Filosofia: Resumo e Questões

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FILOSOFIA
Revisão geral / Vestibular 2009 - Unb
Obs: Esse texto é apenas um breve resumo que não substitui o estudo detalhado dos
livros indicados.
1- Etimologia:
Φ FILOSOFIA→ palavra de origem grega cunhada por Pitágoras ( philos = amigo;
sophia = sabedoria )
O pensamento filosófico tem sua origem no THAUMA (espanto, admiração,
perplexidade)
2- Características da reflexão Filosófica:
a) é radical: vai a raiz de todas as coisas, busca a origem;
b) é rigorosa: possui um método, caminho;
c) é de conjunto: dialoga com as outras áreas do conhecimento, totalidade,
abrangência.
3- Origem da Filosofia:
A Filosofia nasce no berço do mundo grego como inauguração da razão que expressa a
realidade. Foram fatores relevantes para o seu surgimento na Grécia:
1- os gregos tinham uma situação geográfica favorável;
2- surgimento da polis (organização social);
3- a filosofia grega nasceu procurando desenvolver o logos em contraste com os
mitos;
4- ágora lugar de reuniões, reflexões;
5- navegação e comércio.
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4- Filosofia Antiga
4.1- Pré- socráticos: cosmos / physis.
4.2- Sofistas: “o homem é a medida de todas as coisas”(Protágoras). A verdade é
relativa.
4.3- Sócrates, Platão e Aristóteles: O Homem, Episteme, Ética, Política, Lógica.
5- Pré- socráticos:
Como surgiu o mundo? Qual a verdadeira origem do ser humano e da natureza?
Por que existe uma determinada harmonia física entre o ser humano e a natureza?
Estas e outras tantas perguntas também foram feitas pelos filósofos pré-socráticos, ou
seja, os filósofos da natureza, os quais,contribuíram significativamente para com o
pensamento ocidental. A respeito das principais características do pensamento présocrático, complete as lacunas abaixo:
1.
Para
Heráclito
de
Héfeso
tudo
está
em
constante______________movimento__________________.
2. Segundo Tales de Mileto a ___água_______é o princípio primordial de todas as
coisas.
3. No pensamento de ______anaximandro______ o “apeíron é o ilimitado, indefinível
e em movimento perpétuo, o princípio do processo cosmológico”.
4. Para _____Pitágoras_________ o princípio de todas as coisas é o número.
5. No entendimento de Demócrito todas as coisas que formam a realidade são
constituídas
por
partículas
invisíveis
e
indivisíveis,
chamadas
de
_____átomos_________.
6. Anaxímenes defendia a teoria de que o __ar__ é o elemento originante de todas as
coisas: elemento vivo, que constitui as coisas através da condensação ou rarefação.
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6- Sofistas:
A carreira mais popular na Grécia naquela época era a habilidade na política. Assim, os
sofistas concentraram seus esforços no ensino da retórica. Os objetivos dos jovens
políticos que eles treinavam eram o de persuadir as multidões de tudo o que quisessem
que elas acreditassem. A busca da verdade não era a sua prioridade. Consequentemente
os sofistas se empenhavam em providenciar um estoque de argumentos sobre qualquer
que fosse o assunto, ou ainda para provar qualquer posição. Vangloriavam-se de sua
habilidade de fazer com que o pior parecesse melhor, de provar que preto era branco.
Alguns sofistas como Górgias garantiam que não era necessário ter nenhum
conhecimento sobre um determinado assunto para dar respostas satisfatórias em respeito
a ele. Portanto, Górgias respondia com ostentação a qualquer questionamento que lhe
faziam sobre qualquer assunto. Para obter seus fins, utilizava de linguagem evasiva.
