado. Nesse modelo as estratégias estão representadas com base 54 em: objetivos; produto; tecnologia; qualidade/imagem e nível de preço que são os fatores internos e controláveis pela organização. Percebe-se que o conceito de marcas próprias tem favorecido significativamente o varejo. Por isso que na visão de Pinho (1996, p. 22) as marcas próprias “(...) representam uma ameaça efetiva às marcas dos fabricantes”. Cabe a indústria duas opções: a primeira delas é investir em marca própria, ou a segunda, fortalecer os laços com o varejo a ponto de que este o represente na relação com o consumidor. Por isso, Blessa (2005, p. 15) categoricamente afirma que: “Aos poucos, os fabricantes e varejistas, juntos, tentam construir a imagem de marca de seus produtos, totalmente cientes da importância dessa identidade, para fidelizar seu consumidor”. Sendo assim, percebe-se que existem inúmeras formas de constituir e fortalecer a marca própria, até esse momento, não há uma receita pronta, o que se tem são indicativos que em algum momento da história possibilitaram que algumas marcas se diferenciassem das demais. Com isso, é indispensável destacar que cada indústria assim como, cada varejista precisa encontrar a sua forma de consolidar a marca própria dentro dos limites e possibilidades de atuação em que se encontra. 55 3 METODOLOGIA A metodologia tem como objetivo subsidiar as maneiras ou caminhos mais apropriados para a conclusão da pesquisa. É uma forma de detalhar minuciosamente todos os passos para a pesquisa científica. É o meio que garante a veracidade das informações. A utilização de um método de pesquisa deve-se ao fato de estabelecer a confiabilidade do estudo. São os métodos que garantem a resolução do problema e objetivos do estudo. Nesse sentido, Lakatos e Marconi (apud REIS, 2008, p. 45) definem método como: (...) o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia permite alcançar o objetivo e os conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando nas decisões do pesquisador. A escolha do método deve garantir a sinergia com a pesquisa desenvolvida. “Contudo, para proporcionar tais benefícios, o método deve ser analisado e fundamentado” (FACHIN, 2006, p. 29). Apresenta-se aqui a metodologia que foi utilizada neste estudo, que se classifica como: pesquisa bibliográfica, quantitativa, descritiva, exploratória e estudo de caso. O processo de pesquisa em marketing deve compreender na visão de Khauaja e Prado (2008) pelo menos quatro etapas. As etapas foram seguidas e encontram-se descritas no quadro 10. Quadro 10 – Etapas da pesquisa Etapa Reconhecimento do problema Descrição para esta pesquisa Quais as estratégias que devem ser adotadas para agregar mais valor e poder à marca na indústria do vestuário, a partir do estudo de caso da DZiotti? Planejamento da pesquisa Incluiu o referencial teórico que possibilitou a discussão, a seleção do método, elaboração do instrumento de pesquisa e a seleção da amostra. Execução da pesquisa Envolveu a coleta dos dados, processamento, análise e interpretação. Comunicação dos resultados Culminou no Trabalho de Conclusão de Curso de bacharel em Administração, apresentação para banca de avaliação, apresentação para os funcionários e proprietários da empresa. Fonte: Adaptado de Khauaja e Prado (2008). 56 3.1 TIPO DE PESQUISA O modelo de pesquisa fornece informações para serem relacionadas com os intuitos da pesquisa. Dessa forma, o tipo de pesquisa tem como função auxiliar na formação de uma conclusão para o estudo. A pesquisa bibliográfica é um dos meios mais utilizados dentre as pesquisas, por ser baseada em estudos já desenvolvidos. As informações podem ser extraídas de “(...) livros de leitura corrente e de referências, de revistas impressas e virtuais, material audiovisual, entrevistas, documentos, etc.” (REIS, 2008, p. 51). Pode-se afirmar que a pesquisa bibliográfica é sempre o princípio do estudo. “Isso significa que toda monografia, não importa seu nível, começa pela pesquisa bibliográfica, pois é ela que fornece os elementos teóricos para os itens denominados de revisão de literatura, fundamentação teórica, quadro teórico” (REIS, 2010, p. 62). Essa pesquisa é inicialmente classificada como bibliográfica, pois foi constituída através da leitura de materiais publicados, para o auxílio da construção de um novo estudo. Assim, é através da bibliografia que se chegou à produção textual, dialogando com os autores e formando uma nova análise do tema estudado. Desde o início do estudo buscou-se selecionar autores, estudos já publicados para construir um embasamento teórico que sustentasse a pesquisa. Por isso a pesquisa bibliográfica foi essencial. Roesch (1996, p. 99) afirma que esse tipo de pesquisa “(...) implica seleção, leitura e análise dos textos relevantes ao tema”. A pesquisa quantitativa refere-se diretamente ao modo como os dados foram coletados. Assim, pode-se perceber que a pesquisa se propôs a coletar e analisar seus dados “(...) por meio de métodos e técnicas estatísticas” (REIS, 2010, p. 68). Tendo por objetivo “(...) garantir resultados e evitar distorções de análise e de interpretação, traduzindo em números as informações analisadas e dados coletados” (REIS, 2008, p. 58). A pesquisa foi quantitativa, pois se utilizou de um questionário composto de questões fechadas para a coleta e análise de dados. Pode-se dizer ainda, que os resultados foram expressos por percentuais oriundos das variáveis que influenciam na gestão da marca. Por isso, cabe destacar a visão de Roesch (2006, p. 122) que esclarece que a pesquisa quantitativa “(...) implica medir relações entre variáveis (associação ou causa-efeito)”. 57 É possível afirmar que este é um estudo quali-quantitativo. Para Roesch (2006, p. 146) “(...) delineamentos qualitativos e quantitativos usados em avaliação formativa e de resultados são formas complementares e não antagônicas de avaliação”. Trata-se de uma pesquisa qualitativa por ter se apoiado em métodos que não possibilitam restritamente resultados estatísticos, mas validados pela percepção dos respondentes. Para Roesch (2006, p. 146) ao se tratar de pesquisa qualitativa o pesquisador deve “(...) captar a perspectiva dos entrevistados”. Um dos diferenciais é que a pesquisa qualitativa “(...) é apropriada para a avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa ou plano” (ROESCH, 2006, p. 146). Por isso, a necessidade deste estudo de se amparar tanto em resultados quantitativos, como em resultados qualitativos. Destaca-se que a pesquisa qualitativa buscou interpretar os dados coletados na pesquisa e dar uma conotação para estes. Nesse sentido Reis (2010, p. 67) corrobora que “Isso significa que nesta abordagem de pesquisa os resultados não são traduzidos em números, unidades de medida ou categoria homogênea de um problema”. Já a pesquisa descritiva teve como objetivo “(...) descrever um objeto de estudo determinado, e estabelecer a interrelação entre os fenômenos e a população (grupo social), usando variáveis, como forma de procurar descobrir a frequência que os fatos acontecem no contexto pesquisado” (REIS, 2010, p. 65). É objeto da pesquisa descritiva o relato detalhado dos fenômenos que a análise dos dados possibilita. Roesch (2006, p. 129) complementa que: “Em levantamentos, o objetivo é obter informação sobre uma população”, por isso ao descrevê-los torna mais fácil a análise. Assim, esta pesquisa se caracterizou como descritiva porque buscou descrever o que significa os dados coletados. Ou seja, estabeleceu relações com os dados coletados e a teoria, bem como, identificou as possíveis implementações e melhorias de processos. Por fim, caracteriza-se como uma pesquisa exploratória. A pesquisa exploratória é quando “(...) o tema escolhido é pouco explorado e o pesquisador precisa incorporar características inéditas e buscar novas abordagens” (REIS, 2008, p. 55). Pode-se dizer que esta pesquisa é sem dúvida inédita, afinal por mais que se 58 tenham inúmeros estudos sobre marcas, nenhuma delas foi realizada especificamente na DZiotti. A pesquisa é também considerada como estudo de caso, pois para Reis (2008, p. 54) “O estudo de caso é uma técnica de pesquisa com base empírica. Consiste em selecionar um objetivo de pesquisa, que pode ser um fato e um fenômeno estudado nos vários aspectos”. Isto é, esta pesquisa não teve a pretensão de generalização de resultados, pelo contrário, preocupou-se em verificar em profundidade o caso da marca DZiotti. O estudo de caso é compreendido por Roesch (2006) como aqueles que se diferem do método histórico, por se referir ao presente e não ao passado. Assim, esta pesquisa preocupou-se em reconhecer a marca DZiotti no cenário atual. 3.2 SUJEITO DA PESQUISA E UNIVERSO AMOSTRAL Tendo em vista que a pesquisa aconteceu em uma indústria, o universo refere-se ao varejo da moda básica, feminina e masculina. No entanto, este universo é amplo e não garante acessibilidade total, dessa forma, define-se como amostra os clientes da indústria considerados ativos e não clientes. Por clientes ativos, tem-se o grupo de varejo que mantém relação de compra desde o ano de 2010, semestralmente. As dificuldades com a pesquisa foram inúmeras, mas a mais significativa foi conseguir o retorno dos respondentes. O público que realiza as compras, especialmente em lojas únicas são os proprietários, os quais possuem um acúmulo de funções. Nas empresas de rede as empresas não autorizam o comprador a responder este tipo de pesquisa. Percebeu-se que a cultura do desenvolvimento organizacional a partir de pesquisas ainda deve ser trabalhado neste ramo. 3.3 COLETA DE DADOS A coleta de dados acontece após a identificação dos possíveis respondentes. O universo representa as pessoas que possuem condições de responder a pesquisa. Assim, Lakatos e Marconi (1992, p. 108) explicam que “(...) consiste em explicitar que pessoas ou coisas, fenômenos, etc. serão pesquisadas”. Para os mesmos autores em contrapartida a amostra constitui-se de: “(...) uma 59 porção ou parcela, convenientemente selecionada no universo”. Os respondentes desta pesquisa foram somente os responsáveis pelo processo de compra de marcas para compor o mix de produtos do vestuário das lojas. Optou-se por utilizar diferentes métodos para se chegar ao resultado desta pesquisa. Isto ocorreu por compreender a contribuição de Vieira (2004, p. 14) quando advoga: “(...) a utilização de múltiplos métodos de pesquisa e investigação na análise dos fenômenos administrativos e organizacionais pode abrir novos horizontes para a sua compreensão”. Não se pode pecar pela ação reducionista dos fenômenos organizacionais, por isso, Vieira (2004, p. 16) salienta: “(...) as práticas monometodológicas podem limitar o entendimento, os fenômenos administrativos e organizacionais”. Dessa forma, a coleta de dados utilizou tanto o questionário, como a entrevista semiestruturada. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário composto por questões fechadas e abertas. O questionário não é “(...) apenas um formulário, ou conjunto de questões listadas sem muita reflexão. O questionário é um instrumento de coleta de dados que busca mensurar alguma coisa” (ROESCH, 1996, p. 134). As questões iniciais foram fechadas, que: (...) são aquelas em que o pesquisado escolhe sua resposta em um conjunto de categorias elaboradas juntamente com a questão. Esse tipo de questão direciona o pesquisado para as alternativas já estruturadas, não há liberdade para que expresse sua opinião (FACHIN, 2006, p. 165). O questionário foi composto de dez questões fechadas e três questões abertas, os mesmos estão em anexo. As questões fechadas tiveram o propósito de identificar critérios de seleção de marcas de fornecedor para a compra. As questões abertas trataram de diagnosticar as marcas mais lembradas pelo varejista. Das três questões abertas, uma delas é composta de nove indicadores que indagaram sobre as lembranças que o respondente tem ao entrar em contato com algumas marcas da indústria do vestuário que, constituem-se, de alguma forma concorrentes da DZiotti. Inicialmente optou-se pela aplicação do questionário através do uso do correio eletrônico. No entanto, a aplicação do questionário por e-mail mostrou-se ineficaz, uma vez que não se teve retorno de 95% dos questionários encaminhados. Dessa forma, optou-se por aplicar o questionário junto aos encarregados pela compra no varejo. Foi aplicado a uma amostra de 103 clientes e não clientes. 60 Utilizou-se também a entrevista semiestruturada que foi aplicada com intuito de conhecer com mais profundidade o processo de compra de marcas do mix de produtos do vestuário das lojas. Para Roesch (1996, p. 150): A entrevista em profundidade é a técnica fundamental da pesquisa qualitativa (...). Seu objetivo primário é entender o significado que os entrevistados atribuem a questões e situações em contextos que não foram estruturados anteriormente a partir das suposições do pesquisador. A entrevista foi composta de seis questões e foi realizada diretamente no varejo. Cabe destacar que a entrevista foi previamente agendada para garantir que acontecesse com o representante de compras do varejo ou o proprietário. A entrevista foi realizada para dez clientes e não clientes identificados a partir da acessibilidade e da intenção. Percebeu-se que o processo de pesquisa “(...) alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente à realidade do mundo” (MINAYO; DESLANDES; GOMES, 2011, p. 16) e, ainda, possibilita melhorias nos processos organizacionais. Dessa forma, o capítulo 4 trata da apresentação e análise dos dados, proporcionando assim, responder a inquietação que suscitou o estudo. 61 4 DIAGNÓSTICO E INTERPRETAÇÃO DE DADOS A análise dos dados é indispensável para que o pesquisador faça o tratamento dos dados coletados. Segundo Roesch (1996, p. 120) “O tipo de dado coletado delimita as possibilidades de análise”. 4.1 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO APLICADO A análise dos dados foi apresentada de forma detalhada e minuciosa. Isto porque durante todo o desenvolvimento da pesquisa dois elementos foram observados: o primeiro compreender os dados coletados a partir das discussões teóricas construídas ao longo do capítulo 2. E, o segundo, discutir os dados de tal forma que os proprietários, mesmo não sendo especialistas na área de marketing pudessem compreender as lacunas dos processos de identidade e posicionamento da marca. 4.1.1 Estratos da Amostra e Perfil dos Entrevistados Os resultados do questionário foram tabulados e devidamente cruzados, ainda foram apresentados em gráficos ou em quadros para facilitar a visualização. Gráfico 1 – Região de atuação do varejista Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 62 O gráfico 1 apresenta a região de atuação do varejista. Pode-se perceber que a DZiotti atualmente possui mais clientes na região Noroeste. Essa concentração de clientes pode impactar no momento me que ocorre uma crise econômica no setor que sustenta a região. Dessa forma, é importante, se possível expandir mercado por regiões. Cabe destacar que a presença na região da fronteira, cujo percentual de respondentes chegou em 17,48%. Gráfico 2 – Porte da loja Fonte: Pesquisa realizada em 2013. O gráfico 2 demonstra que a DZiotti tem mais facilidade de vínculos com lojas únicas, ou seja, possivelmente os clientes, ou futuros clientes concentram-se em empresas pequenas. Por isso, estratégias que reforcem a lealdade podem contribuir para fortalecer vínculos. 63 Gráfico 3 – Número de funcionários que o varejo possui Fonte: Pesquisa realizada em 2013. A maioria dos respondentes, ou seja, 58,25% dos respondentes possuem até três funcionários. Isso demonstra que as orientações de Blessa (2005) quanto às ações que devem ser realizadas para fortalecer o relacionamento com os vendedores do varejo podem ser aplicadas sem causar impactos significativos nos custos da empresa. Gráfico 4 – Compra de peças em média na coleção verão Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 64 Gráfico 5 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no inverno Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Outro fator relevante e que fortalece a afirmação de expandir o mercado é que os respondentes, tanto para a coleção do verão, quanto para a de inverno, compram em média até 500 peças. Isto é, para esses clientes não se tem como aumentar o número de vendas em cada coleção, por isso, uma estratégia é abrir novos clientes, ou tentar fortalecer os laços com o varejo que compra mais de 13.000 peças. Gráfico 6 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no verão Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 65 Gráfico 7 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no inverno Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Entre os respondentes o maior número está em varejistas que compram até 100 peças de cada fornecedor. Reforçando a ideia de que é nas empresas de pequeno porte que a DZiotti possui seu maior número de clientes. Quadro 11 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no verão X região de atuação Número de Noroeste Fronteira peças Até 50 peças 15,53% 2,91% Até 100 peças 22,33% 7,77% Mais que 100 23,30% 6,80% peças Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões Central Metropolitana Total geral 3,88% 6,80% 2,91% 2,91% 1,94% 0,00% 27,18% 39,81% 2,91% 0,00% 0,00% 33,01% 13,59% 5,83% 1,94% 100,00% Quadro 12 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no inverno X região de atuação Número de Noroeste Fronteira peças Até 50 peças 11,65% 2,91% Até 100 peças 33,01% 9,71% Mais que 100 16,50% 4,85% peças Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões Central Metropolitana Total geral 3,88% 6,80% 0,00% 4,85% 0,00% 1,94% 18,45% 56,31% 2,91% 0,97% 0,00% 25,24% 13,59% 5,83% 1,94% 100,00% 66 Percebeu-se com os cruzamentos dos dados que a região que mais compra mais que 100 peças nas coleções, por fornecedor é a Noroeste. Nas demais regiões esse número é praticamente irrelevante. Quadro 13 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no verão X porte da loja Número de É a única É única peças filial Até 50 peças 21,36% 0,97% Até 100 peças 29,13% 1,94% Mais que 100 20,39% 0,97% peças Total geral 70,87% 3,88% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 2,91% 2,91% Pertence a uma rede de lojas 1,94% 5,83% 3,88% 7,77% 33,01% 9,71% 15,53% 100,00% É matriz Total geral 27,18% 39,81% Quadro 14 – Percentual que o varejo compra de cada fornecedor no inverno X porte da loja Número de É a única É única peças filial Até 50 peças 13,59% 0,00% Até 100 peças 38,83% 3,88% Mais que 100 18,45% 0,00% peças Total geral 70,87% 3,88% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 2,91% 4,85% Pertence a uma rede de lojas 1,94% 8,74% 1,94% 4,85% 25,24% 9,71% 15,53% 100,00% É matriz Total geral 18,45% 56,31% As compras do varejo estão diretamente associadas ao seu porte. Uma vez que a maior concentração é de loja única que compra até 100 peças por fornecedor. Para se manter nesse mercado a DZiotti, caso opte por não aumentar a sua carteira de clientes deverá aumentar o mix de produtos. Isso remete ao que Kotler (1998) alerta quando afirma que, entre outras variáveis que constituem o produto está a diversidade de produtos que a indústria tem a ofertar. Esta pesquisa possibilitou diagnosticar que independente da estação, o perfil de compra, percepções são reforçados. 4.1.2 Fatores para Escolha de Fornecedor de Marcas do Vestuário Identificar o percentual de compra do varejo considerando as variáveis que influenciam na escolha do fornecedor é imprescindível para verificar os elementos que devem ser trabalhados pela DZiotti para o fortalecimento da sua marca. Após o 67 estudo do referencial teórico foi possível identificar algumas variáveis que influenciam, ou podem influenciar no relacionamento entre fornecedor e varejista, são elas: preço; agilidade na entrega; representante comercial; ações de marketing; procura pela marca; qualidade da marca. 4.1.2.1 Preço O quadro 15 apresenta a relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X o preço. Percebeu-se a variável preço torna-se mais relevante para aqueles que compram até 100 peças. Quadro 15 – Grau de importância do preço X número de peças compradas Número de peças Muito importante 1 11,65% 20,39% Até 50 peças Até 100 peças Mais que 100 16,50% peças Total geral 48,54% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 2 9,71% 13,59% 3 2,91% 1,94% 4 0,00% 0,00% 5 0,00% 0,97% Menos importante 6 2,91% 2,91% 4,85% 4,85% 2,91% 1,94% 1,94% 33,01% 28,16% 9,71% 2,91% 2,91% 7,77% 100,00% Total geral 27,18% 39,81% 4.1.2.2 Agilidade na Entrega Os processos de administração são incisivos em determinar a importância da agilidade de resposta ao cliente. No entanto, percebeu-se que a agilidade na entrega influencia de alguma forma na escolha do fornecedor da marca. Por outro lado, não se pode desconsiderar essa variável, pois a ausência dela pode prejudicar a imagem da marca. 68 Quadro 16 – Grau de importância do preço relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X agilidade da entrega Número de peças Até 50 peças Até 100 peças Mais que 100 peças Total geral Muito importante 1 8,74% 7,77% 5 3,88% 3,88% Menos importante 6 0,00% 0,97% 2 10,68% 19,42% 3 2,91% 3,88% 4 0,97% 3,88% 27,18% 39,81% 8,74% 11,65% 5,83% 4,85% 0,00% 1,94% 33,01% 25,24% 41,75% 12,62% 9,71% 7,77% 2,91% 100,00 % Total geral Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 4.1.2.3 Representante Comercial A partir da visão de Etzel, Walker e Stanton (2001) o intermediário é aquele que de alguma forma liga a indústria ao consumidor final. Nessa pesquisa, identificou-se como intermediário o representante comercial, por ligar a indústria ao varejista. Ficou claro que o relacionamento entre o representante comercial e o varejo é importante. Por isso, a DZiotti deve investir na capacitação do representante comercial para que este esteja preparado ao contatar com o varejo. Quadro 17 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X representante comercial Número de peças Até 50 peças Até 100 peças Mais que 100 peças Total geral Muito importante 1 4,85% 5,83% 5 0,97% 2,91% Menos importante 6 1,94% 0,97% 2 6,80% 21,36% 3 4,85% 7,77% 4 7,77% 0,97% 27,18% 39,81% 1,94% 13,59% 4,85% 4,85% 1,94% 5,83% 33,01% 12,62% 41,75% 17,48% 13,59% 5,83% 8,74% 100,00 % Total geral Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Blessa (2005), assim como Bernardino et al. (2011) ao longo do seu estudo apresenta a importância das ações de marketing. Essa afirmativa dos autores é reforçada no diagnóstico dessa pesquisa. Por isso a DZiotti deve investir nas ações de marketing. 