AMÉRICA: INDEPENDÊNCIA DA ESPANHA E REPÚBLICAS CAUDILHISTAS CONTEÚDOS O processo de independência O projeto de Simon Bolívar As repúblicas caudilhistas AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS A colonização da América espanhola baseou-se na exploração do ouro e da prata que era relativamente abundante nas áreas do antigo Império Asteca e Inca. As demais áreas agrícolas, em geral, produziam gêneros tropicais que seriam comercializados na Europa, além dos alimentos que seriam consumidos nas áreas mineradoras. Com isso, os nativos tornaram-se vítimas dessa exploração, uma vez que eram obrigados a trabalhar compulsoriamente pelo sistema de encomienda e repartición (retome esses conceitos de exploração da mão de obra indígena no Tema de Estudo de História - Capítulo 11). As leis e a administração pública da colônia Espanhola eram totalmente controladas pela metrópole, assim, apenas os colonos nascidos na Espanha (que eram chamados de Chapetones), poderiam ocupar cargos públicos na colônia. Nesse contexto, os colonos filhos de espanhóis, nascidos na América (que eram chamados de Crioullos) tornaram-se uma elite local, sem grandes poderes políticos, mas muito enriquecida economicamente. Figura 1 – Pacto Colonial Fonte: Fundação Bradesco Um dos meios adotados para aumentar o lucro da Espanha, foi impor as suas colônias o Pacto Colonial. Essa medida, obrigou os colonos a comercializar exclusivamente com a Espanha, ou seja, a metrópole detinha o monopólio sobre a produção e o consumo da colônia. Esse cenário tornou-se mais rígido, durante o reinado de Carlos III (entre 1759 e 1788), que implementou as Reformas Bourbônicas. Elas aumentaram a austeridade fiscal sobre as colônias da Espanha na América, e foi um dos motivos que agravaram o descontentamento das elites coloniais com a metrópole. Dessa forma, a exploração da América Hispânica tornou-se mais intensa, o que desagradou de forma geral, a todos aqueles que viviam nessas regiões. O processo de independência A independência da América Espanhola foi motivada por uma somatória de fatores, que desgastou a relação entre os colonos e a metrópole. Um deles foi a expansão das ideias iluministas que defendiam a liberdade e a igualdade dos cidadãos perante a lei. Outro fator foi a experiência positiva dos Estados Unidos que conseguiram se emancipar da Inglaterra por uma grande e popular guerra de independência. Figura 2 – Colônias Espanholas na América Fonte: Fundação Bradesco Esses aspectos motivaram os crioullos, que eram desprovidos de direitos políticos e estavam impedidos de ocupar cargos nas instituições coloniais, a organizarem o movimento de independência da América Espanhola. Dessa forma, essa elite excluída politicamente encontrou nas propostas iluministas e na experiência norte-americana, os argumentos para questionar a estrutura colonial vigente e mobilizar as demais classes sociais a ingressarem nesse movimento emancipacionista. A intensa exploração do trabalho dos indígenas, dos escravos e até mesmo dos mestiços, também motivou as classes mais baixas a apoiarem o movimento de independência que estava sendo encabeçado pelas elites. Além disso a situação de miséria de boa parte dos colonos, mobilizaram setores populares variados das colônias hispânicas a aderirem a causa emancipacionista. Nesse contexto, um exemplo que pode ser observado, foi a rebelião de caráter indianista Tupác Amaru (guerrilha organizada pelos grupos indígenas do antigo império Inca que por anos lutou contra o domínio espanhol e buscou preservar a cultura nativa dos seus antepassados), que eclodiu em 1780, no Peru. Figura 3 - Tupác Amaru II, líder da revolta, era mestiço e um próspero comerciante Fonte: Wikimedia Commons O contexto externo, tornou-se favorável para eclodir as Guerras de Independência da América Espanhola, no momento que Napoleão Bonaparte, torna-se imperador da França e invade a Espanha, derrubando o monarca