Dessa maneira, os sofistas tentavam envolver, enredar e confundir seus oponentes e até
mesmo, se isso não fosse possível, derrotá-los por mera força e violência. Buscavam
também sobrepujar-se por intermédio de metáforas rebuscadas, figuras de linguagem
inusitadas, epigramas e paradoxos, isto é, sendo em geral mais astutos e sagazes ao
invés de sinceros e verdadeiros. Através de Platão ficamos sabendo que havia um certo
preconceito sobre o título de "sofista". Na época de Aristóteles esse título sustenta um
significado de insolência à medida que define "sofista" como uma pessoa que faz uso da
razão de maneira falsa para obter lucros. Protágoras de Abdera, nascido em cerca de 445
a.C. é considerado como o primeiro Sofista. Outros que se destacaram foram Górgias de
Leontini, Pródico de Ceos e Hípias de Elis. Onde quer que eles aparecessem,
especialmente em Atenas, eram recebidos com entusiasmo e muitos se ajuntavam para
ouvi-los.
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7- Sócrates
Nascido em Atenas, Sócrates (469-399 a.C.) é tradicionalmente considerado um marco
divisório da história da filosofia grega. Por isso, os filósofos que o antecederam são
chamados pré-socráticos e os que o sucederam, de pós-socráticos. O próprio Sócrates
não deixou nada escrito, e o que se sabe dele e de seu pensamento vem dos textos de
seus discípulos e de seus adversários. O estilo de vida de Sócrates assemelhava-se ao
dos sofistas, embora não vendesse seus ensinamentos. Desenvolvia o saber filosófico
em praças públicas, conversando com os jovens, sempre dando demonstrações de que
era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Unir o saber ao fazer, a consciência
intelectual à consciência prática ou moral. O autoconhecimento era um dos pontos
fundamentais da filosofia socrática. “Conhece-te a ti mesmo”, frase inscrita no templo
de Apolo, era a recomendação básica feita por Sócrates a seus discípulos.
Sócrates percebe que a sabedoria começa pelo reconhecimento da própria ignorância.
“Só sei que nada sei” é, para Sócrates, o princípio da sabedoria, atitude em que se
assume a tarefa verdadeiramente filosófica de superar o enganoso saber baseado em
idéias pré-concebidas.
Sua filosofia era desenvolvida mediante diálogos críticos com seus
interlocutores. Esses diálogos podem ser divididos em dois momentos básicos: a ironia
(do grego eironeia, perguntar fingindo ignorar) e a maiêutica (de maieutiké, relativo ao
parto).
Na linguagem cotidiana, a ironia tem um significado depreciativo, sarcástico ou de
zombaria. Mas não é esse o sentido de ironia socrática. No grego, ironia quer dizer
interrogação. Sócrates interrogava seus interlocutores sobre aquilo que pensavam saber.
O que é o bem? O que é a justiça? São exemplos de algumas perguntas feitas por ele.
Com habilidade de raciocínio, procurava evidenciar as contradições afirmadas, os novos
problemas que surgiam a cada resposta. Seu objetivo inicial era demolir, nos discípulos,
o orgulho, a ignorância e a presunção do saber. A ironia socrática tinha um caráter
purificador na medida em que levava os discípulos a confessarem suas próprias
contradições e ignorâncias, onde antes só julgavam possuir certezas e clarividências.
Libertos do orgulho e da pretensão de que tudo sabiam, os discípulos podiam iniciar o
caminho da reconstrução das próprias idéias.
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Nesta segunda fase do diálogo, o objetivo de Sócrates era ajudar seus discípulos a
conceberem suas próprias idéias. Essa fase do diálogo socrático, destinada à concepção
de idéias, era chamada de maiêutica, termo grego que significa arte de trazer à luz.
8- PLATÃO
Platão parte do pressuposto que existem dois mundos. O primeiro é constituído por
idéias eternas, invisíveis e dotadas de uma existência diferente das coisas concretas. O
segundo é constituído por cópias das idéias (coisas sensíveis). Com base neste
pressuposto afirmou que os sentidos estão permanentemente a enganar-nos. A
verdadeira realidade não nos é dada pelos sentidos, mas só pode ser intuída através da
razão, e está no mundo das idéias.
Em resumo, para Platão a realidade se dividia em duas partes. A primeira parte é o
mundo dos sentidos, do qual não podemos ter senão um conhecimento aproximado ou
imperfeito, já que para tanto fazemos uso de nossos cinco (aproximados e imperfeitos)
sentidos. Neste mundo dos sentidos, tudo "flui" e, consequentemente, nada é perene.
