qualidade de vida dos pacientes renais crônicos que realizam

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ATUALIZA CURSOS
MARIANNA SILVA CERQUEIRA
QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES RENAIS
CRÔNICOS QUE REALIZAM HEMODIÁLISE
SALVADOR
2014
MARIANNA SILVA CERQUEIRA
QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES RENAIS
CRÔNICOS QUE REALIZAM HEMODIÁLISE
Artigo apresentado à Atualiza Cursos como
requisito parcial para obtenção do título de
Especialista em Enfermagem em Nefrologia sob
orientação do professor Fernando Reis do Espírito
Santo.
SALVADOR
2014
QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES RENAIS
CRÔNICOS QUE REALIZAM HEMODIÁLISE
1. Marianna Silva Cerqueira
2. Dr. Fernando R. do Espírito Santo
RESUMO
Este estudo trata da qualidade de vida dos pacientes que realizam hemodiálise.
A Insuficiência Renal Crônica caracteriza-se pela perda progressiva e
irreversível da função renal. Quando isto acontece, o paciente necessita
realizar uma terapia de substituição renal que inclui como opção terapêutica
disponível a hemodiálise. Esse tipo de tratamento exige modificações de hábito
e alimentares que influenciam direta e indiretamente na qualidade de vida
desta população. Tem como objetivo analisar o impacto da realização de
hemodiálise na qualidade de vida dos pacientes renais crônicos assim como
identificar possíveis fatores que podem comprometer a qualidade de vida nessa
população. A metodologia utilizada foi qualitativa e exploratória através de
análise de referências teóricas. Os resultados encontrados nesta pesquisa nos
mostram que asmodificações nas atividades e novas perspectivas de vida
impulsionama adoção de um novo viver diferente, incluindo a dependência do
tratamento ambulatorial e auxílios constantes.Constatou-se também que a
confiança no poder divino e a presença de pessoas significativas emergiram de
maneira construtiva no discurso dos pacientes como possibilidade de
fortalecimento e superação.
1. Bacharel em Enfermagem pela UEFS
2. Dr. Em Educação pela PUC/SP e Professor da UFBA
1. INTRODUÇÃO
•
Apresentação do objeto de estudo
A insuficiência renal crônica (IRC) caracteriza-se pela perda progressiva e
irreversível da função dos rins. Em sua fase mais avançada, quando os rins
não conseguem manter a homeostase corporal, torna-se necessário a
realização de uma terapia renal substitutiva (TRS) aliviando os sintomas da
doença e preservando sua vida, porém sem caráter curativo.Dentre os métodos
de TRS estão hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal, sendo o
primeiro o método mais utilizado atualmente.
A hemodiálise (HD) é um tratamento que remove as substâncias tóxicas e o
excesso de líquido acumulado no sangue e tecidos do corpo em conseqüência
da falência renal. Na HD, o sangue, carregado de toxinas e resíduos
nitrogenados, é desviado do paciente para uma máquina, um dialisador, no
qual é limpo e, em seguida, devolvido ao paciente (SMELTEZER, 2006,
pag.87)
Segundo dados da SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia) estima-se que em
2012 existiam 97.586 pacientes nas 651 unidades renais no Brasil. Desses,
63.6% estavam entre 19 e 64 anos, 57.7% eram do sexo feminino e 33.8%
tinham como causa base de sua doença a Hipertensão arterial.
A progressão da IRC e o tratamento por hemodiálise causam restrições e
prejuízos nos estados de saúde física, mental, funcional, bem estar geral,
interação social e satisfação de pacientes (KUSUMOTO et al, 2008).
O tratamento hemodialítico é responsável por um cotidiano monótono e restrito,
e as atividades desses indivíduos são limitadas após o início do tratamento
favorecendo o sedentarismo e a deficiência funcional, fatores que refletem na
qualidade de vida (MARTINS; CESARINO, 2005)
O doente renal crônico sofre alterações da vida diária em virtude da
necessidade de realizar o tratamento, já que vive dependente da equipe de
saúde e da máquina para ter o cuidado necessário.
