1) Discuta os efeitos colaterais dos Benzodiazepínicos (BZD) e dos Barbitúricos. Os Benzodiazepinicos, por sua ação GABA dependente, não conseguem gerar efeito anestésico ou coma; Os Barbitúricos, em doses altas, possuem efeito GABA mimético, de forma que a excessiva condutância de cloro resultante da abertura do receptor ionotropico GABA-A pode gerar um efeito crescente, podendo levar ao coma, com depressão central mais pronunciada, levando até a parada cardiorespiratoria e morte. 2) Descreva as características farmacológicas que tornam o fármaco um Anestésico Geral. São fármacos de meia-vida curta e de rápida distribuição que caracterizam-se por levar o paciente a um estado de analgesia, amnésia, imobilidade (supressão da atividade piramidal), depressão autonômica (supressão do tronco cerebral) e relaxamento muscular (depressão extra-piramidal, espinhal e da formação reticula), São eventos alcançados de forma progressiva e dose-dependente que caracteriza a presença de 4 fases: Fase de Analgesia: preservação da consciência; Doses-Subanestésicas que atingem grau de supressão nocioceptiva Fase de agitação: Excitação autonômica, psicomotora; caracteriza-se por taquipneia, aumento do DC, taquicardia, excitação respiratória. Há essa ativação do tronco cerebral no momento em que há a perda da consciência. Fase Cirúrgica: - Plano Superficial: Preservação dos reflexos das vias aéreas, paciente está sob ventilação normal. Pressão levemente aumentada. - Plano Cirúrgico: Plenitude da concentração anestésica, com supressão progressiva dos reflexos glótico, da Carina e da tosse. Há depressão respiratória com preservação da hemodinâmica do paciente. - Plano Profundo: Há uma grande depressão do tronco cerebral, com queda dos padrões hemodinâmicos (diminuição da P.A, por exemplo). Fase Bulbar: impregnação do tronco cerebral com sua paralisação. Paciente entra em apnéia, sendo necessário suporte ventilatório. Pode haver desnervação simpática generalizada, com vasoplegia, hipotensão grave. É necessário que durante a anestesia geral haja monitorização cardiorespiratoria e do débito urinário do paciente. 3) Sobre os Antipsicóticos: a) Qual o mecanismo de ação e sua relação com a teoria das alterações bioquímicas na esquizofrenia? Os antipsicóticos agem basicamente sobre o bloqueio dos receptores D2. De acordo com a hipótese neuropatológica, a esquizofrenia é originada durante o desenvolvimento do SNC (genes que alteram migração dos neurônicos), pp embrionário, causando uma lesão pré-frontal precoce. Com essa lesão na via mesocortical, há uma perda da modulação da via mesolímbica, que apresenta uma hiperatividade dopaminérgica, causando os efeitos positivos. b) Importância das novas drogas na abordagem terapêutica da esquizofrenia. As novas drogas são importantes na tentativa de diminuição dos efeitos colaterais resultantes do antagonismo dos receptores não só D2, como os histamínicos, muscarínicos e alfa 2 adrenérgicos. Eles são antipsicóticos atípicos que possuem múltiplos mecanismos de ação, de modo que o bloqueio D2 aconteça na via mesolímbica, enquanto que nas vias mesocortical e Nigro-estriatal, há um bloqueio 5HT2A, diminuindo a serotonina e aumentando a dopamina em tais locais. Com isso, diminui a Síndrome Extra-Piramidal e os efeitos negativos. 