Aquecimento global e o futuro: Impactos na Biodiversidade, Saúde e Agricultura Foz do Iguaçu 17 de março de 2016 Eduardo Assad Embrapa INTRODUÇÃO Um estudo produzido pelo Pew Research Center-EUA, mostra que: • Os brasileiros são os mais preocupados com o clima entre populações de 40 países. • Para 86% da população nacional a mudança climática “é um problema muito sério”. • Média global, de 54%, países que mais poluem : Estados Unidos (45%) e China (18%, o pior percentual da pesquisa). • Nações desenvolvidas, como Reino Unido (41%), Alemanha (55%) e Japão (45%). Nesta década o Brasil sofreu e continua sendo afetado por extremos climáticos classificados como “eventos do Século”, com grandes impactos na economia e nos ecossistemas. Somente considerando a Seca do Sudeste do Brasil de 2014-15, a Munich-Re, a mais antiga companhia de resseguros da Alemanha avaliou que esta seca foi o quinto desastre natural mais custoso no mundo em 2014, com perdas estimadas em 5 bilhões de dólares americanos. O Brasil é vulnerável aos extremos da variabilidade do clima no presente, e pode piorar no futuro devido ao aquecimento global que tem impactos regionalmente diferentes. O que vem por aí • Barreiras não tarifárias • Intensificação produção • Impactos da agricultura na saúde • Inovação tecnológica • Logística • Mercado verde • Pagamento por serviços ambientais • Cadastro ambiental rural • Agricultura ABC • Politica Florestal • Política bioenergética(?) • GRIN Avanços na modelagem do Clima Tempo 1990 FAR -Circulação ATM -Radiação 1996 SAR = FAR + -Atividade Vulcânica -Emissão Sulfatos -Gelo Marinho -Circulação Oceânica 2001 2007 2013 TAR = SAR + -Ciclo do Carbono -Aerossóis -Profundidade do Solo -Hidrologia -Circulação de retorno AR4 = TAR + -Química da ATM -Física do solo AR5 = AR4 + -Uso da Terra -Fisiologia da Planta - Biogeoquímica -Ecologia Marinha Utilizado neste estudo Incertezas MODELOS CLIMATICOS - AOGSMs (Atmosphere-ocean general circulation models) Número de elementos: 400 x 200 x 28 x 7= 15,9 milhões Calcula-se para cada um destes volumes: Temperatura, umidade, direção e velocidade do vento, altura geopotencial. 100 km • 28 níveis verticais 100 km 1º lat • 1º long • Modelos climáticos representação matemática do sistema terrestre Limitações na representação de processos físicos pouco conhecidos (incertezas). Melhor analise Analise tipo MME Multimodel ensemble e Modelagem regional (utilizadas neste estudos). Interações laterais Interações com a superfície Domínio Geográfico Supercomputadores • O IPCC-AR5 introduziu os novos cenários RCPs (Representative Concentration Pathways, Moss et al., 2010) que usam um sistema mais completo que os cenários do AR4 -> levam em conta os impactos das emissões, ou seja, o quanto haverá de alteração no balanço de radiação no sistema terrestre. RCP 8.5 Armazenamento em torno de 8.5 W/m2 adicionais e quecimento do planeta entre 2,6 °C e 4,8 °C em 2100. Riahi et al. (2007), Rao & Riahi (2006) Forçante radiativa antropogênica total RCP 6.0 Armazenamento adicional de ∼6 W/m2 e aquecimento do planeta entre 1,4 °C até 3,1 °C em 2100. Fujino et al. (2006), Hijioka et al. (2008) RCP 4.5 Armazenamento adicional de ∼4.5 W/m2.Esstabiliza depois de 2100. Aquecimento do planeta entre 1,1 °C e 2,6 °C. Smith and Wigley (2006), Clarke e em 2100t al. (2007), Wise et al. (2009) IS92a (SAR), SRES (TAR/AR4), RCP (AR5) Source: IPCC AR5 RCP 2.6 Pico de <3 W/m2 em 2100 e então declina até 2.6 W/m2. Aquecimento do planeta entre 0,3 °C e 1,7 °C em 