4. Uso de Medicamentos Estimuladores da Eritropoiese João Egídio Romão Junior e Marcus Gomes Bastos RECOMENDAÇÕES em pacientes em uso de MEEs, principalmente até que a hemoglobina alvo seja atingida (Evidência B). RECOMENDAÇÃO 4.1 RECOMENDAÇÃO 4.1.5 Os MEEs devem ser considerados para todos os pacientes com DRC que apresentem hemoglobina abaixo de 11g/dL, quando outras causas de anemia foram excluídas e os estoques de ferro estiverem adequados. (Evidência A) RECOMENDAÇÃO 4.1.1 A dose e a freqüência de uso dos MEEs na fase de correção devem ser determinadas pela hemoglobina inicial do paciente, pela velocidade de aumento da hemoglobina, características clínicas do paciente e classe do medicamento. (Evidência A) RECOMENDAÇÃO 4.1.2 A via preferencial de administração de MEEs é a subcutânea, sendo que a via intravenosa favorece por conveniência os pacientes em hemodiálise. (Evidência A) RECOMENDAÇÃO 4.1.3 O incremento mensal da hemoglobina, na fase de correção, deve ser de 1,0-2,0g/dL; se menor do que 1,0g/dL, aumentar a dose de MEEs em 25% e, se maior que 2,0g/dL, reduzir em 25%-50%. A dose de manutenção e a freqüência de administração do MEEs deverão ser ajustadas para manter a hemoglobina na faixa alvo, evitando-se a sua suspensão abrupta. (Evidência C) RECOMENDAÇÃO 4.1.4 A pressão arterial, o acesso vascular e a adequação da diálise devem ser atentamente avaliados A resistência ao uso de MEEs deve ser avaliada quando ocorrer falha em alcançar a concentração de hemoglobina alvo com dose semanal de eritropoetina superior a 300UI/kg/semana (aproximadamente 20.000UI/ semana) ou quando houver necessidade de doses cada vez maiores de MEEs para manter a hemoglobina alvo (Evidência B). JUSTIFICATIVAS A decisão de uso de MEE para cada paciente deve se basear nos benefícios potenciais deste tratamento (incluindo melhoria na qualidade de vida do paciente, redução da morbidade e da mortalidade e redução da necessidade de transfusões de sangue) e em seus riscos conhecidos. Na ausência de outras causas de anemia na DRC (Tabela 1), o uso de medicamentos estimuladores da eritropoiese é essencial no controle da anemia em todos os seus estágios evolutivos, incluindo pacientes mantidos em tratamento dialítico e aqueles transplantados renais1-5. Tabela 1. Outras causas de anemia na DRC. Deficiência absoluta ou funcional de ferro Subdiálise – diálise inadequada Infecção Microinflamação Sangramento crônico Osteíte fibrosa - hiperparatireoidismo Hemoglobinopatias Intoxicação por alumínio Mieloma múltiplo Neoplasias em geral Deficiência de vitamina B12 Deficiência de folato Desnutrição Hemólise Perda de sangue no circuito extracorpóreo Efeitos adversos de alguns medicamentos Presença de aloenxerto renal não funcionante J Bras Nefrol Volume 29 - nº 4 - Supl. 4 - Dezembro de 2007 O uso sistemático dos MEEs e a conseqüente correção da anemia levam à redução da necessidade de transfusões de sangue, da morbidade cardiovascular e da mortalidade dos pacientes6,7. É descrito aumento da capacidade física e do desempenho sexual, melhoria das funções endócrinas e imunes e melhoria da qualidade de vida de portadores de DRC8-11. A garantia de eficácia terapêutica é dada pelo planejamento do tratamento inicial e de manutenção, que inclui a continuidade do fornecimento dos MEEs, na flexibilidade de dispensação e de administração, na preferência do paciente para com a administração (local de aplicação, freqüência de doses, armazenamento do medicamento, etc) e na revisão rotineira deste planejamento de acordo com as mudanças de necessidades12,13. Uma possível desvantagem do tratamento com MEEs seria a aceleração da progressão da DRC que, contudo, não foi confirmada em estudos em humanos14,15. Antes do uso de MEE, há necessidade de se assegurar que o paciente tenha estoque de ferro suficiente para alcançar e manter os níveis de hemoglobina planejados16,17. Os MEEs disponíveis e suas características principais de uso clínico devem ser de conhecimento do prescritor. Nos últimos anos, novos MEEs tornaram-se disponíveis para o uso clínico e as evidências indicam que haja equivalência de eficácia entre eles1,18-21. A primeira geração de MEE corresponde à eritropoetina recombinante humana, caracterizada pela eficiência, grande segurança e uma meia-vida