69 Quadro 18 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X ações de marketing Número de peças Muito importante 1 1,94% 6,80% 2 14,56% 22,33% Até 50 peças Até 100 peças Mais que 100 7,77% 5,83% peças Total geral 16,50% 42,72% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 3 1,94% 2,91% 4 1,94% 2,91% 5 5,83% 0,97% Menos importante 6 0,97% 3,88% 7,77% 1,94% 8,74% 0,97% 33,01% 12,62% 6,80% 15,53% 5,83% 100,00% Total geral 27,18% 39,81% Entre todos os itens o que mais recebeu respostas como sendo muito importante, é a marca que o consumidor procura. Tomiya (2010, p. 24) afirma: “(...) o papel das marcas na sociedade de consumo é conduzir um aval de qualidade ou auxiliar os consumidores nesse novo contexto”. Portanto, o posicionamento do consumidor final é indispensável para a escolha pela compra de determinada marca pelo varejista. Quadro 19 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X a procura do consumidor Número de peças Muito importante 1 11,65% 28,16% 2 9,71% 6,80% Até 50 peças Até 100 peças Mais que 100 14,56% 8,74% peças Total geral 54,37% 25,24% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 3 3,88% 1,94% 4 1,94% 0,97% 5 0,00% 0,97% Menos importante 6 0,00% 0,97% 1,94% 5,83% 0,00% 1,94% 33,01% 7,77% 8,74% 0,97% 2,91% 100,00% Total geral 27,18% 39,81% Com relação à escolha da marca sendo influenciada pela qualidade, é indispensável retomar a afirmação de Blume e Ledermann (2009, p. 69) quando alertam que a origem do conceito de marca “(...) era costume indicar a procedência do produto”. Portanto, esse conceito se reforça quando se percebe que 70,87% dos respondentes consideram a qualidade da marca muito importante. 70 Quadro 20 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X garantir a qualidade da marca Número de peças Muito importante 1 17,48% 27,18% 2 3,88% 7,77% Até 50 peças Até 100 peças Mais que 100 26,21% 2,91% peças Total geral 70,87% 14,56% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 3 0,00% 0,97% 4 0,00% 0,97% 5 0,97% 1,94% Menos importante 6 4,85% 0,97% 0,97% 1,94% 0,00% 0,97% 33,01% 1,94% 2,91% 2,91% 6,80% 100,00% Total geral 27,18% 39,81% Percebeu-se ao longo da análise desse tópico que as variáveis preço e representante comercial são as mais importantes para as empresas. No entanto, destaca-se que a variável agilidade na entrega, é uma questão básica para os varejistas. 4.1.3 Fatores de Escolha para Entrada de Marca Nova Diagnosticar o percentual de compra do varejo com relação à escolha para colocar uma nova marca na sua loja, pode contribuir para apresentar a DZiotti as principais ações que devem ser adotadas quando se tem por objetivo conquistar novos clientes. 4.1.3.1 Procura da Marca O quadro 21 apresenta a relação entre a escolha pelo fornecedor para inserir uma nova marca na loja. Quanto a variável procura da marca pelo consumidor, pode-se afirmar de acordo com os dados coletados que esse elemento é muito importante. 71 Quadro 21 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X procura pelo consumidor Número de peças Muito importante 1 16,50% 33,98% 2 3,88% 2,91% Até 50 peças Até 100 peças Mais que 100 23,30% 0,97% peças Total geral 73,79% 7,77% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 3 1,94% 0,00% 4 3,88% 0,00% 5 0,97% 0,97% Menos importante 6 0,00% 1,94% 5,83% 0,97% 1,94% 0,00% 33,01% 7,77% 4,85% 3,88% 1,94% 100,00% Total geral 27,18% 39,81% A pesquisa reforça essencialmente dois elementos destacados por Kotler (1998) quando destaca a influencia do design do produto, bem como as características. No que tange modelos novos e diferenciados, percebeu-se que para 71,84% dos respondentes é muito significativo. Outra informação que merece destaque é que este foi um item que não recebeu nenhuma marcação na nota 6, ou seja, menos importante. Quadro 22 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X modelos novos e diferenciados Muito importante 1 Até 50 peças 19,42% Até 100 peças 30,10% Mais que 100 peças 22,33% Total geral 71,84% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Número de peças Total 2 2,91% 2,91% 7,77% 13,59% 3 3,88% 2,91% 0,00% 6,80% 4 0,00% 1,94% 1,94% 3,88% 5 0,97% 1,94% 0,97% 3,88% 27,18% 39,81% 33,01% 100,00% Conforme advogam Blume e Ledermann (2009) a marca é aquilo que o consumidor lembra. Percebe-se através desta pesquisa que possuir uma marca forte e reconhecida no mercado facilita a abertura de mercado. 72 Quadro 23 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X marcas de renome no mercado Número de peças Muito importante 1 13,59% 29,13% 2 5,83% 2,91% Até 50 peças Até 100 peças Mais que 100 21,36% 1,94% peças Total geral 64,08% 10,68% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 3 2,91% 4,85% 4 4,85% 0,00% 5 0,00% 1,94% Menos importante 6 0,00% 0,97% 2,91% 4,85% 0,00% 1,94% 33,01% 10,68% 9,71% 1,94% 2,91% 100,00% Total geral 27,18% 39,81% Para ingressar a marca nova no varejo percebeu-se que é indispensável a criatividade e inovação no produto. Do composto de marketing proposto por Kotler (1998), o produto tem relação direta com a marca. Cabe destacar que nessa variável também não houve nenhuma resposta como menos importante. Quadro 24 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X apresentar novidades para o cliente Número de peças Muito importante 1 20,39% 32,04% Total 2 3,88% 2,91% Até 50 peças Até 100 peças Mais que 100 22,33% 3,88% peças Total geral 74,76% 10,68% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 3 2,91% 0,97% 4 0,00% 2,91% 5 0,00% 0,97% 27,18% 39,81% 1,94% 3,88% 0,97% 33,01% 5,83% 6,80% 1,94% 100,00% O preço é desde os primórdios da administração um dos elementos indispensáveis. No entanto, não pode ser considerado como estática porque é influenciado por diversos elementos. Cabe retomar que preço inclui “(...) descontos, prazos de pagamento, condições de créditos” (ARAÚJO; PAULA, 2008, p. 198) Com isso, no que tange a descontos no preço já praticado 55,34% dos respondentes consideram muito importante. Comparado com os itens até aqui apresentados, este não é o que mais chama atenção. 73 Quadro 25 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X descontos no preço já praticado Número de peças Até 50 peças Até 100 peças Mais que 100 peças Total geral Muito importante 1 11,65% 26,21% 5 9,71% 1,94% Menos importante 6 0,00% 0,97% 2 2,91% 4,85% 3 1,94% 3,88% 4 0,97% 1,94% 17,48% 2,91% 4,85% 55,34% 10,68% 10,68% Total geral 27,18% 39,81% 1,94% 5,83% 0,00% 33,01% 4,85% 17,48% 0,97% 100,00 % Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 4.1.4 Fatores de Maior Valorização no Fornecedor Sabe-se que as organizações estão em constante contato com os seus clientes buscando aproximar vínculos. É preciso retomar a afirmação de Blessa (2005) quando alerta que a indústria não deve se iludir, pois o varejista é quem tem o controle. Por isso, conhecer as ações que mais lhe entenreçam contribui para a assertividade da ação. As ações que foram propostas para análise são: fazer vitrines; brindes para vendedores; peças de merchandising; bônus em mercadoria; treinamento para o vendedor. Com relação ao fabricante contribuir na elaboração de vitrines, percebeu-se que os varejistas dividem-se nas opiniões. Dessa forma, essa ação deve compor o grupo de secundárias, ou seja, desde que você faça todas as que são mais importantes pode migrar para aquelas que são relevantes. Quadro 26 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X ajuda a fazer vitrine Número de peças Até 50 peças Até 100 peças Mais que 100 peças Total geral Muito importante 1 3,88% 15,53% 5 9,71% 1,94% Menos importante 6 1,94% 2,91% 2 3,88% 7,77% 3 4,85% 3,88% 4 2,91% 7,77% 8,74% 7,77% 0,00% 28,16% 19,42% 8,74% Total geral 27,18% 39,81% 8,74% 2,91% 4,85% 33,01% 19,42% 14,56% 9,71% 100,00 % Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Com relação à escolha do fornecedor da marca por brindes para vendedores, percebeu-se que esta é uma variável importante. Assim como 74 considera Blessa (2005). Cabe destacar que essa variável não apresentou nenhuma seleção da opção 6, isto é, menos importante. Quadro 27 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X brindes para vendedores Número de peças Muito importante 1 2 3 4 5 Total geral 6,80% 9,71% 6,80% 1,94% 1,94% 27,18% 15,53% 6,80% 1,94% 0,97% 39,81% 11,65% 4,85% 4,85% 3,88% 33,01% 36,89% 18,45% 8,74% 6,80% 100,00% Até 50 peças Total Até 100 peças 14,56% Mais que 100 7,77% peças Total geral 29,13% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. As ações de merchandising são consideradas por 39,81% como mais importantes, seguido de 33,98% que consideram importantes. Dessa forma, precisase reforçar as ações táticas no ponto de venda. Por isso, a afirmação de Blume e Ledermann (2009, p. 26) como as “(...) ações táticas efetuadas no ponto de venda ou em editoriais dos veículos de comunicação de massa, para se oferecer ao mercado o produto certo, na quantidade certa, no preço certo, no tempo certo, com o impacto visual adequado e na exposição certa”, é cabível nesse contexto. Quadro 28 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X merchandising Número de peças Muito importante Menos importante Total geral 1 2 3 4 5 6 Até 50 peças 8,74% 7,77% 7,77% 2,91% 0,00% 0,00% 27,18% Até 100 peças 21,36% 11,65% 3,88% 1,94% 0,00% 0,97% 39,81% Mais que 100 peças 9,71% 14,56% 1,94% 3,88% 1,94% 0,97% 33,01% Total geral 39,81% 33,98% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 13,59% 8,74% 1,94% 1,94% 100,00% A variável bônus em mercadoria é considerada uma ação muito importante para o varejista. Portanto, a DZiotti deve encontrar mecanismos para oferecer esta ação aos seus clientes. 