Nada é no mundo dos sentidos; nele, as coisas simplesmente surgem e desaparecem. A
outra parte é o mundo das idéias, do qual podemos chegar a ter um conhecimento
seguro, se para tanto fizermos uso de nossa razão. Este mundo das idéias não pode,
portanto, ser conhecido através dos sentidos.
- A Alegoria da Caverna
Um dos principais escritos de Platão. Alguns dos possíveis temas/problemas
abordados na Alegoria:
conhecimento, amor, educação, ética, corporeidade e política
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MUNDO das IDÉIAS x MUNDO MATERIAL
⇓
⇓
Imaterial
Aparência
Eterno
Sombra
Imutável
Crença
Conhecimento
Opinião
Verdade
Ilusão
9- FILOSOFIA MEDIEVAL
Durante a Idade Média a Igreja, grande detentora do poder ideológico, explicava através
da fé todos os fenômenos e acontecimentos. Na grande maioria das vezes estes eram
castigos divinos ou milagres, verdades inquestionáveis escritas na Bíblia. O bom
homem na Idade Média era aquele que não questionava, submisso a Deus, aceitava
todas essas verdades e por elas, se preciso fosse, lutaria e morreria bravamente.
-
Fé x Razão ( teologia x filosofia) – (teocentrismo)
-
Duas correntes: patrísitica e escolástica
-
Patrística (padres da Igreja): maior representante é Sto. Agostinho.
-
Escolástica (escola): maior representante São Tomás de Aquino.
10- FILOSOFIA MODERNA
Filosofia de Descartes
A Idade Moderna é marcada por uma série de transformações tanto na área cultural,
religiosa, política e social quanto na área econômica. Tais transformações possibilitaram
um novo modo do homem europeu conceber o mundo. O Período Moderno da história
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do pensamento filosófico marca uma reviravolta, tanto na maneira de se produzir o
conhecimento e as técnicas, quanto na maneira de as nações se organizarem comercial e
socialmente. Com a dúvida metódica, Descartes, em o “Discurso do Método”, procura
estabelecer os princípios de um método, de análise e de desenvolvimento do
conhecimento, que não esteja apoiado nas orientações flutuantes dos sentidos, mas que
se apóiem no uso ordenado da razão ( cogito ).
As regras:
1° regra da evidência: “Jamais admitir coisa alguma como verdadeira se não
reconheço evidentemente como tal”; a não ser que se imponha a mim como evidente, de
modo claro e distinto, não me permitindo a possibilidade de dúvida. Em outras palavras,
precisamos evitar toda precipitação e todos os preconceitos. Só devo aceitar o que for
evidente, quer dizer, aquilo do qual não posso duvidar.
2° regra da análise: “Dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas
quantas forem possíveis”.
3° regra da síntese: “Concluir por ordem meus pensamentos, começando pelos
objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos para, aos poucos, como que por
degraus, chegar aos mais complexos”.
4° regra do desmembramento/inventariar: “Para cada caso, fazer
enumerações o mais exatas possíveis... a ponto de estar certo de nada ter omitido” (Cf.
Discurso do Método, II Parte).
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⇒ As partes da obra “Discurso do Método” – seis partes.
Na primeira, encontrar-se-ão diversas considerações atinentes às ciências.
Na segunda, as principais regras do método.
Na terceira, algumas das regras da moral que tirou desse método.
Na quarta, as razões pelas quais prova a existência de Deus e da alma humana,
que são o fundamento de sua metafísica.
Na quinta, a ordem das questões de física que investigou, e, particularmente, a
explicação do movimento do coração e algumas outras dificuldades que concernem à
Medicina, e depois, também a diferença que há entre nossa alma e a dos animais.
E, na última, que coisas crê necessárias para ir mais adiante do que foi na
pesquisa da natureza e que razões o levaram a escrever.
⇒ A questão do corpo e da alma:
- A essência do homem está no pensamento. Descartes considera, pelo Cogito
( o pensamento), a natureza do SUM ( a existência ). Dualismo de espírito e matéria.
