Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com FILOSOFIA Revisão geral / Vestibular 2009 - Unb Obs: Esse texto é apenas um breve resumo que não substitui o estudo detalhado dos livros indicados. 1- Etimologia: Φ FILOSOFIA→ palavra de origem grega cunhada por Pitágoras ( philos = amigo; sophia = sabedoria ) O pensamento filosófico tem sua origem no THAUMA (espanto, admiração, perplexidade) 2- Características da reflexão Filosófica: a) é radical: vai a raiz de todas as coisas, busca a origem; b) é rigorosa: possui um método, caminho; c) é de conjunto: dialoga com as outras áreas do conhecimento, totalidade, abrangência. 3- Origem da Filosofia: A Filosofia nasce no berço do mundo grego como inauguração da razão que expressa a realidade. Foram fatores relevantes para o seu surgimento na Grécia: 1- os gregos tinham uma situação geográfica favorável; 2- surgimento da polis (organização social); 3- a filosofia grega nasceu procurando desenvolver o logos em contraste com os mitos; 4- ágora lugar de reuniões, reflexões; 5- navegação e comércio. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com 4- Filosofia Antiga 4.1- Pré- socráticos: cosmos / physis. 4.2- Sofistas: “o homem é a medida de todas as coisas”(Protágoras). A verdade é relativa. 4.3- Sócrates, Platão e Aristóteles: O Homem, Episteme, Ética, Política, Lógica. 5- Pré- socráticos: Como surgiu o mundo? Qual a verdadeira origem do ser humano e da natureza? Por que existe uma determinada harmonia física entre o ser humano e a natureza? Estas e outras tantas perguntas também foram feitas pelos filósofos pré-socráticos, ou seja, os filósofos da natureza, os quais,contribuíram significativamente para com o pensamento ocidental. A respeito das principais características do pensamento présocrático, complete as lacunas abaixo: 1. Para Heráclito de Héfeso tudo está em constante______________movimento__________________. 2. Segundo Tales de Mileto a ___água_______é o princípio primordial de todas as coisas. 3. No pensamento de ______anaximandro______ o “apeíron é o ilimitado, indefinível e em movimento perpétuo, o princípio do processo cosmológico”. 4. Para _____Pitágoras_________ o princípio de todas as coisas é o número. 5. No entendimento de Demócrito todas as coisas que formam a realidade são constituídas por partículas invisíveis e indivisíveis, chamadas de _____átomos_________. 6. Anaxímenes defendia a teoria de que o __ar__ é o elemento originante de todas as coisas: elemento vivo, que constitui as coisas através da condensação ou rarefação. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com 6- Sofistas: A carreira mais popular na Grécia naquela época era a habilidade na política. Assim, os sofistas concentraram seus esforços no ensino da retórica. Os objetivos dos jovens políticos que eles treinavam eram o de persuadir as multidões de tudo o que quisessem que elas acreditassem. A busca da verdade não era a sua prioridade. Consequentemente os sofistas se empenhavam em providenciar um estoque de argumentos sobre qualquer que fosse o assunto, ou ainda para provar qualquer posição. Vangloriavam-se de sua habilidade de fazer com que o pior parecesse melhor, de provar que preto era branco. Alguns sofistas como Górgias garantiam que não era necessário ter nenhum conhecimento sobre um determinado assunto para dar respostas satisfatórias em respeito a ele. Portanto, Górgias respondia com ostentação a qualquer questionamento que lhe faziam sobre qualquer assunto. Para obter seus fins, utilizava de linguagem evasiva. Dessa maneira, os sofistas tentavam envolver, enredar e confundir seus oponentes e até mesmo, se isso não fosse possível, derrotá-los por mera força e violência. Buscavam também sobrepujar-se por intermédio de metáforas rebuscadas, figuras de linguagem inusitadas, epigramas e paradoxos, isto é, sendo em geral mais astutos e sagazes ao invés de sinceros e verdadeiros. Através de Platão ficamos sabendo que havia um certo preconceito sobre o título de "sofista". Na época de Aristóteles esse título sustenta um significado de insolência à medida que define "sofista" como uma pessoa que faz uso da razão de maneira falsa para obter lucros. Protágoras de Abdera, nascido em cerca de 445 a.C. é considerado como o primeiro Sofista. Outros que se destacaram foram Górgias de Leontini, Pródico de Ceos e Hípias de Elis. Onde quer que eles aparecessem, especialmente em Atenas, eram recebidos com entusiasmo e muitos se ajuntavam para ouvi-los. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com 7- Sócrates Nascido em Atenas, Sócrates (469-399 a.C.) é tradicionalmente considerado um marco divisório da história da filosofia grega. Por isso, os filósofos que o antecederam são chamados pré-socráticos e os que o sucederam, de pós-socráticos. O próprio Sócrates não deixou nada escrito, e o que se sabe dele e de seu pensamento vem dos textos de seus discípulos e de seus adversários. O estilo de vida de Sócrates assemelhava-se ao dos sofistas, embora não vendesse seus ensinamentos. Desenvolvia o saber filosófico em praças públicas, conversando com os jovens, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Unir o saber ao fazer, a consciência intelectual à consciência prática ou moral. O autoconhecimento era um dos pontos fundamentais da filosofia socrática. “Conhece-te a ti mesmo”, frase inscrita no templo de Apolo, era a recomendação básica feita por Sócrates a seus discípulos. Sócrates percebe que a sabedoria começa pelo reconhecimento da própria ignorância. “Só sei que nada sei” é, para Sócrates, o princípio da sabedoria, atitude em que se assume a tarefa verdadeiramente filosófica de superar o enganoso saber baseado em idéias pré-concebidas. Sua filosofia era desenvolvida mediante diálogos críticos com seus interlocutores. Esses diálogos podem ser divididos em dois momentos básicos: a ironia (do grego eironeia, perguntar fingindo ignorar) e a maiêutica (de maieutiké, relativo ao parto). Na linguagem cotidiana, a ironia tem um significado depreciativo, sarcástico ou de zombaria. Mas não é esse o sentido de ironia socrática. No grego, ironia quer dizer interrogação. Sócrates interrogava seus interlocutores sobre aquilo que pensavam saber. O que é o bem? O que é a justiça? São exemplos de algumas perguntas feitas por ele. Com habilidade de raciocínio, procurava evidenciar as contradições afirmadas, os novos problemas que surgiam a cada resposta. Seu objetivo inicial era demolir, nos discípulos, o orgulho, a ignorância e a presunção do saber. A ironia socrática tinha um caráter purificador na medida em que levava os discípulos a confessarem suas próprias contradições e ignorâncias, onde antes só julgavam possuir certezas e clarividências. Libertos do orgulho e da pretensão de que tudo sabiam, os discípulos podiam iniciar o caminho da reconstrução das próprias idéias. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com Nesta segunda fase do diálogo, o objetivo de Sócrates era ajudar seus discípulos a conceberem suas próprias idéias. Essa fase do diálogo socrático, destinada à concepção de idéias, era chamada de maiêutica, termo grego que significa arte de trazer à luz. 8- PLATÃO Platão parte do pressuposto que existem dois mundos. O primeiro é constituído por idéias eternas, invisíveis e dotadas de uma existência diferente das coisas concretas. O segundo é constituído por cópias das idéias (coisas sensíveis). Com base neste pressuposto afirmou que os sentidos estão permanentemente a enganar-nos. A verdadeira realidade não nos é dada pelos sentidos, mas só pode ser intuída através da razão, e está no mundo das idéias. Em resumo, para Platão a realidade se dividia em duas partes. A primeira parte é o mundo dos sentidos, do qual não podemos ter senão um conhecimento aproximado ou imperfeito, já que para tanto fazemos uso de nossos cinco (aproximados e imperfeitos) sentidos. Neste mundo dos sentidos, tudo "flui" e, consequentemente, nada é perene. Nada é no mundo dos sentidos; nele, as coisas simplesmente surgem e desaparecem. A outra parte é o mundo das idéias, do qual podemos chegar a ter um conhecimento seguro, se para tanto fizermos uso de nossa razão. Este mundo das idéias não pode, portanto, ser conhecido através dos sentidos. - A Alegoria da Caverna Um dos principais escritos de Platão. Alguns dos possíveis temas/problemas abordados na Alegoria: conhecimento, amor, educação, ética, corporeidade e política Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com