2100 . van Vuuren et al. (2006; 2007) Fonte: IPCC, 2014 Análise da modelagem climática e projeções da temperatura próxima da superfície 36 35 34 33 32 31 30 29 28 27 26 25 24 23 22 Ano Histórico RCP(ECP) 8.5 RCP (ECP) 6.0 RCP (ECP) 4.5 RCP (ECP) 2.6 Histórico RCPs ECPs 1860 1870 1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 2060 2070 2080 2090 2100 2110 2120 2130 2140 2150 2160 2170 2180 2190 2200 2210 2220 2230 2240 2250 2260 2270 2280 2290 2300 oC Série temporal de temperatura média anual próxima da superfície desde 1860 até 2300. Cada linha representa a média do principal conjunto de simulações do CMIP5 para cada RCP. A unidade é oC. O valor médio da temperatura para o período de 1861-1890 (período pré-industrial) para o Brasil é de 24,41 oC. 2100 2095 2090 2085 2080 2075 2070 2065 2060 2055 2050 2045 2040 2035 2030 2025 2020 2015 2100 2095 2100 2095 2090 2085 2080 2075 2070 2065 2060 2055 2050 2045 2040 2035 2030 2025 2020 2015 R² = 0,9758 R² = 0,9874 2100 2095 2090 2085 2080 2075 2070 2065 2060 2055 2050 2045 2040 2035 2030 2025 2020 2015 Probabilidade de T>2oC (RCP 8.5) 2010 Ano 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 2010 Probabilidade de T>2oC (RCP 6.0) 2090 2085 2080 2075 2070 2065 2060 2055 2050 2045 2040 2035 2030 2025 2020 2015 2010 2005 R² = 0,9838 Ano 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Ano 2010 2005 Probabilidade de T>2oC (RCP 4.5) 2005 % Ano 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 R² = 0,8408 Probabilidade de T>2oC (RCP 2.6) 2005 O RCP 6.0 atinge valores maiores que 50% após 2040, um pouco depois do RCP 4.5, O RCP 8.5 mostra porém atinge 100% de probabilidade de maiores T>2°Cque em 50% a partir de 2030 e 2080. atinge 100% de probabilidade de a temperatura média anual exceder 2°C em 2055. % Mesmo o cenário mais otimista apresenta probabilidade de Para o RCP 4.5 aquecimento, mesmo que probabilidades maiores que baixa, para a temperatura 50% aparecem após 2035, média anual exceder 2°C em chegando próximo de 100% relação ao período Préem torno de 2100. industrial. % Probabilidades do aquecimento exceder o limite de 2oC % Resultados 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Resultados % Probabilidades do aquecimento exceder os limites de 4 até 7oC (RCP 8.5) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Ano PROB T>5 C PROB T>6 C PROB T>7 C 2030 2040 2050 2060 2070 2080 2090 2100 2110 2120 2130 2140 2150 2160 2170 2180 2190 2200 2210 2220 2230 2240 2250 2260 2270 2280 2290 2300 4oC (linha azul) 5oC (linha laranja) 6oC (linha verde) 7oC (linha preta) PROB T>4 C Para aquecimento que exceda 4oC, o IPCC-AR5 concluiu que "os riscos de mudanças climáticas" globais são de alta a muito alta com aumento médio global da temperatura de 4oC ou mais acima dos níveis pré-industriais. Um mundo 4oC mais quente será diferente do atual, envolve elevadas incertezas e riscos extremos em setores como agricultura, saúde, biodiversidade, e energia ameaçando nossa capacidade de antecipar e planejar futuras necessidades de adaptação. Impactos na Biodiversidade Os mais vulneráveis hierarquia biomas tipo Mata Atlântica Cerrado Caatinga Amazônia ecossistemas Altitude elevada Marinho e costeiro Urbano espécies Ameaçadas Anfíbios Corais Plantas, mamíferos, aves caso Hotspot de biodiversidade Hotspot de biodiversidade Desertificação/sensitividade Savanização/sensitividade Alta sensibilidade termal Aumento do nível do mar Ondas de calor Alta sensibilidade ecológica Alta sensibilidade ecológica Alta