4) Descreva os efeitos adversos dos Antipsicóticos. Os efeitos adversos dos Antipsicóticos são resultantes, basicamente, do antagonismo D2 nas demais vias dopaminérgicas, no bloqueio muscarínico, alfa 2 adrenérgico e histamínico; Vias Dopaminérgicas: 1) Via Nigro-Estriatal: pode gerar o chamado Parkinsonismo Farmacológico pela crise extrapiramidal Os efeitos Extra-Piramidais Iniciais são as reações distônicas agudas, acatisia e Síndrome Parkinsoniana. Tardiamente, podemos ter discinesia tardia, convulsões e tremores periorais. Obs:Alguns pacientes mais sensíveis a esse antagonismo D2 no estriado podem apresentar a chamada Síndrome Neuroléptica Maligna Catatonia, estupor (Síndrome Extra-Piramidal) Tremor Rude Lesão muscular Inibição da sudorese -> hipertermia Instabilidade autonômica (flutuação na PA) 2) Via Mesocortical: agravamento dos sintomas negativos da psicose 3) Via Tubero-Infundibular: aumento da secreção de prolactina, podendo causar galacteorréia em mulheres, ginecomastia, disfunção erétil em homens. 4) Via Incerto-hipotalâmica: as projeções para a área pré-óptica, que leva a regulação sexual, faz com que haja uma diminuição da libido e do desejo sexual. (Isso é potencialmente interessante em um paciente esquizofrênico que está hiperssexualizado). 5) Via Medulo-periventricular: leva ao aumento do apetite 6) No bulbo, age sobre a zona deflagradora, tendo efeito anti-emético. Bloqueio Alfa 2 – Adrenérgico: hipotensão postural, obstrução nasal, Síncope, dificuldade de ejacular Bloqueio muscarínico: xerostomia, ciclopegia, constipação, retenção urinária Bloqueio histamínico: ganho de peso e hiperfagia; sedação 5) Discuta as bases farmacológicas mais aceitas da depressão e os mecanismos das principais drogas usadas no tratamento. 6) Conceitue drogas de abuso, classifique, dando exemplos, e cite 2 drogas lícitas e 2 ilícitas que causam dependência. 7) Descreva os 3 mec. de ação dos anti-convulsivantes e dê exemplos de drogas para cada um deles. Diminuição da estimulação via glutamato. Topiromato Aumento da resposta inibitória pela ativação da via gabaérgica; Inibição da Gaba transaminase: vigabatrina e valproato Estimulação receptores GABA-A: fenobarbital e benzodiazepinicos Inibidor do GAT1 (transportador de recaptação): Tiagabina Aumento do período refratário pela inativação dos canais de sódio.Ex: carbamazepina, fenitoina, valproato 8) Pq os antidepressivos só atuam após 4 semanas de uso (+ de uma evidência)? A longo prazo, verificamos uma série de efeitos em relação aos receptores que promovem uma potencialização proeminente na neurotransmissão serotoninérgica e adrenérgica: Redução progressiva do Número e Sensibilidade de β-Adrenoceptores no SNC. Essa perda das influencias beta-adrenérgicas inibitórias nos neurônios serotoninérgicos aumenta a liberação de sertononina. Redução da Sensibilidade de α2-Adrenoceptores Présinápticos (autoreceptores) no SNC. Logo após a administração do antidepressivo triciclico, a retroalimentação negativa desses receptores é ativada, limitando a quantidade de NE na sinapse. Com a exposição repetida ao fármaco, as respostas desses receptores diminuem, o que permite a maior produção e a liberação pré-sináptica de NE. Aumento do Número e/ou Sensibilidade de α2- Adrenoceptores Pós-Sinápticos no SNC. Facilitação indireta da neurotransmissão da serotonina pelos heterorreceptores alfa 1 excitatório. Redução do Número de Recpetores 5-HT2 Pré-sinápticos no SNC Aumento da Atividade 5-HTérgica no SNC. 9) Caso Clínico sobre estado epilético. Descreva o mec. de ação das drogas usadas neste caso. O estado de mal epiléptico é uma emergência neurológica cuja terapia consiste na rápida interrupção da atividade convulsiva comportalmente e elétrica. Os fármacos devem ser administrados por via venoso. Estudos revelam quatro tratamentos intravenosos possíveis: - Diazepam seguido de Feniltoína Diazepam é um BZD cuja meia vida é alta e apresenta, em sua metabolização, formação de compostos ativos. Seu mecanismo