- O animal possui como o homem o corpo… o homem, porém, possui a alma (
linguagem e liberdade ).
- Funcionamento do corpo ( máquina ) – coração.
- Um aspecto importante na filosofia de Descartes é sua concepção de homem
em dualidade corpo-espírito. O universo consiste de duas diferentes substâncias: as
mentes, ou substância pensante, e a matéria, a última sendo basicamente quantitativa,
teoreticamente explicável em leis científicas e fórmulas matemáticas.
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⇒ A dúvida cartesiana:
- Não é qualquer tipo de dúvida, ela é metódica; bem diferente das dos céticos.
- A dúvida é o método de sua filosofia.
- É preciso por em dúvida todas as coisas, pelo menos uma vez na vida, diz
Descartes.
Empirismo
Os defensores do empirismo afirmam que a razão, a verdade e as idéias racionais
são adquiridos por nós através da experiência. Antes da experiência, dizem eles,
nossa razão é como uma “folha em branco”, onde nada foi escrito; uma “tábula
rasa”, onde nada foi gravado, como uma cera sem forma e sem nada impresso nela,
até que a experiência venha escrever na folha, gravar na tábula, dar forma à cera.
-
Maior representante é John Locke.
-
Emperia / experiência.
-
“Nada vem a mente sem antes ter passado pela experiência”
11- FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
Abrange o pensamento filosófico que vai de meados do século XIX e chega aos nossos
dias. Esse período, por ser o mais próximo de nós, parece ser o mais complexo e o mais
difícil de definir, pois as diferenças entre as várias filosofias ou posições filosóficas nos
parecem muito grandes porque as estamos vendo surgir diante de nós.
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Nietzsche
Principais obras: Assim falou Zaratustra – 1883-85 ( onde expõe a idéia do
eterno retorno e da derrota da moral cristã pelo super-homem ); A Origem da
Tragédia – 1872 – seu primeiro livro onde faz uma crítica a cultura grega e sua
influência no desenvolvimento do pensamento ocidental. Em 1888 o Crepúsculo dos
Ídolos – como filosofar a marteladas.
⇒ Para Nietzsche existem dois espíritos antagônicos: o apolíneo e o dionisíaco.
a) Dionisíaco: o deus da música e da embriaguez, o deus que não habita o
Olimpo (reino do racionalismo); é a força vital, a alegria o excesso; a ação, a emoção o
sentimento.
b) Apolíneo: o surgimento da filosofia representa o que Nietzsche chama o
espírito apolíneo, derivado de Apolo, o severo deus da racionalidade, da medida, da
regra, da lei, do método, do equilíbrio, da moralidade.
Segundo nosso filósofo, o papel da filosofia seria libertar o homem dessa
tradição (apolínea) para encontrar-se com o niilismo.
O que é niilismo?
Do latin – Nihilismus. Doutrina segundo a qual não existe qualquer verdade moral ou
hierarquia de valores. Em Nietzsche é empregado como para qualificar sua oposição
radical aos valores morais tradicionais e às tradicionais crenças. Os valores devem ser
afirmativos da existência real do homem, de sua vontade e não da tradição.
⇒ A decadência dos valores teria surgido com Sócrates, que elevou a questão da moral
ao comportamento humano, desvinculando-o do prazer que deveria ser buscado por
todos.
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⇒ A moral defendida por Nietzsche é radical, anticristã e o seu objetivo é o poder, a
força e vê na compaixão uma fraqueza a ser combatida.
O Eterno Retorno
É a fórmula que pode sintetizar todo o pensamento de Nietzsche. Ele ataca o platonismo
(dualismo platônico) e o paraíso cristão (mundo divino). Para ele só esse mundo é real
com suas constantes mudanças. Há apenas perspectivas diferentes sobre um real em
transformação e que se repete num eterno retorno → teste pelo qual o homem deveria
passar: a vida, revivida inúmeras vezes, não trazendo nada de novo o que pode levar o
homem à destruição ou exaltação, dependendo de sua capacidade para superar e admitir
essa contínua repetição. Deve-se aceitar a vida como ela é.