75 Quadro 29 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X bônus em mercadoria Número de peças Até 50 peças Até 100 peças Mais que 100 peças Total geral Muito importante 1 7,77% 21,36% 5 0,97% 0,97% Menos importante 6 0,00% 0,00% 2 12,62% 13,59% 3 3,88% 3,88% 4 1,94% 0,00% 10,68% 9,71% 5,83% 39,81% 35,92% 13,59% Total geral 27,18% 39,81% 1,94% 2,91% 1,94% 33,01% 3,88% 4,85% 1,94% 100,00 % Fonte: Pesquisa realizada em 2013. O treinamento para o vendedor é citado por Blessa (2005) como uma garantia de que o trabalho de quem faz a interface com o consumidor é de excelência. Para os respondentes essa é a ação que mais se considera importante. Para a DZiotti é primordial atentar para essa variável, uma vez que até o momento do estudo essa ação de aproximação não foi. Quadro 30 – Grau de importância da relação entre a escolha pelo fornecedor da marca X treinamento para o vendedor Número de peças Muito importante 1 15,53% 31,07% 2 4,85% 0,97% Até 50 peças Até 100 peças Mais que 100 16,50% 3,88% peças Total geral 63,11% 9,71% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 3 0,97% 1,94% 4 5,83% 1,94% 5 0,00% 1,94% Menos importante 6 0,00% 1,94% Total geral 5,83% 1,94% 3,88% 0,97% 33,01% 8,74% 9,71% 5,83% 2,91% 100,00% 27,18% 39,81% 4.1.5 Escolha dos Fornecedores das Marcas do Vestuário 4.1.5.1 Preço A variável preço é sem margem de dúvida uma das que recebe atenção pelos estudiosos, entre eles, Blume e Ledermann (2009) que afirmam ser o preço um elemento muito complexo. Possivelmente por corroborar com esta visão, Kotler (1998) o tenha inserido como fator decisivo de marketing. Quando os respondentes foram indagados sobre a variável preço, percebeuse que 48,54% acreditam que seja muito importante. Com isso, percebe-se que 76 tanto, Kotler (1998), Blume e Ledermann (2009), Araújo e Paula (2008) estão alinhados com a prática organizacional. Gráfico 8 – Fatores que considera para escolher os fornecedores das marcas do vestuário que você possui na loja: preço Fonte: Pesquisa realizada em 2013. O preço é para a região Noroeste do Estado, evidentemente um elemento que se destaca no grau de importância. Quadro 31 – Preço X região de atuação da sua loja Preço Noroeste Fronteira 1 23,30% 14,56% 2 19,42% 1,94% 3 9,71% 0,00% 4 2,91% 0,00% 5 0,97% 0,97% 6 4,85% 0,00% Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões 6,80% 3,88% 0,00% 0,00% 0,97% 1,94% 13,59% Central 2,91% 1,94% 0,00% 0,00% 0,00% 0,97% 5,83% Metropolitana 0,97% 0,97% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,94% Total geral 48,54% 28,16% 9,71% 2,91% 2,91% 7,77% 100,00% Com relação ao porte da loja, percebeu-se que para as empresas que são classificadas como loja única o preço é sempre muito importante. Dessa forma, indica-se que a DZiotti por trabalhar na maioria com esse porte de loja, estabeleça uma política de preço compatível com as expectativas dos clientes, mas também com as condições de fabricação. 77 Quadro 32 – Preço X sua loja É a única filial 1 33,01% 2,91% 2 19,42% 0,97% 3 7,77% 0,00% 4 2,91% 0,00% 5 2,91% 0,00% 6 4,85% 0,00% Total geral 70,87% 3,88% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Preço É única É matriz 1,94% 4,85% 1,94% 0,00% 0,00% 0,97% 9,71% Pertence a uma rede de lojas 10,68% 2,91% 0,00% 0,00% 0,00% 1,94% 15,53% Total geral 48,54% 28,16% 9,71% 2,91% 2,91% 7,77% 100,00% 4.1.5.2 Agilidade de Entrega Entre os fatores que influenciam na escolha do fornecedor das marcas, a pesquisa preocupou-se também em diagnosticar a influencia da agilidade de entrega. Percebeu-se que este é um fazer de divisão. E que recebeu importância de grau 2, ou seja, é uma variável importante. Gráfico 9 – Fatores que considera para escolher os fornecedores das marcas do vestuário que você possui na loja: agilidade na entrega Fonte: Pesquisa realizada em 2013. No que tange a atuação da loja, a agilidade na entrega é mais significativa para a região Noroeste. Este dado pode ser influenciado também pela região estar mais distante de centros de referência de entrega. No entanto, como esta é a região 78 de mais presença da DZiotti é importante que este diagnóstico seja considerado para reforçar o vínculo entre fabricante e varejista. Quadro 33 – Agilidade na entrega X a região de atuação da sua loja Agilidade na Noroeste Fronteira entrega 1 13,59% 3,88% 2 18,45% 11,65% 3 11,65% 0,97% 4 9,71% 0,00% 5 5,83% 0,00% 6 1,94% 0,97% Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões Central Metropolitana Total geral 2,91% 8,74% 0,00% 0,00% 1,94% 0,00% 13,59% 3,88% 1,94% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 5,83% 0,97% 0,97% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,94% 25,24% 41,75% 12,62% 9,71% 7,77% 2,91% 100,00% Assim como na variável preço, para a loja única a variável agilidade de entrega também está mais presente. Isto pode ser decorrente da dificuldade de condições para manter estoque. Quadro 34 – Agilidade na entrega X porte da loja Agilidade na entrega 1 19,42% É a única filial 0,97% 1,94% Pertence a uma rede de lojas 2,91% 2 25,24% 3 2,91% 2,91% 10,68% 41,75% 4 10,68% 0,00% 0,00% 1,94% 12,62% 7,77% 0,00% 1,94% 0,00% 9,71% 5 5,83% 0,00% 1,94% 0,00% 7,77% 6 1,94% 0,00% 0,97% 0,00% 2,91% Total geral 70,87% 3,88% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 9,71% 15,53% 100,00% É única É matriz Total geral 25,24% 4.1.5.3 Representante Comercial O referencial teórico que amparou tanto a elaboração do questionário como da relação teoria e prática, mostrou a importância do intermediário, ou seja da relação entre comprador e cliente. No caso desta pesquisa, da relação, que trata, conforme Etzel, Walker e Stanton (2001) de uma interação entre representante comercial e varejista. Por isso, buscou-se verificar a importância do representante comercial. 79 Gráfico 10 – Fatores que considera para escolher os fornecedores das marcas do vestuário que você possui na loja: representante comercial Fonte: Pesquisa realizada em 2013. A região de atuação que sente mais a influencia do representante comercial é a Noroeste. Quadro 35 – Representante comercial X a região de atuação da sua loja Representante Noroeste Fronteira comercial 1 7,77% 2,91% 2 24,27% 9,71% 3 8,74% 1,94% 4 9,71% 0,00% 5 3,88% 0,97% 6 6,80% 1,94% Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões Central Metropolitana Total geral 0,00% 6,80% 3,88% 2,91% 0,00% 0,00% 13,59% 1,94% 0,97% 1,94% 0,00% 0,97% 0,00% 5,83% 0,00% 0,00% 0,97% 0,97% 0,00% 0,00% 1,94% 12,62% 41,75% 17,48% 13,59% 5,83% 8,74% 100,00% Com relação ao porte da loja ficou visível que para as lojas que são únicas o representante comercial é de extrema importância. Por isso, a DZiotti deve investir significativamente na formação e revitalização dos seus representantes comerciais, já que eles são o elo entre a marca e o varejo. 80 Quadro 36 – Representante comercial X a sua loja Representante É a única É única comercial filial 1 8,74% 0,00% 2 25,24% 2,91% 3 14,56% 0,97% 4 10,68% 0,00% 5 5,83% 0,00% 6 5,83% 0,00% Total geral 70,87% 3,88% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. É matriz 1,94% 1,94% 0,97% 2,91% 0,00% 1,94% 9,71% Pertence a uma rede de lojas 1,94% 11,65% 0,97% 0,00% 0,00% 0,97% 15,53% Total geral 12,62% 41,75% 17,48% 13,59% 5,83% 8,74% 100,00% 4.1.5.4 Ações de Marketing As ações de marketing influenciam no posicionamento da marca. Por isso, compreender a sua influencia na prática é indispensável não só para estabelecer uma política, como também para justificar os investimentos financeiros. Percebe-se que as ações de marketing, são para 42,72% dos respondentes importantes. Gráfico 11 – Os fatores que considera para escolher os fornecedores das marcas do vestuário que você possui na loja: ações de marketing Fonte: Pesquisa realizada em 2013. As ações de marketing que para Kotler (1998) envolvem o mix de marketing, com relação à região, são mais importantes na região Noroeste, seguida da região da fronteira. 81 Quadro 37 – Ações de marketing X a região de atuação da sua loja Ações de Noroeste Fronteira marketing 1 5,83% 7,77% 2 27,18% 3,88% 3 6,80% 2,91% 4 3,88% 1,94% 5 12,62% 0,00% 6 4,85% 0,97% Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões Central Metropolitana Total geral 1,94% 6,80% 1,94% 0,00% 2,91% 0,00% 13,59% 0,97% 2,91% 0,97% 0,97% 0,00% 0,00% 5,83% 0,00% 1,94% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,94% 16,50% 42,72% 12,62% 6,80% 15,53% 5,83% 100,00% Na categoria porte da loja, percebeu-se que todas entendem as ações de marketing como importante. Ficou visível que a variável 2 foi, com exceção das redes, para todos os portes de lojas a mais citada. Quadro 38 – Ações de marketing X a sua loja Ações de É a única É única marketing filial 1 9,71% 0,00% 2 32,04% 2,91% 3 6,80% 0,97% 4 5,83% 0,00% 5 10,68% 0,00% 6 5,83% 0,00% Total geral 70,87% 3,88% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. É matriz 1,94% 3,88% 0,97% 0,97% 1,94% 0,00% 9,71% Pertence a uma rede de lojas 4,85% 3,88% 3,88% 0,00% 2,91% 0,00% 15,53% Total geral 16,50% 42,72% 12,62% 6,80% 15,53% 5,83% 100,00% 4.1.5.5 Procura da Marca pelo Consumidor A marca é a identidade que uma organização possui. Resgatando a afirmativa de Blume e Lederman (2009) é aquilo que as pessoas lembram. Dessa forma, percebeu-se a procura da marca pelo consumidor final é muito importante para o varejista. Significa que a DZiotti deve realizar ações de marketing que possam ser percebidas pelo consumidor final. 82 Gráfico 12 – Os fatores que considera para escolher os fornecedores das marcas do vestuário que você possui na loja: marca procurada pelo consumidor Fonte: Pesquisa realizada em 2013. No que tange as regiões de atuação, apenas a região central não teve com maior classificação a opção 1, ou seja, muito importante. No entanto, observou-se que esta região considerou 2, importante. Por isso, esse elemento deve ser observado. Quadro 39 – Marca procurada pelo consumidor X a região de atuação da sua loja Marca procurada pelo Noroeste Fronteira consumidor 1 33,98% 13,59% 2 15,53% 0,97% 3 2,91% 1,94% 4 5,83% 0,97% 5 0,00% 0,00% 6 2,91% 0,00% Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões Central Metropolitana Total geral 4,85% 3,88% 1,94% 1,94% 0,97% 0,00% 13,59% 1,94% 2,91% 0,97% 0,00% 0,00% 0,00% 5,83% 0,00% 1,94% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,94% 54,37% 25,24% 7,77% 8,74% 0,97% 2,91% 100,00% Na relação importância da procura da marca pelo consumidor e porte da loja percebeu-se que em todas as lojas, independente do porte, esse requisito é sempre muito importante. Esse elemento reforça mais uma vez que a DZiotti precisa investir em ações para a aproximação da marca com o consumidor final. 83 Quadro 40 – Marca procurada pelo consumidor X a sua loja Marca procurada É a única É única pelo consumidor filial 1 36,89% 1,94% 2 19,42% 1,94% 3 5,83% 0,00% 4 5,83% 0,00% 5 0,97% 0,00% 6 1,94% 0,00% Total geral 70,87% 3,88% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. É matriz 4,85% 1,94% 1,94% 0,00% 0,00% 0,97% 9,71% Pertence a uma rede de lojas 10,68% 1,94% 0,00% 2,91% 0,00% 0,00% 15,53% Total geral 54,37% 25,24% 7,77% 8,74% 0,97% 2,91% 100,00% 4.1.5.6 Marca que o Varejista Conhece e Garante O relacionamento entre a marca e o varejista e considerado, na sua maioria muito importante. Por isso o fabricante deve preocupar-se com a imagem da marca. Este já é um conceito discutido por Blume e Lederman (2009). Gráfico 13 – Os fatores que considera para escolher os fornecedores das marcas do vestuário que você possui na loja: a marca que conheço e garanto Fonte: Pesquisa realizada em 2013. A “marca que conheço e garanto”, é muito importante independente da região em que o varejista se encontra. Por isso a aproximação com o varejo coloca a marca em vantagem competitiva. 