MUNDO das IDÉIAS x MUNDO MATERIAL ⇓ ⇓ Imaterial Aparência Eterno Sombra Imutável Crença Conhecimento Opinião Verdade Ilusão 9- FILOSOFIA MEDIEVAL Durante a Idade Média a Igreja, grande detentora do poder ideológico, explicava através da fé todos os fenômenos e acontecimentos. Na grande maioria das vezes estes eram castigos divinos ou milagres, verdades inquestionáveis escritas na Bíblia. O bom homem na Idade Média era aquele que não questionava, submisso a Deus, aceitava todas essas verdades e por elas, se preciso fosse, lutaria e morreria bravamente. - Fé x Razão ( teologia x filosofia) – (teocentrismo) - Duas correntes: patrísitica e escolástica - Patrística (padres da Igreja): maior representante é Sto. Agostinho. - Escolástica (escola): maior representante São Tomás de Aquino. 10- FILOSOFIA MODERNA Filosofia de Descartes A Idade Moderna é marcada por uma série de transformações tanto na área cultural, religiosa, política e social quanto na área econômica. Tais transformações possibilitaram um novo modo do homem europeu conceber o mundo. O Período Moderno da história Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com do pensamento filosófico marca uma reviravolta, tanto na maneira de se produzir o conhecimento e as técnicas, quanto na maneira de as nações se organizarem comercial e socialmente. Com a dúvida metódica, Descartes, em o “Discurso do Método”, procura estabelecer os princípios de um método, de análise e de desenvolvimento do conhecimento, que não esteja apoiado nas orientações flutuantes dos sentidos, mas que se apóiem no uso ordenado da razão ( cogito ). As regras: 1° regra da evidência: “Jamais admitir coisa alguma como verdadeira se não reconheço evidentemente como tal”; a não ser que se imponha a mim como evidente, de modo claro e distinto, não me permitindo a possibilidade de dúvida. Em outras palavras, precisamos evitar toda precipitação e todos os preconceitos. Só devo aceitar o que for evidente, quer dizer, aquilo do qual não posso duvidar. 2° regra da análise: “Dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas forem possíveis”. 3° regra da síntese: “Concluir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos para, aos poucos, como que por degraus, chegar aos mais complexos”. 4° regra do desmembramento/inventariar: “Para cada caso, fazer enumerações o mais exatas possíveis... a ponto de estar certo de nada ter omitido” (Cf. Discurso do Método, II Parte). Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com ⇒ As partes da obra “Discurso do Método” – seis partes. Na primeira, encontrar-se-ão diversas considerações atinentes às ciências. Na segunda, as principais regras do método. Na terceira, algumas das regras da moral que tirou desse método. Na quarta, as razões pelas quais prova a existência de Deus e da alma humana, que são o fundamento de sua metafísica. Na quinta, a ordem das questões de física que investigou, e, particularmente, a explicação do movimento do coração e algumas outras dificuldades que concernem à Medicina, e depois, também a diferença que há entre nossa alma e a dos animais. E, na última, que coisas crê necessárias para ir mais adiante do que foi na pesquisa da natureza e que razões o levaram a escrever. ⇒ A questão do corpo e da alma: - A essência do homem está no pensamento. Descartes considera, pelo Cogito ( o pensamento), a natureza do SUM ( a existência ). Dualismo de espírito e matéria. - O animal possui como o homem o corpo… o homem, porém, possui a alma ( linguagem e liberdade ). - Funcionamento do corpo ( máquina ) – coração. - Um aspecto importante na filosofia de Descartes é sua concepção de homem em dualidade corpo-espírito. O universo consiste de duas diferentes substâncias: as mentes, ou substância pensante, e a matéria, a última sendo basicamente quantitativa, teoreticamente explicável em leis científicas e fórmulas matemáticas. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com ⇒ A dúvida cartesiana: - Não é qualquer tipo de dúvida, ela é metódica; bem diferente das dos céticos. - A dúvida é o método de sua filosofia. - É preciso por em dúvida todas as coisas, pelo menos uma vez na vida, diz Descartes. Empirismo Os defensores do empirismo afirmam que a razão, a verdade e as idéias racionais são adquiridos por nós através da experiência. Antes da experiência, dizem eles, nossa razão é como uma “folha em branco”, onde nada foi escrito; uma “tábula rasa”, onde nada foi gravado, como uma cera sem forma e sem nada impresso nela, até que a experiência venha escrever na folha, gravar na tábula, dar forma à cera. - Maior representante é John Locke. - Emperia / experiência. - “Nada vem a mente sem antes ter passado pela experiência” 11- FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA Abrange o pensamento filosófico que vai de meados do século XIX e chega aos nossos dias. Esse período, por ser o mais próximo de nós, parece ser o mais complexo e o mais difícil de definir, pois as diferenças entre as várias filosofias ou posições filosóficas nos parecem muito grandes porque as estamos vendo surgir diante de nós. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com Nietzsche Principais obras: Assim falou Zaratustra – 1883-85 ( onde expõe a idéia do eterno retorno e da derrota da moral cristã pelo super-homem ); A Origem da Tragédia – 1872 – seu primeiro livro onde faz uma crítica a cultura grega e sua influência no desenvolvimento do pensamento ocidental. Em 1888 o Crepúsculo dos Ídolos – como filosofar a marteladas. ⇒ Para Nietzsche existem dois espíritos antagônicos: o apolíneo e o dionisíaco. a) Dionisíaco: o deus da música e da embriaguez, o deus que não habita o Olimpo (reino do racionalismo); é a força vital, a alegria o excesso; a ação, a emoção o sentimento. b) Apolíneo: o surgimento da filosofia representa o que Nietzsche chama o espírito apolíneo, derivado de Apolo, o severo deus da racionalidade, da medida, da regra, da lei, do método, do equilíbrio, da moralidade. Segundo nosso filósofo, o papel da filosofia seria libertar o homem dessa tradição (apolínea) para encontrar-se com o niilismo. O que é niilismo? Do latin – Nihilismus. Doutrina segundo a qual não existe qualquer verdade moral ou hierarquia de valores. Em Nietzsche é empregado como para qualificar sua oposição radical aos valores morais tradicionais e às tradicionais crenças. Os valores devem ser afirmativos da existência real do homem, de sua vontade e não da tradição. ⇒ A decadência dos valores teria surgido com Sócrates, que elevou a questão da moral ao comportamento humano, desvinculando-o do prazer que deveria ser buscado por todos. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com ⇒ A moral defendida por Nietzsche é radical, anticristã e o seu objetivo é o poder, a força e vê na compaixão uma fraqueza a ser combatida. O Eterno Retorno É a fórmula que pode sintetizar todo o pensamento de Nietzsche. Ele ataca o platonismo (dualismo platônico) e o paraíso cristão (mundo divino). Para ele só esse mundo é real com suas constantes mudanças. Há apenas perspectivas diferentes sobre um real em transformação e que se repete num eterno retorno → teste pelo qual o homem deveria passar: a vida, revivida inúmeras vezes, não trazendo nada de novo o que pode levar o homem à destruição ou exaltação, dependendo de sua capacidade para superar e admitir essa contínua repetição. Deve-se aceitar a vida como ela é. O super-homem Übermensche: aceitar a vida não é o mesmo que aceitar o homem. O super-homem é a vontade de poder, determinando a nova ordem de valores. É o líder guerreiro, altamente disciplinado. É o novo homem que quebrará as velhas cadeias e criará um novo sentido na terra. É o homem que vai além do homem. O cristianismo doma o espírito e enfraquece a vontade de poder, da conquista, da paixão. O santo cristão é o resultado do medo do inferno e não do amor à humanidade. ⇒ a racionalização histórica levava o homem a "perder-se ou destruir seu instinto fazendo com que ele não ouse soltar o freio do 'animal divino' quando a sua inteligência vacila e o seu caminho passa por desertos. ⇒ idéia da necessidade da formação de uma nova elite - não contaminada pelo cristianismo e pelo liberalismo - e que ao mesmo tempo os transcendesse, acometeu Nietzsche desde muito cedo. mostrou-se obcecado pela formação de uma seleta falange intelectual responsável pela transmutação de todos os valores, cuja obrigação e dever maior era a proteção de uma cultura superior ameaçada pela vulgaridade democrática. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com O Crepúsculo dos Ídolos É obra que apresenta uma crítica aniquiladora de todas as "verdades" que se entronizaram no Ocidente. Crepúsculo do Ídolos é um dos escritos centrais de Nietzsche pela violência com que fustiga a religião, a política, a razão e a ciência, ao mesmo tempo que promove a imagem do homem vitalmente liberto. ⇒ “Não sou, por exemplo, nenhum bicho-papão, nenhum monstro de moral – sou até mesmo uma natureza oposta à espécie de homem que até agora se venerou como virtuosa. Entre nós, parece-me que precisamente isso faz parte de meu orgulho. Sou um discípulo do filósofo Dionísio, preferiria antes ser um sátiro do que um santo”. (Ecce Homo, prólogo). É assim que Nietzsche se descreve em sua autobiografia. Idolatrado por alguns, menosprezado por outros, ele é, de fato, um irreverente – ou talvez, melhor seria dizer, um extemporâneo. Questões (UEL_2003) - “Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima... podendo com boa dose de razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização ocidental.” (REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29.) A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que expressa o principal problema por eles investigado. a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano. b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte. c) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos. d) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo. e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com (UEL-2003) Ainda sobre o mesmo tema, é correto afirmar que a filosofia: a) Surgiu como um discurso teórico, sem embasamento na realidade sensível, e em oposição aos mitos gregos. b) Retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando hipóteses lógico-argumentativas. c) Reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetando qualquer prova da existência de alguma força divina. d) Desprezou os conhecimentos produzidos por outros povos, graças à supremacia cultural dos gregos. e) Estabeleceu-se como um discurso acrítico e teve suas teses endossadas pela força da tradição. (UEL-2004) “Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos primeiros filósofos é fundamental perceber a guinada de atitude que representam. A proliferação de óticas que deixam de ser endossadas acriticamente, por força da tradição ou da ‘imposição religiosa’, é o que mais merece ser destacado entre as propriedades que definem a filosoficidade.” (OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Pré-socráticos: a invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000. p. 24.) Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto afirma ter sido promovida pelos primeiros filósofos. a) A aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos naturais. b) A discussão crítica das idéias e posições, que podem ser modificadas ou reformuladas. c) A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade imposta pela religião. d) A confiança na tradição e na “imposição religiosa” como fundamentos para o conhecimento. e) A desconfiança na capacidade da razão em virtude da “proliferação de óticas” conflitantes entre si. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com (UEL-2007) Tendo por base o método cartesiano da dúvida, é correto afirmar que: a) Este método visa a remover os preconceitos e opiniões preconcebidas e encontrar uma verdade indubitável. b) Ao engendrar a dúvida hiperbólica, o objetivo de Descartes era provar que suas antigas opiniões, submetidas ao escrutínio da dúvida, eram verdadeiras. c) A dúvida hiperbólica é engendrada por Descartes para mostrar que não podemos rejeitar como falso o que é apenas dubitável. d) Só podemos dar assentimento às opiniões respaldadas pela tradição. e) A dúvida metódica surge, no espírito humano, involuntariamente. (UEL – 2007) “A filosofia grega parece começar com uma idéia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego”. Fonte: NIETZSCHE, F. Crítica Moderna. In: Os Pré-Socráticos. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 43. Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e o surgimento da filosofia, considere as afirmativas a seguir. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com I. Com a proposição sobre a água, Tales reduz a multiplicidade das coisas e fenômenos a um único princípio do qual todas as coisas e fenômenos derivam. II. A proposição de Tales sobre a água compreende a proposição ‘Tudo é um’. III. A segunda razão pela qual a proposição sobre a água merece ser levada a sério mostra o aspecto filosófico do pensamento de Tales. IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema fundamental da origem da virtude. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: a) I e II b) II e III c) I e IV d) I, II e IV e) II, III e IV (UFMG-2007) A palavra Filosofia é resultado da composição em grego de duas outras: philo e sophia. A partir do sentido desta composição e das características históricas que tornaram possível, na Grécia, o uso de tal palavra, pode-se afirmar que: a) Sólon, mesmo sendo legislador, pode ser incluído na lista dos filósofos, visto que ele era dotado de um saber prático. b) a palavra, atribuída primeiramente a Parmênides, indica a posse de um saber divino e pleno, tornando os homens verdadeiros deuses. c) a Filosofia, como quer Aristóteles, é um saber técnico, possibilitando, pela posse ou não de uma habilidade, tornar alguns homens os melhores. d) a Filosofia, na definição de Pitágoras, indica que o homem não possui um saber, mas o deseja, procurando a verdade por meio da observação. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com (UFSM-2006) Leia com atenção a citação e, em seguida, analise as assertivas. "E, tendo notado que nada há no eu penso, logo existo, que me assegure de que digo a verdade, exceto que vejo muito claramente que, para pensar, é preciso existir, julguei poder tomar por regra geral que as coisas que concebemos mui clara e mui distintamente são todas verdadeiras, havendo apenas alguma dificuldade em notar bem quais são as que concebemos distintamente." (DESCARTES, Discurso do Método. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 55. Coleção "Os Pensadores") I- Este "eu" cartesiano é a alma e, portanto, algo mais difícil de ser conhecido do que o corpo. II- O "eu penso, logo existo" é a certeza que funda o primeiro princípio da Filosofia de Descartes. III- O "eu", tal como está no Discurso do Método, é inteiramente distinto da natureza corporal. IV- Ao concluir com o "logo existo", fica evidente que o "eu penso" depende das coisas materiais. Assinale a alternativa cujas assertivas estejam corretas. a) Apenas II e IV. b) I, II, IV. c) Apenas III e IV. d) Apenas II e III (UFMG-2005) A opinião (doxa, em grego), no pensamento de Platão (427-347 a.C.) representa um saber sem fundamentação metódica. É um saber que possui sua origem a) nos mitos religiosos, lendas e poemas da Grécia arcaica. b) nas impressões ou sensações advindas da experiência sensível. c) no discurso dos sofistas na época da democracia ateniense. d) num saber eclético, proveniente de algumas idéias dos filósofos pré-socráticos. O método argumentativo de Sócrates (469-399 a.C.) consistia em dois momentos distintos: a ironia e a maiêutica. Sobre a ironia socrática, pode-se afirmar que Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com I- tornava o interlocutor um mestre na argumentação sofística. II- levava o interlocutor à consciência de que seu saber era baseado em reflexões, cujo conteúdo era repleto de conceitos vagos e imprecisos. III- tinha um caráter purificador, à medida que levava o interlocutor a confessar suas próprias contradições e ignorâncias. IV- tinha um sentido depreciativo e sarcástico da posição do interlocutor. Assinale: a) se apenas a afirmação III é correta. b) se as afirmações I e IV são corretas. c) se apenas a afirmação IV é correta. d) se as afirmações II e III são corretas. (UFU-2007) Platão (428 – 347 a.C.), discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles, fundador da Academia, é até hoje um dos filósofos mais importantes da história da filosofia. Círculos culturais e intelectuais no mundo inteiro dedicam-se a estudar sua obra. Sobre o modo como Platão expressou seu pensamento, assinale a alternativa correta. a) Platão jamais escreveu textos filosóficos. b) Platão escreveu textos filosóficos na