O super-homem
Übermensche: aceitar a vida não é o mesmo que aceitar o homem. O super-homem é a
vontade de poder, determinando a nova ordem de valores. É o líder guerreiro, altamente
disciplinado. É o novo homem que quebrará as velhas cadeias e criará um novo sentido
na terra. É o homem que vai além do homem. O cristianismo doma o espírito e
enfraquece a vontade de poder, da conquista, da paixão. O santo cristão é o resultado do
medo do inferno e não do amor à humanidade.
⇒ a racionalização histórica levava o homem a "perder-se ou destruir seu instinto
fazendo com que ele não ouse soltar o freio do 'animal divino' quando a sua inteligência
vacila e o seu caminho passa por desertos.
⇒ idéia da necessidade da formação de uma nova elite - não contaminada pelo
cristianismo e pelo liberalismo - e que ao mesmo tempo os transcendesse, acometeu
Nietzsche desde muito cedo. mostrou-se obcecado pela formação de uma seleta falange
intelectual responsável pela transmutação de todos os valores, cuja obrigação e dever
maior era a proteção de uma cultura superior ameaçada pela vulgaridade democrática.
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O Crepúsculo dos Ídolos
É obra que apresenta uma crítica aniquiladora de todas as "verdades" que se
entronizaram no Ocidente. Crepúsculo do Ídolos é um dos escritos centrais de Nietzsche
pela violência com que fustiga a religião, a política, a razão e a ciência, ao mesmo
tempo que promove a imagem do homem vitalmente liberto.
⇒ “Não sou, por exemplo, nenhum bicho-papão, nenhum monstro de moral – sou até
mesmo uma natureza oposta à espécie de homem que até agora se venerou como
virtuosa. Entre nós, parece-me que precisamente isso faz parte de meu orgulho. Sou um
discípulo do filósofo Dionísio, preferiria antes ser um sátiro do que um santo”. (Ecce
Homo, prólogo). É assim que Nietzsche se descreve em sua autobiografia. Idolatrado
por alguns, menosprezado por outros, ele é, de fato, um irreverente – ou talvez, melhor
seria dizer, um extemporâneo.
Questões
(UEL_2003) - “Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar
a existência de um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem,
sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima... podendo
com boa dose de razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que
se costuma chamar civilização ocidental.”
(REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média. São Paulo:
Paulus, 1990. p. 29.)
A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os
chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que expressa o
principal problema por eles investigado.
a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano.
b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte.
c) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos.
d) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo.
e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação.
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(UEL-2003) Ainda sobre o mesmo tema, é correto afirmar que a filosofia:
a) Surgiu como um discurso teórico, sem embasamento na realidade sensível, e em
oposição aos mitos gregos.
b) Retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando
hipóteses lógico-argumentativas.
c) Reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetando qualquer prova da existência de
alguma força divina.
d) Desprezou os conhecimentos produzidos por outros povos, graças à supremacia
cultural dos gregos.
e) Estabeleceu-se como um discurso acrítico e teve suas teses endossadas pela força da
tradição.
(UEL-2004) “Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos
primeiros filósofos é fundamental perceber a guinada de atitude que representam. A
proliferação de óticas que deixam de ser endossadas acriticamente, por força da tradição
ou da ‘imposição religiosa’, é o que mais merece ser destacado entre as propriedades
que definem a filosoficidade.” (OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Pré-socráticos:
a invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000. p. 24.)
Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto afirma ter sido
promovida pelos primeiros filósofos.
a) A aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos
naturais.
b) A discussão crítica das idéias e posições, que podem ser modificadas ou
reformuladas.
c) A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade
imposta pela religião.
d) A confiança na tradição e na “imposição religiosa” como fundamentos para o
conhecimento.
e) A desconfiança na capacidade da razão em virtude da “proliferação de óticas”
conflitantes entre si.
