Independência da América espanhola e os novos Estados

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Independência da América espanhola e os novos Estados americanos
1. Octávio Paz, escritor mexicano, assim se referiu à participação de índios e mestiços no
movimento de independência do México:
A guerra se iniciou realmente como um protesto contra os abusos da metrópole e da alta
burocracia espanhola, mas também, e sobretudo, contra os grandes latifundiários nati vos. Não
foi a rebelião da aristocracia contra a metrópole, mas sim a do povo contra a primeira. Daí que
os revolucio nários tenham concedido maior importância a determinadas reformas sociais que
à independência propriamente dita: Hidalgo decreta a abolição da escravatura; Morelos, a
divisão dos latifúndios. A guerra de Independência foi uma guerra de classes e não se
compreendera bem o seu caráter se igno rarmos que, diferente do que ocorreu na América do
Sul, foi uma revolução agrária em gestação.
O Labirinto da Solidão, 1976.
Segundo o autor, a luta pela Independência do México:
(a) contou com o apoio dos proprietários rurais, embora eles considerassem desnecessária a
questão da ruptura com a Espanha.
(b) opôs-se aos ideais políticos do Iluminismo europeu, divi dindo o país em regiões
politicamente independentes.
(c) recebeu a solidariedade de movimentos revolucionários europeus, dado o seu caráter de
guerra popular.
(d) enfraqueceu o Estado Nacional, favorecendo a anexação de territórios mexicanos pelos
Estados Unidos da América.
(e) apresentou um caráter popular, manifestando questões sociais de longa duração na história
do país.
2. Com relação à história da América Latina no século XIX, julgue o próximo item.
O século XIX foi marcado, no México, por dois períodos em que se tentou consolidar um regime
político monárquico. Os dois imperadores mexicanos, Augustín de Iturbide e Maximiliano de
Habsburgo-Lorena, compartilharam não só o fato de terem governado por períodos
relativamente curtos, mas também o destino de terem sido executados após a sua deposição.
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3. Simón Bolívar (1783-1830) era “partidário da formação de grandes Estados e confederações,
porque sabia que nações pequenas e fracas nada mais seriam do que dependências
econômicas da Inglaterra e dos Estados Unidos”.
Florival Cáceres. História da América. São Paulo: Moderna, 1992, p.98.
O pensamento e a figura do libertador Simón Bolívar se tornaram representativos de um projeto
de América Latina, a respeito do qual é possível afirmar:
I. Devido à sua origem mestiça, Simón Bolívar expressava a ideia de uma sociedade americana
liberta do domínio espanhol e organizada politicamente, de modo a integrar os povos nativos
da América e também os negros trazidos da África.
II. A formação de empresas estatais e a limitação do tamanho das propriedades rurais faziam
parte do ideário de Simón Bolívar e foram combatidas pela aristocracia criolla, satisfeita com a
estrutura econômica e social colonial.
III. A Confederação Pan-Americana esboçada por Bolívar enfrentou a oposição de grupos
oligárquicos, dispostos tanto a se afirmarem como forças políticas dominantes em suas regiões
quanto a negociarem com as potências imperialistas.
IV. O projeto de unidade política de Simón Bolívar chocou-se com os interesses das oligarquias
rurais da Colômbia, Venezuela e Equador e também da Inglaterra e Estados Unidos.
Está(ão) correta(s):
(a) apenas I e II. (b) apenas I e III. (c) apenas I, II e III. (d) apenas III e IV. (e) apenas IV.
Resolução:
1. Alternativa: E. De fato, a luta pela independência do México foi marcada por um caráter muito
mais popular que nacionalista. E é justamente esse caráter popular que explica a união dos
setores da elite para deter o movimento.
2. O texto está correto. Assim que foi proclamada a independência do México, ficou estabelecida
a Monarquia, em uma tentativa de evitar maiores revoltas populares e preservar certos
privilégios das elites tradicionais; porém, esse modelo durou apenas um ano, até 1823, devido
a disputas internas com a vitória das tendências federalistas (mantendo a elitização). Então, a
vida política mexicana foi marcada pela disputa entre liberais e conservadores, sendo que os
últimos criaram o Império e deram a coroa a Maximiliano da Áustria, pois viam a possibilidade
de manter um sistema político que lhes era cômodo e que lhes parecia seguro, pois contava com
o apoio da França, da Inglaterra e da Igreja Católica.
3. Alternativa: D. Simón Bolívar não era mestiço, mas sim criollo, o que torna a afirmação I
errada. A postura anti-imperialista de Bolívar, inclusive defendendo o pan-americanismo como
forma de fazer frente às pressões imperialistas, torna a afirmação II igualmente errada.
Sugestão de Leitura:
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