•
Justificativa
Considerando que a qualidade de vida tem se tornado importante critério na
avaliação da efetividade de tratamentos e intervenções na área de saúde e que
a discussão do assunto ajuda os profissionais de saúde na tentativa de
minimizar o sofrimento dos pacientes submetidos a esse tratamento, buscou-se
elaborar este trabalho.
•
Problema
Qual o impacto da realização de hemodiálise na qualidade de vida dos
pacientes renais crônicos?
•
Objetivo
Este artigo tem como objetivo analisar o impacto da realização de hemodiálise
na qualidade de vida dos pacientes renais crônicos assim como identificar
possíveis fatores que podem comprometer a qualidade de vida nessa
população.
•
Metodologia
o Quanto à natureza
Trata-se de um trabalho de natureza qualitativa, poisnão se preocupa com
representatividade matemática, mas sim com o aprofundamento da questão
(GOLDENBERG, 1997, p.34).
o Quanto aos objetivos
Exploratória já queproporciona um maior conhecimento para o pesquisador
acerca do assunto, a fim de que possa formular problemas precisos ou criar
hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores (GIL, 1999,
p.43).
o Quanto ao procedimento
Bibliográfica logo que utiliza-se de referências teóricas já analisadas e
publicadas por meio escrito ou eletrônico (FONSECA, 2002, p. 32)
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Insuficiência renal
Os rins são órgãos pares, de localização retroperitoneal, fundamentais para a
manutenção da homeostase do corpo humano já que eles têm funções
regulatórias, excretórias e endócrinas. Habitualmente, o rim direito ocupa
posição um pouco mais abaixo que o oposto e costuma ter volume ligeiramente
menor. Seu papel principal se dá na manutenção da homeostase corporal, ou
seja, equilíbrio entre o meio intra e extra celular (CRUZet al, 2006, p.8).
Quando ocorre uma deterioração súbita da função renal resultando em
incapacidade do rim em excretar escórias nitrogenadas e manter o equilíbrio
hidroeletrolítico e ácido-básico caracteriza-se a insuficiência renal aguda (IRA).
Tal síndrome deve ter como causa a redução da perfusão renal e a exposição
a potenciais nefrotoxinas e manifesta-se comumente por alterações dos níveis
plasmáticos de sódio, potássio, bicarbonato, cálcio, fósforo e magnésio
(CRUZet al, 2006, p.239-247).
A correção dos fatores desencadeantes da IRA pré e pós-renais é o suficiente
para reversão da disfunção renal nesses casos. Já a necrose tubular, uma vez
instalada, não existe medida clinica capaz de acelerar a recuperação renal.
Assim, todos os esforços devem ser dirigidos na prevenção primária da
IRA(CRUZet al, 2006, p.239-247).
Já a doença renal crônica (DRC) consiste em lesão renal e perda progressiva e
irreversível da função dos rins. Em sua fase mais avançada é chamada de
insuficiência renal crônica terminal quando os rins não conseguem mais manter
a normalidade do meio interno do paciente e sua sobrevida passa a depender
de uma das modalidades de substituição renal: a hemodiálise, diálise peritoneal
e/ou transplante renal (CRUZet al, 2006, p.248-265).
Segundo (CRUZ ET al, 2006) a cada ano, cerca de 19.000 brasileiros
desenvolvem DRC e iniciam terapia de substituição renal. A incidência de
novos pacientes cresce cerca de 8% ao ano e o custo do programa de TSR
alcança valores anuais superiores a um bilhão e meio de reais, sendo que mais
de 90% do tratamento é custeado pelo Sistema Único de Saúde.
Uma série de fatores de risco para o desenvolvimento da DRC tem sido
descrita. Destes, os dois mais importantes são a hipertensão arterial e o
diabetes mellitus. Outros fatores como: uropatias, litíase urinária, idade
avançada, tabagismo, infecções sistêmicas e doenças auto-imunes também
contribuem para o aparecimento da DRC (CRUZ et al, 2006, p.248-265).
O diagnóstico se dá pela análise do ritmo de filtração glomerular, mas o uso de
ultra-som e de métodos radiográficos pode ajudar na detecção de lesões
renais. Já a definição do grau de comprometimento da lesão é fundamental
para determinar o inicio, a gravidade e a progressão da doença, bem como
para auxiliar na decisão de quando iniciar a terapia de Terapia de Substituição
Renal (TSR)(CRUZet al, 2006, p.248-265).