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(UEL-2007) Tendo por base o método cartesiano da dúvida, é correto afirmar que:
a) Este método visa a remover os preconceitos e opiniões preconcebidas e
encontrar uma verdade indubitável.
b) Ao engendrar a dúvida hiperbólica, o objetivo de Descartes era provar que suas
antigas opiniões, submetidas ao escrutínio da dúvida, eram verdadeiras.
c) A dúvida hiperbólica é engendrada por Descartes para mostrar que não podemos
rejeitar como falso o que é apenas dubitável.
d) Só podemos dar assentimento às opiniões respaldadas pela tradição.
e) A dúvida metódica surge, no espírito humano, involuntariamente.
(UEL – 2007) “A filosofia grega parece começar com uma idéia absurda, com a
proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário
deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa
proposição
enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem e
fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de
crisálida, está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar
deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira
dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da
terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego”. Fonte: NIETZSCHE, F. Crítica
Moderna. In: Os Pré-Socráticos.
Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 43.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e o surgimento da filosofia,
considere as afirmativas a seguir.
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I. Com a proposição sobre a água, Tales reduz a multiplicidade das coisas e fenômenos
a um único princípio do qual todas as coisas e fenômenos derivam.
II. A proposição de Tales sobre a água compreende a proposição ‘Tudo é um’.
III. A segunda razão pela qual a proposição sobre a água merece ser levada a sério
mostra o aspecto filosófico do pensamento de Tales.
IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema fundamental da origem da
virtude.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) I e II
b) II e III
c) I e IV
d) I, II e IV
e) II, III e IV
(UFMG-2007) A palavra Filosofia é resultado da composição em grego de duas outras:
philo e sophia. A partir do sentido desta composição e das características históricas que
tornaram possível, na Grécia, o uso de tal palavra, pode-se afirmar que:
a) Sólon, mesmo sendo legislador, pode ser incluído na lista dos filósofos, visto que ele
era dotado de um saber prático.
b) a palavra, atribuída primeiramente a Parmênides, indica a posse de um saber divino e
pleno, tornando os homens verdadeiros deuses.
c) a Filosofia, como quer Aristóteles, é um saber técnico, possibilitando, pela posse ou
não de uma habilidade, tornar alguns homens os melhores.
d) a Filosofia, na definição de Pitágoras, indica que o homem não possui um saber,
mas o deseja, procurando a verdade por meio da observação.
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(UFSM-2006) Leia com atenção a citação e, em seguida, analise as assertivas.
"E, tendo notado que nada há no eu penso, logo existo, que me assegure de que digo a
verdade, exceto que vejo muito claramente que, para pensar, é preciso existir, julguei
poder tomar por regra geral que as coisas que concebemos mui clara e mui
distintamente são todas verdadeiras, havendo apenas alguma dificuldade em notar bem
quais são as que concebemos distintamente." (DESCARTES, Discurso do Método. São Paulo:
Abril Cultural, 1973. p. 55. Coleção "Os Pensadores")
I- Este "eu" cartesiano é a alma e, portanto, algo mais difícil de ser conhecido do que o
corpo.
II- O "eu penso, logo existo" é a certeza que funda o primeiro princípio da Filosofia de
Descartes.
III- O "eu", tal como está no Discurso do Método, é inteiramente distinto da natureza
corporal.
IV- Ao concluir com o "logo existo", fica evidente que o "eu penso" depende das coisas
materiais.
Assinale a alternativa cujas assertivas estejam corretas.
a) Apenas II e IV.
b) I, II, IV.
c) Apenas III e IV.
d) Apenas II e III
(UFMG-2005) A opinião (doxa, em grego), no pensamento de Platão (427-347 a.C.)
representa um saber sem fundamentação metódica. É um saber que possui sua origem
a) nos mitos religiosos, lendas e poemas da Grécia arcaica.
b) nas impressões ou sensações advindas da experiência sensível.
c) no discurso dos sofistas na época da democracia ateniense.
d) num saber eclético, proveniente de algumas idéias dos filósofos pré-socráticos.
O método argumentativo de Sócrates (469-399 a.C.) consistia em dois momentos
distintos: a ironia e a maiêutica. Sobre a ironia socrática, pode-se afirmar que
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I- tornava o interlocutor um mestre na argumentação sofística.