84 Quadro 41 – A marca que conheço e garanto X a região de atuação da sua loja A marca que conheço e Noroeste Fronteira garanto 1 42,72% 12,62% 2 9,71% 1,94% 3 0,97% 0,00% 4 1,94% 0,00% 5 0,97% 1,94% 6 4,85% 0,97% Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões Central Metropolitana Total geral 8,74% 1,94% 0,97% 0,97% 0,00% 0,97% 13,59% 4,85% 0,97% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 5,83% 1,94% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,94% 70,87% 14,56% 1,94% 2,91% 2,91% 6,80% 100,00% A garantia da marca pelo varejista continua sendo, independente do porte o requisito mais importante. Quadro 42 – Marca que conheço e garanto X a sua loja A marca que conheço e É única garanto 1 51,46% 2 10,68% 3 0,97% 4 0,97% 5 2,91% 6 3,88% Total geral 70,87% Fonte: Pesquisa realizada em 2103. É a única filial É matriz Pertence a uma rede de lojas Total geral 3,88% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 3,88% 4,85% 1,94% 0,00% 0,00% 0,00% 2,91% 9,71% 10,68% 1,94% 0,97% 1,94% 0,00% 0,00% 15,53% 70,87% 14,56% 1,94% 2,91% 2,91% 6,80% 100,00% 4.1.5.7 Procura pelo Consumidor A procura do consumidor pela marca tende a manifestar sua identidade com a mesma. Desta forma, 73,79% dos respondentes afirmam que a procura do consumidor final pela marca interfere na decisão de inseri-la no mix da loja. 85 Gráfico 14 – Os fatores considerados para colocar uma nova marca na loja: procura pelo consumidor Fonte: Pesquisa realizada em 2013. A procura da marca pelo consumidor é em todas as regiões fator decisivo para o ingresso de uma nova marca no mix da loja. Quadro 43 – Procura da marca pelo consumidor X a região de atuação da sua loja Procura da marca pelo Noroeste Fronteira consumidor 1 43,69% 14,56% 2 5,83% 0,00% 3 6,80% 0,00% 4 1,94% 0,97% 5 1,94% 1,94% 6 0,97% 0,00% Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões Central Metropolitana Total geral 8,74% 1,94% 0,97% 1,94% 0,00% 0,00% 13,59% 4,85% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,97% 5,83% 1,94% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,94% 73,79% 7,77% 7,77% 4,85% 3,88% 1,94% 100,00% Com relação ao diagnóstico do porte da loja em relação a inserção de uma nova marca no seu mix, percebeu-se que apenas no caso das respondentes classificadas como matriz o grau de importância assinalado na maioria é 2. Nos demais portes de loja, esse fator é muito importante. 86 Quadro 44 – Procura da marca pelo consumidor X a sua loja Procura da marca É a única É única pelo consumidor filial 1 52,43% 3,88% 2 3,88% 0,00% 3 5,83% 0,00% 4 4,85% 0,00% 5 2,91% 0,00% 6 0,97% 0,00% Total geral 70,87% 3,88% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. É matriz 2,91% 3,88% 1,94% 0,00% 0,00% 0,97% 9,71% Pertence a uma rede de lojas 14,56% 0,00% 0,00% 0,00% 0,97% 0,00% 15,53% Total geral 73,79% 7,77% 7,77% 4,85% 3,88% 1,94% 100,00% 4.1.6 Os Fatores Considerados para Colocar uma Nova Marca na Loja 4.1.6.1 Procura pelo Consumidor A marca é importante também porque gera valor para o cliente. A procura pela marca acontece quando existe aquilo Blume e Ledermann (2009) alertam, a marca é o que o cliente memoriza, lembra. Esse fator é de extrema relevância para os respondentes desta pesquisa. Gráfico 15 – Fatores considerados para colocar uma nova marca na loja: procura pelo consumidor Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 87 Quadro 45 – Procura da marca pelo consumidor X a região de atuação da sua loja Procura da marca pelo Noroeste Fronteira consumidor 1 43,69% 14,56% 2 5,83% 0,00% 3 6,80% 0,00% 4 1,94% 0,97% 5 1,94% 1,94% 6 0,97% 0,00% Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões Central Metropolitana Total geral 8,74% 1,94% 0,97% 1,94% 0,00% 0,00% 13,59% 4,85% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,97% 5,83% 1,94% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,94% 73,79% 7,77% 7,77% 4,85% 3,88% 1,94% 100,00% Quadro 46 – Procura da marca pelo consumidor X a sua loja Procura da É a única marca pelo É única filial consumidor 1 52,43% 3,88% 2 3,88% 0,00% 3 5,83% 0,00% 4 4,85% 0,00% 5 2,91% 0,00% 6 0,97% 0,00% Total geral 70,87% 3,88% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. É matriz Pertence a uma rede de lojas Total geral 2,91% 3,88% 1,94% 0,00% 0,00% 0,97% 9,71% 14,56% 0,00% 0,00% 0,00% 0,97% 0,00% 15,53% 73,79% 7,77% 7,77% 4,85% 3,88% 1,94% 100,00% Percebeu-se que este fator é muito importante, sendo os percentuais atribuídos para menos importante insignificante devido o tamanho da amostra que foi de 103. 4.1.6.2 Modelos Novos e Diferenciados Conceituar uma marca não é um processo fácil, assim como advoga Tomiya (2010) existem diferenciais internos e externos que influenciam. Por isso esta pesquisa buscou verificar os fatores que são considerados para colocar uma nova marca na loja, entre os fatores questionou-se sobre a influência de modelos novos e diferenciados. 88 Gráfico 16 – Os fatores considerados para colocar uma nova marca na loja: modelos novos e diferenciados Fonte: Pesquisa realizada em 2013. A pesquisa possibilitou identificar que as lojas únicas e essencialmente da região Noroeste destacam-se no que se refere inserir na sua loja uma marca nova desde que com modelos novos e diferenciados. No geral, esse item recebeu um grau de importância elevado, o que possibilita afirmar que a DZiotti deve investir no design das peças. Quadro 47 – Modelos novos e diferenciados X a região de atuação da sua loja Modelos Noroeste Fronteira 1 38,83% 14,56% 2 13,59% 0,00% 3 1,94% 1,94% 4 3,88% 0,00% 5 2,91% 0,97% Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões Central Metropolitana 10,68% 0,00% 2,91% 0,00% 0,00% 13,59% 5,83% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 5,83% 1,94% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,94% Total geral 71,84% 13,59% 6,80% 3,88% 3,88% 100,00% 89 Quadro 48 – Modelos novos e diferenciados X a sua loja Modelos É única 1 47,57% 2 11,65% 3 6,80% 4 1,94% 5 2,91% Total geral 70,87% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. É a única filial É matriz 3,88% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 3,88% 6,80% 1,94% 0,00% 0,00% 0,97% 9,71% Pertence a uma rede de lojas 13,59% 0,00% 0,00% 1,94% 0,00% 15,53% Total geral 71,84% 13,59% 6,80% 3,88% 3,88% 100,00% 4.1.6.3 Marcas de Renome Essencialmente conseguir atingir uma marca de renome está diretamente relacionado ao conceito de posicionamento, uma vez que conforme alertam Paula, Piato e Silva (2011) o posicionamento reflete a percepção dos consumidores em relação à marca. Quando indagados sobre a possibilidade de inserir na loja uma nova marca considerando entre os fatores a marca de renome, percebeu-se que a maioria, isto é, 64,08% acreditam ser muito importante a marca de renome. Gráfico 17 – Os fatores considerados para colocar uma nova marca na loja: marcas de renome Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 90 Quadro 49 – Marca de renome X a região de atuação da sua loja Marca de Noroeste Fronteira renome 1 35,92% 11,65% 2 3,88% 4,85% 3 9,71% 0,00% 4 7,77% 0,97% 5 0,97% 0,00% 6 2,91% 0,00% Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões Central Metropolitana Total geral 9,71% 1,94% 0,97% 0,97% 0,00% 0,00% 13,59% 4,85% 0,00% 0,00% 0,00% 0,97% 0,00% 5,83% 1,94% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,94% 64,08% 10,68% 10,68% 9,71% 1,94% 2,91% 100,00% Quadro 50 – Marca de renome X a sua loja Marca de É a única É única renome filial 1 43,69% 3,88% 2 7,77% 0,00% 3 9,71% 0,00% 4 5,83% 0,00% 5 1,94% 0,00% 6 1,94% 0,00% Total geral 70,87% 3,88% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. É matriz 5,83% 0,97% 0,00% 1,94% 0,00% 0,97% 9,71% Pertence a uma rede de lojas 10,68% 1,94% 0,97% 1,94% 0,00% 0,00% 15,53% Total geral 64,08% 10,68% 10,68% 9,71% 1,94% 2,91% 100,00% Posicionar a marca é de extrema relevância para ser aceito no mercado. Dessa forma, a DZiotti deve investir esforços tanto humanos, quanto financeiros para ações de posicionamento da marca, entre elas merchandising. 4.1.6.4 Apresentar Novidades aos Clientes A marca é o reflexo do produto, conforme advogam Blume e Ledermann (2009) quando afirmam que nos primórdios era de costume que a marca indicasse a procedência do produto. Assim, percebeu-se que investir em novidades para os clientes é muito importante. 91 Gráfico 18 – Quais os fatores considerados para colocar uma nova marca na loja: apresentar novidades aos clientes Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Quadro 51 – Apresentar novidades aos clientes X a região de atuação da sua loja Apresentar novidades Noroeste Fronteira aos clientes 1 41,75% 14,56% 2 6,80% 1,94% 3 5,83% 0,00% 4 5,83% 0,00% 5 0,97% 0,97% Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões Central Metropolitana Total geral 11,65% 0,97% 0,00% 0,97% 0,00% 13,59% 4,85% 0,97% 0,00% 0,00% 0,00% 5,83% 1,94% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,94% 74,76% 10,68% 5,83% 6,80% 1,94% 100,00% Quadro 52 – Apresentar novidades aos clientes X a sua loja Apresentar É a única novidades aos É única filial clientes 1 55,34% 3,88% 2 5,83% 0,00% 3 3,88% 0,00% 4 4,85% 0,00% 5 0,97% 0,00% Total geral 70,87% 3,88% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. É matriz Pertence a uma rede de lojas Total geral 4,85% 0,00% 1,94% 1,94% 0,97% 9,71% 10,68% 4,85% 0,00% 0,00% 0,00% 15,53% 74,76% 10,68% 5,83% 6,80% 1,94% 100,00% 92 Percebeu-se que neste fator, o indicador 6 referente a menos importante nem foi selecionada. Assim, investir fortemente no desenvolvimento das coleções é sem dúvida uma estratégia de posicionamento no mercado. 4.1.6.5 Descontos no Preço já Praticado A variável preço é sempre um fator de discussão entre fabricante e varejista. Essa variável utilizou-se do conceito apresentado por Araújo e Paula (2008) que afirmam que o preço não é somente o preço em si, mas um conjunto de elementos, entre eles, descontos, prazos de pagamento, condições de créditos. Gráfico 19 – Descontos no preço já praticado Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Considerando os descontos no preço já praticado para colocar uma nova marca na loja, percebeu-se que 53,34% acreditam ser um elemento muito importante. Dessa forma, sugere-se que a DZiotti elabore uma política de preço que possibilite a percepção de negociação junto ao varejista. 93 Quadro 53 – Descontos no preço já praticado X a região de atuação da sua loja Descontos no preço já Noroeste Fronteira praticado 1 28,16% 11,65% 2 8,74% 0,97% 3 6,80% 1,94% 4 2,91% 1,94% 5 13,59% 0,97% 6 0,97% 0,00% Total geral 61,17% 17,48% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Missões Central Metropolitana Total geral 8,74% 0,97% 0,97% 0,00% 2,91% 0,00% 13,59% 4,85% 0,00% 0,97% 0,00% 0,00% 0,00% 5,83% 1,94% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,94% 55,34% 10,68% 10,68% 4,85% 17,48% 0,97% 100,00% Quadro 54 – Descontos no preço já praticado X a sua loja Descontos no É única É a única filial preço já praticado 1 36,89% 3,88% 2 7,77% 0,00% 3 8,74% 0,00% 4 3,88% 0,00% 5 13,59% 0,00% 6 0,00% 0,00% Total geral 70,87% 3,88% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. É matriz 3,88% 0,97% 0,00% 0,00% 3,88% 0,97% 9,71% Pertence a uma rede de lojas 10,68% 1,94% 1,94% 0,97% 0,00% 0,00% 15,53% Total geral 55,34% 10,68% 10,68% 4,85% 17,48% 0,97% 100,00% Independente com que variável se cruze esta informação, percebe-se que ela é sempre destacada como muito importante. Ou seja, na maioria das vezes classificada como muito importante. Por isso, a DZiotti pode como estratégia tentar reforçar seus vínculos junto com seus fornecedores, conseguindo assim conquistar vantagens que podem levar a interferir no preço praticado. 