sensibilidade ecológica Deslocamento para o sul Mudanças nos biomas Anadón et al. 2014. J. Ecol. Extinção de espécies Urban 2015 Science Impactos sobre socioeconomia • RCP8.5: 2080-2100 – risco de extinção de espécies comestíveis do Cerrado. • A1B: Declínio de abelhas e deficit de polinizadores a partir de 2030. Oliveira et al. 2015. Am J. Bot. Giannini et al. 2015. PLoS Principais Vulnerabilidades • Florestas: savanização e empobrecimento (>2oC; 2070); • Vulnerabilidade da Caatinga e Cerrado. • Extinção cresce de 5,2% (2oC) a 15,7% (>4oC) – a América do Sul é mais suscetível (com 23% de perda estimada) • Impactos socioeconômicos local e nacional. • Perda de 200 dias/ano para o crescimento de plantas (> 4oC; 2100). • Perda de biodiversidade costeira (> 4oC; 2100). Impactos na Saúde Perguntas: Quais impactos na saúde podem ser esperados para um cenário onde o aumento da média global da temperatura ultrapasse o valor de 4°C? Para o setor saúde é um desafio, pois os desfechos são complexos, multifatoriais e não-lineares RCP 8.5 (2071-2099) 6,8°C 4,8°C E para o Brasil? Quais os impactos para a saúde humana com aquecimento acima de 4°C? 7,8°C 6,4°C 5,8°C Fontes de dados para elaboração do mapa: Chou et al. 2014, municipalização realizada conforme Costa et al., 2015 e ambientais Fonte de dados: Figura adaptada de Watts et al., 2015 Perda da produtividade Projeções da aumento da temperatura mostram que aproximadamente 14% das horas de trabalho diário anuais serão perdidas pelos trabalhadores brasileiros em trabalhos pesados Perda anaul da capacidade de trabalho RCP8.5 14,0% 16,0% 14,0% 12,0% 12,0% 10,0% 10,0% Perda da capacidade de trabalho (300W) - HadGEM RCP8.5 8,0% 8,0% 6,0% 6,0% 4,0% 4,0% 2,0% 2,0% 0,0% 1975 400W-HadGEM 1995 2025 300W-HadGEM 2055 2085 200W-HadGEM 0,0% Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec 1975 1995 2025 2055 2085 Fonte de dados: Kjellstrom et al., 2015b. Análise para relatório “Climate and Health Country Profile – 2015”. Ondas de calor Definição de uma zona de segurança Risco: municípios das regiões Norte e Centro Oeste e dos estados do Maranhão e Piauí no Nordeste População vulnerável exposta: 25 - 35% da população infantil e 10 a 15% de idosos Fonte de dados: USB (2016); Gasparrini et al (2015) Fonte de dados para elaboração dos mapas: Chou et al., 2014; Costa et al., 2015 e IBGE, 2010 Desastres naturais – secas Com aumento de 4°C... • Nordeste: Aumento das gastroenterites e hepatite A – Indisponibilidade de água tratada e saneamento básico – Contaminação de alimentos – Falta de higiene pessoal (por escassez de água) • Amazônia Brasileira Deverão ser mais intensas, frequentes e mais longas em razão do aumento da frequência de fenômenos como El-Niño Entre os principais efeitos na saúde, destacam-se as gastroenterites e o incremento das doenças respiratórias em crianças Smith et al., 2014 Fontes: Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, 2010; Mascarenhas et al.,2008; Oliveira et al., 2016 Mortalidade por calor – idosos No Brasil, a taxa de mortalidade em idosos decorrente da exposição ao calor poderá ser 7,5 vezes maior do que a taxa do ano de 1975, com aumento estimado de 4,5°C temperatura média no cenário RCP 8.5 Fonte de dados: Kjellstrom et al., 2015 (WHO National Profiles on Climate Change and Human Health). Mortalidade por calor – idosos O aumento da temperatura média acima 8°C em relação a temperatura limiar poderá aumentar em até 32% e 30% a mortalidade por DAR e DAC em idosos em alguns municípios da