de ação baseia-se na ligação nos sítios BZD1 ou BZD2 nos receptores GABA-A, de modo a trava-los em sua conformação de alta afinidade pelo GABA. Dessa forma, aumenta-se a transmissão gabaminérgica que é inibitória. Já a Fenitoína é um fármaco que age nos canais de sódio, deixando-os em uma conformação inativa, o que gera o aumento do período refratário. - Lorazepam (significativamente melhor) Outro BZD, só que de meia-vida mais curta. - Fenobarbital Ùnico barbiturico em cuja concentração máxima anticonvulsivante, não atinge efeitos hipnóticos. Mecanismo de ação baseia-se na ação nos receptores GABA-A, aumentando a transmissão gabaminérgica. - Fenitoína isolada 10) Pq se usa Carbidopa associada a Levodopa? Uma vez que a Doença de Parkinson é caracterizada por uma hiperatividade colinérgica do estriatum por uma falha da inibição reflexa, as duas maneiras encontradas para o tratamento consistem na inibição colinérgica ou estimulação da inibição mediada pela via dopaminérgica Nigro-estriatal. administração de dopamina: não absorvível pelo TGI; não atravessa BHE; o pouco que é absorvido, tem forte efeito sobre o TGI (náusea, vomito, diarréia) Administração do precursos, a L-DOPA, de modo a promover a saturação do sistema e a maximização da produção de dopamina. No entanto, a L-Dopa é absorvida pelo TGI, ela não passa a barreia hematoencefálica, é preciso de um transportador. Boa parte da LDOPA absorvida é transformada já no epitélio do TGI, e outra parte que não é biotransformada, vai pela circulação porta para o fígado, onde é inativada pela MAO. Portanto, pouquíssima quantidade chega ao cérebro, mostrando uma BAIXISSIMA BIODISPONIBILIDADE. (cada 100mg que você dá de L-Dopa via oral, somente 3 a 5 mg chegam na Cava ). É preciso uma dose muito alta para a eficácia, o que acaba exacerbando os efeitos colaterais. ( A dopamina gerada no epitélio do intestino tem muito efeito como vasodilação esplâncnica, o que pode gerar hipotensão). Inibidor periférico da descarboxilase, (CARBIDOPA) aumenta a meia-vida da L-DOPA, diminuindo sua formação periférico, proporcionando maior oferta ao cérebro: cega maior quantidade à veia cava e à circulação cerebral. Com isso, necessita-se uma menor dose de administração pelo aumento da biodisponibilidade, o que dimiui os efeitos colaterais periféricos. 11) Falar sobre os efeitos dos anestésicos halogenados no coração e relacione com a morbidade da anestesia. Os Fármacos Inalatorios levam a diminuição da pressão arterial (por depressão miocárdica direta) e ausência de resposta taquicardica reflexa. Age sobre o ritmo levando a bradicardia sinusal. O Isoflurano age também como vasodilatador, inclusive, dos vasos coronarianos. 12) Discuta o mec. de ação dos BZD, Barbitúricos e Zolpidem. Os Benzodiazepinicos agem seletivamente sobre o receptor GABA-A (ionotrópico) em sítios específicos (BZD 1 e BZD2; cada fármaco age em um diferente) de forma que o receptor se mantém em uma conformação de alta afinidade pelo GABA, de forma a potencializar a ação do mesmo (aumentar a condutância de cloro pelo canal).É importante lembrar que mesmo em doses altas, ele não abre o canal de cloro, ele é sempre GABA dependente. Os Barbitúricos agem no receptor GABA A, mas não são seletivos, isto é, podem agir também nos receptores GABA-B e GABA-C. Possuem ação semelhante, no entanto, em doses altas, possuem efeito GABA mimético, podendo, ele mesmo, abrir o canal de cloro e gerar a hiperpolarização. O Zolpidem é um hipnótico de última geração com mecanismo de ação semelhante aos dos BZD, porém com ligação seletiva ao BZD1 do receptor GABA (BZD 1 presente em grande densidade no hipocampo e córtex). Seu efeito é apenas hipnótico, e sua vantagem em relação aos demais, é efeito muito próximo ao sono fisiológico e sua meia-vida curta. 