perfil de ácidos graxos de frutos de macaúba durante o

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64º Congresso Nacional de Botânica
Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013
PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE FRUTOS DE MACAÚBA DURANTE O
ARMAZENAMENTO
1
2
1
Ana Laura L. Magalhães¹*, Leilane C. Barreto , Jacqueline A. Takahashi , Queila S. Garcia .
1
2
Departamento de Botânica, Universidade Federal de Minas Gerais;
Departamento de Química, Universidade Federal de Minas Gerais; *[email protected]
Introdução
(Laboratório)
50
40
30
20
10
0
60
(Viveiro)
% ácidos graxos
A produção de biocombustíveis a partir de óleos vegetais
tem sido estimulada como alternativa para a redução da
dependência de combustíveis fósseis e da emissão de
CO2 . A macaúba (Acrocomia aculeata) é uma espécie
brasileira, cujos frutos e sementes apresentam grande
conteúdo de ácidos graxos, o que lhes confere alto
potencial para uso como biocombustíveis. Os teores de
óleo da macaúba são superiores a 16% na polpa e 52%
na semente [1]. O objetivo deste estudo foi analisar o
perfil dos ácidos graxos de diferentes estruturas do fruto
de macaúba e suas alterações ao longo do tempo de
armazenamento sob diferentes condições.
Mesocarpo
Endosperma
Embrião
60
50
40
30
20
10
0
Metodologia
Frutos maduros de A. aculeata foram coletados
manualmente no município de Montes Claros (MG), em
fevereiro de 2012. Os frutos foram armazenados nas
seguintes condições: em viveiro, expostos às condições
naturais; em laboratório, à temperatura ambiente; em
câmara fria (5ºC) e em freezer (-18ºC). Para cada
condição o armazenamento foi realizado durante os
tempos 0, 45, 90, 180, 270 e 360 dias (exceto freezer, 180
e 360 dias).
Ao final de cada tempo de armazenamento os frutos
foram recolhidos, sendo removidos o mesocarpo e o
epicarpo, expondo as sementes. Com o auxílio de um
estilete, foram retiradas amostras de mesocarpo,
endosperma e embrião.
Para a determinação da composição em ácidos graxos,
foi realizada extração do óleo [2]. Posteriormente, as
amostras foram submetidas a reações de hidrólise e
metilação [3] e analisadas por Cromatografia Gasosa, em
um Cromatógrafo a gás HP7820 equipado com detector
por ionização de chamas.
Resultados e Discussão
Foram identificados doze ácidos graxos nas diferentes
amostras. Ocorreu variação significativa da concentração
do teor dos ácidos graxos nos diferentes tempos de
armazenamento, em todos os tecidos e condições de
armazenamento. Três ácidos graxos apareceram em
maiores concentrações nos tecidos estudados: ácido
láurico (C12:0), ácido palmítico (C16:0) e ácido oleico
(C18:1) (Figura 1). O ácido oleico está presente em maior
concentração no mesocarpo e no embrião (55 e 58%,
respectivamente), enquanto no endosperma foram
observadas maiores concentrações de ácido láurico
(40%). A constituição do mesocarpo e embrião são
semelhantes, onde, somados, o ácido palmítico e o ácido
oleico são encontrados em maiores concentrações (72%
e 73%, respectivamente). O endosperma apresenta os
ácidos láurico e oleico como majoritários (totalizando
59%).
(Câmera Fria)
60
50
40
C12
C16
30
C18:1
20
10
0
0
45
90
180
270
360 0
45
90
180
270
360 0
45
90
180
270
360
Tempo de armazenamento (dias)
Figura 1- Percentual dos três ácidos graxos majoritários
presentes no embrião, endosperma e mesocarpo de
macaúba armazenados em laboratório, viveiro e câmera
fria (de cima para baixo). Em que: C12:0: ácido láurico;
C16:0: ácido palmítico e C18:1: ácido oleico.
Conclusões
O mesocarpo e o embrião apresentam semelhanças na
composição majoritária de ácidos graxos, diferindo do
endosperma.
Ocorre variação do teor dos ácidos graxos ao longo do
tempo e da condição de armazenamento.
Agradecimentos
Ao CNPq e à FAPEMIG pelo financiamento do Projeto; à
FAPEMIG pela bolsa de IC concedida à primeira e de
Doutorado à segunda autora; ao CNPq pela bolsa de
Produtividade em Pesquisa concedida a QSGarcia.
Referências Bibliográficas
[1] Hiane, P A., Ramos Filho, M.M., Ramos M.I.L., Macedo,
M.L.R. 2005. Bocaiúva, Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd., Pulp
and Kernel Oils: Characterization and Fatty Acid Composition.
Brazilian Journal of Food Technology, 8:256-259.
[2] Miraliakbari, H. & Shahidi, F. 2008. Oxidative stability of tree
nut oils. Journal of Agricultural and Food Chemistry 56: 47514759.
[3] Christie, W. 1989. Gas chromatography and lipids: a
practical guide. The Oily Press, Dundee.
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