II- levava o interlocutor à consciência de que seu saber era baseado em reflexões, cujo
conteúdo era repleto de conceitos vagos e imprecisos.
III- tinha um caráter purificador, à medida que levava o interlocutor a confessar suas
próprias contradições e ignorâncias.
IV- tinha um sentido depreciativo e sarcástico da posição do interlocutor.
Assinale:
a) se apenas a afirmação III é correta.
b) se as afirmações I e IV são corretas.
c) se apenas a afirmação IV é correta.
d) se as afirmações II e III são corretas.
(UFU-2007) Platão (428 – 347 a.C.), discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles,
fundador da Academia, é até hoje um dos filósofos mais importantes da história da
filosofia. Círculos culturais e intelectuais no mundo inteiro dedicam-se a estudar sua
obra.
Sobre o modo como Platão expressou seu pensamento, assinale a alternativa correta.
a) Platão jamais escreveu textos filosóficos.
b) Platão escreveu textos filosóficos na forma de romances.
c) Platão escreveu textos filosóficos na forma de poesias.
d) Platão escreveu textos filosóficos na forma de diálogos.
(INSAF- 2005) Através da Filosofia, os gregos instituíram para o Ocidente europeu as
bases e os princípios fundamentais do que chamamos razão, racionalidade, ciência,
ética, política, técnica, arte (Marilena Chauí, Convite à Filosofia). Com base nessa
afirmação, podemos afirmar, exceto:
a. ( C ) Através dos mitos, os gregos antigos procuravam explicar a origem do mundo e
dos
fenômenos naturais. Aos poucos, estas explicações foram sendo substituídas por
categorias lógicas e racionais.
b. ( C ) Os primeiros filósofos gregos procuravam respostas para as questões sobre a
origem ou o fundamento do mundo. Estes fazem parte da primeira fase da filosofia
grega, conhecida como pré-socrática ou cosmológica.
c. ( C ) No final do século V a.C. teve início a segunda fase da filosofia grega, conhecida
como socrática ou antropológica. Nesse período, os filósofos passaram a se preocupar
também com os problemas relacionados ao indivíduo e à organização da humanidade.
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d. ( C ) Sócrates foi um dos filósofos mais procurados na Grécia Antiga, por ajudar as
pessoas a resolverem seus problemas, levando-as a encontrarem suas próprias respostas.
Por incentivar o raciocínio, foi perseguido pelas autoridades atenienses, julgado e
condenado à morte.
e.( E ) A filosofia grega tem em Heráclito de Éfeso o principal representante do que se
configurou chamar de período sistemático, situado no século IV a.C.
(derphilosopher-2008) Obras filosóficas e seus respectivos autores (cobradas pelo PAS
1ª,2ª e 3ª etapas):
OBRA / Temáticas
A República ( política,
Justiça, ética, conhecimento)
Discurso do Método (conhecimento, método)
Saber Cuidar
(planeta, ética, cidadania,química
física, filosofia, falta de cuidado)
Alegoria da Caverna
(o que é real, conhecimento,
educação, política, ética)
Crítica da Razão Tupiniquim (filosofia no Brasil)
AUTOR
Platão
Descartes
Boffe
Platão
Roberto Gomes
Manifesto do Partido Comunista (burgueses e proletariados;
luta de classses, ideologia, capitalismo)
Germinal
(luta de classes, sindicatos)
Cidadão de Papel (mazelas do Brasil, pobreza e
desigualdades sociais)
O Homem que Calculava (povo árabe, matemática,
lógica, idade média)
Crepúsculo dos Ídolos (crise da razão, ídolos falsos,
filosofia a marteladas, contra dogmas)
Karl Marx e Engels
Émile Zola
Gilberto Dimestein
Malba Tahan
Nietzsche
“Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de
um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que
esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima... podendo com boa dose de
razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma
chamar civilização ocidental.”(REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e
Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29.)
