15 Interbio v.3 n.1 2009 - ISSN 1981-3775 A MASSAGEM DE CONFORTO PARA O PACIENTE RENAL CRÖNICO EM TRATAMENTO HEMODIALITICO THE MASSAGE OF COMFORT TO THE CHRONIC RENAL PATIENTS IN HEMODIALYTIC TREATMENT LOPES, Shislene Espíndola 1; BORGES, Bertha Lúcia Costa 2 Resumo A Insuficiência Renal Crônica é uma doença que tem como característica fisiopatológica à falência das funções renais, não gerando muitas expectativas de cura. Dessa forma, o portador desta patologia passa a depender da hemodiálise para remover as substancias tóxicas de seu organismo. A enfermagem pode desenvolver muitas ações visando uma melhor adaptação do paciente ao seu estado crônico. O presente trabalho constitui-se de uma pesquisa do tipo estudo de caso, tendo por objetivo verificar os efeitos da massagem de conforto em um paciente renal crônico em tratamento hemodialítico. A massagem foi realizada na Unidade de Hemodiálise do Hospital Evangélico de Dourados, totalizando 10 sessões. Ao início e final do estudo, utilizou-se um questionário para avaliar se houve melhora em alguns sinais e sintomas relacionados à doença e ao seu tratamento. Foi possível observar que a paciente obteve melhor hidratação da pele massageada, aumento da circulação sanguínea em membros inferiores, relaxamento físico e diminuição da ansiedade. O interesse da paciente em continuar a receber a massagem demonstrou o estudo ser de grande relevância, já que de alguma forma a massagem foi sentida como benéfica. Palavras-Chave: Insuficiência Renal Crônica, Massagem de Conforto. Abstract The Chronic Renal Insufficience is an illness that has as characteristic physiopathology the insolvency of the renais functions, not generating many expectations of cure. This form, the carrier of this pathology starts to depend of hemodialysis to remove substantiates toxic of his organism. The nursing can develop many actions aiming a better adaptation of the patient to his chronic state. The present work was elaborated through a research of the type case study, having for objective to verify the effect of the massage of comfort in a chronic renal patient in treatment of hemodialisys. The massage was achieved in the Unit of Hemodialysis of the Hospital Evangélico de Dourados, having totalized 10 sessions. To the beginning and end of the study, a questionnaire was used to evaluate if it had improvement in some signals and symptoms related to the illness and its treatment. It was possible to observe that the patient got better hydration of his skin, increase of the sanguineous circulation in inferior members, physical relaxation and reduction of the anxiety. The interest of the patient in continuing to receive the massage demonstrated the study to be of great relevance, therefore, the massage was felt as beneficial. Words-Key: Chronic Renal insufficience, Massage of Comfort. 1 2 Acadêmica do 8º semestre de Enfermagem do Centro Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN/MS. Profª. Mestranda em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília. LOPES, Shislene Espíndola, BORGES, Bertha Lúcia Costa 17 Interbio v.3 n.1 2009 - ISSN 1981-3775 Introdução O portador de uma doença crônica passa por vários desafios para adaptar-se a sua nova condição de vida, onde muitas vezes existe a necessidade de mudanças nos hábitos alimentares, nas atividades físicas e sexuais, no grau de dependência das pessoas e até mesmo de medicamentos e aparelhos que se tornam essenciais na luta pela vida. Parte do controle dessas mudanças inclui aprender a conviver com sintomas ou incapacidades e chegar a um meio-termo com as prováveis alterações de identidade resultantes da cronicidade da doença. A Insuficiência Renal Crônica é uma condição mórbida que decorre de vários fatores e que tem como característica fisiopatológica a falência das funções renais, o que acarreta um progressivo aumento de catabólitos no sangue. A IRC não gera muitas expectativas de cura, por isso o tratamento tem como objetivo uma maior sobrevida e qualidade de vida para os portadores da doença. A hemodiálise é um tratamento que substitui parcialmente a função