1. Descrever as características farmacodinâmicas dos ansiolíticos, ressaltando as diferenças entre os benzodiazepínicos e a buspirona, discutindo as implicações terapêuticas destes medicamentos e a relação risco/beneficio. A Buspirona é um agonista parcial dos receptores pré-sinápticos 5HT1, que possuem ação inibitória sobre a via serotoninérgica. Por ser “parcial”, não há um efeito máximo de inibição, o que gera um mecanismo de up regulation desses receptores, aumentando assim a eficiência da inibição, gerando um efeito ansiolítico (efeito em longo prazo; envolve a síntese de novos receptores). Por esse efeito de latência de dias e semanas, sua indicação é para a manutenção do paciente, nunca como droga de primeira escolha (usa-se um BZD). Dentre os efeitos colaterais, vertigem, náusea e cefaléia. 2. Descrever as características farmacocinéticas dos benzodiazepínicos, relacionandoas com as indicações terapêuticas destes medicamentos. As características farmacocinéticas relacionadas com a indicação terapêutica referem pp à biotransformação dos Benzodiazepínicos. Alguns são metabolizados em compostos inativos que logo serão eliminados; portanto, possuem uma duração de ação menor. Já outros, como o Diazepam, são metabolizados em compostos ativos, que ainda possuem certa atividade farmacológica, o que aumenta a duração de ação do fármaco. Essa diferença tem uma grande importância clínica, já que naqueles pacientes em que se quer atingir apenas um efeito hipnótico (dormir a noite; atividade durante o dia), é preciso que seja um remédio de curta duração (só pela noite), e, portanto, será receitado o BZD cujo metabolismo gera composto inativo (, Midazolan). Já em um paciente cujo efeito a ser atingido é o ansiolítico, utiliza-se aqueles de duração de ação é maior, em que há biotransformação em metabólitos ativos. O mesmo raciocínio é para a meia-vida (fármacos que mesmo não gerando composto ativo, possuem uma meia-vida muito grande – 50 horas, como o Clonazepam, são indicados como Ansiolíticos) Outro fator a ser considerado é a dose: em baixas doses de um BDZ, há apenas um apenas um efeito ansiolítico. Conforme há um aumento da dose, há o efeito hipnótico. 3. Quais as opções para o controle de crises tônico-clônicas generalizadas em criança? Quais as complicações mais comuns da(s) terapia(s) escolhida(s) nesses casos? O anticonvulsivante mais comumente usado é a fenitoína, cujo mecanismo de ação consiste na estabilização dos canais de sódio em sua conformação inativa, promovendo um aumento do período refratário. Embora seja muito eficaz, os efeitos colaterais como hirsutismo, hiperplasia gengival, Sd de Steven Jonhson, osteomalácia, anemia megaloblástica e hepatotoxicidade podem ser suficientes para a interrupção do tratamento. Outro fármaco usado é o barbitúrico Fenobarbital, cuja ação baseia-se na abertura dos canais associados ao receptor GABA-A. Nesse caso, os efeitos colaterais mais comumente encontrados são o rash cutâneo, hipoprotrombinemia, anemia megaloblástica, sedação e alteração de comportamento (irritabilidade e hiperatividade), sendo este principalmente em criança, o que faz limitar sua escolha. Como vantagem, é bem barato. Ainda assim, em casos de intolerância, utiliza-se a Carbamazepina ou o Valproato, e em uma terceira linha de tratamento, o Topiromato (devido sua hepatotoxicidade e seu alto custo). 