4.1.7 Ações que o Varejista mais Valoriza no seu Fornecedor As relações precisam ser estabelecidas entre a DZiotti e os varejistas, para sustentar os vínculos do negócio por muito tempo, assim como salientam Etzel, Walker e Stanton (2001). Essas relações devem estar pautadas em ligações econômicas, técnicas e sociais entre as partes envolvidas conforme salientam Kotler e Keller (2006). Por isso, a pesquisa buscou identificar as variáveis que são muito importantes até aquelas que são menos importantes. 94 4.1.7.1 Ajuda a Fazer Vitrines A vitrine é um espaço interno da loja. Percebeu-se que há discrepâncias significativas com relação a esta variável. Isso pode estar atrelado à percepção de que ao entregar um espaço interno ao fabricante, no caso a DZiotti, as possibilidades de tomada de decisão do que apresentar para seduzir o consumidor para entrar na loja seja repassado ao fabricante. Por isso, essa deve ser considerada uma ação secundária para a DZiotti. Gráfico 20 – Ações que o varejista mais valoriza no seu fornecedor X ajuda a fazer vitrines Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Quadro 55 – Ajuda a fazer vitrines X qual o percentual que a sua empresa compra de cada fornecedor no verão Ajuda a fazer Até 50 peças vitrines 1 3,88% 2 3,88% 3 4,85% 4 2,91% 5 9,71% 6 1,94% Total geral 27,18% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Até 100 peças 15,53% 7,77% 3,88% 7,77% 1,94% 2,91% 39,81% Mais que 100 peças 8,74% 7,77% 0,00% 8,74% 2,91% 4,85% 33,01% Total geral 28,16% 19,42% 8,74% 19,42% 14,56% 9,71% 100,00% 95 4.1.7.2 Brindes para os Vendedores Conforme saliente Blessa (2005), o fabricante para se aproximar do seu intermediário que é o varejista pode praticar ações de premiação motivadora, no caso dessa pesquisa incluem-se os brindes para os vendedores. É possível afirmar que a maioria ficou entre muito importante e importante, variáveis que se somadas, significam 66,02%. O que significa que a DZiotti deve investir nessa prática. No entanto, salienta-se para a empresa que seria interessante que os brindes remetessem ao desempenho do vendedor, isto é corresponder a certos padrões. Gráfico 21 – Brindes para os vendedores Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Quadro 56 – Brindes para os vendedores X qual o percentual que a sua empresa compra de cada fornecedor no verão Brindes para os Até 50 peças vendedores 1 6,80% 2 9,71% 3 6,80% 4 1,94% 5 1,94% Total geral 27,18% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Até 100 peças 14,56% 15,53% 6,80% 1,94% 0,97% 39,81% Mais que 100 peças 7,77% 11,65% 4,85% 4,85% 3,88% 33,01% Total geral 29,13% 36,89% 18,45% 8,74% 6,80% 100,00% 96 4.1.7.3 Peças de Merchandising As peças de merchandising são para Blessa (2005) as ações de merchandising são poderosas forças comerciais. Este conceito é reafirmado na prática organizacional. Segundo a pesquisa realizada percebeu se que os varejistas acreditam ser isso importante, uma vez que somado as respostas assinaladas como 1 e 2, respectivamente muito importante e importante totalizam uma amostra de 73,79%. Dessa forma, sugere-se que a DZiotti elabore estratégias de merchandising. Gráfico 22 – Peças de merchandising Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Quadro 57 – Peças de merchandising X qual o percentual que a sua empresa compra de cada fornecedor no verão Peças de Até 50 merchandising peças 1 8,74% 2 7,77% 3 7,77% 4 2,91% 5 0,00% 6 0,00% Total geral 27,18% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Até 100 peças Mais que 100 peças Total geral 21,36% 11,65% 3,88% 1,94% 0,00% 0,97% 39,81% 9,71% 14,56% 1,94% 3,88% 1,94% 0,97% 33,01% 39,81% 33,98% 13,59% 8,74% 1,94% 1,94% 100,00% Para as empresas que compram até 100 peças, ou seja, de médio porte, as ações de merchandising são mais significativas. Isso porque as maiores possuem 97 estratégias para desenvolver a marca própria, e, de porte menor possivelmente não compreendam a importância desse vínculo. 4.1.7.4 Bônus em Mercadorias Essa ação de bonificar com mercadorias é bem vista pelos varejistas respondentes desta pesquisa. Pode-se perceber que somando os respondentes que assinalaram 1 e 2, respectivamente muito importante e importante, chegam a 75,73% da amostra, percentual que merece atenção da DZiotti. Também cabe salientar que esta pode ser uma ação de custo mais controlável para o fabricante, uma vez que este pode administrar seu estoque. Gráfico 23 – Bônus em mercadoria Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Quadro 58 – Bônus em mercadoria X qual o percentual que a sua empresa compra de cada fornecedor no verão Bônus em Até 50 peças Até 100 peças mercadoria 1 7,77% 21,36% 2 12,62% 13,59% 3 3,88% 3,88% 4 1,94% 0,00% 5 0,97% 0,97% 6 0,00% 0,00% Total geral 27,18% 39,81% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Mais que 100 peças Total geral 10,68% 9,71% 5,83% 1,94% 2,91% 1,94% 33,01% 39,81% 35,92% 13,59% 3,88% 4,85% 1,94% 100,00% 98 Mais uma vez, são as lojas que compram até 100 peças o grupo que mais valoriza esta variável. 4.1.7.5 Treinamento para o Vendedor da Loja Nesta variável é indispensável retomar a afirmativa de Blessa (2005, p. 81) “Fazer uma ação de treinamento direcionada para o varejo é uma garantia de que quem vai fazer esta interface com seus consumidores estará sabendo como vender o seu produto”. Isto porque, suas palavras são percebidas nas expectativas dos respondentes desta pesquisa. Percebe-se que 63,11% consideram essa ação muito importante. Esse é um percentual que considerado somente as indicações de muito importante se destacou no quesito ações que o varejista mais valoriza no seu fornecedor. Gráfico 24 – Treinamento para o vendedor da loja Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 99 Quadro 59 – Treinamento para o vendedor da loja X qual o percentual que a sua empresa compra de cada fornecedor no verão Treinamento para Até 50 peças o vendedor da loja 1 15,53% 2 4,85% 3 0,97% 4 5,83% 5 0,00% 6 0,00% Total geral 27,18% Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Até 100 peças 31,07% 0,97% 1,94% 1,94% 1,94% 1,94% 39,81% Mais que 100 peças 16,50% 3,88% 5,83% 1,94% 3,88% 0,97% 33,01% Total geral 63,11% 9,71% 8,74% 9,71% 5,83% 2,91% 100,00% Independente da quantidade de peças que o varejo compra, para todos, a variável treinamento para vendedores recebe a classificação como muito importante. Dessa forma, a DZiotti deve se organizar para se aproximar do varejista com esta ação. Cabe sugerir que a cada coleção, ou pelo menos na mais importante a DZiotti faça um evento de desenvolvimento de profissionais de vendas apresentando seus produtos. 4.1.8 Marcas de Roupa Feminina que Você não Deixa de ter na sua Loja X Motivo Nessa indagação a “DZiotti” apresenta-se como a marca que menos tem garantia de permanecer no varejo. No entanto, algumas informações devem ser referenciadas para análise, entre elas, que a “Empório” não é uma concorrente direta da “DZiotti”. Ainda, que o percentual de diversas marcas é relevante, pois são muitas marcas que competem nesse mercado do vestuário. Cabe destacar ainda, que a “Malwee” representa nessa questão 7,77% de varejistas que não abrem mão porque a marca é boa e veste bem. Realmente esse elemento foi reforçado no item 4.1.9 em que a marca foi excluída por ser lembrada na sua maioria somente pelo conforto. A DZiotti precisa com urgência trabalhar para estabelecer laços duradouros com seus já clientes varejistas. Acredita-se que antes de abrir novos mercados deva se posicionar junto aqueles que já possui. 100 Gráfico 25 – Marcas de roupa feminina que o varejista não deixa faltar na loja? E qual o motivo? Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 4.1.9 Marcas que Você não Teria na sua Loja X Motivo Percebeu-se nessa indagação que o percentual que mais significativo é que não há uma marca específica que os varejistas não querem ter na sua loja. No entanto, 53,04% destacam como variável para não disponibilizar a marca, a falta de procura pelo consumidor. Dessa forma, percebe-se que nem a qualidade tem valor para o varejista se o consumidor não tiver interesse na marca. Por isso, a DZiotti precisa investir em estratégias de posicionamento da marca tanto junto ao varejista, como no consumidor final. 101 Gráfico 26 – Marcas que você não teria na sua loja X motivo Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 4.1.10 A Principal Lembrança Quando Pensa em Algumas Marcas de Fabricantes Nessa questão foi indagado ao varejista sobre as seguintes marcas: Malwee, Cor do Céu, Xica Bonita, DZiotti, Hering, Mirassul. A opção por estas marcas ocorreu devido ao interesse do proprietário da empresa que atua junto aos representantes comerciais. Dessa forma, antes da escolha pelas marcas realizou-se uma consulta informal para verificar as marcas que o proprietário percebe nas suas rotinas diárias como sendo as que mais têm influência e concorrem por um espaço no varejo com a DZiotti. Para a discussão deste trabalho, foi necessário excluir algumas das marcas. Entre elas, a Malwee, a Cor do Céu, a Hering, a Mirassul, a Lunender, a Jucirene Malhas e a Decorpore. Cabe uma justificativa para esta ação. A Malwee foi excluída porque apresentou destaque de ser lembrada somente pelo conforto, fato que já foi referenciado no item 4.1.7. Com relação à Cor do Céu, o percentual dos que não conhecem a marca chegou a 53,92%. Esse dado possibilitou a percepção de que a marca deveria ser desconsiderada para comparativos futuros. No que se refere à Hering, só recebeu percentuais de lembranças significativas nos quesitos preço e conforto. Para a direção da DZiotti e ao longo 102 desta pesquisa percebeu-se que estes elementos são básicos, assim como a qualidade, se o fabricante não tiver, não sobreviverá no mercado. A Mirassul deixou de ser considerada essencialmente por receber um percentual de 71,84% dos respondentes como não conheço a marca. Por ser uma empresa de renome, e altamente qualificada, percebeu-se que a mesma deve estar focando seus esforços em outras áreas ou regiões, o que por sua vez possibilita que a DZiotti possua novos espaços. A Lunender deixou de ser uma marca com a qual a DZiotti quer ser comparada essencialmente por dois elementos. O primeiro que se refere a: 10,68% dos respondentes, não trabalham com a marca. O segundo, que 19,42% não a conhecem. A opção do comparativo com a Jucirene Malhas percebeu-se que 70,87% dos respondentes não conhecem a marca. Por fim, excluiu-se a Decorpore pelos seguintes motivos: 33,01% não a conhecem, 7,77% conhecem mas não trabalham. 