A IRC enquanto uma patologia cronificadora e insidiosa compromete mais que
as funções vitais, debilitando e impondo restrições físicas e psicológicas ao
exigir um esforço muito grande dos pacientes para tolerarem e se adaptarem
as mudanças de vida e gradual perda de sua qualidade.
2.2 Métodos de terapia renal substitutiva
Assim que o paciente atinge o estágio 4 da DRC, o ideal é que ele esteja sob
os cuidados de um nefrologista e que, utilizando um programa multidisciplinar
pré-diálise, escolha precocemente a modalidade adequada de tratamento e
confeccione eletivamente o acesso para diálise(DAURGIDAS, 2008, p.297354).
Dentre as opções terapêuticas disponíveis encontram-se o transplante renal, a
diálise peritoneal e a hemodiálise. Em algumas situações especificas, a diálise
e transplante renal são complementares. A diálise serve de terapia de suporte
na fase inicial do tratamento e preparo para o transplante, podendo ser ainda
posteriormente utilizada em caso de rejeição aguda ou crônica do órgão
transplantado (THOMAS et al, 2005).
Quanto ao transplante renal, em princípio está indicado para todo paciente
portador de insuficiência renal crônica, com melhor custo-benefício quando
comparado à diálise. No entanto existem algumas condições que podem
constituir-se em barreiras para o transplante, tais como a obesidade, condições
psicológicas ou socioeconômicas desfavoráveis, fatores de co-morbidade e
doenças associadas ou condições imunológicas.(CRUZet al, 2006, p.291-294).
A diálise peritoneal processa-se na cavidade abdominal do paciente e envolve
transporte de solutos e água através de uma membrana que separa dois
compartimentos contendo líquido. Existem diversos tipos de diálise peritoneal
de acordo com o tempo de permanência da solução de diálise na cavidade
peritoneal e com o uso ou não de sistemas automatizados de infusão e
drenagem de soluções (DAURGIDAS, 2008, p.297-354).
Outra terapia dialítica é a hemodiálise que se constitui em um tipo de diálise
extracorpórea em que duas soluções são separadas por uma membrana
semipermeável. Nesse modelo, uma das soluções é representada pelo sangue
do paciente e a outra por uma solução de diálise. (CRUZet al, 2006, p.274276).
2.3 Hemodiálise
A hemodiáliseé um processo no qual a composição do soluto de uma solução,
A, é modificada pela exposição da solução A a uma segunda solução, B,
através de uma membrana semipermeável. Os solutos que conseguem
atravessar os poros da membrana são transportados por meio de dois
mecanismos diferentes: difusão e ultrafiltração. A difusão transporta os solutos
através de movimento molecular aleatório. Já a ultrafiltração, ocorre quando a
água impulsionada por uma força hidrostática ou osmótica é empurrada através
da membrana. (DAURGIDAS, 2008, p.23-24).
Com relação àfreqüência, o tratamento dialítico para pacientes com IRC e
estáveis é realizado três vezes por semana; entretanto, cada vez mais vem-se
utilizando a hemodiálise diária. Nos casos de hemodiálise convencional, as
sessões duram, em média, 4 a 5 horas, já para a HD diária o tempo de
tratamento varia de 1,5 a 2 horas por sessão. A redução no tempo de
tratamento é compensada pelo aumento da freqüência. (CRUZet al, 2006,
p.273-279).
Para pacientes com IRC o acesso à circulação sanguínea pode ser temporário
ou permanente. No primeiro caso, o acesso é estabelecido por meio da
inserção percutânea de um cateter em veia calibrosa (jugular interna, femural
ou subclávia)(DAURGIDAS, 2008, p.23-24).
Como permanente constrói-se uma fistula arteriovenosa por meio de
anastomose de uma artéria e uma veia. O acesso permanente ideal facilita o
fluxo adequado para a diálise prescrita, dura muito tempo e apresenta baixa
taxa de complicação (CRUZet al, 2006, p.273-279).
