Memória Organizacional: conceito e práticas em construção Autoria: Cláudio de Souza Pereira Resumo O objetivo nesse ensaio é contribuir no efervescente debate: como utilizar a metáfora memória organizacional para entender e sistematizar práticas do cotidiano? Tema abrangente e controverso, desde o uso da metáfora – que pressupõe a organização como entidade com faculdade de lembrar e esquecer– bem como pelas inúmeras aplicações possíveis. Essa contribuição se restringe a analisar algumas das últimas teorias e a descrever práticas organizacionais buscando uma síntese que contemple a relação conteúdo - processo com consistência lógica e pertinência no mundo real para sistematizar conceitos e práticas, numa perspectiva consolidadora e não excludente para explicar os fenômenos organizacionais. 1 Considerações iniciais Constatamos no cenário das estruturas produtivas da sociedade deste início de século XXI um conjunto de mudanças substanciais, irregulares e aceleradas. O contexto organizacional dos dias de hoje pode ser caracterizado como um momento de transição: de um modelo econômico industrial para pós-industrial, viabilizado por uma era da informação e por uma sociedade do conhecimento; e tem suscitado vasta produção acadêmica não só em administração, mas também em diversas ciências sociais e humanas. O repensar as organizações a partir do contexto da sociedade pós-industrial remete aos processos e mecanismos empregados no gerenciamento das organizações nesse momento histórico. Parte-se da premissa, compartilhada entre inúmeros estudiosos da administração (NONAKA e TAKEUCHI, 1997; DAVENPORT e PRUSAK, 1998; STEWART, 1998; SVEIBY, 1998; TEIXEIRA FILHO, 2000; FIGUEIREDO, 2005), de que o sucesso de uma organização produtiva hoje depende mais da capacidade intelectual e holística do que de ativos físicos; concentra-se mais no campo da geração de ideias do que na geração de ativos tangíveis, onde a capacidade de gerir o potencial humano se transforma em habilidade executiva essencial. Nesse sentido, a gestão de pessoas em geral e as questões relativas à aprendizagem em particular ganham relevo; assim como os estudos em gestão do conhecimento, que buscam construir dimensões de resgate e integração dos processos de negócio, explicitando-os. A memória organizacional por sua vez constitui-se em um dos principais pilares dessa emergente preocupação com a gestão do conhecimento. A metáfora da memória organizacional não seria válida para representar um cérebro ao qual a organização tem acesso ou faz uso; mas significa tão somente que colaboradores e outras partes interessadas da organização criam percepções e registros, transmitem informações, geram conhecimentos que são passíveis de serem recordados ou esquecidos. As tentativas de explicar a memória organizacional ocorrem em um espectro que vai de sua conceituação à sua aplicação. A despeito da posição assumida, as pesquisas sobre memória organizacional lidam com fatores imateriais, representados por teorias, modelos explicativos, esquemas cognitivos e conceituais; e com fatores materiais, representados por documentos, bancos de dados, bases de conhecimento e repositórios. A existência de uma memória da organização, o que pressupõe que a empresa é uma entidade capaz de lembrar em algumas situações de forma semelhante aos seres humanos, leva a questões relativas à identificação dos mecanismos de que se vale a organização para aprender, produzir conhecimento e retê-lo. A diversidade de estudos Várias áreas de conhecimento desempenham importante papel nos estudos da memória organizacional (STEIN, 1995; LEHNER & MAIER, 2000): aprendizagem organizacional, comunicação, teoria da informação, inteligência competitiva, gestão do conhecimento, desenvolvimento organizacional, gestão da mudança, gestão da inovação, cultura e comportamento organizacional, teoria das organizações, teoria dos sistemas, psicologia social, sociologia organizacional, história empresarial, política e economia. 2 As abordagens sobre memória organizacional são, portanto, variadas. Cada uma enfatiza um aspecto relevante e particular – conteúdo, formas, características adicionais - que muitas vezes competem entre si e geram uma grande multiplicidade de termos, como sinaliza Gandon (2002, p.36): memória profissional, comercial e técnica; de projeto; não computacional; externa e interna; baseada em documentos; corporativa; baseada em casos; baseada em pessoas; cooperativa; transacional; de grupo ou equipe; de reunião. Essa ampla diversidade ocorre em função da inexistência de uma teoria que explique o assunto de forma abrangente. O fato de tal conceito (MO) ser referenciado por uma grande variedade de estudos, mesmo que sua definição seja disputada, é um testemunho do fato de que ainda que as pessoas não concordem sobre o que o termo significa exatamente, existem muitas questões que