4.1.10.1 A Principal Lembrança Quando Pensa em Algumas Marcas de Fabricantes – O Caso Xica Bunita Um dos fatores que leva esta pesquisa a destacar a importância da concorrência da Xica Bunita é que esta foi a marca de fabricante que mais recebeu percentuais divididos entre as possibilidades de lembrança apontadas pelo varejista. Tudo indica que é uma marca que vem conseguindo crescer em todos os requisitos empresarias. Isso pode servir como modelo para a DZiotti que possivelmente tenha investido por um bom tempo em máquinas, equipamentos, estruturas prediais e demais necessidades que garantam a produção e a qualidade do produto, descuidando de alguma forma de ações essenciais que possibilitem fortalecer seus vínculos com o varejista, bem como o posicionamento da marca. O gráfico 27 expressa as lembranças que o varejista tem ao entrar em contato com a marca Xica Bunita. Destaca-se que não houve respostas como: não conheço e não trabalho. 103 Gráfico 27 – Xica Bunita Fonte: Pesquisa realizada em 2013. Gráfico 28 – Xica Bunita Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 104 4.1.10.2 A Principal Lembrança Quando Pensa em Algumas Marcas de Fabricantes – O Caso DZiotti Essa variável possibilitou identificar que a DZiotti já é reconhecida como uma marca de fabricante com a variável produto, do mix de marketing reconhecido, uma vez que em conforto possuiu 47,57% de lembrança e, em estilo 13,59%. Essa variável reforça que a DZiotti está acertando quando elabora desde o design da peça até a sua confecção. Por outro lado, necessita trabalhar os demais Ps do marketing para fortalecer os seus vínculos com os varejistas, assim como o posicionamento da sua marca no mercado de vestuário. Cabe destacar que por mais que a DZiotti ofereça ao seu consumidor final conforto e estilo com seus produtos, não é reconhecida por não desenvolver ações estratégicas de marketing. E assim corre o risco de desaparecer do mercado se não fortalecer os vínculos com o varejista. Gráfico 29 – Dziotti Fonte: Pesquisa realizada em 2013. 105 4.2 RESULTADOS DA ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE REALIZADA A entrevista em profundidade foi realizada com dez pessoas encarregadas dos processos de compras em lojas de clientes e não clientes. Cabe destacar que 100% das respondentes são do gênero feminino. Optou-se por realizar uma entrevista em cada uma das cidades em que a DZiotti possui carteira de clientes. As cidades do Rio Grande do Sul em que se realizou a pesquisa foram: Ijuí, Santa Maria, Santana do Livramento, Carazinho, Itaqui, Ajuricaba, São Miguel das Missões, São Borja, Santo Antônio das Missões e Panambi. Inicialmente buscou-se verificar os fatores que são considerados no momento da compra de uma nova marca para compor o mix de produtos da loja. Percebeu-se que as respondentes corroboram que é fundamentalmente a qualidade, o design da peça, a aceitação pelos consumidores do produto e a credibilidade da marca. Durante a entrevista percebeu-se ainda dois fatores essenciais, mas que foram destacados por somente um respondente: o relacionamento com o representante e a percepção dos vendedores. É cabível destacar que a variável preço, em todas as entrevistas surgiu no final das respostas, ou seja, não é um dos critérios que define a inserção da marca no varejo. A questão número 2 buscou diagnosticar as ações desenvolvidas por marcas que as respondentes consideram fortes e que incentivam a loja a manter compras. A maioria, ou seja, sete das dez respondentes, afirmam que são os investimentos em propaganda, que na visão das mesmas refere-se a encartes, banners, outdoor e sacolas. Ainda destaca-se que iniciativas como, brindes para vendedores, na visão das respondentes contribuem para a motivação da venda da marca. Cabe destacar, no entanto, a afirmativa de uma das responsáveis, que, de nada adianta o investimento na propaganda se o fornecedor não oferecer um produto que seja aceito e desejado pelo consumidor final. A equação da quantidade de peças ou percentual de produtos entre marcas adquiridas pelas responsáveis por compras, em síntese, no mínimo, é distribuída da seguinte forma: 50% “bem conhecidas”, 30% “pouco conhecidas” e 20% “não conhecidas”. No entanto, é imprescindível destacar que ao longo da entrevista percebeu-se que as marcas bem conhecidas sempre permanecem as mesmas, ou seja, em todas as estações são compradas. Já as marcas pouco conhecidas e não 106 conhecidas são adquiridas conforme o momento, ou seja, nem sempre são as mesmas. A questão número 4 identificou as ações que uma marca de vestuário deve fazer para aumentar o seu valor percebido, tanto pelo lojista, quanto pelo consumidor final. No que se refere aos lojistas, ficou em evidência a necessidade de ações de marketing para fortalecer a marca, entre elas, banners, outdoor, revistas, produtos diferenciados, qualidade, preço, ter expositores físicos para distribuir com a marca e, ainda, vincular a marca com pessoas que estão em destaque na mídia. Já para o consumidor final, em síntese, as compradoras acreditam que seja a identificação com o produto, ou seja, quando o consumidor gosta do que comprou e passa a indicar para sua rede de relacionamento. Quando questionadas sobre a influência do representante comercial na percepção de valor das marcas que ele representa, percebeu-se que prevaleceram requisitos comportamentais como, simpatia, flexibilidade e comunicação. Para as respondentes, o representante é o elo entre a fábrica e o varejo, no entanto, deve ser confiável e conhecer o produto que está vendendo e o mercado em que está inserido. Quanto aos critérios que a loja observa em relação às marcas quando escolhe produtos para fazer vitrines e expositores internos percebeu-se que, uma das respondentes observa a estação do ano, o clima e as cores para que o consumidor possa ver um look completo e sinta o desejo de adquiri-lo completo. Duas respondentes colocam todas as marcas na vitrine e as demais preocupam-se com beleza, qualidade e novidades. 4.3 APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS Tendo em vista todos os dados coletados, percebe-se que a DZiotti não possui um planejamento de estratégias de marketing. Isso possibilita que se utilize os resultado para indicar alguns dos caminhos que podem ser percorrido para fortalecer os laços com os varejistas, e igualmente para o posicionamento da marca. Com este rol de propostas, não se tem a pretensão de esgotar ou engessar as ações da empresa, pelo contrário, deseja-se despertar o interesse e a percepção de necessidade de investimentos em marketing. 107 4.3.1 Propostas de Ações Junto ao Varejista O conjunto de propostas devem envolver essencialmente os conceitos de mix de marketing, marketing de relacionamento e posicionamento da marca. Tarefa desafiadora, com intenção de criar valor a marca da DZiotti. Embora não aumenta o valor da marca de uma forma direta, o treinamento para o vendedor contribui para o relacionamento com o varejista. Ainda, essa ação fortalece o vínculo do vendedor com o consumidor final, quando oferece capacitação associada aos benefícios que o produto oferece. Para fortalecer o relacionamento com o cliente, a DZiotti deve estabelecer um plano de premiações que refere-se a cada estação, ou seja, a cada inicio de verão ou inverno oferecer brindes que sejam utilizados na loja pelo varejista e que leve o nome da marca, proporcionando assim o contato diário do varejista com a marca. Por exemplo: cuias para chimarrão, cevadores de mate, agenda, caderno, pen drive, camisetas, placas de mesa com mensagens motivacionais, entre outros. Sugere-se ser disparado um e-mail no dia do aniversário do CNPJ do varejista, o custo financeiro é insignificante comparado a satisfação do fabricante lembrar a data de fundação do varejo com o qual se relaciona. Essa data foi escolhida em função de que o fabricante só está no mercado se o varejo existir. Ainda, porque datas de aniversário dos proprietários, vendedores, muitas empresas e profissionais autônomos já o fazem. Por isso a DZiotti deve valorizar a data que possibilita o relacionamento entre as partes. 4.3.2 Proposta para Agregação de Valor à Marca Considerando a importância da presença da marca para o fortalecimento do vínculo com o fornecedor, a DZiotti poderia implementar um projeto cujo título seria “explosão de energia”, ou seja, um momento que aconteceria anualmente e que se preocuparia em apresentar um desfile das tendências de produtos que a fabricante vai oferecer nas coleções. Após o término do desfile, os varejistas seriam convidados para participar de um brinde a “explosão de energias” no ano, bem como de um coffee break. Para esse evento se faz necessário a locação de um hotel, bem como a contratação de pelo menos três modelos, destes, duas do gênero feminino e 108 um do gênero masculino. A proporção maior de gênero feminino acontece porque a DZiotti possui mais quantidade de peças femininas nos seus mostruários. Outra ação estratégica de marketing que pode ser implementada pela DZiotti é o telemarketing, que não tem a finalidade única de vender o produto, mas si de fortalecer o relacionamento e a presença da marca junto ao varejista. 4.3.3 Proposta para Visualização da Marca Outro fator importante é que a DZiotti precisa desenvolver ações para que a sua marca seja visualizada tanto pelo varejista, quanto pelo consumidor final. As ações mais tradicionais são a distribuição de banners nos varejistas, que já é realizada e deve permanecer, ou a elaboração de outdoors. A DZiotti precisa com urgência um espaço de outdoors, especialmente nas regiões que mais se concentram os seus varejistas. A DZiotti não faz uso de recursos da internet até o momento. A empresa investiu em um site, mas que nesse momento está desatualizado. Dessa forma, existem ações que não envolvem um custo financeiro significativo e que devem ser aproveitadas para conectar a DZiotti ao varejista. Por isso, sugere-se o desenvolvimento de uma fan page, elaborada por profissional especialista em marketing, e que esteja atrelada a um plano de ações anual que devem ser realizadas para fazer com que tanto os varejistas, quanto os consumidores finais visitem frequentemente a fan page. Outro elemento que a DZiotti deve utilizar é o e-mail marketing, para isso, sugere-se estender laços com consultoria especializada em marketing para elaborar através de corel draw efeitos significativos com a imagem da marca. Essa ferramenta pode ser utilizada para antecipar informações sobre a coleção que estará sendo apresentada pelo representante comercial ao varejista. Para fortalecer a presença da marca sugere-se que a DZiotti continue investindo na elaboração de catálogos das suas coleções e displays. Este é um canal de comunicação com o varejista. Um referencial importante é quanto ao apoio de feiras e eventos. Sugere-se que a DZiotti contate com seus principais varejistas e ofereça suporte para a realização da feira e, em troca, divulgue a sua marca e seus produtos. 