renal. Através deste é possível remover as substancias tóxicas e o excesso de líquido do organismo do paciente. Para isso, é necessário que ele freqüente a unidade de hemodiálise em média 3 vezes por semana durante aproximadamente 3 a 4 horas, de modo que a quantidade das sessões bem como a duração vai depender da gravidade da doença. O paciente renal crônico passa por alterações da sua vida diária, pois torna-se dependente de um tratamento. Além da periodicidade exigida, o tratamento exige que o paciente aprenda a conviver com alguns sintomas como vômitos, náuseas e cansaço, que são comuns e considerados como uma situação desconfortável por grande parte dos pacientes que são submetidos à hemodiálise. Também é comum o medo relacionado à sua situação futura: agravamento da doença ou mesmo a morte. Somado a tudo isso, existe a falta de alternativas que distraiam esses pacientes durante a hemodiálise fazendo com que fiquem sem nenhuma atividade para realizar, o que faz a sessão parecer bem mais demorada, incentivando-os a desanimar com o tratamento. A equipe de enfermagem é peça fundamental para ajudar o paciente a ter uma melhor qualidade de vida, devendo este ser visto como um ser biopsicossocial, pois os aspectos emocionais influenciam de maneira significativa o tratamento. É muito importante que o paciente tenha confiança na equipe que o atende e para isso é preciso que suas necessidades básicas sejam atendidas, como o alívio da dor, ansiedade e desconforto. Desta forma, o tempo em que o paciente aguarda o término de sua sessão pode ser preenchido com atividades que o façam relaxar e encarar o tratamento como algo menos desprazeroso. Através disto, a utilização do toque físico através da massagem de conforto nesses pacientes, pode fazer com que eles usufruam dos benefícios que esta técnica pode gerar: relaxamento físico, alívio da ansiedade e tensão, alívio da dor, melhora da circulação sanguínea, sensação geral de bem-estar, além de outros efeitos. Os pacientes submetidos ao tratamento hemodialítico recebem assistência da equipe multidisciplinar na qual o enfermeiro assume importante papel no suporte e orientação, portanto, a enfermagem está capacitada a fazer uso desta técnica desde que não haja contra indicações, procurando somar ao tratamento os possíveis resultados obtidos com a utilização da massagem de conforto, podendo ser utilizada em várias regiões do corpo ou somente em uma pequena região, como as mãos e os pés. Este estudo tem como objetivo demonstrar como a massagem de conforto pode proporcionar bem estar ao paciente renal crônico e diminuir as intercorrências comuns do tratamento como edema, câimbras, cansaço, além de alterações emocionais como ansiedade e medo. LOPES, Shislene Espíndola, BORGES, Bertha Lúcia Costa Interbio v.3 n.1 2009 - ISSN 1981-3775 A Insuficiência Renal Crônica O sistema urinário tem por função produzir, transportar, coletar e excretar urina, e quando ocorre sua disfunção rompese o equilíbrio hídrico, eletrolítico e ácidobásico, comprometendo assim a eliminação dos produtos finais do metabolismo das proteínas (ARCHER, 2005). Doenges et al. (2003) relatam que a insuficiência renal crônica resulta da perda gradual e progressiva da função renal, sendo que as causas podem variar desde infecções crônicas, doenças vasculares, processos obstrutivos, doenças do colágeno, agentes nefrotóxicos e até mesmo doenças endócrinas. Quando a insuficiência renal crônica não é controlada, as toxinas urêmicas acumulam-se e causam alterações fisiológicas potencialmente fatais nos principais sistemas do organismo (BOUNDY, 2004). Hemodiálise Para Smeltzer e Bare (2002), a hemodiálise tem a função de evitar a morte dos pacientes com insuficiência renal crônica, embora não cure a doença renal e não compense a perda das atividades endócrinas ou metabólicas dos rins. Na hemodiálise, o sangue é desviado através do rim artificial (dialisador) para remoção de toxinas/excesso de líquidos e então é devolvida à circulação venosa. É um método rápido e eficiente que tem a finalidade de remover a uréia e outros produtos tóxicos e corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos. Geralmente o procedimento é realizado três vezes por semana durante 4 horas cada sessão (DOENGES et al. 2003). Appling (2005) coloca que a hemodiálise fornece suporte aos pacientes com doença renal crônica. A condição do paciente (como a velocidade de acumular creatinina e o ganho de peso corporal) é quem vai determinar o número e a duração do tratamento. Os pacientes que realizam a hemodiálise por um longo período, estão freqüentemente preocupados com a evolução da doença e com a ruptura de suas vidas. Smeltzer e Bare (2002) explicam que muitas vezes esses são acometidos por problemas financeiros, passam por dificuldades em continuar trabalhando, têm diminuição do desejo sexual e impotência, depressão e medo de morrer. O Toque Físico e a Massagem de Conforto De acordo com Archer (2005), um dos objetivos da enfermagem consiste em ajudar o paciente com insuficiência renal crônica a aceitar um procedimento invasivo, ou se adaptar a uma imagem corporal alterada. Para Costenaro e Lacerda (2001), o profissional de enfermagem não pode limitar a sua atenção ao atendimento daquilo que é visível ao corpo. Ampliar a sua visão para o todo é uma necessidade. A enfermagem deve buscar alternativas que contribuam com o tratamento do paciente. A massagem é praticada desde os tempos pré-históricos e foi utilizada inicialmente pelos Chineses, Japoneses, Gregos e Romanos. Cassar (2001), considera que a massagem de conforto visa promover o conforto e relaxamento, tranqüilidade e bem-estar podendo produzir outros benefícios adicionais como o alívio da tensão muscular e a melhora da circulação sanguínea. Segundo Campedelli (1987), a massagem é um procedimento básico utilizado na enfermagem e se caracteriza pela manipulação manual e sistemática dos tecidos corporais, transmitindo ao paciente uma sensação física agradável. Com a utilização da massagem é possível uma melhor nutrição dos tecidos, além de uma oxigenação mais aprimorada. Nesta perspectiva, a massagem de conforto pode ser aplicada para aliviar a percepção de dor, aumentar o relaxamento, reduzir a ansiedade, reduzir o estresse, além de outros benefícios. Quanto aos resultados LOPES, Shislene Espíndola, BORGES, Bertha Lúcia Costa Interbio v.3 n.1 2009 - ISSN 1981-3775 esperados, Fritz (2002) destaca que podem variar de acordo com cada tipo de paciente, alguns podem apresentar respostas positivas em curto período de tempo enquanto outros podem necessitar de mais tempo da utilização da técnica para se beneficiar. Já Montagu (1998) considera que por meio do toque, ocorre uma aproximação entre os indivíduos. O tocar passa a ser uma das principais formas de comunicação, pois se constitui em um meio poderoso de estreitamento dos relacionamentos humanos. A massagem é uma estratégia simples que pode gerar tranqüilidade, sensação de contato e envolvimento, além de facilitar o relaxamento. Desta forma, o toque é uma forma de comunicação emocional, já que a necessidade de contato físico é instintiva e fisiológica (KAZANOWSKI, 2005). De acordo com Figueiredo (2004), tocar é o cuidar básico de enfermagem. Esse básico é aquele que concentra tudo que a enfermagem faz, é a atividade primária e fundamental do enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem. Sá (2001) destaca que tocar alguém com a intenção de que essa pessoa se sinta melhor, por si só já é terapêutico, portanto, o ato de tocar alguém é confortável e faz parte do cuidado emocional. Hudak e Gallo (1997) relatam que o toque pela Enfermagem pode ser útil em situações nas quais as pessoas apresentam medo, ansiedade ou depressão. Também pode ser benéfico em pacientes que necessitam de encorajamento ou de acalento, que tem dificuldade em verbalizar necessidade, em desorientados, nãoresponsivos ou em fase terminal de doença. O cuidado com o paciente sob tratamento hemodialítico incumbe muitas ações de enfermagem, pois existe a responsabilidade em dar-lhe instruções e apoio para que ele possa se adaptar e lidar com as reações adversas que possam ocorrer. Boundy (2004) refere que além de estímulo e apoio, todos