Durante a sessão de hemodiálise podem ocorrer complicações inerentes ao
tratamento que podem ser hipotensão, cãibras, náuseas e vômitos, cefaléia,
dor torácica, dorsalgia, pruridos, febre e calafrios(DAURGIDAS, 2008, p.158165).
2.4 Qualidade de vida
A qualidade de vida (QV) pode ser definida como sensação intima de conforto,
bem estar ou felicidade no desempenho de funções físicas, intelectuais e
psíquicas dentro da realidade da sua família, do seu trabalho e dos valores da
comunidade a qual pertence (NOBRE, 1994).
O assunto não é um simples modismo, nos últimos anos a discussão vem se
revigorando devido à preocupação e divulgação da medicina preventiva e do
conhecimento da população em geral. Aliado a isso tem-se o aumento da
expectativa de vida relacionado ao avanço tecnológico em diagnósticos e
tratamentos, além da preocupação com questões ambientais.
O referido termo pode ser discutido sob vários pontos de vista, de forma
individual e coletiva, objetiva ou subjetiva. No campo da saúde, embora
bastante inespecífico e generalizante, parece ter surgidodurante o nascimento
da medicina social nos séculos XVIII e XIX quando começou-se a dar subsídios
para as políticas públicas e movimentos sociais (MINAYO, 2000).
A partir da década de 90, consolidou-se um consenso entre os estudiosos da
área quanto a dois aspectos relevantes do conceito de qualidade de vida:
subjetividade e multidimensionalidade. No que diz respeito a subjetividade,
trata-se de considerar a percepção da pessoa sobre o seu estado de saúde e
sobre os aspectos não-médicos do seu contexto de vida.Quanto a
multidimensionalidade, refere-se ao reconhecimento de que o constructo é
composto por diferentes dimensões (SEILD; ZANNON; 2004).
Ainda sobre o assunto, são identificadas duas tendências quanto a
conceituação do termo: qualidade de vida como um conceito mais genérico e
qualidade de vida relacionada a saúde. No primeiro caso, o conceito adotado
pela Organização Mundial de Saúde ilustra com excelência o assunto e define
como “a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da
cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação a seus
objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Já o termo qualidade de vida
relacionado a saúde, tem sido utilizado com objetivos semelhantes à
conceituação mais geral sendo associado às enfermidadesou às intervenções
em saúde(SEILD; ZANNON; 2004).
Tal conceito, no campo da saúde, traz como estratégia central o tema de
promoção da saúde e tem como foco a capacidade de viver sem doenças ou
de superar as dificuldades dos estados ou condições de morbidade. Isso
porque, em geral, os profissionais atuam no âmbito em que podem influenciar
diretamente, isto é, aliviando a dor, o mal-estar e as doenças, intervindo sobre
os agravos que podem gerar dependência e desconfortos, seja para evitá-los,
seja minorando conseqüências dos mesmos ou das intervenções realizadas
para diagnosticá-los ou tratá-los (MINAYO, 2000).
Por outro lado, é preciso assinalar também que nem todos os aspectos da vida
humana são, necessariamente, uma questão médica ou sanitária. A questão da
qualidade de vida também diz respeito ao padrão que a própria sociedade
define e se mobiliza para conquistar e ao conjunto de políticas públicas e
sociais que induzem e norteiam o desenvolvimento humano (MINAYO, 2000).
A avaliação da qualidade de vida pode ser realizada por meio de vários
instrumentos, tanto genéricos como específicos. Sua medida em portadores de
doença crônico-degenerativas tem sido alvo de estudos nos último anos, com o
intuito de determinar as mudanças necessárias para a obtenção do bem-estar
e adequação de condições para a sua reabilitação (BITTENCOURT et al,
2003).
A doença renal crônica reduz consideravelmente o desempenho físico e
profissional do paciente, levando a um impacto negativo sobre sua percepção
da própria saúde e afetando os níveis de vitalidade, o que pode limitar
interações sociais e causar problemas relacionados à saúde mental (SILVEIRA
et al, 2010).
Entre as doenças de curso crônico, a DRC dialítica figura entre as que geram
maior impacto na qualidade de vida do paciente. Tal fato decorre de vários
fatores como a necessidade de modificação alimentar e de hábitos, esquema
terapêutico rigoroso, convívio com doença incurável e dependência de uma
máquina (SILVEIRA et al, 2010).