4. Como você explica o mecanismo pelo qual a gabapentina e o topiramato exercem efeito anticonvulsivante? A gabapentina é um anticonvulsivante sintetizado como um gabamimético, no entanto, esse seu efeito é discreto. Seu mecanismo de ação baseia-se na inibição da corrente de cálcio, levando a estabilização da despolarização. Dentre sua toxicidade, destaca-se apenas um efeito sedativo e tontura. O Topiromato é um anticonvulsivante cujo mecanismo de ação baseia-se na ativação de correntes de potássio hiperpolarizante e limitação da ativiação dos subtipos AMPA/Kaianato de receptores glumatérgicos (por bloqueio). 5. A carbamazepina é utilizada tanto no controle das crises parciais complexas como em outras situações. Quais as outras indicações que você conhece e quais as complicações mais usuais do tratamento. Neuralgia do trigêmeo, dor do paraplégico, dor neuropática, distrofia simpática reflexa, transtorno bipolar Seminário de Antidepressivos: 1. Comparar o uso de clomipramina (Anafranil®) e tranilcipromina (Parnate®) quanto às indicações, ao mecanismo de ação molecular primário, efeitos adversos e contraindicações. Por que são considerados padrão ouro em psiquiatria e quais as limitações do seu uso? Tranilcipromina (parnate) é um inibidor irreversível da MAO, enzima localizada na membrana mitocondrial. A inibição da mesma leva a diminuição do metabolismo e aumento subseqüente na concentração das aminas biogênicas. No sistema nervoso, está a MAO-A predominantemente nos neurônios noradrenérgicos e serotoninérgico, enquanto a MAO-B nos neurônios dopaminérgico e histaminérgicos. Inibidor da MAO-A é mais eficaz no tratamento de depressão maior, enquanto o inibidor da MAO-B no tto da doença de Parkinson em estagio inicial e atua potencializando a dopamina nos neurônios nigroestriatais em processo de degeneração. Em geral, considerado opção tardia para o tratamento da depressão grave em virtude das reações tóxicas. Efeitos Colaterais: Insonia, irritabilidade, agitação Conversão da depressão inibida em ansiosa ou agitada (risco de suicídio -> monitorização) Conversão da depressão em hipomania ou mania Síndrome Hipertensiva (hipotensão postural, as vezes com aumento brando e persistente da p.a.diastolica) Obs: Paciente pode apresentar contração cardíaca simulando um IAM, enquanto que na verdade só está tendo um vasoespasmo. Para tratar, só retirar a medicação. É válido lembrar que a NE não tem efeito beta-2. Respostas autônomas relacionadas aos efeitos anti-muscarícos: xerostomia, retenção urinaria, constipação, disfunção erétil, ejaculação precoce, hipotensão ortostática. Lupus Like Hepatotoxicidade Discrasias Sanguineas (bem raro) Contra Indicação: 1. Hipertensão Arterial 2. Historia pregressa de AVC, IAM, ICC 3. Antecedentes de Insuficiência Hepática e Icterícia 4. Prudência em Toxicomania e em Etilismo Crônico Obs: Alimentos ricos em Tiramina e os IMAOS Tiramina é um substrato para a MAO, que, por estar inibida, não vai metabolizá-la. Com isso, a Tiramina chega ao cérebro e “tira “ a NE por competição, levando a uma resposta hipertensiva. Seu inibidor reversível é a Moclobemida, compete com a Tiramina pela MAO. A clomipramina é um antidepressivo tricíclico que bloqueia a recaptação neuronial relativamente seletiva pra serotonina. Efeitos Colaterais 1. . VIRADA DO HUMOR EM PACIENTES BIPOLARES. 2. PSICOSE TÓXICA (IDOSOS). 3. SEDAÇÃO – AGITAÇÃO E INSÔNIA. 4. TREMORES FINOS. 