os pacientes submetidos à hemodiálise necessitam de cuidados de enfermagem especiais na busca por sua segurança, que ajudem a tolerar as exigências do tratamento. Materiais e Métodos Trata-se de um estudo de caso com abordagem metodológica qualitativa para análise e interpretação dos dados. De acordo com Gil (1996, p.60), “no estudo de caso, o pesquisador volta-se para a multiplicidade de dimensões de um problema, focalizandoo como um todo”. Segundo Oliveira (2007, p.59), a abordagem qualitativa “pode ser caracterizada como sendo uma tentativa de se explicar em profundidade o significado e as características do resultado das informações obtidas, sem a mensuração quantitativa de características ou comportamento”. O estudo foi realizado na Unidade de Hemodiálise do Hospital Evangélico de Dourados – MS. A amostra foi composta por uma paciente, com insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: questionários utilizados antes e depois do tratamento e observação estruturada. Para Chizzotti (2003, p.53), “a observação estruturada ou sistemática consiste na coleta e registro de eventos observados que foram previamente definidos”. A paciente foi submetida a 10 sessões de massagem de conforto, sendo 2 sessões semanais com duração de 15 minutos cada. Os locais massageados foram as mãos, pernas e pés, com as manobras de deslizamento superficial e amassamento, seguindo do distal para o proximal. Enquanto recebia a massagem, a paciente permanecia na cadeira realizando a hemodiálise. Para facilitar a massagem e ajudar na hidratação da pele, foi utilizado creme hidratante. Após as 10 sessões, a paciente foi reavaliada. Resultados e Discussão Caracterização do sujeito Paciente A.D.M. , 61 anos, branca, sexo feminino, casada, do lar. Aos 32 anos LOPES, Shislene Espíndola, BORGES, Bertha Lúcia Costa Interbio v.3 n.1 2009 - ISSN 1981-3775 realizou nefrectomia unilateral devido a existência de um tumor. Seu quadro de Insuficiência Renal Crônica teve início há aproximadamente 5 meses, apresentando como doença de origem o Diabetes Mellitus tipo II. Devido a estas patologias, passou a ter picos hipertensivos. De acordo com Boundy (2004), os pacientes com Diabetes Mellitus correm maior risco de desenvolver doenças crônicas, sendo esta a principal causa de Insuficiência Renal Crônica. Figueiredo (2005) enfoca que o diabetes é considerado problema de saúde pública, pois está associado a diversos problemas de saúde, entre eles a nefropatia. Doenges et al. (2003) colocam que uma hipertensão significativa pode acontecer devido aos distúrbios no sistema renina-angiotensinaaldosterona causados pela disfunção renal. Cassar (2001) enfoca que a massagem melhora a circulação nas artérias de condução, reduzindo a resistência do fluxo sanguíneo, causando redução na pressão arterial, e devido a sua influência positiva sobre o sistema nervoso simpático, sendo um remédio essencial para os casos de hipertensão arterial. A paciente reside na cidade de Deodápolis – MS e devido à distância de sua casa até a Unidade de Hemodiálise do Hospital Evangélico que se localiza em Dourados – MS, tem que acordar às 3:00 hs, pois realiza a hemodiálise no período das 07:00 às 11:00 hs, às terças, quintas e sábados. Como tem que acordar cedo, diz que não consegue um sono reparador, pois fica ansiosa devido o medo de se atrasar. Fritz (2002) coloca que a massagem pode aumentar os níveis de serotonina, hormônio que é capaz de regular o humor, o sono e reduzir a irritabilidade. Como queixa principal a paciente relatou parestesia nos membros inferiores, principalmente nos 2º e 3º pododáctilos, câimbras e sensação de peso nas pernas e cefaléia ocasional. Doenges et al. (2003) afirmam que a neuropatia periférica pode se desenvolver principalmente nas extremidades inferiores, devido aos desequilíbrios eletrolíticos, comprometendo a sensibilidade na região. Cassar (2001) relembra que a massagem deve ser aplicada suavemente em regiões que apresentam neuropatia. Segundo Smeltzer e Bare (2002), as câimbras musculares dolorosas ocorrem quando o líquido e os eletrólitos saem rapidamente do espaço