e nomeando José Bonaparte como o novo imperador do país. Assim, como as guerras napoleônicas tinham como foco o domínio político e econômico da Europa, uma revolta na América Hispânica nesse momento histórico, sofreria uma repressão menos intensa, já que Napoleão Bonaparte não deslocaria grandes contingentes militares para sufocá-las. Vale destacar que a Inglaterra e os Estados Unidos tinham grandes interesses econômicos em acabar com monopólio comercial espanhol de suas colônias, para entrarem com seus produtos industrializados nesse mercado. Isso justifica o interesse dos Estados Unidos em apoiar a Independência da América Hispânica, financiando as revoltas e reconhecendo os governos emergentes emancipacionistas pela Doutrina Monroe (América para os Americanos). Figura 4 - Guerra de Independência do México Fonte: Wikimedia Commons Desse modo, os criollos aproveitaram todos esses cenários internos e externos para iniciar as guerras de independência. Para isso, eles convocaram todas as camadas sociais da colônia, a rebelarem-se contra a Espanha. Destacam-se assim, assumindo a liderança dessas revoltas, os crioullos Simon Bolívar e José de San Martin, que organizaram exércitos que tiveram sucesso na proclamação de independência de vários países latino-americanos. Para evitar a fragmentação da América em pequenas repúblicas, Simon Bolívar propõe em 1826, que as novas nações reúnam-se no Congresso do Panamá, para discutir um projeto de solidariedade e integração político-econômica. A independência, no entanto, não transformou radicalmente a organização socioeconômica da população, que manteve-se excluída e explorada pelas novas elites que tomaram o poder e ampliaram seus privilégios. Desse modo, não se observou após a independência, uma política de distribuição de renda ou de terras, e esses novos países mantiveram a estrutura agrário exportadora e a sua dependência econômica, em relação às potências industrializadas. O projeto de Simon Bolívar Simón Bolívar pertencia a aristocracia colonial, ou seja, era um crioullo, e tinha uma ampla formação filosófica clássica e iluminista. Ele comandou a independência da Venezuela, da Colômbia, do Equador, do Peru e da Bolívia. Figura 5 - Simón Bolivar Fonte: Wikimedia Commons A declaração da independência, foi proclamada por Simón Bolívar na cidade de Caracas, e na sequência ele participou de uma missão diplomática na Inglaterra. Na volta, fez um forte discurso em favor da independência da América Espanhola. Em alguns momentos Simón Bolivar une forças com San Martin para concretizar a independência da América Hispânica, porém, devido a rivalidades pessoais e disputas pelo poder das elites locais, essa união não foi duradoura. Ambos desejavam uma América unida, mas San Martin acreditava que ela deveria estar sob o comando de um monarca europeu, enquanto que Simón Bolívar desejava, formar uma confederação capaz de integrar uma faixa de terra que se estendia da Guatemala até a Bolívia. Dessa forma, essa grande nação unida passaria a se chamar Grã Colômbia e não incluiria o México, a região do Prata e o Brasil. Figura 6 – Grã Colômbia Fonte: Fundação Bradesco No entanto, Estados Unidos e Inglaterra se opuseram a esse projeto, pois ele ameaçava seus interesses econômicos no continente, na medida que esse grande país poderia se tornar cada vez mais forte. Por isso, para evitar que o projeto de Simón Bolívar de formar a Grã Colombia prosperasse, essas nações incentivaram o conflito e as disputas internas das elites locais, que desencadeou uma série de guerras civis. Por exemplo, em 1828, Simón Bolívar sofreu um atentado, do qual ele sobreviveu e em 1829, a Venezuela e a Colômbia se separaram dessa confederação. Na sequência, o Peru emancipa-se e a província de Quito torna-se independente, adotando o nome de Equador. Com o fracasso do projeto de Simón Bolivar, a América Latina acabou mantendo-se fragmentada e politicamente