região Centro-Oeste e Sudeste Fontes de dados para elaboração dos mapas: Guo et al., 2014; Gasparrini et al., 2015; Gouveia, Shakoor, Armstrong, 2003; Chou et al., 2014 Doenças vetoriais – Dengue, chikungunya e zika • Brasil: Dengue é numericamente o mais importante arbovírus humano (mais de 1,5 milhões de casos em 2015) • Transmissão: Aedes aegypti Expansão da dengue (2002 – 2012) Fatores associados: crescimento populacional, urbanização inadequada, migrações, problemas de infraestrutura das cidades ( falta de saneamento básico), mobilidade global da população mundial e deterioração dos sistemas de saúde e aumento da variabilidade climática Barcellos, Lowe (2014) Doenças vetoriais – Dengue, chikungunya e zika • Brasil: manutenção da capacidade vetorial do vetor • Regiões Norte e Centro-Oeste: redução do potencial de epidemia da dengue com aumento entre 6°C e 8°C da temperatura média (cenário RCP 8.5 20712099) • Sudeste: aumento do potencial de epidemia da dengue para 2071-2090 para os estados de Espírito Santos e Rio de Janeiro Capacidade vetorial do Aedes aegypti 6 - 7°C Fonte de dados: Rocklöv J, Quam, M. et al. 2015 e Liu-Helmerson et al., 2015. Doenças vetoriais – malária Distribuição do Plasmodium falciparum • Aumento de 4°C ou mais: – Manutenção das áreas endêmicas da região Norte do país e propagação para região CentroOeste Distribuição do vetor Anopheles darling • Expansão da área transmissão da malária de – Pode estar associada com a introdução de novos vetores da doença Fonte de dados: Laporta et al., 2015 Doenças vetoriais – leishmaniose tegumentar • Área de expansão: – Área climaticamente adequada para o vetor: áreas dos estados Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo – Outras variáveis são importantes como temperatura do solo • Projeções futuras das condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento do vetor Lutzomya flaviscutellata Número de casos adicionais: – Um incremento percentual de 15% das internações por leishmaniose em relação ao período baseline (1992 – 2002) para o final do século em um cenário que prevê aumento de 3,4°C da temperatura (Mendes et al., 2016) Fonte: Carvalho et al., 2015 Doenças veiculação hídrica – diarreia • Regiões Norte e Nordeste: ajustado pela vulnerabilidade socioeconômica, poderão apresentar um aumento de mais de 45% nos casos de diarreia. • Na região Norte: o aumento da temperatura média em 7°C poderá elevar em até 76% o número de casos da doença. Fonte de dados para elaboração do mapa: Modelo regionalizado ETA-HadGEM-2S (Chou et al., 2014). Incremento percentual estimado a partir da metodologia de Kolstad, Johansson (2010) com uso dos indicadores de vulnerabilidade calculados por Hacon et al. (2015) e Pinheiro et al. (2016) Doenças veiculação hídrica – diarreia Cerca de 34% dos municípios e 64% da população infantil da região Norte poderão apresentar aumento de 50% dos casos de diarreia para cenário RCP 8.5, no período de 2071-2099. Variação da temperatura, percentual de municípios e da população infantil que apresentam risco de ocorrência de diarreia maior que 50%, % Municípios % População infantil N ORTE N OR D ES TE 10 8 3 8 7 4 7 S UD ES TE 9 25 10 23 6 7 Fonte de dados para elaboração da figura: Modelo regionalizado Eta-HadGEM2-ES (Chou et al., 2014). Incremento percentual estimado a partir da metodologia de Kolstad, Johansson (2010) com uso dos indicadores de vulnerabilidade calculados por Hacon et al. (2015) e Pinheiro et al. (2016); IBGE, 2010. 