podem ser estudadas sob essa abordagem, questões que as pessoas sentem como importantes e valiosas para discussão.1 (BANNON e KUUTTI, 1996, p.156) Após [...] anos de pesquisa, a memória organizacional (MO) se tornou um assunto muito discutido e confuso. Incitados por um desejo prático de reutilizar a experiência organizacional, os pesquisadores têm muitas vezes ignorado funções críticas da memória da organização e enfatizado apenas alguns poucos métodos para aumentar a memória. Essa falta de exames empíricos é um problema. Existe a necessidade premente de trabalho sistemático para examinar a MO.2 (ACKERMAN e HALVERSON, 2000, p.59-60) Assim, encontra-se uma grande multiplicidade de definições para memória organizacional, algumas delas consolidadas na tabela a seguir, a partir da qual se comenta as quatro mais recentes. AUTORES March e Olsen (1976, p.62-63). Argyris e Schon, (1978, p.19). Leavitt e March (1988, p.326-327). Ackerman e Malone (1990, p.31) Walsh e Ungson (1991, p. 61). Stein (1995: 22) Gandon, F. (2002: 28) DEFINIÇÕES Em situações onde interpretações e explicações são evocadas algum tempo após os eventos, a memória organizacional – arquivos, orçamentos, dados estatísticos – e o sistema de recuperação irá afetar o grau em que os participantes podem utilizar diferentes acontecimentos do passado, promessas, metas, premissas, comportamentos, etc.3 As descobertas, invenções e avaliações dos agentes que aprendem que devem estar gravados na memória da organização. 4 Regras, procedimentos, tecnologias, crenças e culturas são conservadas através de sistemas de socialização e controle. São recuperados através de mecanismos dentro de uma estrutura de memória. Tais instrumentos organizacionais não só gravam a história, mas também formam seu caminho futuro, e os detalhes desse caminho dependem significativamente do processo pelo qual a memória é mantida e consultada.5 Memória organizacional como uma capacidade da organização para se beneficiar de experiências passadas, respondendo de forma mais efetiva, rápida ou acurada, diante de um problema do presente. 6 Memória organizacional se refere à informação armazenada a partir da história da organização e que pode ser recuperada para suportar decisões do presente. Essa informação é armazenada como uma consequência de decisões implementadas [...], pelas recordações individuais, e através de interpretações compartilhadas. 7 A memória organizacional [...] resulta em níveis mais altos ou mais baixos de efetividade organizacional. 8 Uma memória organizacional é uma representação persistente, explicita, não incorporada; um índice do conhecimento e da informação, ou de suas fontes, em uma organização, de forma a facilitar o acesso, o compartilhamento e a reutilização (do conhecimento, da informação e suas fontes) pelos membros da organização, em suas atividades individuais e coletivas.9 3 Morin e Moigne (2004; apud SILVA, 2007: 12) A memória organizacional pode ser entendida a partir de três pontos distintos de percepção: memória funcional, orgânica e genética. 10 FIGURA 01: síntese de algumas definições de memória organizacional. Walsh e Ungson (1991) entendem memória organizacional a partir de três princípios. O primeiro aborda as organizações funcionalmente, como sistemas que processam informações do seu entorno e, assim, exibem uma memória similar às das pessoas. O segundo princípio agrega ao sistema de informação da organização a noção de interpretação, que lida com as variações dos ambientes incertos e complexos, sendo necessários instrumentos para rastrear, interpretar e diagnosticar os estímulos ambientais. O terceiro princípio defende que a organização, além de um sistema interpretativo, é uma rede de significados compartilhados intersubjetivamente, sustentada pelo desenvolvimento de uma linguagem comum e de interações sociais cotidianas. Os autores sinalizam ainda que memória organizacional compreende diferentes depositórios ou locais de armazenamento (com inúmeras variações) que estão dispersos pela organização. Para serem recuperados esses depositórios requerem formas e técnicas próprias, como a premissa da indexação na arquivologia. Esses locais de armazenamento seriam de cinco diferentes tipos: indivíduos; cultura organizacional; fluxos, normas e procedimentos; estrutura organizacional e instalações físicas. Walsh e Ungson (1991) defendem ainda que o conteúdo seja o próprio significado do que está armazenado. Pode ser definido a partir da identificação de quem elaborou o que, quando, onde, por que e como. Essa ênfase cognitiva como elemento central da memória organizacional indica que a coerência das interpretações no contexto organizacional é obtida através do processo de compartilhar interpretações individuais. Dessa forma, compartilhando, o sistema de interpretação organizacional transcende o nível individual. Esses