109 Um canal de comunicação com o consumidor final são as revistas. Por isso, sugere-se que a DZiotti ocupe este espaço de comunicação tanto com o consumidor final, quanto com o varejista. Entre as revistas, sugere-se a revistas regionais como, por exemplo, a Agitus de Ijuí – RS. 110 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao findar as discussões que inquietaram e suscitaram a pesquisa, percebeuse que o universo do ramo de vestuário é amplo e que existem muitas marcas tentando se posicionar no mercado, além daquelas que já são lembradas naturalmente, tanto pelo varejista quanto pelo fornecedor. Ficou nítido que não é só um elemento que influencia no posicionamento da marca junto ao varejista. Trata-se de um conjunto de estratégias que articuladas produzem resultados significativos para a identidade da marca, bem como para a sobrevivência da empresa. Percebeu-se que alguns elementos como, por exemplo: agilidade na entrega e qualidade são hoje pré-requisitos, ou seja, sem eles a empresa estará fadada ao desaparecimento. Um fator de relevância é a importância ao atendimento das solicitações dos consumidores. Isto é, o varejo preocupa-se em atender as demandas dos seus consumidores, por isso implementar estratégias que auxiliem na lembrança da marca pelo consumidor é indispensável para trabalhar o fortalecimento da marca. A pesquisa foi satisfatória porque conseguiu atender aos objetivos propostos. Ainda, com os dados coletados elaborou-se um conjunto de propostas que podem servir de base para a implementação de estratégias que fortaleçam e contribuam no posicionamento da marca. Como a empresa está num momento de transição de um modelo de gerenciamento familiar para o profissional, esta pesquisa deixa aberto espaços significativos para serem explorados, entre eles, novos estudos sobre os processos que norteiam a venda na DZiotti, os canais de distribuição, bem como um estudo das competências existentes na DZiotti, para descobrir possíveis talentos internos que 111 possam contribuir no desenvolvimento de diferentes ações, entre elas, as de posicionamento de marca. Atualmente a DZiotti deve se preocupar inicialmente com buscar no mercado de recursos humanos as competências necessárias para poder elaborar e implementar as estratégias de marketing para o fortalecimento e posicionamento da marca. Por fim, percebe-se que o objetivo de dialogar com os autores foi satisfatório, pois possibilitou perceber a teoria na prática organizacional. Foi possível através da vasta bibliografia sugerir propostas de agregação de valor para a marca que podem refletir em vendas. Ainda, o questionário possibilitou avaliar a percepção do varejista com relação ao posicionamento das marcas, bem como os fatores que a influenciam. Encerrando, o item 4.3 apresentou um conjunto de propostas, que representam o êxito e sucesso da pesquisa. Ou seja, todos os objetivos foram sendo alcançados passo a passo, assim como se propôs desde o início do estudo. 112 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AAKER, D. A.; JOACHIMSTHALER, E. Como construir marcas líderes. 2. ed. São Paulo: Futura, 2000. ARAÚJO, A. F.; PAULA, E. A. Gestão de vendas: tudo sobre práticas e estratégias em vendas. São Paulo: Viena, 2008. BEDIN, G. A. A idade média e o nascimento do Estado moderno: aspectos históricos e teóricos. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2008. BERNARDINO, E. C. et al. Marketing de varejo. 4. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2011. BLESSA, R. Merchandising no ponto de venda. São Paulo: Atlas S.A., 2005. BLUME, M.; LEDERMANN, M. Gestão de produtos e marcas. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2009. BONAVITA, J. R.; DURO, J. 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Quais fatores você leva em consideração ao comprar uma nova marca de vestuário para compor o mix de produtos da sua loja? 2. Comente algumas ações desenvolvidas por marcas que você considera fortes que incentivam sua loja a manter compras continuamente? 3. Como você equaciona a quantidade de peças ou percentual de produtos entre marcas “bem conhecidas”, “pouco conhecidas” e “não conhecidas” em sua loja? 4. No seu entendimento, que tipo de ações uma marca de vestuário deve fazer para aumentar o seu valor percebido? - pelo lojista: - pelo cliente: 5. Na sua concepção, qual a influência do representante comercial na percepção de valor das marcas que ele representa? 6. Quais os critérios que sua loja observa em relação às marcas quando escolhe produtos para fazer vitrines e expositores internos? 122 APÊNDICE C – Transcrição das Entrevistas por Questão 1. Quais fatores você leva em consideração ao comprar uma nova marca de vestuário? Respondente 1 Exclusividade; necessidade e qualidade. Respondente 2 Leva-se em conta a qualidade dos produtos, da marca em questão, e também a procura dos produtos pelo consumidor e, ainda, o diferencial que este produto tem a oferecer. Respondente 3 Qualidade, preço compatível, bom relacionamento, representante que seja conhecido. Respondente 4 Marca conhecida no mercado, qualidade, preço e beleza da coleção. Pode ter tudo isso, mas só refaz a compra como fornecedor se a mercadoria vender. Respondente 5 Compro para agradar os clientes. Respondente 6 Produto bonito e diferenciado; qualidade e preço. Respondente 7 Qualidade, beleza, seriedade da empresa. Respondente 8 Preço e qualidade. Respondente 9 Aparência do produto, qualidade e preço. Respondente 10 As necessidades dos consumidores, inserção de novas marcas, qualidade, opinião dos vendedores, credibilidade do fornecedor e preço. 123 2. Comente algumas ações desenvolvidas por marcas que você considera fortes que incentivam sua loja a manter compras continuamente. Respondente 1 Pós-venda – resolver problemas; condições de pagamento; exclusividade. Respondente 2 Encartes, verbas para propagandas e brindes para vendedores para motivar a venda da marca. Respondente 3 Prazos bons; produtos diferenciados. Respondente 4 Encarte e brindes para vendedores. Respondente 5 Propaganda em mídia. Respondente 6 Propaganda em mídias (TV, revistas, banners, outdoor). Respondente 7 Material de propaganda, brinde para vendedoras, pois motiva vender a marca. Respondente 8 Desconto em compras antecipadas. Respondente 9 Sacolas, banners, outdoor. Respondente 10 Treinamentos para vendedoras, encartes, verbas para outdoor, brindes para vendedoras, incentivando a venda da marca, banners e revistas. 124 3. Como você equaciona a quantidade de peças ou percentual de produtos entre marcas “bem conhecidas”, “pouco conhecidas” e “não conhecidas” em sua loja? Respondente 1 As que temos maior parceria as compras são maiores, as que são menos conhecidas, mas acreditamos no potencial, fizemos compras menores. Respondente 2 “Bem conhecidas” – 60%, “pouco conhecidas” – 20% e “não conhecidas” – 20%. Respondente 3 Bem conhecidas compro mais quantidade de peças, das pouco conhecidas e não conhecidas compro menos peças, só para diversificar o mix. Respondente 4 “Bem conhecidas” – 50% e os outros 50% eu divido. Respondente 5 “Bem conhecidas” – 60%, “pouco conhecidas” – 30% e “não conhecidas” – 10%. Respondente 6 “Bem conhecidas” – 50%, “pouco conhecidas” – 35% e “não conhecidas” – 15%. Respondente 7 “Bem conhecidas” – 50%, “pouco conhecidas” – 30% e “não conhecidas” – 20%. Respondente 8 “Bem conhecidas” – 70%, “pouco conhecidas” – 20% e “não conhecidas” – 10%. Respondente 9 “Bem conhecidas” – 60%, “pouco conhecidas” – 30% e “não conhecidas” – 10%. Respondente 10 “Bem conhecidas” – 50%, “pouco conhecidas” – 30% e “não conhecidas” – 20%. 125 4. No seu entendimento, que tipo de ações uma marca de vestuário deve fazer para aumentar o seu valor percebido? Respondente 1 Pelo lojista: inserção da marca e revistas, blogs de moda, marketing intenso, divulgação dentro da loja. Pelos clientes: usar, gostar e indicar. Respondente 2 Pelo lojista: ações de marketing chamando atenção do cliente, produtos diferenciados, tamanhos maiores. Pelos clientes: produtos indicados e aprovados, de qualidade e diferenciados. Respondente 3 Pelo lojista: mercadoria que veste bem, preço compatível, produto diferenciado. Pelos clientes: produto diferenciado e que não dê defeito. Respondente 4 Pelo lojista: produto com valor agregado, que não fuja do valor que o cliente espera, boas cores e adereços. Pelos clientes: que ele goste e indique. Respondente 5 Pelo lojista: durabilidade, preço e prazo. Pelos clientes: preço e durabilidade. Respondente 6 Pelo lojista: ouvir o lojista; manter-se ligado nas tendências; oferecer produto moderno e diferenciado. Fazer desfiles, dar presentes. Pelos clientes: fazer o cliente ver a marca dentro da loja. Ou seja, banners, outdoor, revista. Respondente 7 Pelo lojista: bom atendimento. Pelos clientes: qualidade e beleza. Respondente 8 Pelo lojista: mais promoções. Pelos clientes: preço mais baixo. Respondente 9 Pelo lojista: destaque na vitrine, comercial em rádio, jornal, revista. Pelos clientes: divulgar para os amigos. Respondente 10 Pelo lojista: comerciais para divulgar a marca em jornais, revistas, rádio, panfletos. Ter expositores com a marca. Vincular a marca com pessoas que estão em destaque na mídia. Pelos clientes: brindes com a marca do produto, descontos, desfiles, anúncios em revista. 126 5. Na sua concepção qual a influência do representante comercial na percepção de valor das marcas que ele representa? Respondente 1 Muito importante. Deve ser comunicativo, saber mostrar seu produto e ser honesto. Respondente 2 Deve conhecer primeiramente os produtos que vende. Saber demonstrar seu diferencial, colocar o que o produto tem a oferecer ao consumidor para conquistar e fideliza o comprador lojista e, ainda, ser um elo entre a fábrica e o lojista. Respondente 3 Deve ter simpatia, bons argumentos do produto, ser flexível de acordo com o tipo de cliente. Respondente 4 Deve ter uma política de venda, saber propor novidade, preço, bônus em mercadoria. Respondente 5 Deve ser responsável e cumprir com o combinado. Respondente 6 Ele é decisivo, pois se mantém um bom relacionamento com o comprador fica difícil dizer que não vai comprar. Respondente 7 Deve ser simpático. Respondente 8 Precisa ser simpático e conhecer bem o produto que está oferecendo. Respondente 9 Conhecer o produto que está vendendo. Ser simpático e paciente. Respondente 10 O representante influencia a marca na maneira em que apresenta o produto, pelos catálogos e pelas informações que passa da sua empresa. Dar dicas de que está vendendo mais, tornando-se assim um elo de confiança. 127 6. Quais os critérios que sua loja observa em relação às marcas quando escolhe produtos para fazer vitrines e expositores internos? Respondente 1 Divulgamos todas as marcas na loja. Respondente 2 Observa a estação do ano, o clima e as cores para que o cliente possa ver um look completo e sinta o desejo de adquiri-lo completo. Respondente 3 Coloca todas as marcas na vitrine e observa cores. Beleza e preço. Respondente 4 Procura colocar sempre os produtos com maior valor seguindo a moda. Respondente 5 As novidades. Respondente 6 Produtos bonitos que chamem a atenção. Respondente 7 Beleza e cores vivas. Respondente 8 Beleza. Respondente 9 Beleza, qualidade e moda. Respondente 10 Preocupo-me em atender a moda mais do que a marca. Busco expor novidade, tendência e produtos variados, com marcas diferentes e preços.