34 64 ∆T S UL CEN TR O-OES TE Vulnerabilidade Vulnerabilidade para condições de saúde muito alta • Norte e nordeste: ‒ 80% dos municípios apresentam vulnerabilidade muito alta para condições de saúde ‒ 40% da população infantil e idosa destes municípios poderão estar expostas a um aumento médio de 5°C na região Nordeste e 7°C na região Norte ‒ Mais de 90% dos municípios apresentam vulnerabilidade socioeconômica muito alta ‒ mais de 60% da população infantil e idosa expostas a um aumento médio de 5°C na região Nordeste e 7°C na região Norte Fonte de dados para elaboração das figuras: Hacon et al., 2015, Pinheiro et al, 2016; e Modelo Eta/HadGEM2-ES (cenário RCP 8.5) (Chou et al., 2014) Vulnerabilidade socioeconômica muito alta Impactos na Agricultura Evolução da produção de grãos e área Fonte adaptada Assad et al., 2015 33 Desenvolvimento de uma planta Fonte adaptada Carter, 2013 34 Aumento de ondas de calor no futuro 50 Número de dias com temperatura maior ou igual a 34 C em Campinas 40 days 30 20 10 0 years Consequências • • • • Abortamento de flores do café, laranja, feijão Aumento da Evaporação e Evapotranspiração Aumento da deficiência hídrica Aumento da frequência de ondas de calor provocando morte de frangos, abortamento em porcas prenhas, redução da produção de leite Consequências • Observação de aumento da frequência de chuvas intensas • Fortes alterações na distribuição das chuvas • Alteração no balanço hídrico • Aumento na intensidade e frequência dos veranicos • Aumento da erosão Temperatura acima de 35°C Maximumtemperature limits Sugar cane 35 °C Potato 35 °C Coffee 34 °C Bean 35 °C Corn 45 °C Soya 35 °C Wheat 30 °C Fonte: Embrapa CNPTIA 2015 42 Arroz - Limites de adaptação Fonte: Assad et al., 2016 43 Feijão - Limites de adaptação Fonte: Assad et al., 2016 44 Milho - Limites de adaptação 45 Soja - Limites de adaptação Fonte: Assad et al., 2016 46 Impactos do aumento da temperatura na agricultura brasileira Cenário RCP 8.5 2025 (ha) ∆ (%) 2055 (ha) ∆ (%) 2085 (ha) ∆ (%) Arroz 2.238.483 -7,2 2.232.870 -7,5 2.077.094 -13,9 Milho safrinha 1.751.641 -76,5 1.128.835 -84,9 204.339 -97,3 Milho safra 1 6.661.951 -12,3 6.646.863 -12,5 5.908.882 -22,2 Feijão safra 1 1.124.132 -42,6 1.064.133 -45,6 838.874 -57,1 Feijão safra 2 423.463 -58,5 396.056 -61,2 286.938 -71,9 Soja 8.901.284 -64,4 8.556.636 -65,7 4.693.604 -81,2 Trigo 1.501.642 -21,5 1.596.339 -16,5 1.457.725 -23,8 Fonte: Assad et al., 2016 (Modelo ETA CIMIP5 HADGEN2) 47 O mundo vai acabar? • O que fazer? • Buscar mitigar as emissões de gases de efeito estufa • Adaptar-se Disp. hídrica Estiagem Q95 132.145 73.748 73.748 13.799 5.447 2.696 Atlântico Nordeste 2.608 Ocidental 320 320 Parnaíba 379 294 Atlântico Nordeste 774 Oriental 91 32 São Francisco 2.846 1.886 852 Atlântico Leste 1.484 305 252 Atlântico Sudeste 3.162 1.109 986 Atlântico Sul 4.055 647 647 Paraná 11.414 5.792 3.901 Uruguai 4.103 565 394 Paraguai 2.359 782 782 Brasil 179.516 91.071 84.904 Região hidrográfica Vazão média m³/s Amazônica Disponibilidade Hídrica no Brasil Tocantins Araguaia – 767 A Conexão entre Aquecimento Global e o Ciclo Hidrológico Seca Saturated Vapor Pressure Aquecimento Inundação t t+20 Em regiões secas Em regiões úmidas Capacidade de Reter Água Evaporação e Umidade Atmosférica Efeito Estufa Intensidade da Chuva Seca Inundação Temperature oF Cortesia: S. Sarooshian, U. California-Irvine Created by: Gi-Hyeon Park Avaliação Local Estância Santo Expedito Estância Santo Expedito Classificação por Falsa cor Classificação Legenda Vegetação densa Pastagem Campo limpo Água Cana de açúcar Outros Matriz de confusão (%) Coeficiente Kappa Área total (ha) 80% 0,70 92 Classes Área (ha) Mata 19,3 Campo limpo 29,8 Cana-de-açúcar 13,6 Pastagem 16,5 Água 1,5 Outros 11,3 TOTAL 92 Área buffer 15m (ha) Área buffer 30m (ha) 11,3 22,1 29/03/2016 56 Avaliação Local 29/03/2016 57 !