desunida. A consequência disso é a manutenção do subdesenvolvimento e da dependência econômica que marcou a história dessas pequenas repúblicas que se formaram. Curiosidade: Anos da independência dos principais países da América Espanhola: México: 1821 Venezuela: 1811 Peru: 1821 Bolívia: 1825 Argentina: 1816 Colômbia: 1811 Paraguai: 1813 Equador: 1811 Uruguai: 1815 Chile: 1818 As repúblicas caudilhistas As Repúblicas que surgiram na América Espanhola após a independência, eram governadas por uma autoridade política local de perfil autoritário e paternalista. Nesse contexto, as antigas elites crioullas passaram a se denominar de caudilhos que eram ricos fazendeiros que controlavam pequenos exércitos e tinham forte influência política no governo. A necessidade de reorganização da estrutura política e econômica na América Latina, sem mudar a organização social e a política de privilégios da elite, favoreceu que esses caudilhos criassem governos autoritários que pouco respeitavam as ideias democráticas que uma república prevê. Desse modo, as chamadas Repúblicas Caudilhistas, tornaram-se governos ditatoriais que exerciam um forte controle social e regional, impondo-se muitas vezes pela censura e perseguição dos seus opositores. Muitos deles usaram seu poder muitas vezes irrestrito, para aumentar sua riqueza particular e promover os seus próprios interesses em um governo que pouco fazia pelo povo. Figura 7 - Porfírio Dias, um importante caudilho do México Fonte: Wikimedia Commons De modo geral, o caudilhismo torna-se uma característica comum de todos os países da América Hispânica e só entrou em decadência quando grupos organizados por trabalhadores passaram a questionar esses governos autoritários e organizando-se em revoluções que derrubaram algumas dessas ditaduras. ATIVIDADES 1. (FUVEST-2010) Carlos III, rei da Espanha entre 1759 e 1788, implementou profundas reformas - conhecidas como bourbônicas - que tiveram grandes repercussões sobre as colônias espanholas na América. Entre elas, a) o estabelecimento de medidas econômicas e políticas, para maior controle da Coroa sobre as colônias. b) o redirecionamento da economia colonial, para valorizar a indústria em detrimento da agricultura de exportação. c) a promulgação de medidas políticas, levando à separação entre a Igreja Católica e a Coroa. d) a reestruturação das tradicionais comunidades indígenas, visando instituir a propriedade privada. e) a decretação de medidas excepcionais, permitindo a escravização dos africanos e, também, a dos indígenas. 2. (VUNESP-2013) Leia: É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com um único vínculo que ligue as partes entre si e com o todo. Já que tem uma só origem, uma só língua, mesmos costumes e uma só religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que confederasse os diferentes Estados que haverão de se formar; mas tal não é possível, porque climas remotos, situações diversas, interesses opostos e caracteres dessemelhantes dividem a América. BOLÍVAR, Simón. Carta da Jamaica de 06/09/1815. In: Simón Bolívar: política,1983. O texto foi escrito durante as lutas de independência na América Hispânica. Podemos dizer que: a) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar não aceitou a diversidade americana e, em sua ação política e militar, reagiu à iniciativa autonomista do Brasil. b) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar combateu as propostas de independência e unidade da América e se empenhou na manutenção de sua condição de colônia espanhola. c) conforme afirma na carta, Bolívar defendeu a unidade americana e se esforçou para que a América Hispânica se associasse ao Brasil na luta contra a hegemonia norte-americana no continente. d) conforme afirma na carta, Bolívar aceitou a diversidade geográfica e política do continente, mas tentou submeter o Brasil à força militar hispano-americana. e) conforme afirma na carta, Bolívar declarou diversas vezes seu sonho de unidade americana, mas, em sua ação política e militar, reconheceu que as diferenças internas eram insuperáveis. 