argumentos balizam então a definição gerencialista e utilitarista de memória organizacional dos autores, pautada em privilegiar a elaboração de modelos que viabilizem a intencionalidade presente no dia a dia das organizações. Por sua vez, Stein (1995) classifica memória organizacional a partir de duas abordagens: baseada em conhecimento e como processo. Na abordagem baseada em conhecimento o conteúdo da memória organizacional é avaliado através de suas características e relações com a gestão da informação – sendo considerada como um tipo particular, próprio, de informação de seus aspectos espaciais e temporais – com suas dimensões de curto, médio e longo prazos e dos tipos de conhecimento que pode reter – conhecimentos sugestivo, preditivo, decisivo e sistêmico. Na abordagem de memória organizacional enquanto processo Stein (1995) fundamenta-se no fato de que os processos relacionados à memória podem ser não cognitivos. A memória organizacional é assim definida através de atividades de aquisição, retenção, manutenção e recuperação dos conteúdos armazenados: “Esses processos fornecem meios pelos quais o conhecimento do passado é trazido para as atividades presentes”11 (STEIN, 1995, p.26). 4 FIGURA 02: memória organizacional vista através de processos Fonte: adaptado de Stein (1995, p.26) O entendimento de Stein (1995) tem também uma ótica reducionista pelo enfoque gerencialista e utilitarista de memória organizacional, centrada em ressaltar o pragmatismo de resultados. Ao menos não se mostra míope para os aspectos relacionais inerentes à memória organizacional sem, contudo, desenvolve-los. Segundo Gandon (2002) a criação e o gerenciamento da memória organizacional é uma alternativa para manipular o conhecimento das organizações. Está relacionada a aspectos inerentes à própria natureza heterogênea do conhecimento disponível; à atividade organizacional, da qual o conhecimento é um importante recurso; à fatores organizacionais externos - vantagem competitiva em produtos e mercados globalizados - e internos – movimentação de pessoal, recursos disponíveis e dispersão geográfica. Gandon (2002) sinaliza ainda que organizações são agrupamentos sociais, e, como cada ser humano tem uma memória individual, a organização tem uma memória coletiva, que corresponde ao conjunto das memórias individuais. Assim, memória organizacional é tanto um objeto, pois mantém seu estado, quanto um processo, pois consiste de um conjunto de subprocessos coletivos e individuais. Essa distinção caracteriza a diferença entre o aspecto estático da memória organizacional, que corresponde ao conhecimento capturado, e seu aspecto dinâmico que consiste de sua habilidade de aprender e de armazenar conhecimento. Para definir memória organizacional Gandon (2002) aborda as seguintes questões: o conteúdo da memória, que diz respeito à natureza do conhecimento; a forma da memória, relacionado ao suporte de armazenamento; e o funcionamento da memória, relacionado ao sistema que gerencia o conhecimento. Ao contrário de sua contrapartida humana, memória organizacional não é centralizada, localizada e limitada fisicamente, mas distribuída, difusa e heterogênea; Mas, assim como a memória humana, a memória organizacional não retém tudo que encontra, sendo naturalmente seletiva. As ideias defendidas por Gandon (2002) apresentam um espectro mais abrangente e consistente do que as duas posições anteriormente assinaladas. A percepção da dinâmica presente na metáfora memória organizacional é claramente contemplada na sua identificação como objeto e processo. 5 Morin y Moigne (2004, apud SILVA 2007, p.12) apresentam a ideia de memória organizacional, ou memória empresarial como denominam os autores, a partir de três pontos distintos de percepção, que extrapolam um entendimento meramente econômico, contemplando uma perspectiva cultural que abarca aspectos materiais, imateriais, tangíveis e intangíveis. A primeira percepção se refere à memória funcional, que compreende acontecimentos e fluxos de conhecimento que são provenientes do ambiente externo das organizações. A segunda percepção se refere à memória orgânica, que compreende as representações dos acontecimentos e os fluxos de conhecimento oriundos da própria organização. E a terceira percepção se refere à memória genética, que compreende as representações dos acontecimentos e fluxos de informações a partir da variável tempo. Os autores entendem assim que as organizações buscam manter um equilíbrio dinâmico através das relações existentes entre as três percepções da memória, onde cada uma das percepções influencia diretamente as demais. A percepção da materialidade e imaterialidade de memória organizacional defendida por Morin y Moigne (2004) é também um avanço em relação as duas primeiras abordagens ao considerar a característica dinâmica da memória organizacional. Peca em relação às