Em pacientes renais crônicos, a qualidade de vida é influenciada pela própria
doença e pelo tipo de terapia de substituição da função renal. Além disso,
outros fatores como idade do paciente, presença de anemia e depressão
podem influenciar na qualidade de vida (RAVAGNANI, 2007).
Associado a fatores do tratamento, pacientes em diálise têm outras fontes de
estresse, como dificuldades profissionais e redução de renda mensal,
diminuição da capacidade ou do interesse sexual, medo da morte, restrições
dietéticas e híbridas, alterações da imagem corporal e práticas específicas de
higiene, tornando necessário o fornecimento de suporte social e educacional
como parte integrante do tratamento (RAVAGNANI, 2007).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como se pode concluir, o tema qualidade de vida é tratado sob os mais
diferentes olhares, seja da ciência, através de várias disciplinas, seja do senso
comum, seja em abordagens individuais e coletivas. No âmbito da saúde ele se
apóia na compreensão das necessidades humanas fundamentais, materiais e
espirituais e tem no conceito de promoção da saúde seu foco mais relevante.
Os autores aqui consultados convergem que no momentodo diagnóstico da
insuficiência renal, os pacientes experimentam, entre outros sentimentos, a
angústia diante do desconhecidoe quanto ao futuro, o medo frente a
possibilidade de morte e sofrimento. Esse momento traz ao paciente o
mecanismo de defesa da negação e exacerba a importância da fé em um ser
superior como fonte de esperança e força para o enfrentamento das situações
difíceis e conformação diante dos fatos.
O tratamento de hemodiálise causa limitações e prejuízos no estado de saúde
mental e físico, uma vez que é acompanhado de diversas proibições
principalmente em relação a dieta e também modificações na aparência
corporal em razão da passagem de acesso vascular e confecção de fístula
artério-venosa. O fato de estar dependente de uma máquina, esquema
terapêutico rigoroso e equipe especializada também interfere diretamente na
qualidade de vida dos envolvidos.
É possível evidenciar a partir da reflexão dos autoresque a IRC interfere no
estilo de vida dos pacientes promovendo alterações tanto na capacidade física
quanto mental. As mudanças de hábito e a necessidade de deixar de fazer o
que proporciona prazer na vida são ressaltadas pelos pacientes como
dificuldades decorrentes da doença. Entre as mudanças destacam a
impossibilidade de trabalhar como algo que intimida e marginaliza.
É importante destacar que embora o paciente seja o responsável pela sua
aderência ao tratamento, o processo pode ser entendido como um trabalho
conjunto, já que o apoio de familiares e amigos na luta contra o medo e
sofrimentos inerentes à situação proporcionam força e coragem para continuar
a lutar. Revela-se também o apoio da equipe multiprofissional para que o
individuo possa assimilar e responder melhor à vivência e ao tratamento da
doença crônica. O vínculo estabelecido entre paciente, profissionais e família
faz com que haja um compartilhamento mútuo dos sucessos e fracassos
vivenciados no cenário da hemodiálise.
Como alternativas para melhorar a QV desses pacientes estão: o transplante
renal, conscientização quanto a auto responsabilidade, atividades educativas e
estimulação das suas capacidades, a fim de promover uma adaptação positiva
ao novo estilo de vida.
Sendo assim, deve-se dar importância à percepção que cada paciente tem de
sua vida, saúde e doença, considerando suas sugestões para solução de seus
problemas, desenvolvendo então, um trabalho voltado ao doente e não à
doença.
ABSTRACT
This study addresses the life quality of patients on hemodialysis. Aims to
analyze the impact of hemodialysis on quality of life of chronic renal patients
and to identify possible factors that can compromise quality of life in this
population. The methodology was qualitative and exploratory analysis using
theoretical references. The findings of this study show that changes in the
activities and perspectives of life boost adoption of a new live differently,
including dependence of outpatient treatment and constant support. It was also
found that trust in divine power and presence of significant persons emerged
constructively in the discourse of patients and possibility of strengthening and
improvement.
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