5. CRISES CONVULSIVAS (1 – 4%) MANIA OU PSICOSE TÓXICA – RETIRADA DO FÁRMACO E TRATAMENTO COM ANTIPSICÓTICOS. XEROSTOMIA, MIDRÍASE, CICLOPLEGIA, EXACERBAÇÃO DO GLAUCOMA, POLIACIÚRIA, RETENÇÃO URINÁRIA, CONSTIPAÇÃO INTESTINAL. ÍLEO PARALÍTICO (raro) CONDUTA: Efeitos Anti-ACh: Fisostigmina (1 - 3 mg) ou Betanecol (25 mg, 2 a 3 x dia) Suspensão em caso de Íleo Paralítico ou Retenção Urinária. HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA, EJACULAÇÃO RETRÓGRADA SUPERDOSAGEM: CARDIOTÓXICOS. TAQUICARDIA – ARRITIMIAS. No ECG: ↑ Intervalo QT, ↓ Segmento ST e Achatamento da Onda T; ATIVIDADE ECTÓPICA VENTRICULAR; AGRAVAMENTO DE BLOQUEIO DE RAMO; Contra-Indicação: Glaucoma de Ângulo Fechado Hiperplasia Prostática Benigna ICC descompensada Arritimias Contra-Indicação Relativa: Insuficiência Coronariana Alterações Orgânicas Cerebrais Flebites Aterosclerose generalizada Epilepsia Insuficiência Hepática e Renal Aumentam níveis de ADTs Cloranfenicol Corticosteróides Dissulfiram Fluoxetina Meperidina Metilfenidato Morfina Neurolépticos Diminuem níveis de ADTs Álcool Barbitúricos Carbamazepina Contraceptivos Orais Nicotina Glutetimida Hidrato de Cloral 2. Discutir o uso de fluoxetina, venlafaxina, bupropiona e mirtazapina. Quais as indicações clínicas e os efeitos adversos mais importantes? Fluoxetina (PROZAC) – Inibidor Seletivo da recaptação de Serotonina Psicoestimulante – ansiedade e insônia. Anorexia – perda ponderal Distúrbios gastrintestinais – náuseas, diarréia Disfunção sexual Inibidores do CYP ISRS e acatisia em doses altas; Venlafaxina Bupropiona – Inibidor seletivo da recaptação de NE/DO Formulação de liberação prolongada aumentou a tolerabilidade (Bupropiona SR) Não provoca disfunção sexual (aumenta a atividade dopaminérgica) Reduz a “fissura” associada à interrupção do tabagismo. HEMATOLÓGICOS (anemia, leucocitose,leucopenia, trombocitopenia), HIPERTENSÃO, ARRITMIAS, HIPOTENSÃO POSTURAL, TAQUICARDIA, FOGACHO, CEFALÉIA, ENXAQUECA, TREMOR, AGITAÇÃO, ANSIEDADE, DELÍRIO, INSÔNIA, PARASSONIAS, CONVULSÕES, NÁUSEAS, DOR ABDOMINAL, XEROSTOMIA, REAÇÕES ALÉRGICAS, AUMENTO DA LIBIDO, DISFUNÇÃO ERÉTIL E ALTERAÇÕES NO ORGASMO, ASTENIA, FEBRE. Mirtazapina: AÇÃO MOLECULAR: Bloqueio α2, 5-HT2a, 5-HT2c, 5-HT3 e anti-H1. FEITOS ADVERSOS – SEDAÇÃO E GANHO PONDERAL (H1). EFEITOS ADVERSOS RAROS – HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA, MANIA, CONVUSÕES, TREMORES, EDEMA, APLASIA DE MEDULA (Agranulocitose, Anemia aplástica). USO CLÍNICO – PRIMEIRA LINHA NA DEPRESSÃO; PÂNICO; TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada). 3. Discutir o uso de antidepressivos em transtornos relacionados à impulsividade e ao déficit de "filtro". Quais os fármacos mais indicados em cada caso? Que associações farmacológicas trazem ganho ao paciente em cada caso? 4. Discutir o uso clínico do lítio, explicando as indicações, efeitos adversos, contraindicações e cuidados com o uso: Mecanismos de Ação: O lítio possui uma ação seletiva inibindo a monofosfatase do inositol, impedindo a hidrolise de Inositol Fosfato a Inositol, reduzindo a formação de IP3. Redução na função de proteinocinases como PKC subtipos alfa e beta. Modificação de respostas mediadas pela adenilciclase ou fosfolipase C em outros tecidos, incluindo a ação do ADH e hormônio estimulador da tireóide (Há a redução da produção de AMPc) Produz perda de K+ e leva a despolarização celular Pode aumentar transitoriamente a liberação de serotonina, especialmente no sistema límbico. Aumenta captação de L-triptofano Farmacocinética: Absorção Oral: completa em 8 horas. Pico de Concentração Plasmática: 2 a 4 horas. Distribuição: Não se liga a Ptns plasmáticas. Inicialmente, é distribuído no liquido extracelular e depois se acumula gradativamente em diversos tecidos. VD: 0,7 a 0,9 litros/kg. Passagem lenta pela BHE: ponto de equilíbrio em 24 horas. Concentração no Líquor: 40 - 50% da Concentração Plasmática. Excreção Quase Exclusivamente Renal: 95% de uma dose única. Reabsorção