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(UEL-2003) A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos
foram os chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que
expressa o principal problema por eles investigado.
a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano.
b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte.
c) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos.
d) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo.
e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação.
Ainda sobre o mesmo tema, é correto afirmar que a filosofia:
a) Surgiu como um discurso teórico, sem embasamento na realidade sensível, e em
oposição aos mitos gregos.
b) Retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando
hipóteses lógico-argumentativas.
c) Reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetando qualquer prova da existência de
alguma força divina.
d) Desprezou os conhecimentos produzidos por outros povos, graças à supremacia
cultural dos gregos.
e) Estabeleceu-se como um discurso acrítico e teve suas teses endossadas pela força da
tradição.
“Você está acompanhando, Sofia? E agora vem Platão. Ele se interessava tanto pelo que
é eterno e imutável na natureza quanto pelo que é eterno e imutável na moral e na
sociedade. Sim... para Platão tratava-se, em ambos os casos, de uma mesma coisa. Ele
tentava entender uma ‘realidade’ que fosse eterna e imutável. E, para ser franco, é para
isto que os filósofos existem. Eles não estão preocupados em eleger a mulher mais
bonita do ano, ou os tomates mais baratos da feira. (E exatamente por isso nem sempre
são vistos com bons olhos). Os filósofos não se interessam muito por essas coisas
efêmeras e cotidianas. Eles tentam mostrar o que é ‘eternamente verdadeiro’,
‘eternamente belo’ e ’eternamente bom’.” (GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia.
Trad. de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 98.)
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Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria das idéias de Platão, assinale
a alternativa correta.
a) Para Platão, o mundo das idéias é o mundo do “eternamente verdadeiro”,
“eternamente belo” e “eternamente bom” e é distinto do mundo sensível no qual
vivemos.
b) Platão considerava que tudo aquilo que pode ser percebido diretamente pelos sentidos
constitui a própria realidade das coisas.
c) Platão considerava impossível que o homem pudesse ter idéias verdadeiras sobre
qualquer coisa, seja sobre a natureza, a moral ou a sociedade, porque tudo é sonho e
ilusão.
d) Para Platão, as idéias sobre a natureza, a moral e a sociedade podem ser explicadas a
partir das diferentes opiniões das pessoas.
e) De acordo com Platão, o filósofo deve preocupar-se com as coisas efêmeras e
cotidianas do mundo, tidas por ele como as mais importantes.
(derphilosopher-2008) O Crepúsculo dos Ídolos é obra que apresenta uma crítica
aniquiladora de todas as "verdades" que se entronizaram no Ocidente. Crepúsculo dos
Ídolos é um dos escritos centrais de Nietzsche pela violência com que fustiga a religião,
a política, a razão e a ciência, ao mesmo tempo que promove a imagem do homem
vitalmente liberto.
Julgue os itens:
(C)(E) Os ídolos são expressões da condição humana diante da necessidade de
referenciais.
(C)(E) Os ídolos são interpretados como os marcos da sociedade contemporânea.
(C)(E) As “verdades” críticas por Nietzsche são manifestações de toda indignação
perante conhecimentos considerados pela sociedade como inadequados à condição
humana.
(C)(E) As “verdades” críticas por Nietzsche são manifestações de toda
irracionalidade da sociedade contemporânea.
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(C)(E) Para Nietzsche, a decadência dos valores teria surgido com Sócrates, que
elevou a questão da moral ao comportamento humano, desvinculando-o do prazer
natural que deveria ser buscado por todos.
(C)(E) O niilismo de Nietzsche conduz o homem ao encontro de novos valores que
sejam afirmativos de sua existência real, de sua vontade de poder.
(C)(E) Para Nietzsche, só este mundo é real, com suas cores e movimentos, em
constante mudança.
(C)(E) Segundo Nietzsche, existem dois elementos fundamentais: o espírito
apolíneo, que representa a ordem, e o espírito dionisíaco, que representa o
sentimento, a ação e a emoção.
(C)(E) Para Nietzsche, o homem deveria escapar dos valores e das crenças
tradicionais, como aqueles impostos pelo cristianismo.
Bibliografia
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1998.
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