3. Leia o trecho destacado da música Podres Poderes de Caetano Veloso: (...) (...) Será que nunca faremos senão confirmar Enquanto os homens A incompetência da América católica Exercem seus podres poderes Que sempre precisará de ridículos tiranos Morrer e matar de fome Será, será, que será? De raiva e de sede Que será, que será? São tantas vezes Será que esta minha estúpida retórica Gestos naturais Terá que soar, terá que se ouvir (…) Por mais zil anos Disponível em: <https://www.letras.mus.br/caetano- (...) veloso/44764/>. Acesso em: 23 mai. 2016. 16h. Relacione os trechos grifados com as Ditaduras Caudilhistas da América Latina. LEITURA COMPLEMENTAR Independência do Haiti Em meio às conturbações que movimentavam a Revolução Francesa na Europa, uma pequena ilha-centro americana era responsável por um dos mais singulares processos de independência daquele continente. Sendo uma das mais ricas colônias da França na região, o Haiti era um grande exportador de açúcar, controlado por uma pequena elite de brancos proprietários de terra, responsáveis pela exploração da predominante mão-de-obra escrava do local. Com o advento da revolução, membros da elite e escravos vislumbram a oportunidade de dar fim às exigências impostas pelo pacto colonial francês. Contudo, enquanto a elite buscava maior autonomia política para a expansão de seus interesses, os escravos de origem africana queriam uma grande execução dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade provenientes da França revolucionária. Em meio a tais contradições, o Haiti se preparava para o seu processo de independência. Em 1791, uma mobilização composta por escravos, mulatos e ex-escravos se uniu com o objetivo de dar fim ao domínio exercido pela ínfima elite branca que controlava os poderes e instituições políticas do local. Sob a atuação do líder negro Toussaint Louverture, os escravos conseguiram tomar a colônia e extinguir a ordem vigente. Três anos mais tarde, quando a França esteve dominada pelas classes populares, o governo metropolitano decidiu acabar com a escravidão em todas as suas colônias. A essa altura, a população de escravos haitiana já havia lavrado a sua liberdade. Contudo, as lutas responsáveis pela consolidação dessa nova realidade estariam longe de chegar ao seu fim. No ano de 1801, Louverture empreendeu uma nova mobilização que estendeu a liberdade para os escravos da região da ilha colonizada pelos espanhóis, que hoje corresponde à República Dominicana. Nesse período, Napoleão Bonaparte assumia a França e se mostrou contrário a perda desse importante domínio colonial. No ano de 1803, Bonaparte enviou um grande exército que, sob o comando de Charles Leclerc, conseguiu deter Toussaint Louverture. Logo em seguida, o líder revolucionário acabou falecendo em uma prisão francesa. Apesar desse grande revés, os revolucionários haitianos contaram com a liderança de Jacques Dessalines para derrotar as forças do exército francês e, finalmente, proclamar a independência do Haiti. Logo em seguida, Dessalines foi alçado à condição de imperador do novo país. Somente no ano de 1806, quando Dessalines foi traído e assassinado por Alexandre Pétion e Henri Christophe, o Haiti passou a adotar o regime republicano. O reconhecimento da independência daquele país só aconteceria no ano de 1825, quando o governo francês recebeu uma indenização de 150 milhões de francos. Depois disso, mesmo vivenciando diversos problemas, a notícia da independência no Haiti inspirou a revolta de escravos em diferentes regiões do continente americano. SOUSA, Rainer Gonçalves. Independência do Haiti. Brasil Escola. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/independencia-haiti.htm>. Acesso em: 23 mai. 2016. 