curta, sendo administrada por via subcutânea (uma a três vezes/semana) ou intravenosa (duas a três vezes/semana)1. Há cerca de dez anos, disponibilizou-se a darbepoetina, medicamento com maior estabilidade metabólica e meia-vida mais longa que a eritropoetina, permitindo a sua utilização uma a duas vezes/mês18,19. Mais recentemente foi introduzida uma terceira geração de MEE, o ativador contínuo de receptor da eritropoetina - CERA (continuous erythropoietin receptor activator), que apresenta meia-vida ainda maior do que às dos MEEs de primeira e segunda geração20,21. A dose inicial de MEE para correção da anemia depende de vários fatores, principalmente da intensidade da anemia22. Recomenda-se iniciar o tratamento com MEE na dose mínima eficaz, que determine o aumento gradativo da hemoglobina até o nível alvo e, assim, evita- se a transfusão sangüínea. A eritropoetina deve ser iniciada na dose de 50-100U/kg/semana, em três aplicações1,2,12. A darbepoetina pode ser administrada por via subcutânea ou intravenosa, na dose de 0,45µg/kg uma vez por semana ou 0,75µg/kg a cada 15 dias12,18,19. A dose inicial recomendada de CERA é de 0,60µg/kg, administrada a cada duas semanas em dose única intravenosa ou subcutânea23,24, (Tabela 2). Durante a fase de correção, o valor da hemoglobina deve ser monitorado a cada duas a quatro semanas. Em geral, o objetivo inicial do tratamento com MEE é alcançar uma taxa de aumento mensal da hemoglobina de 1,0-2,0g/dL. O aumento da dose do MEE em 25% deve ser considerado se não se observar esta resposta terapêutica e a hemoglobina permanecer abaixo de 11g/dL. Uma taxa de aumento mensal da hemoglobina superior a 2g/dL é considerada indesejada e, neste caso, recomenda-se reduzir em 25% a 50% a dose de MEE em uso, mas não necessariamente interromper a sua administração22. Uma vez alcançado o valor alvo de hemoglobina, pode ser necessário fazer ajustes na dose e na freqüência dos MEEs. As evidências mostram que níveis de hemoglobina estáveis podem ser alcançados e mantidos ajustando-se a dose do MEE à resposta da hemoglobina do paciente18,19. Mudanças de dosagem do MEE não devem ser realizadas em período inferior a um mês18,19. Recomenda-se atenção especial à monitorização dos estoques de ferro, especialmente na fase de elevação de hemoglobina. Um problema que emerge com os esquemas terapêuticos com os MEEs é a manutenção dos níveis alvos de hemoglobina. Estudos observacionais em pacientes hemodialisados têm evidenciado que, durante o tratamento com MEEs, pode ocorrer grande variabilidade dos níveis de hemoglobina intra-pacientes ao longo do tempo e que a amplitude e duração das flutuações da hemoglobina em pacientes individuais são preditores de hospitalização e mortalidade independente dos níveis médios de hemoglobina observados25-28. Por outro lado, observou-se que o tempo de permanência na faixa alvo de hemoglobina durante o primeiro ano de tratamento com epoietinas se correlacionou com menor perda da filtração glomerular em pacientes com DRC pré-dialítica29. Tabela 2. Doses recomendadas para uso dos MEEs. Medicamento Eritropoetina Darbepoetina CERA Dose Inicial 50-100UI/kg/semana, em três doses semanais 0,45µg/kg/semana ou 0,75µm/kg a cada duas semanas 0,60µg/kg, a cada duas semanas 13 Dose de Manutenção 20%-30% menor que a dose usada na fase de correção da anemia 20%-30% menor que a dose usada na fase de correção da anemia 60-180µg a cada duas semanas ou 120-360µg a cada mês 14 A freqüência de uso da eritropoetina em pacientes mantidos em hemodiálise e recebendo este medicamento por via intravenosa deve ser de três vezes por semana na fase de correção da anemia1,12. Não há evidências que suportem o uso de eritropoetina intravenosa uma vez por semana. Entretanto, a freqüência de uso de eritropoetina pode ser reduzida para duas vezes por semana por via subcutânea, na fase de manutenção30. Em pacientes com DRC em fase pré-dialítica, naqueles mantidos em diálise peritoneal e em transplantados de rim, a eritropoetina pode ser administrada por via subcutânea, três vezes por semana durante a fase de correção e uma vez por semana durante a fase de manutenção com eritropoetinas30,31. O tratamento de manutenção com a darbepoetina alfa e com CERA pode ser realizado com administrações subcutâneas