( !( !( !( !( !( !( !( !( !( 0 Estância Santo Expedito Limites da Propriedade !( Nascentes Córrego Barramento Área a recuperar Vegetação Nativa Remanescente Uso Consolidado APP APP Mínima Declividade entre 25° e 45° ± 40 80 160 m Quadro de Áreas (ha) Área total 93,29 Barramento 1 0,76 Barramento 2 0,03 APP 21,82 APP Mínima 12,27 Vegetação Nativa 18,85 Uso Consolidado 6,436 RL necessária 18,66 Avaliação Regional Município BRAGANÇA PAULISTA CAIEIRAS CAMANDUCAIA EXTREMA FRANCO DA ROCHA ITAPEVA JOANÓPOLIS MAIRIPORÃ NAZARÉ PAULISTA PIRACAIA SAPUCAÍ-MIRIM VARGEM UF Vegetação natural (ha) Comprimento da rede de drenagem (km) SP 5.640,12 828,52 SP MG MG SP MG SP SP SP SP MG SP 4.797,09 26.410,74 7.417,43 4.108,59 5.295,83 17.743,50 17.046,96 15.475,46 12.832,66 17.201,58 3.231,56 213,27 1.389,92 569,75 349,91 500,58 861,00 848,81 751,07 902,14 684,89 271,41 Área a ser reflorestada - APPs (ha) Buffer 30m 50m 100m 200m 500m 3.727,83 745,32 0,00 0,00 956,15 5.429,30 546,93 2.558,80 2.024,07 1.059,99 1.273,12 1.636,28 1.778,32 1.418,80 2.268,05 1.297,44 918,34 6,50 17,87 0,00 652,14 0,00 0,00 0,00 2.985,75 16,96 0,00 0,00 2.264,67 24,24 120,86 0,00 1.391,37 10,93 0,00 0,00 1.518,61 0,00 0,00 1.669,70 3.530,50 23,28 570,04 0,00 2.662,75 0,00 0,00 2.396,51 4.006,75 1,79 1.204,81 2.504,84 6.322,72 0,00 0,00 0,00 1.464,46 10,39 0,00 1.291,80 2.313,78 80,84 426,95 223,64 186,28 234,56 224,52 291,11 191,44 343,23 167,02 93,25 Total Mais de 8000 km de rios e córregos 34.000 ha de APPs para serem revegetadas BRAGANÇA PAULISTA SÃO PAULO ITAIPU FURNAS SOBRADINHO SOBRADINHO TRÊS MARIAS Resumo dos Resultados Número de municípios concluídos: 1.450 Hectares avaliados: 68.126.019 Estimativa do passivo: 3.741.679 (54%) Km de rios medidos: 1.083.611 Numero de mudas estimadas, necessárias para revegetação: 3 BI Potencial de captura de carbono: 337 MI tC (1.2 BI t CO2eq) * Cerrado 66tC/ha, e Mata Atlântica 116tC/ha tempo de estabilização 10 anos. Municípios Concluídos (1.450) Nível Nacional – Trabalho em andamento Condições Gerais Mais carbono No solo Menos carbono no solo 75 Gases de efeito estufa na Pecuária -3000 a +3000 kg/ha/ano ~ 55 kg/animal/ano X 25 Armazenamento de C no solol ~100 t C/ha ~ 0,2 kg/animal/ X 310 77 É essa adaptação que queremos? Brasil, NE 2011 A NOVA GEOGRAFIA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA AQUECIMENTO GLOBAL E A NOVA GEOGRAFIA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO BRASIL – 2008 Integração Lavoura Pecuária Floresta com alta eficiência de sequestro de carbono Fonte :Embrapa agrobiologia Potencial de sequestro de CO2eq: 180 milhões de tCO2 eq/ano 81 Resultados de adaptação e mitigação na agricultura - Implantação da Agricultura ABC Cultivares de soja tolerantes ao calor e deficiência hídrica Cultivares de feijão tolerantes as altas temperaturas Retomada da boas práticas agrícolas, principalmente manejo e conservação de solo e água. Redução do desmatamento na Amazônia Entendimento das paisagens agrícolas sustentáveis Interconexão entre segurança hídrica, alimentar e energética CAR Faixa potencial de utilização das “soluções genéticas” da biodiversidade do cerrado brasileiro Qual o valor disso?