ideias de Gandon (2002), em não privilegiar as distintas naturezas da memória organizacional enquanto objeto e processo, tornando seus três pontos de percepção da memória organizacional um tanto confusos ao se deparar com as práticas organizacionais. A diversidade de estudos é grande, mas percebe-se claramente que nos últimos anos proliferam ideias e conceitos menos mecanicistas e mais holísticos, reforçando uma tendência em marcha nos estudos organizacionais. As construções aplicativas da Memória Organizacional A partir do entendimento de memória organizacional como um fenômeno de varias significações e propriedades simultâneas, observa-se sua presença e aplicabilidade das mais variadas e diferentes formas. O tratamento dos registros da memória organizacional é pautado a partir de premissas da arquivologia e da biblioteconomia, e viabilizado a partir de enfoques proprietários de Tecnologia da Informação - TI. A Abordagem pautada em TI é usualmente supervalorizada, a ponto de ser nominada por alguns como gestão do conhecimento, e nada mais é do que a aplicação de sistemas digitais pautados por normas e premissas arquivísticas. Relevante, indispensável nos dias de hoje, mas não se esgotam ai as possibilidades aplicativas da memória organizacional. Diversas outras formas aplicativas, que fazem uso em maior ou menor grau de sistemas de informação também tem por base a memória das organizações. Gestão de pessoas, comunicação interna, marketing de relacionamento, comunicação corporativa, história empresarial e gestão do conhecimento são algumas das áreas que utilizam memória organizacional em seus processos de trabalho. 6 Tratamento de registros e arquitetura da informação Os acervos tangíveis, materiais ou digitais, que constituem a base da memória organizacional estão, em geral, armazenados em Centros de Documentação e Memória, que são assim tipificados por Gagete e Totini (2004, p.125-126): Tipo de Acervo Audiovisual Conteúdo/Característica Fitas de áudio e/ou vídeo produzidas ou acumuladas pela empresa, e referentes à sua área de atuação ou a setores correlacionados. Publicações e estudos de diferentes procedências e relacionados às linhas de Bibliográfico acervo definidas. Objetos tridimensionais e documentos que representem aspectos significativos da Cultura Material trajetória da empresa, como troféus, certificados, equipamentos, mobiliário etc. Objetos e documentos que se destaquem pelo caráter único e inovador que Museológico representam, não apenas no universo da própria empresa, como do setor em que atua no país – por exemplo, o primeiro computador, o primeiro cartão magnético etc. Iconografia relacionada à empresa, de origem interna ou externa, em diferentes Fotográfico suportes (papel, eletrônico ou filme) Acervos documentais e virtuais, que sirvam como referência informativa Referência relacionada às linhas de acervo. Pode também abranger monitoramento da concorrência. Toda a documentação que reflita aspectos significativos da trajetória do Textual Permanente empreendimento, desde sua criação até a atualidade – ou seja, não é formado apenas por documentos antigos ou raros. Fazem parte desse acervo documentos como: • Projetos de várias naturezas, viabilizados ou não • Relatórios técnicos e administrativos • Campanhas promocionais/de marketing; • Perfis • Clippings (papel ou eletrônico) • Jornais internos • Correspondências de diretoria • Projetos e programas de relações institucionais • Planos estratégicos , etc. Documentos que atestem aspectos particulares, direta ou indiretamente Coleções relacionados às linhas temáticas principais, provenientes de diferentes origens. São consideradas coleções, por exemplo, a documentação relativa à trajetória pessoal e ou política de fundadores, dirigentes e outras personalidades ligadas à história da empresa. Registros em áudio e/ou vídeo de entrevistas com pessoas ligadas direta ou Banco de Depoimentos indiretamente à história da empresa. Essas entrevistas, conduzidas de acordo com os métodos da história oral, são complemento importante do trabalho de pesquisa histórica e de organização de fontes, na medida em que preenchem lacunas informativas e evidenciam elementos intangíveis da evolução da cultura organizacional. FIGURA 03: tipos de acervos dos Centros de Documentação e Memória Fonte: Gagete e Totini, 2004, p.125-6. A partir da escolha dos instrumentos e dos produtos utilizados para a construção de um acervo pode-se dizer ser possível identificar como a organização planeja e executa a perpetuação de sua memória organizacional. A compreensão da história da empresa e a constituição de uma memória empresarial possibilitam percepções diferenciadas da empresa para além de uma visão econômica das organizações. Dessa maneira se observa que a memória industrial também se torna um fator determinante para se estender a memória cultural na qual 7 se verificam os fatores materiais [...] e imateriais [...], tangíveis [...] e intangíveis [...]