extracelular, fato comum durante a hemodiálise. Para Orsi (1985), a massagem realizada pelo menos uma vez por semana pode ser muito eficaz no combate as câimbras. De acordo com Boundy (2004), a cefaléia é uma das complicações mais comuns associadas ao tratamento hemodialítico. Cassar (2001) afirma que a massagem pode reduzir a dor de diversas maneiras, pois atua sobre os trajetos sensoriais envolvidos na transmissão da dor. Orsi (1985) descreve que o amassamento favorece a circulação e a nutrição dos tecidos, além da expulsão das substâncias e eliminação da fadiga. Também demonstrou incomodo com o ressecamento da pele, principalmente nos pés e pernas. Informa ter vários medos relacionados à doença, principalmente quando o assunto é o transplante renal. Doenges et al. (2003) dispõem que a desidratação da pele afeta a integridade tissular no nível celular. Segundo Orsi (1985) o deslizamento superficial tem como um dos seus benefícios a renovação da camada epitelial superior da pele, desobstruindo os poros e eliminando os detritos acaso aí existentes. O relaxamento é essencial para combater muito dos estados psíquicos e emocionais, e a massagem é um dos melhores métodos para isso (CASSAR, pg. 86). Segundo Fritz (2002, p. 156) “as pessoas simplesmente se sentem melhor, suportam a vida com mais facilidade e têm mais alegria quando são massageadas (processos químicos neuroendócrinos dão origem a níveis mais elevados de pensamento integrado, como crenças e valores, fazer planos e prever, escolher e levar a cabo os sonhos).” O que vem de encontro com os dados obtidos após a realização da última sessão LOPES, Shislene Espíndola, BORGES, Bertha Lúcia Costa Interbio v.3 n.1 2009 - ISSN 1981-3775 de massagem de conforto, demonstra que houve melhora na hidratação da pele, principalmente dos pés, que apresentavam descamações devido o ressecamento. Segundo Orsi (1985) o deslizamento superficial tem como um dos seus benefícios a renovação da camada epitelial superior da pele, desobstruindo os poros e eliminando os detritos acaso aí existentes. A paciente relatou grande melhora na circulação sanguínea dos membros inferiores, fator citado pela diminuição da sensação de peso nas pernas. Cassar (2001) enfatiza que o deslizamento superficial realizado nos membros inferiores melhora a circulação e ajuda a manter um bom fluxo sanguíneo nesta região, evitando a formação de úlceras e o desenvolvimento de gangrena. Ao final do tratamento, a paciente relatou significativo relaxamento e afirmou ter interesse em continuar recebendo a massagem de conforto, demonstrando que de algum modo, a técnica foi positiva, lhe trazendo benefícios. Conclusões Com base nos vários momentos da realização da pesquisa, tornou-se possível verificar os benefícios da massagem de conforto para o paciente renal crônico em tratamento hemodialítico. Os achados estão de acordo com os evidenciados pela literatura, pois a paciente sentiu-se mais relaxada e tranqüila. Alguns efeitos fisiológicos foram promovidos pela utilização da técnica, como melhora da circulação sanguínea e aumento da hidratação da pele. O interesse da paciente em continuar a receber a massagem demonstrou o estudo ser de grande relevância, já que de alguma forma a massagem foi sentida como benéfica. A massagem também foi vista como uma forma de distração durante a hemodiálise, o que contribui para tornar o tratamento menos desprazeroso. De um modo geral, os resultados se mostraram satisfatórios, podendo, dessa forma, a técnica ser adotada como rotina, por exemplo, na elaboração de um protocolo de assistência ao paciente com insuficiência renal crônica. Frente aos resultados obtidos, fica a sugestão para que haja uma continuidade do estudo, a fim de se conhecer mais benefícios relacionados à massagem de conforto. Referências Bibliográficas ARCHER, E. Procedimentos e Protocolos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 514-560. APPLING, S.E. Procedimentos em Enfermagem. São Paulo: Reichmann & Affonso Editores, 2005. p. 448-458. BOUNDY, J. Enfermagem Médico-Cirúrgica. 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