nos TCP e Alça de Henle: 80% Meia-Vida de Eliminação: 24 a 48 horas. Clearance Renal: 15 a 30 ml/min. Obs: Transpiração profusa pode ser uma excreção, pela secreção preferencial de lítio no suor do que o sódio; A excreção renal aumentada pode ocorrer por diuréticos osmóticos, acetazolamida ou aminofilina, triantereno (sugere que haja excreção de lítio também no nefron distal). Retenção de Lítio ocorre com diuréticos capazes de eliminarem sódio, como o caso dos tiazídicos. AINES aumentam a reabsorção de lítio no TCP Contra Indicação: 1. Amamentação -> Lítio é secretado no leite humano 2. 1º trimestre da gravidez: Mal formação Cardíaca 3. Arritmias 4. História de Doença Renal Concentração eficaz e segura oscila entre 0,6 a 1,25 mEq/l. Efeitos Tóxicos: Intoxicação aguda: vômitos, diarréia profusa, tremor grosseiro, ataxia, coma e convulsões. Toxicidade mais branda (durante pico absortivo de lítio). Náuseas e vomitos, dor abdominal, diarréia, sedação e tremor fino. Efeitos graves: confusão mental, hiperreflexia, tremor grosseiro, disartria, convulsões, déficits de nervos cranianos e outros sinais neurológicos focais. Outros efeitos tóxicos: arritmias, hipotensão e albuminúria. Nos primeiros dias de tratamento, há aumento da excreção de sódio, potássio e água, não se estendendo, em geral, por mais de 24 horas. Nos próximos 4 a 5 dias, há tendência de retenção de sódio (associado ao aumento de aldosterona), o que pode gerar edema de MMII. Em alguns pacientes, pode ocorrer crescimento indolor, difuso e benigno da tireóide, sugerindo comprometimento da função tireoidiana. Isso se dá pq a captação de iodo pela tireóide está diminuída e há uma elevação do TSH. Polidipsia e Poliúria (em geral no inicio/ se for mais tardio, é preciso avaliar função renal e pensar em adicionar amilorida): Diabetes Insipidus Nefrogênico Adquirido. Reações Alérgicas e Dermatites; Agravamento da acne. Na gravidez, acentuação da poliúria materna. Uso na gravidez associado a bócio, depressão do SNC, hipotonia (síndrome do bebê flácido), sopro cardíaco em recémnascido. Tratamento da intoxicação pelo lítio: Diálise para remover o íon do corpo, necessária em casos graves (4mEq/L em overdose aguda ou 1,5 mEq/l em overdose crônica). Interações: Diuréticos, AINES; Aumento do risco de toxicidade do SNC quando em combinação com haloperidol Indicações Terapêuticas: Bipolar: pacientes colaborativos com ingestão normal de Sódio e nenhuma anormalidade nas funções cardíaca e renal. Mania: usado em mania aguda, mas raramente como único tratamento pelo inicio de ação lenta, necessidade de monitorização e dificuldade de obediência ao esquema. Em vez disso, utiliza-se antipsicotico ou benzo sedativo potente ; Alternativamente, usa-se o anticonvulsionante valproato de sódio, que tem efeitos antimaníacos rápidos em doses altas. Quando o paciente estiver estabilizado, inicia-se o uso do Lítio Depressão maior: usado como suplemento. 5. Pacientes bipolares de ciclagem rápida em geral não respondem bem à litioterapia. Discutir as alternativas clínicas ao lítio para estabilizar o humor de pacientes bipolares. Efeitos adversos e contra-indicações. Divalproato de sódio (Depakote) – formulação que reduz os efeitos gastrintestinais do valproato. Tratamento de primeira linha no paciente bipolar. Associação com Lítio em pacientes refratários, em especial em pacientes de ciclagem rápida e mistos. Efeitos colaterais “inaceitáveis” em mulheres: alopécia, ganho ponderal e sedação. Teratogênese (defeitos no tubo neural do feto). Outros efeitos: distúrbios menstruais, ovários policísticos, hiperandrogenismo, obesidade e resistência à insulina.