. (WORCMAN, 2004, p.23)12 Nos dias de hoje, o acesso a informação não é problema já que com a consolidação da Internet e a adoção generalizada de redes corporativas grande parte da informação de interesse organizacional encontra-se em meio digital. O grande problema que persiste é o de encontrar tais informações, compilá-las, consolidá-las e disponibilizá-las. Para isso verifica-se a utilização frequente de sistemas de gestão eletrônica de documentos (GED), ou disponibilização automática de documentos, baseada em Tesauros13 Corporativos. Oriunda da Arquivologia, tal ferramenta permite que os usuários acessem a informação de forma intuitiva, estando a fonte da informação onde quer que seja: em um departamento, no portal corporativo ou na Internet. Esta informação é passada para um organizador automático, que utiliza um Tesauro desenhado sob medida para a empresa, para organizar automaticamente a informação segundo conceitos utilizados no seu dia a dia. FIGURA 04: Visão geral de disponibilização automática de documentos Fonte: VALE R. F. e SOARES. A. P. B. (2004, p.03) Segundo Abecker et al (1998), a abordagem pautada pela tecnologia passa pela utilização de um sistema assistente, que auxilie as pessoas para lidar com a complexa tarefa de manipular competências organizacionais e funcionais de maneira a possibilitar a aquisição, criação, organização e aplicação do conhecimento tácito e explicito. Para o conhecimento explicito os sistemas computacionais se mostram altamente capacitados a realizar essas tarefas, o que já não ocorre quando se trata do conhecimento tácito, que são de difícil formalização e requerem um entendimento contextual analítico para serem interpretados. Assim, segundo as autoras, a melhor solução para a arquitetura de tal sistema é uma abordagem híbrida que integre habilidades de pessoas e de máquinas. A abordagem hibrida […] corresponde a mudança de foco na inteligência artificial. Enquanto uma importante meta da Inteligência Artificial tem sido construir sistemas baseados em conhecimento para resolver, por si só, problemas desafiadores, um sistema assistente-inteligente coopera com o usuário humano na solução de um problema.14 (ABECKER et al,1998, p.41) 8 Dessa forma, a automação completa não é adequada, pois não existe uma sequência prédeterminada de tarefas que, se executada, garanta os resultados desejados. As funcionalidades da arquitetura de um sistema informatizado de memória organizacional, segundo as autoras, devem ser capazes de: coletar e organizar sistematicamente informação de várias fontes, criando um repositório central, estruturado, de conhecimento da organização; oferecer benefícios no curto prazo, explorando os dados disponíveis (bancos de dados, documentos, etc.) sendo adaptável às necessidades de longo prazo; incorporar ao sistema os retornos dos usuários refinando o conhecimento acumulado; integrar os ambientes de trabalho e as ferramentas que manipulam recursos existentes; e apresentar ao usuário informações relevantes de forma cooperativa. Aplicativos da memoria organizacional As aplicabilidades da memória organizacional são potencialmente exploradas de diferentes formas, gerando produtos e serviços corporativos, para uso interno e externo, em áreas e processos distintos como em gestão de pessoas, comunicação interna, marketing de relacionamento e comunicação corporativa, história empresarial e gestão do conhecimento. Para a gestão de pessoas encontramos exposições e outros produtos, resultados da pesquisa, histórica ou não, que podem oferecer suporte às mais variadas áreas e processos da organização. Além das exposições, temporárias ou permanentes, pequenas publicações (folhetos, revistas e jornais internos), palestras, relatórios anuais e produtos auxiliares para integração, visitas e treinamentos. Na comunicação interna as publicações institucionais, vídeos e CD-ROM de diversas naturezas e finalidades são elaborados conforme a demanda de informações necessárias. Também fazem uso da memória organizacional alguns tipos de relatórios internos e estudos de caso, que podem conter informações sigilosas e têm o objetivo de instrumentalizar os gestores sobre a evolução da organização. No marketing de relacionamento e comunicação corporativa podemos encontrar o uso da memória organizacional em históricos de produtos, linhas e serviços; estudos sobre aspectos específicos do desenvolvimento da empresa e das partes interessadas ao negócio (estratégias mercadológicas, campanhas publicitárias, projetos tecnológicos inovadores, etc.). Na história empresarial encontramos diversas publicações, biografias, depoimentos de pessoas ligadas à história da organização (história oral) e livros histórico-institucionais. Tais livros histórico-institucionais