16h30min. REFERÊNCIAS BAQUERO, Marcelo. Democracia e desigualdades na América Latina: novas perspectivas. Porto Alegre: UFRGS, 2007. BARBOSA, Alexandre de Freitas. A independência dos países da América Latina. São Paulo: Saraiva, 1997. BARSOTTI, Paulo; PERICÁS, Luiz Bernardo. América Latina: história, ideias e revolução. São Paulo: Xanã, 1998. BETHEL, Leslie. (Org). História da América Latina. São Paulo: EDUSP/ Fundação Alexandre de Gusmão, 1999. FICO, Carlos (org.). Ditadura e democracia na América Latina: balanço histórico e perspectivas. Rio de Janeiro: FGV, 2008. FUVEST. Prova de Primeira Fase do Vestibular da USP de 2010. Disponível em: <http://www.fuvest.br/vest2010/1fase/p1f2010v.pdf>. Acesso em 31 mar. 2016. 16h. PRADO, Maria Ligia C. A formação das nações latino-americanas. São Paulo: Atual, 1994. SOUSA, Rainer Gonçalves. Independência do Haiti. Brasil Escola. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/independencia-haiti.htm>. Acesso em: 23 mai. 2016. 16h30min. VUNESP. Prova do primeiro dia do Vestibular da Unesp de 2013. Disponível em: <http://www.vunesp.com.br/vnsp1207/cg_V1.pdf>. Acesso em 31 mar. 2016. 16h. WIKIMEDIA COMMONS. Guerra de Independência do México. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Batalla_de_Pueblo_Viejo.jpg>. Acesso em: 23 mai. 2016. 10h. WIKIMEDIA COMMONS. Porfírio Dias, um importante caudilho do México. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Porfirio_diaz002.jpg>. Acesso em: 23 mai. 2016. 15h. WIKIMEDIA COMMONS. Simón Bolivar. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bol%C3%ADvar_en_Carabobo.jpg>. Acesso em: 23 mai. 2016. 14h. WIKIMEDIA COMMONS. Tupác Amaru II, líder da revolta, era mestiço e um próspero comerciante. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File: Tupac_Amaru_II,_oleo.jpg>. Acesso em: 23 mai. 2016. 9h. GABARITO 1. Alternativa A. Comentário: As medidas de aumento da austeridade fiscal sobre as colônias foi um dos motivos que agravaram o descontentamento das elites coloniais com a metrópole. A exploração da américa hispânica tornou-se mais intensa, o que desagradou de forma geral a todos que viviam nas colônias. Assim, alguns anos após esse fato, aproveitando-se das Guerras Napoleônicas que ocorriam na Europa, e da experiência bem sucedida na independência dos Estados Unidos, essas elites passaram a organizar um movimento de independência de seus países. 2. Alternativa E Comentário: No processo de Independência da América Espanhola, pode-se destacar a atuação de Simón Bolívar, que ajudou a liderar e conduzir uma série de guerras de emancipação, contra metrópole espanhola. O conjunto de cartas que ele escreveu nessa época, tornou-se importantes documentos capazes de esclarecer os acontecimentos do período, dado a tamanha a riqueza de detalhes e análises de conjunturas que ele descrevia. Assim, no trecho destacado, observamos as contradições que o atormentavam enquanto homem, que tinha consciência de ser um ator político de seu tempo. O projeto de Simón Bolívar previa uma América Latina forte, unida e integrada. Assim, sua proposta era criar uma grande nação na América do Sul que seria denominada de Grã-Colômbia. O problema é que os cenários internos e externos desfavoreciam esse projeto, e ele sabia que seria quase que impossível que fosse levado a cabo, em sua época. 3. Comentário: A América Latina é chamada de “América Católica”, pois as metrópoles colonizadoras impuseram essa religião aos nativos, além de implantar um sistema de exploração nos moldes mercantilistas. Após a independência, as elites locais assumiram o poder dos países recém formados e, sob o disfarce de um regime republicano, implantaram ditaduras autoritárias e violentas. Essa característica fez com que a América Latina tivesse um longo histórico de abusos do poder em uma democracia fragilizada que contou com diversos governos que privilegiavam apenas as elites, explorando o restante da população que sobrevivia em condição de miséria.