forma de romances. c) Platão escreveu textos filosóficos na forma de poesias. d) Platão escreveu textos filosóficos na forma de diálogos. (INSAF- 2005) Através da Filosofia, os gregos instituíram para o Ocidente europeu as bases e os princípios fundamentais do que chamamos razão, racionalidade, ciência, ética, política, técnica, arte (Marilena Chauí, Convite à Filosofia). Com base nessa afirmação, podemos afirmar, exceto: a. ( C ) Através dos mitos, os gregos antigos procuravam explicar a origem do mundo e dos fenômenos naturais. Aos poucos, estas explicações foram sendo substituídas por categorias lógicas e racionais. b. ( C ) Os primeiros filósofos gregos procuravam respostas para as questões sobre a origem ou o fundamento do mundo. Estes fazem parte da primeira fase da filosofia grega, conhecida como pré-socrática ou cosmológica. c. ( C ) No final do século V a.C. teve início a segunda fase da filosofia grega, conhecida como socrática ou antropológica. Nesse período, os filósofos passaram a se preocupar também com os problemas relacionados ao indivíduo e à organização da humanidade. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com d. ( C ) Sócrates foi um dos filósofos mais procurados na Grécia Antiga, por ajudar as pessoas a resolverem seus problemas, levando-as a encontrarem suas próprias respostas. Por incentivar o raciocínio, foi perseguido pelas autoridades atenienses, julgado e condenado à morte. e.( E ) A filosofia grega tem em Heráclito de Éfeso o principal representante do que se configurou chamar de período sistemático, situado no século IV a.C. (derphilosopher-2008) Obras filosóficas e seus respectivos autores (cobradas pelo PAS 1ª,2ª e 3ª etapas): OBRA / Temáticas A República ( política, Justiça, ética, conhecimento) Discurso do Método (conhecimento, método) Saber Cuidar (planeta, ética, cidadania,química física, filosofia, falta de cuidado) Alegoria da Caverna (o que é real, conhecimento, educação, política, ética) Crítica da Razão Tupiniquim (filosofia no Brasil) AUTOR Platão Descartes Boffe Platão Roberto Gomes Manifesto do Partido Comunista (burgueses e proletariados; luta de classses, ideologia, capitalismo) Germinal (luta de classes, sindicatos) Cidadão de Papel (mazelas do Brasil, pobreza e desigualdades sociais) O Homem que Calculava (povo árabe, matemática, lógica, idade média) Crepúsculo dos Ídolos (crise da razão, ídolos falsos, filosofia a marteladas, contra dogmas) Karl Marx e Engels Émile Zola Gilberto Dimestein Malba Tahan Nietzsche “Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima... podendo com boa dose de razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização ocidental.”(REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29.) Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com (UEL-2003) A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que expressa o principal problema por eles investigado. a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano. b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte. c) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos. d) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo. e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação. Ainda sobre o mesmo tema, é correto afirmar que a filosofia: a) Surgiu como um discurso teórico, sem embasamento na realidade sensível, e em oposição aos mitos gregos. b) Retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando hipóteses lógico-argumentativas. c) Reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetando qualquer prova da existência de alguma força divina. d) Desprezou os conhecimentos produzidos por outros povos, graças à supremacia cultural dos gregos. e) Estabeleceu-se como um discurso acrítico e teve suas teses endossadas pela força da tradição. “Você está acompanhando, Sofia? E agora vem Platão. Ele se interessava tanto pelo que é eterno e imutável na natureza quanto pelo que é eterno e imutável na moral e na sociedade. Sim... para Platão tratava-se, em ambos os casos, de uma mesma coisa. Ele tentava entender uma ‘realidade’ que fosse eterna e imutável. E, para ser franco, é para isto que os filósofos existem. Eles não estão preocupados em eleger a mulher mais bonita do ano, ou os tomates mais baratos da feira. (E exatamente por isso nem sempre são vistos com bons olhos). Os filósofos não se interessam muito por essas coisas efêmeras e cotidianas. Eles tentam mostrar o que é ‘eternamente verdadeiro’, ‘eternamente belo’ e ’eternamente bom’.” (GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Trad. de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 98.) Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria das idéias de Platão, assinale a alternativa correta. a) Para Platão, o mundo das idéias é o mundo do “eternamente verdadeiro”, “eternamente belo” e “eternamente bom” e é distinto do mundo sensível no qual vivemos. b) Platão considerava que tudo aquilo que pode ser percebido diretamente pelos sentidos constitui a própria realidade das coisas. c) Platão considerava impossível que o homem pudesse ter idéias verdadeiras sobre qualquer coisa, seja sobre a natureza, a moral ou a sociedade, porque tudo é sonho e ilusão. d) Para Platão, as idéias sobre a natureza, a moral e a sociedade podem ser explicadas a partir das diferentes opiniões das pessoas. e) De acordo com Platão, o filósofo deve preocupar-se com as coisas efêmeras e cotidianas do mundo, tidas por ele como as mais importantes. (derphilosopher-2008) O Crepúsculo dos Ídolos é obra que apresenta uma crítica aniquiladora de todas as "verdades" que se entronizaram no Ocidente. Crepúsculo dos Ídolos é um dos escritos centrais de Nietzsche pela violência com que fustiga a religião, a política, a razão e a ciência, ao mesmo tempo que promove a imagem do homem vitalmente liberto. Julgue os itens: (C)(E) Os ídolos são expressões da condição humana diante da necessidade de referenciais. (C)(E) Os ídolos são interpretados como os marcos da sociedade contemporânea. (C)(E) As “verdades” críticas por Nietzsche são manifestações de toda indignação perante conhecimentos considerados pela sociedade como inadequados à condição humana. (C)(E) As “verdades” críticas por Nietzsche são manifestações de toda irracionalidade da sociedade contemporânea. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com (C)(E) Para Nietzsche, a decadência dos valores teria surgido com Sócrates, que elevou a questão da moral ao comportamento humano, desvinculando-o do prazer natural que deveria ser buscado por todos. (C)(E) O niilismo de Nietzsche conduz o homem ao encontro de novos valores que sejam afirmativos de sua existência real, de sua vontade de poder. (C)(E) Para Nietzsche, só este mundo é real, com suas cores e movimentos, em constante mudança. (C)(E) Segundo Nietzsche, existem dois elementos fundamentais: o espírito apolíneo, que representa a ordem, e o espírito dionisíaco, que representa o sentimento, a ação e a emoção. (C)(E) Para Nietzsche, o homem deveria escapar dos valores e das crenças tradicionais, como aqueles impostos pelo cristianismo. Bibliografia ABRANTES, Paulo. Imagens de Natureza, Imagens de Ciência. São Paulo: Papirus, 1998. BATTISTI, Augusto César. O Método de Análise em Descartes. Da resolução de problemas à constituição do sistema do conhecimento. Cascavel: Edunioeste, 2002. BIRCHAL, de Souza Telma. Filosofia no vestibular / UFMG 2006. Belo Horizonte: UFMG, 2006. BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997. BURTT, A. Edwin. As Bases Metafísicas da Ciência Moderna. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1983. CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2008. DESCARTES, René. Discurso do Método. São Paulo: Martins Fontes, 1999. GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Trad. de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. GILSON, Étiene. A filosofia na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 2001. GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo. Dos Mitos de Criação ao Big-Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. LALANDE, André. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999. Prof. Norberto Mazai Φ A Diferença no Pensar Φ www.derphilosopher.supralus.com MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 1997. MAZAI, Norberto. Apostila de revisão para o Pás. Brasília: Mímeo, 2008. PLATÃO. República. São Paulo: Scipione, 2002. PLATÃO. A República. Livro VII. Brasília: UnB, 1996.