trazem os principais marcos históricos da organização; sua elaboração depende de pesquisa histórica, a partir de documentos, fontes orais e iconografia. O texto apresenta estilo mais jornalístico e menos técnico do que trabalhos acadêmicos, com linguagem e leitura fácil, direcionados a melhorar a imagem da organização ou de seus modelos de gestão15. Outros conteúdos históricos são encontrados na internet e intranet (história institucional e linha de tempo) e visam oferecer, ao público interno e externo, dados da historia empresarial e informações da organização reunidas de forma interativa, ampliando o alcance e tornando-os disponíveis por tempo indeterminado. Memória organizacional é ainda utilizada em showrooms históricos, museus empresariais e centros de documentação e memória. Têm caráter de celebração, de deferência e de 9 referencia, podendo se transformar em importantes canais de relacionamento com a comunidade e demais partes interessadas à organização, Apresentam não só a tradição do empreendimento, mas também podem refletir aspectos importantes de seu desenvolvimento em tecnologia, design, marketing, processos administrativos e outros. Utiliza-se de modernos conceitos de museologia e museografia, aliados a técnicas de cenografia e de design, capazes de criar ambientes interativos e estimulantes aos vários tipos de público, dando suporte, inclusive, a ações de responsabilidade socioambientais, atividades culturais, educativas e mesmo de entretenimento. A gestão do conhecimento tem na memória organizacional sua principal referencia para colocar em movimento a espiral do conhecimento preconizada por Nonaka e Takeuchi (1997). Inúmeras iniciativas são possíveis, contemplando instrumentos e técnicas, com maior ou menor contribuição de tecnologia da informação, mas sempre contemplando a integração de questões técnicas, humanas e organizacionais. O uso intensivo de tecnologia da informação se mostra irreversível e proporciona um novo espaço corporativo, um espaço virtual. Com rede corporativa própria (Intranet), portal e blog corporativo, com a virtualização das comunidades de prática e dos grupos de estudo em salas digitais especificas (chats) ou em ambientes de relacionamento (redes sociais), áudio e vídeos conferências. Também com intensivo aporte tecnológico são tratados aspectos técnicos e gerenciais abrangentes e específicos como no uso de gerenciamento de fluxos de trabalho (workflow), na adoção de sistemas de gestão eletrônica de documentos (GED), na implantação e operacionalização de sistemas de qualidade e nas práticas de gerenciamento de projetos. As questões relativas à aprendizagem organizacional também podem ser compreendidas dentro de um conjunto de ações de gestão do conhecimento, especialmente quando conduzidas a partir do conceito de educação corporativa e pelo uso de ferramentas de educação a distancia, onde se sobressai a utilização do e-learning (aprendizagem a distancia através da Internet) e do treinamento baseado em computador (computer basic training – CBT). Questões estratégicas organizacionais também podem ser contempladas pela gestão do conhecimento a partir do uso da memória organizacional, como nas iniciativas de inteligência do negócio ou inteligência empresarial (Business Intelligence – BI) quando a empresa se propõe a mapear todo seu conhecimento técnico e seu modo de operação; como também em iniciativas de Inteligência Competitiva (Competitive Intelligence – CI) quando a empresa se preocupa em mapear e acompanhar sistematicamente seus mercados e concorrentes. Conclusões Conceitos e práticas em construção. Não só na memória organizacional, mas em todo o mundo corporativo e na sociedade global... Como identificar e gerenciar permanências em um contexto de acelerada transformação? Esse questionamento surge a partir da busca de dar significância à metáfora de memória organizacional pela pretenciosa intenção de contemplar conteúdo e processo, em um duplo enfoque totalizante que possua consistência lógica e pertinência no mundo real. “[...] em encontrar a forma de entender a relação entre conteúdo e processo, entre conhecimento e ação, e entre teoria e prática (PFEFFER, J. 2000, p. 278)16 10 Desafio adicional é ainda privilegiar uma abordagem de permanência em um ambiente fundamentalmente pautado pela mudança, quando a ideia de permanência é tratada no mesmo sentido empregado por Guerreiro Ramos (1989) para o verbo perdurar: Sem a consideração da perduração, não se pode entender o processo através do qual as coisas, os seres humanos e as sociedades realizam suas individualidades imanentes. Contudo retenção não envolve manutenção. É retenção de caráter, em meio a mudança; é vitória sobre a fluidez. É uma categoria de processo mental que reconhece que todas as coisas são interligadas e continuamente se empenham para conseguir um equilíbrio ótimo entre