Labirintite - APM Piracicaba

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ENTREVISTA
Labirintite
“Labirintite é o nome dado comumente às doenças que acometem o labirinto,
componente da orelha interna. O principal
sintoma é a tontura, acomete cerca de 40%
da população acima de 65 anos, segundo
alguns autores. Outros sintomas podem estar presentes como zumbido, perda de audição, sensação de pressão dentro do ouvido.
É mais prevalente a partir da quarta década de vida, mas pode ocorrer em qualquer
idade. No idoso, a tontura pode ser um fator
que aumenta a restrição física, atrapalhando suas atividades diárias. Na criança, pode
aparecer como medo de altura, dores abdominais, cefaleias, terror noturno, vômitos
inexplicáveis”, declara a otorrinolaringologista e entrevistada desse mês, Dra. Carolina
Schäffer Kalaf.
Quais os sintomas?
A tontura é o principal sintoma. Pode representar uma sensação de desorientação
espacial do tipo rotatório (vertigem) ou não
rotatório (instabilidade, flutuação, oscilação,
mareio). Pode variar de intensidade e duração. Sintomas comuns associados são: perda
da audição, zumbido, náuseas, sensação de
ouvido entupido.
A Labirinte pode ser prevenida?
As labirintopatias podem ser prevenidas e
controladas com medidas simples e eficazes.
A prática de atividade física regular, diminuição do estresse diário, alimentação adequada
são medidas importantes no seu controle e
prevenção.
Porque alguns pacientes com labirintite sofrem tontura e apresentam perda de
memória e falta de concentração mental?
A perda de memória e falta de concentração não são sintomas típicos da labirintite,
mas podem estar acompanhados de outras
doenças concomitantes como estresse, enxaqueca e alterações metabólicas e hormonais.
Há alimentos que pioram os sintomas?
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Sim, a dieta é fator crucial no tratamento das labirintopatias. Os transtornos do metabolismo da glicose afetam muito a função
do labirinto. Jejuns prolongados, abuso de
doces são contraindicados. A cafeína em excesso também pode causar tontura, portanto
alimentos como café, refrigerantes com cola,
chás mate, alguns suplementos e pré-treinos
e chocolate devem ser consumidos com moderação.
Qual o tratamento para os pacientes
com o diagnóstico?
O tratamento deve ser individualizado de
acordo com a causa, mas deve ser feito corrigindo hábitos de vida como estresse, dieta
e atividade física e medicações sintomáticas
e preventivas.
cipalmente na VPPB (vertigem posicional
paroxística benigna), quando determinada
posição provoca vertigem que melhora com
a mudança da mesma. Virar-se na cama também geralmente é difícil quando o paciente
está em crise.
Considerações finais.
É importante sempre procurar um profissional para avaliação da causa da tontura e
descartar outras doenças como alterações do
sistema nervosa central, descontrole pressórico, alterações cardíacas e vasculares. Qualidade de vida, prática de atividades físicas,
alimentação saudável, qualidade do sono, são
sempre excelentes formas de prevenir inúmeras doenças e não é diferente na labirintite.
Há remédios caseiros que possam fazer
efeitos?
Além das medidas ditas acima de controle
de estresse, dieta e atividade física, não conheço medicações caseiras para tratamento da
labirintite.
Pacientes com Labirintite devem evitar
exercícios físicos?
Os pacientes em crise, com alterações importantes do equilíbrio devem evitar durante
a crise atividades que possam ter risco de
quedas e acidentes. A atividade física é excelente aliada na prevenção e até melhora dos
sintomas. Atividades que exijam do equilíbrio
como pilates, ioga são excelentes na prevenção das crises.
Alguns pacientes com essa doença reclamam do posicionamento adequado para
dormir. Isso realmente existe ou é um mito?
A posição de dormir pode interferir prin-
APM - Regional Piracicaba - Abril 2016
Dra. Carolina Schäffer Kalaf
Otorrinolaringologista
CRM 120611
Foto Arquivo Pessoal
O que causa a labirintite?
Os transtornos do labirinto podem ter diversas causas. As principais causas são vertigem posicional paroxística benigna (VPPB),
hidropsia endolinfática (incluindo a Doença de Menière), labirintopatias metabólicas
(causadas por distúrbios de tireoide, colesterol, glicemia), traumáticas, vasculares e relacionadas a enxaqueca vestibular. Reconhecida a causa é necessário realizar o tratamento
adequado para que possa haver controle dos
sintomas e até cura.
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