ou intravenosas (convenientes para os pacientes em hemodiálise) duas vezes por mês18, 32. A escolha da via de administração deve ser discutida entre o médico prescritor e o paciente, levando-se em consideração o tipo de tratamento para a DRC em uso, desconforto na administração, a freqüência de uso do MEE, a sua eficácia e as preferências do paciente. A maioria dos estudos indica que a via subcutânea é mais eficiente do que a via intravenosa, para a maioria dos pacientes com DRC, devido a suas características farmacodinâmicas16,17,33. Por outro lado, devido ao desconforto que o uso de eritropoetina por via subcutânea traz a alguns pacientes mantidos em hemodiálise, sugere-se o seu uso por via intravenosa. A eritropoetina distribuída pelo laboratório Jansen-Cilag (Eprex®) não é recomendada em bula para uso subcutâneo, devido à associação com casos de aplasia pura de células vermelhas, ocasionada por anticorpos neutralizantes antieritropoetina34. Em pacientes com DRC em fase pré-diálise, há suficientes argumentos na literatura a favor do uso de eritropoetina por via subcutânea12,15,20. A administração de eritropoetina por via intraperitoneal em pacientes mantidos em diálise peritoneal ambulatorial contínua mostrou-se segura, porém de relativa ineficiência35. As complicações mais comuns relacionadas ao tratamento com os MEEs são aumento da pressão arterial e a trombose do acesso vascular12,17. Cerca de um quarto dos pacientes em diálise tratados com MEE desenvolvem hipertensão arterial ou necessitam de aumento de medicamentos anti-hipertensivos17. O principal mecanismo de hipertensão arterial induzido pelos MEEs é a vasoconstricção e recomenda-se o controle prévio da pressão arterial nos pacientes hipertensos, antes de iniciar o tratamento para a anemia. A trombose do acesso vascular para hemodiálise deve-se à melhora da função plaquetária decorrente da administração dos MEEs36, 4. Uso de Medicamentos Estimuladores da Eritropoiese sendo este risco maior nos pacientes portadores de enxertos sintéticos37,38. O esquema dialítico não deve ser alterado em pacientes tratados com os MEEs, visto que não se evidenciou perda da eficiência de depuração do dialisador, aumento de necessidade de anticoagulação durante a hemodiálise e maior freqüência de hiperpotassemia com a correção da anemia17. O uso dos MEEs na gravidez é considerado categoria “C”, ou seja, risco não pode ser descartado. Contudo, até o momento não existem estudos em seres humanos que comprovem risco fetal, o que poderia justificar, pelo benefício, o emprego dos MEEs na gravidez 39,40. A resistência ao uso de MEEs não é freqüente e quase sempre é relativa e não absoluta, ou seja, a resposta ao uso do MEE fica abaixo daquela esperada para a dose e o tempo de uso da droga. Define-se como resistência ao uso de MEE a necessidade continuada de uso de doses elevadas de eritropoetina (~300UI/kg/ semana ou >20.000UI/semana) ou de darbepoetina (>1,5µg/kg ou ~100 µg/semana)1. Antes de se firmar o diagnóstico de resistência ao MEE, é necessário descartar outras possíveis causas, como as relatadas na Tabela 1. As causas mais comuns de resistência ao uso de MEE são a deficiência de ferro, tanto absoluta como funcional, e a inflamação40-42. Entretanto, é descrita na literatura uma série de possíveis causas, como as apresentadas na Tabela 3. Tabela 3. Causas de resistência ao uso dos MEEs. Perda crônica de sangue Hiperparatireoidismo/osteíte fibrosa Toxicidade por alumínio Hemoglobinopatias (talassemia alfa e beta, anemia falciforme) Deficiência de vitaminas (por ex., deficiência de folato e vitamina B) Mieloma múltiplo, mielofibrose Outras neoplasias Desnutrição Hemólise Diálise inadequada Efeitos colaterais de certos medicamentos (por ex., agentes imunossupressores, citotóxicos, inibidores da enzima conversora da angiotensina) REFERÊNCIAS 1. Eschbach J.W. The anemia of chronic renal failure: Pathophysiology and the effects of recombinant erythropoietin. Kidney Int 1989;35:134-48. 2. The US Recombinant Human Erythropoietin Predialysis Study Group. Double-blind, placebo-controlled study of the therapeutic use of recombinant human erythropoietin for anemia associated with chronic renal failure in predialysis patients. 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