conservação e mudança, no processo que leva a uma concretização modelar de seus propósitos intrínsecos (Guerreiro Ramos, A.1989, p. 199) Pautado por esses desafios e pela revisão bibliográfica realizada sistematiza-se algumas premissas gerais: • Memória organizacional é uma metáfora para explicar as possibilidades de adquirir, representar, armazenar e recuperar conhecimento nas organizações. • Memória organizacional contribui para viabilizar o aprendizado e a produção de conhecimento da organização, armazenando experiências relevantes e objetivando maior efetividade na gestão da organização. • Memória organizacional deve facilitar a apreensão do contexto, gerar uma linguagem comum e dar suporte a aspectos dinâmicos do conhecimento a ser armazenado. • Memória organizacional é operacionalizada por meio de um sistema de informação que busca estender coletivamente a memória individual, facilitando a aquisição, armazenamento, recuperação e acesso ao conhecimento disperso na organização. • Memória organizacional consiste de um sistema híbrido que combina um conjunto de tecnologias e metodologias de construção tradicionais ou não. Assim, a partir dessas premissas entende-se que memória organizacional é uma metáfora polissêmica, histórica e dialética que privilegia a interação dinâmica sujeito – cultura das múltiplas dimensões da memória – individual, coletiva, institucional e técnica – que tende a possibilitar auto representação e identidade. A ideia de conceito polissêmico já se justifica pela vasta variedade de terminologias e definições empregadas para explicar o que é memória organizacional. Independente da área de conhecimento utilizada – quer seja no campo da administração, quer seja em outras ciências sociais e humanas – o fato de contemplar aspectos materiais e imateriais requer, necessariamente, o entendimento de varias significações simultâneas. Memória organizacional não é tão somente história empresarial. A história empresarial se propõe a reconstruir a trajetória da organização em um determinado período de tempo e espaço, inserindo-se no contexto de reconstituição dos ciclos de vida da organização pela memória organizacional. Assim, memória organizacional não é sinônimo de historia empresarial, mas está inserida numa perspectiva histórica na medida em que se desenvolve a partir de dimensões temporais: o passado pelo presente e o presente a partir do passado. 11 Memória organizacional deve ainda ser tratada como um conceito dialético na medida em que em sua essência se relacionam aspectos antagônicos e ao mesmo tempo complementares: passado e presente; indivíduos e coletividades; lembrança e esquecimento; tempo e espaço; oralidade e escrita, apreender e compartilhar, acervo e instrumento. Deve compreender a inter-relação das partes (indivíduos) com o todo (coletividade) e vice-versa, da superestrutura cognitiva (conceitual, memória organizacional como objeto de estudo) com a infraestrutura econômica (práticas organizacionais e de mercado, memória organizacional como um conjunto de processos e práticas para estender coletivamente a memória individual). Voltamos então ao questionamento feito anteriormente: Como identificar e gerenciar permanências em um contexto de acelerada transformação? Nesse sentido encontramos as práticas organizacionais realizadas a partir de insumos da memória organizacional. Novas abordagens, fortemente amparadas por TI; velhas formulas recicladas e digitalizadas, práticas organizacionais e de mercado, individuais e coletivas, estruturadas ou não; dinâmicas; capazes de aprender, de gerar, usar e guardar conhecimentos com o objetivo final de proporcionar uma base de valor para as organizações. Verifica-se assim que a memória organizacional não necessariamente norteia a gestão do conhecimento, mas sim se caracteriza como insumo, como matéria prima, a ser norteada pela gestão do conhecimento. Assim, a memória organizacional pode ser sim considerada como a base do know how e do modus operandi das organizações, gerando as bases de suas práticas. Práticas que uma vez colocadas em movimento, reproduzem-se. Assiste-se a multiplicação de processos e arquivos, que a administração necessita ou pensa que necessita para poder registrar sua ação no tempo e garantir que normas, regras, hábitos e costumes vençam o esquecimento, para remitir-se e referir-se a eles, e mais ainda, para saber e fazer saber que os tem a sua disposição. O presente ensaio pretende assim estender o entendimento sobre memória organizacional como um elemento essencial na formação de identidades individuais e coletivas, forjando e enriquecendo culturas organizacionais a partir do compartilhamento de valores e paradigmas e, dessa forma, contribuir para o a construção do entendimento da ideia de memória organizacional e da sistematização de suas práticas. Referências bibliográficas ABECKER, A. et al. Toward a technology for organizational memories (1998). Disponivel em: http://citeseer.ist.psu.edu/abecker98toward.html . Acesso em 20/06/2010. ACKERMAN. M. S.; HALVERSON, C.A. Reexamine organizational memory. Communications of the ACM. [Online]. v.43, n.1, p. 59-64, 2000. Disponivel em: http://proquest.umi.com/pqdlink?PMID=17752&TS=1123285341&SrchMode=3&SrtM=0&P CID=QD&firstIndex=10 . Acesso em 30/03/2008. ACKERMAN, M. S.; MALONE, T. W. Answer Garden: a tool for growing organizational memory. 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Notas de final de texto 1 The fact that such a concept (OM) is appealed to across a wide range of studies, even if its definition is disputed, is testimony to the fact that even if people cannot agree on what exactly the term means, there must be some set of issues that can be subsumed under its umbrella that people feel are important and worth discussing. 2 After […] years of research, `organizational memory´ (OM) has become overworked and confused. Burdened by a practical wish to reuse organizational experience, researches have often ignored critical functions of an organization’s memory in order to focus on only a few methods for augmenting memory. It is time for a examination. 3 In situations where interpretations and explanations are called forth sometime after the events, the organizational memory ( files, budgets, statistics, etc) and the retrieval system will affect the degree to which different participants can use past events, promises, goals, assumptions, behavior, etc. 4 [...] learning agents discoveries, inventions, and evaluations must be embedded in organizational memory. 5 Rules, procedures, technologies, beliefs, and cultures are conserved through systems of socialization and control. They are retrieved through mechanisms of attention within a memory structure. Such organizational instruments not only record history but shape its future path, and the details of that path depend significantly on the processes by which the memory is maintained and consulted 6 We will define organizational memory as an organization's ability to benefit from its past experience in responding more effectively (e.g., faster or more accurately) in the present. 14 7 Organizational memory refers to stored information from an organization’s history that can be brought to bear on present decisions. This information is stored as a consequence of implementing decisions […], by individual recollections, and through shared interpretations. 8 Organizational memory […] results in higher or lower levels of organization effectiveness. 9 An organizational memories is an explicit, disembodied, persistent representation and indexing of knowledge and information or their sources in an organization, in order to facilitate its access, share and reuse by members of the organization, for their individual and collective tasks. 10 [...] Morin y Moigne (2004) presentan la memoria empresarial a partir de tres puntos distintos de percepción: la memoria funcional [...]; la memoria orgánica [...] y, la memoria genética. 11 These processes provide the means by which knowledge from the past is brought to bear on present activities [...] 12 La comprensión de la historia de la empresa y la constitución de una memoria empresarial posibilita percepciones diferenciadas de la empresa más allá de la mirada económica de las organizaciones. De esta manera se observa que la memoria industrial también se torna factor determinante para se entender la memoria cultural en la cual se tiene los factores materiales (las empresas en si) e inmateriales (las memorias de los trabajadores), tangible (maquinaría y tecnología) e intangible (know-how y savoir faire). 13 “Ferramenta da linguagem artificial de uma área do conhecimento, sendo construído por especialistas para representar através de conceitos o conteúdo informacional, especificando as relações entre estes conceitos”. (INFOTHES. Disponível em http://www.thesaurus.eti.br . Acesso em 26 de julho de 2011) 14 The hybrid approach […] corresponds well with the shift of focus in artificial intelligence. While an important AI goal has been to build knowledge based systems that solve challenging problems on their own, an intelligent-assistant system cooperates with a human user in solving a problem. 15 o o o o Nesse sentido podemos exemplificar algumas publicações: SANEPAR ano 30: resgate da memória do saneamento do Paraná. Curitiba: Ed. Schuster, 1994. General Motors do Brasil: 70 anos de história. São Paulo: Ed. Premio, 1995. Uma história de realizações: empresa Petróleo Ipiranga 60 anos. São Paulo: Ed. Premio, 1997. Energia para o Brasil: 10 anos de Tractebel no Brasil. Florianópolis: Tractebel, 2008. 16 en encontrar la forma de entender la relación entre contenido y proceso, entre conocimiento y acción, y entre teoría y práctica. 15